O Príncipe Amaldiçoado - Capítulo 980

Capítulo 980: Quebrando o Espírito Dela

“Pense sobre suas ações e reflita sobre elas!” Rei Draco zombou antes de se virar e fechar a porta atrás de si.

“Pai, não! Me deixe sair daqui…!” Rowena batia na porta e gritava para o pai, pedindo para ser libertada, sem sucesso. “Pai, não faça isso!”

“Eu mandarei curandeiros logo para te consertar.”

Rowena conseguia ouvir a resposta do pai.

“Não! Eu não preciso ser consertada! Eu não estou quebrada!” Rowena gritou. Ela cerrava os dentes e decidiu forçar seu pai a libertá-la usando o nome do Raphael, já que Rei Draco parecia desesperadamente querer estar nas boas graças dele. “Se você não me deixar sair, eu direi ao Raphael o que você fez comigo! Eu direi a ele que você está atrás de algo em Cretea….”

Houve silêncio.

Rowena recuou. Sua respiração estava ofegante e ela olhava nervosamente para a porta. Achou que podia ouvir passos fracos se aproximando.

E então a porta foi aberta, mostrando o corpo robusto de seu pai e seu rosto cheio de fúria.

“O que você disse agora mesmo?” Sua voz era fria como o gelo. “Você está me ameaçando, criança?”

Rowena sempre teve medo de seu pai, mas hoje seu medo estava especialmente intenso. Suas palavras geladas lhe arrepiavam a espinha. No entanto, ela ainda apertou os maxilares, tentando parecer forte, e encarou seu pai corajosamente.

“Eu sei que você está atrás de um homem de Cretea para se tornar meu marido…” Sua voz falhou. “Você sempre quis. Eu não sei o que você quer… mas suponho que deve ser algo que só pode conseguir em Cretea…”

Rowena fez tantas perguntas a Raphael sobre o reino dele. Ela queria muito saber o que havia de tão interessante no lugar. Era a magia? A poção da imortalidade? O que era que seu pai tanto queria?

Ela descobriu que o Rei Draco foi a Cretea uma vez, muitos anos atrás, porque foi escolhido para participar do Torneio da Divindade. Talvez… ele tenha encontrado algo lá que gostou e não conseguia obter no reino humano?

“Como você ousa me ameaçar, sua pequena insolente!” Rei Draco estreitou os olhos para Rowena. “Você acha que ele acreditará numa garota louca como você ao invés de mim? E SE você fosse tão ousada para falar mal de mim para ele, eu direi a ele que você não o ama.”

Ele acrescentou, “Direi ao Raphael que você o seduziu intencionalmente, para roubar a poção da imortalidade para o Julian e revivê-lo… porque você ama aquele ladrão imundo!”

Ele se aproximou de Rowena e agarrou seu braço esquerdo bruscamente. Seu hálito estava quente conforme ele aproximava seu rosto do rosto pálido de sua filha.

“Se você ousar me trair, Rowena… Eu vou garantir que você caia comigo,” ele sussurrou sem coração. O homem adicionou sua última frase em um tom arrepiante, “E eu alimentarei o corpo do Julian aos porcos, bem onde ele pertence.”

As lágrimas de Rowena escorriam intensamente e seus punhos se cerravam. A cena era muito horrível de imaginar. Ela odiava seu pai profundamente e desejava poder socá-lo ali mesmo.

Ela se mataria se o Rei Draco dissesse ao Raphael que ela era uma sedutora e o seduziu intencionalmente para conseguir a poção da imortalidade. Problema resolvido.

No entanto, a ideia de que o Rei Draco alimentaria o corpo de Julian aos porcos depois que ela morresse realmente partiu seu coração. Julian era a única pessoa que tinha sido boa com ela e a amava incondicionalmente. Ela não podia deixar que seu corpo fosse vilipendiado pelo pai apenas para puni-la.

Ela chorava desesperadamente. Por que ela tinha uma vida tão amaldiçoada? Ela sempre estava sozinha e solitária. Mesmo quando Raphael estava por perto, ela não ousava se abrir para ele porque estava preocupada que seu verdadeiro eu o desgostasse.

Ela deveria ter pedido a ele que a levasse embora daqui na primeira oportunidade. Ela deveria ter ficado apenas no vale pelo resto de sua vida, não aqui neste lugar miserável.

E agora, era tarde demais.

Rei Draco viu a expressão de derrota nos olhos de sua filha e ele sabia que ela havia perdido toda a vontade de lutar. Caramba. Ele estava preocupado por um segundo que Rowena tivesse ousado a retrucá-lo e até o ameaçado.

Felizmente, ele tinha Julian como garantia que poderia usar para controlar Rowena. Ele sabia que era a decisão certa trazer o corpo daquele ladrão para Ashland. Enquanto ele tivesse Julian, ele poderia fazer Rowena fazer o que quisesse.

“Use seu cérebro, criança. Eu sei que você tem um.” Ele apontou o dedo indicador para a testa dela com um tom zombeteiro. “Você já sabe que eu quero algo de Cretea, então é do seu interesse me ajudar a consegui-lo. Uma vez que eu conseguir o que quero, deixarei você ser feliz com um deus bonito e poderoso como seu marido e não encostarei um dedo no Julian.”

Ele estreitou os olhos perigosamente. “No entanto, se você quiser criar problemas, eu a derrubarei comigo e você perderá tudo que lhe é caro.”

Rowena desviou o olhar. Ela não queria olhar para o pai malvado. Ela não queria que ele visse suas lágrimas escorrendo profusamente.

Rei Draco deixou o quarto na torre novamente depois de adverti-la severamente. “Certifique-se de tomar todos os medicamentos dados pelos curandeiros para você parar de ver coisas! Nenhum homem em sã consciência se casaria com uma louca!”

PÁ.

Depois que a porta foi trancada por fora, o corpo de Rowena caiu no chão. Ela enterrou o rosto nas mãos e chorou sem fazer barulho.

Não demorou muito para os curandeiros aparecerem e Rowena protestou por receber tratamento deles.

No entanto, eles ainda conseguiram contorná-la. Ela tentou morder os dedos daqueles que tentavam alimentá-la com os medicamentos, mas eles a forçaram a engolir de qualquer maneira.

Depois do que pareceu ser alguns dias, Rei Draco veio visitar sua filha.