O Renascimento da Ômega - Capítulo 720
- Home
- O Renascimento da Ômega
- Capítulo 720 - 720 Gratidão (Ch.721) 720 Gratidão (Ch.721) Aqui Xenon
720: Gratidão (Ch.721) 720: Gratidão (Ch.721) “Aqui?” Xenon perguntou quando chegaram às portas do quarto de Jian no nível mais alto.
“Na ausência de Jian, a temperatura aqui cai a um congelamento extremo. Não me diga que passou seu tempo na Fortaleza aqui? Você até pode ter sangue de luz, mas não é imortal.” Xenon repreendeu, preocupado.
A resposta de Neveah foi baixa e cansada. “Existem coisas… que eu tenho que fazer e só posso fazer aqui. Você vai ver.”
Xenon assentiu, empurrando a porta aberta, ele se afastou para deixar Neveah entrar antes de também adentrar o quarto de Jian e fechar a porta atrás de si.
Neveah guiou pelo quarto de Jian até a mesa onde ela deixara o baú contendo os escritos de Asrig.
Os lábios de Xenon se encurvaram em desdém à vista do baú.
“Você reconhece.” Neveah murmurou, sabendo.
“Isso não deveria estar em lugar algum exceto lá embaixo, nos arquivos.” Xenon apontou, virando-se para Neveah.
“Necessidade.” Neveah respondeu com um suspiro silencioso.
Os olhos de Xenon refletiram sua compreensão. “Jian.”
Neveah assentiu, passou os dedos pelos cabelos enquanto a frustração subia dentro dela.
“Diga-me o que está pensando, amada.” Xenon incentivou, diminuindo a distância entre ele e Neveah para que agora olhasse para ela de cima, com a mão descansando em sua cintura.
“Eu… por um lado, estou tão aliviada que você está bem, que está aqui comigo neste momento que acho que posso perder a razão. Algo no fundo da minha mente ainda sussurra para mim que isso é apenas mais um sonho do qual eu posso acordar a qualquer momento…” Neveah parou, com a voz rouca.
“Isso não é um sonho, amor. Eu saberia… Eu sonhei muito com você.” Xenon murmurou, com um tom carinhoso.
“E por outro lado?” Xenon questionou novamente.
“Eu… eu só… estou disposta a fazer qualquer coisa, tudo para trazê-lo de volta aqui mas… eu nem sei por onde começar. Não consigo enfrentar esses pergaminhos sem que meu estômago revire e tudo continua acontecendo em rápida sucessão…”
“Eu nem sei se posso encontrar algo útil e, se eu encontrar algo útil, como posso fazer chegar até ele…” Neveah admitiu, com as palavras que ela havia mantido enterradas forçando seu caminho para fora.
“Ei, ei… respire, amor, estou aqui agora. E nós vamos trazê-lo de volta.” Xenon atraiu Neveah para mais perto de si.
“Uma coisa que você precisa entender é que vamos enfrentar qualquer tempestade, se isso significar voltarmos para você. Neste exato momento, o Jian que conheço estará fazendo tudo o que pode. Então tenha paciência com ele, como teve comigo.” Xenon induziu suavemente.
Neveah se agarrou a Xenon, sincronizando sua respiração para se acalmar. Seu cheiro era mais calmante do que qualquer outra coisa poderia sonhar em ser e sua respiração se estabilizava em apenas um curto momento.
“Não sei como sobrevivi a tudo isso sem você.” Neveah expressou sua verdade.
“Você nunca mais vai precisar saber… nunca mais.” Xenon jurou, com palavras solenes.
“Então… do que ele precisa?” Xenon perguntou com dever, examinando o baú com uma careta hesitante.
“Apenas… descanse esta noite, Xenon. Deixe isso comigo, por favor…” Neveah pediu sinceramente.
Xenon hesitou por um momento antes de assentir com a cabeça. Ele deu um beijo leve na testa de Neveah e depois recuou.
“Vou aquecer o quarto. Você está muito fria ao toque.” Xenon observou preocupado.
Xenon saiu por um momento e Neveah sentou-se à mesa, abrindo o baú, ela hesitou antes de alcançar um pergaminho.
Suas mãos passaram por alguns deles e finalmente se fixaram em um. O pavor encheu o coração de Neveah mas ela o afastou e começou a examinar o conteúdo, preparando sua mente para mais um relato da depravação de Asrig.
__________________
“Fácil… nós garantimos que ele pagasse por tudo.” A voz de Xenon tirou Neveah de seu devaneio.
Foi só então que Neveah percebeu que apertou a borda da mesa com a mão livre, tão forte que suas juntas haviam embranquecido.
Xenon estava a uma curta distância, ele acabara de sair do banheiro e agora estava sob a iluminação fraca, olhando para Neveah como se ela fosse o centro do universo.
Seu olhar era calmo e tranquilizador e a mão apertada de Neveah afrouxou, caindo no colo dela.
Aos próprios olhos de Neveah, ele era mais o centro do universo do que ela poderia esperar ser e Neveah se perguntou se o universo poderia ter tantos centros.
Neveah se levantou e caminhou até ele, suas mãos se enlaçaram em volta de sua cintura e ela se encostou nele, sem se incomodar com a pele úmida dele.
“Eu não vou a lugar nenhum, amor.” Xenon disse novamente, a garantia que ele deve ter dado centenas de vezes nas últimas horas.
“Ele escreveu sobre você com bastante frequência… naquele pergaminho, na maioria… realmente.” Neveah murmurou.
“Nada de bom, tenho certeza.” Xenon resmungou.
Neveah riu silenciosamente apesar das circunstâncias. “Ele estava obcecado por você… com a ideia de tê-lo como seu Guarda do Rei. Ele sempre soube que você só tinha olhos para Jian, muito antes de alguém acreditar que Jian teria uma chance, e ele odiava isso… fazia-o se sentir ameaçado… inseguro.” Neveah continuou.
“Estou feliz… que vocês dois sempre tiveram um ao outro, enfrentando qualquer tempestade juntos. Obrigada, Xenon… por sempre cuidar dele, por sempre escolhê-lo, mesmo antes de si mesmo.”
“Obrigada por amá-lo… e por me amar.” Neveah disse com sinceridade.
Xenon exalou trêmulo com as palavras de Neveah… ou poderia ter sido seu toque. Seus dedos inclinaram a cabeça de Neveah para cima e ele reivindicou seus lábios em um beijo intenso, espesso com uma paixão ardente e toda a saudade que se tornara atrasada.
Xenon se moveu lentamente e Neveah recuou até ser encurralada na mesa, derrubando um pergaminho no processo.
Seu olhar era velado, seus lábios abertos silenciosamente enquanto os lábios de Xenon percorriam seu pescoço, do canto dos olhos, Neveah pegou algo e ela rapidamente exclamou. “Esse é o que!”
“O quê?” Xenon perguntou distraidamente, com um tom rouco.
Neveah repetiu as palavras, claramente dessa vez. “O pergaminho que Jian precisava! Esse é o que.”