O Renascimento da Ômega - Capítulo 702
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702: Monte Edar (Ch.703) 702: Monte Edar (Ch.703) Neveah parou na beira da frágil ponte, paralisada pela familiaridade do local e pelas memórias que ele trazia consigo.
Monte Edar…
Neveah havia passado a maior parte de seus dias anteriores na fortaleza bem no coração daquela montanha, nariz afundado em um gigantesco volume da história Asvariana, e os roncos ritmados e os quentes sopro de um dragão selvagem como companhia.
E havia outras vezes em que sua companhia era a intensidade de seus olhos âmbar, que perfuravam diretamente sua alma… ele apenas a observava, com uma profundidade de adoração e uma certeza que Neveah nunca havia testemunhado antes de conhecê-lo.
E era nesses momentos que Neveah passava horas apenas para perceber, no final de tudo, que havia permanecido presa em uma única página do volume de história esse tempo todo e que ela não tinha como se explicar para Lorde Rodrick e Davina.
Mas Neveah se lembrava que nunca havia se queixado ou sentido a necessidade de fazer isso, seu olhar era tão intensamente cativante, tão aprisionador que, lá no fundo de sua alma, ela o desejava, mais do que estaria disposta a admitir.
Neveah sempre se perguntava como ele havia conseguido perceber desde o primeiro momento em que pôs os olhos nela, no território do lobo, que ela um dia seria dele…
Como ele soubera desde o primeiro encontro, quando Neveah havia demorado tanto para perceber o óbvio? Que não havia versão da vida em que ela estivesse disposta a existir sem ele?
Neveah foi tirada de seu devaneio pelo primeiro som de madeira rangendo, e o trepidante balanço familiar da frágil ponte.
Por um momento, ela havia deixado escapar de sua mente que estava na companhia da fada escura, e os sentimentos momentaneamente agradáveis desapareceram tão rápido quanto vieram.
“Eu não estou inclinada a assistir você rememorar…” Celeste estava dizendo, deixando a orientação de Neveah e atravessando a frágil ponte por conta própria,
E então a ponte inclinou perigosamente, as palavras de Celeste se perderam conforme a ponte estava a pouco de jogá-la para fora,
Neveah agiu rápido, estabilizando a frágil ponte com um equilíbrio de peso, de uma maneira que já lhe era tão familiar… um jeito que Xenon lhe havia ensinado, enquanto ele atravessava com sua imponência, contudo cada passo era calculado.
“Cuidado agora, suas asas estão presas e eu não tenho uma dessas… se você cair, considere isso como o seu destino.” Neveah advertiu.
Celeste desvencilhou-se da pegada de Neveah em seu braço e Neveah revirou os olhos, dando um passo atrás, mas não saiu da ponte.
“Vá em frente, sua liberdade a espera.” Neveah incentivou a agora hesitante Celeste por trás.
Esse sentimento de ser algo como uma carcereira não era dos mais agradáveis e Neveah olhou para o céu, tranquilizada por saber que havia olhos a observando atentamente.
Se Celeste as fizesse cair da ponte com seus passos desajeitados, Neveah sabia que pelo menos haveria alguém para descer em um voo e resgatá-la antes que ela caísse no cânion sem fim abaixo da frágil ponte.
E Neveah esperava que em tal ocasião, Celeste fosse deixada ao seu destino e esperava ainda mais que esse destino fosse uma dolorosa e excruciante queda em incontáveis pedaços.
Apesar de seus pensamentos sombrios, Neveah mantinha uma expressão calma e um pequeno sorriso enquanto gesticulava com os olhos para que Celeste continuasse.
Celeste corrigiu sua postura e continuou atravessando a agora estável ponte enquanto Neveah a seguia, mantendo um equilíbrio com o peso de Celeste, que havia sido agravado pelas correntes em suas asas e mãos.
Logo, elas tinham atravessado a ponte e era quase instinto de Neveah buscar um apoio para começar a curta escalada até a aconchegante entrada da Caverna de Xenon, esculpida na lateral da montanha.
Mas Neveah estaria amaldiçoada antes de permitir que uma fada escura se aproximasse do espaço privado de Xenon.
“O caminho à sua esquerda.” Neveah disse. Indicando a estreita e perigosa borda que levava ao fundo da montanha.
Neveah olhou para cima mais uma vez, até ali os olhos nos céus iriam, embora continuassem observando dos melhores pontos de vantagem, as instruções eram para ‘vir sozinha’,
Mas o Monte Edar era uma montanha vasta e o céu aberto podia ser facilmente visto de locais escondidos, a rede negra era expert em vigiar o voo dos dragões, não seria difícil perceber que Neveah havia sido seguida.
Eles não podiam correr o risco de falhar com o seu lado do acordo e colocar Zephyr em perigo.
‘Como Menarx disse, só precisamos garantir a visão do Zephyr. No momento em que Zephyr estiver em nossas mãos, eles entrarão em ação.’ O lobo da Neveah a lembrou de sua missão.
Neveah seguiu atrás de Celeste, que navegava pelo caminho perigoso lentamente até chegarem à cadeia de montanhas rochosas.
Celeste olhou ao redor, provavelmente horrorizada ao ver quão vasta era a montanha posterior e o fato de que, apesar de já estarem bastante altos, o topo do Monte Edar ainda estava muito longe desse ponto e não se podia nem dizer se deveriam subir mais ou descer para as cordilheiras inferiores.
Celeste então lançou um olhar carregado para Neveah.
“Não olhe para mim. Não sou eu quem determinou o local da troca.” Neveah disse com um encolher casual de ombros.
Neveah sabia que o Monte Edar era ainda mais vasto do que a montanha onde a Fortaleza do Dragão foi construída, mas ela só havia estado nesta cadeia de montanhas que era a Caverna de Xenon e na cordilheira superior da montanha posterior, ambas sendo apenas uma fração da verdadeira extensão da montanha.
A maior parte do Monte Edar não era sequer acessível exceto por voo. E apenas Xenon conhecia o layout inteiro da montanha, ninguém ousava se aproximar do Monte Edar desde que ele fora concedido a Xenon.
“Levará meses para percorrer toda essa montanha!” Celeste sibilou.
“Chegamos ao local. É hora de seu contato fazer a parte deles e nos encontrar ou nos indicar qual caminho seguir.” Neveah respondeu, sentando-se numa pedra.