O Renascimento da Ômega - Capítulo 688

688: Conflito Interno (Ch.689) 688: Conflito Interno (Ch.689) ~O Prado de Reunião; Aloria, Bosque Real dos Fae
A raça dos Fae enfrentava uma situação improvável nesta noite, uma que vinha se formando há muito tempo, uma agitação interna que fermentava silenciosamente por décadas, ou talvez até séculos.

A representante real dos Fae da mais alta autoridade, Lady Diandre de Aloria, havia recebido um desafio para o seu título, o primeiro desafio a ser feito contra a casa real dos Fae desde o falecimento da Alta Rainha.

A casa real dos Fae estava em declínio desde que perderam os direitos ao título de Alta Rainha, conforme ordenado pela defunta Alta Rainha em seu leito de morte e, por séculos, havia murmúrios silenciosos nas sombras e uma pergunta que ninguém ousara fazer.

‘A ordem final dada pela Alta Rainha era apenas um fardo para a linhagem real dos Fae. Isso não significaria que outro clã poderia reivindicar os direitos ao trono da Alta Rainha?’
Assim, uma mudança drástica na dinâmica de poder da raça Fae já estava no horizonte e até foi mantida à distância por muito mais tempo do que alguém poderia ter antecipado… até agora.

O desafio era uma declaração pública com base nos recentes e contínuos fracassos de Lady Diandre e acompanhando a declaração estava a notícia do que havia acontecido na Fortaleza do Dragão.

A notícia havia se espalhado rapidamente entre os clãs dos Fae e uma reunião urgente havia sido convocada, chamando todos os Senhores do Clã Fae e representantes do conselho para os prados de reunião.

A atmosfera na clareira estava tensa e silenciosa, exceto pelos sussurros quietos de insatisfação se espalhando e no meio de tudo isso, Lady Diandre sentava-se à cabeceira do encontro.

Seus punhos estavam fortemente cerrados de um lado e do outro, seus dedos tamborilavam no braço de madeira da cadeira em que estava sentada.

“Senhor João, você recebeu minhas ordens… já foi feito?” Lady Diandre quebrou o silêncio primeiro.

Senhor João, a quem Lady Diandre se referia, estava ao lado de um tronco, com as mãos apoiadas no cabo de sua espada, enquanto a ponta da espada estava cravada no solo da floresta.

Ele vestia a armadura completa dos Soldados Reais dos Fae, mas a sua tinha um sigilo honorário que identificava seu posto como o Senhor da Batalha dos Fae, o mais alto posto entre os Soldados Reais dos Fae e um dos poucos que ainda eram ferozmente leais à casa real, apesar de seu contínuo declínio desde o falecimento da Alta Rainha muitos séculos antes.

“Os soldados dos Fae que guardavam as rotas comerciais para os mares de Mer foram todos retirados e as remessas de gemas canalizadoras acumuladas foram liberadas. A parte do acordo que foi feito à Senhora… à Rainha Dragão está cumprida.” Senhor João relatou com diligência.

Ao mencionar o novo título, os dedos tamborilantes de Lady Diandre se transformaram em punhos apertados, e um lampejo de raiva brilhou em seus olhos.

Alguém havia ascendido a uma nova altura de honra e prestígio num piscar de olhos, enquanto o direito de nascimento e o lugar legítimo que Lady Diandre lutava para manter por todos esses séculos parecia estar oscilando à beira… o destino era uma constante ironia.

Lady Diandre sabia disso, que os Senhores do Clã Fae e representantes do conselho haviam se reunido para questionar os eventos ocorridos na Fortaleza do Dragão, mas ela também sabia que havia uma motivação ainda maior por trás de sua reunião.

‘Para testemunhar minha queda…’ Lady Diandre pensou consigo mesma.

Lady Diandre apostara tudo nessa tentativa; sem o seu Rei e dois de seus maiores pilares, o império dragão estava em terreno instável, e seria ainda mais instável se a sua recém-encontrada Rainha também fosse tirada deles repentinamente.

Se neste momento, os Fae pudessem obter uma vantagem usando a morte do Senhor Rio e forçar uma mudança na hierarquia do conselho unificado, então a dinâmica de poder na fortaleza seria eternamente alterada e todo o crédito pertenceria a Lady Diandre.

Como ela poderia imaginar que até mesmo Celeste falharia em alcançar algo e seria capturada? Especialmente agora que o império dragão havia tornado público que o Senhor Rio ainda estava vivo e bem? Notícias que Celeste só havia recebido ao retornar à floresta real dos Fae para traçar um novo método de tirar vantagem da morte do Senhor Rio.

Celeste não alcançou nada, um fracasso completo para uma fada escura que sobreviveu séculos com ódio e sede de vingança e conseguiu arrastar Lady Diandre consigo para baixo.

Lady Diandre, que esperava minar a posição do rei dragão, estava agora em risco de perder a dela.

E como se por comando, o questionamento começou.

“É o melhor que você pode fazer?! Nós garantimos a vantagem, mas um único erro e todo o nosso esforço foi em vão!” Um Senhor do Clã Fae sibilou, batendo o pé em descontentamento.

“Você não nos forneceu motivos que possamos entender, sobre por que você iria causar problemas em território do dragão quando concordamos em manter um perfil baixo e pressionar os dragões a fazerem o primeiro movimento! Agora somos forçados a retirar nossos soldados em troca da sua vida!” Outra Senhora do Clã Fae apoiou, seu tom de reprovação.

Lady Diandre apertou os lábios; os Senhores do Clã Fae estavam bem cientes de seu contato com os anões o tempo todo e eles não haviam protestado de forma alguma, mas agora que chegou a isso, os senhores dos clãs estavam claramente dispostos a empurrar a culpa para ela sozinha.

E o que poderia ser feito sobre isso? O Louva-a-deus caça a Cigarra, sem se dar conta do Pássaro atrás dele.

Agora que chegou a isso, Lady Diandre só podia esperar que conseguisse passar por essa noite sem danos.

Enquanto o império dragão poderia ter feito concessões para um acordo, os Fae eram diferentes. Eles eram implacáveis até com os seus próprios e Lady Diandre sabia disso, pois ela mesma não era diferente.

“Ainda há necessidade de mais explicações? Você falhou com seu título vezes suficientes que, neste ponto, a única virada razoável de eventos é aquela na qual você renuncie voluntariamente.” Um Senhor do Clã Fae, que havia permanecido quieto todo o tempo, confrontou, levantando-se.