O Príncipe Amaldiçoado - Capítulo 1010

Capítulo 1010: Rafael Está Visitando Cretea

Rafael sabia que precisava de respostas. Já se passaram dez anos e Rowena estava certa, deveria haver algo que os impedia de ter filhos. Ele entenderia se Rowena ainda fosse apenas uma humana. Os humanos eram cheios de problemas. Ela poderia ter nascido estéril e não havia nada que pudessem fazer a respeito.

No entanto, no momento que ela bebeu a poção da imortalidade, quaisquer fraquezas que seu corpo tivesse, deveriam ter sido consertadas. Pelo menos era isso que deveria acontecer. Não saber qual é o problema sempre os faria se sentir no escuro.

Foi por isso que, finalmente, Rafael decidiu visitar seu antigo lar. Seria bom ir e ver sua família e se reconciliar, enquanto fazia uma visita a Esper. Ele contemplava se deveria levar Rowena com ele ou não.

No fim, ele não queria tomar essa decisão sozinho. Ele perguntou a Rowena o que ela achava de voltarem juntos para Cretea. A expressão dela imediatamente lhe deu a resposta. Rowena não se sentia confortável em pisar em Cretea depois do que aconteceu na última vez.

Eles não estavam certos de que reação receberiam se voltassem agora. Poderia ser bom, ou poderia ser muito ruim. Ela não estava pronta para encarar as consequências.

“Sou tão covarde,” Rowena murmurou para si mesma. Então, ela olhou para Rafael e bateu os cílios. “Está bem se você for sozinho? Sua mãe não era tão afeita a mim mesmo antes do incidente. Posso imaginar quanto mais ela me desgosta agora. Não quero que sua reunião em família se torne constrangedora por minha causa.”

Rafael queria dizer que a presença de Rowena não tornaria as coisas constrangedoras, mas ele sabia melhor que mentir para ela. Então, ele apenas tocou o braço dela e assentiu. “Muito bem. Farei apenas uma breve visita aos meus pais e irei imediatamente ver Esper. Se for possível, pedirei a ele para vir até aqui.”

“Você acha que ele fará isso?” Rowena perguntou, incerta. “Quero dizer… uma vez que você encontre sua família e tenha conversado com Esper. Se ele quiser que eu vá ver ele, irei com você na próxima vez.”

Ela estava sendo razoável ao querer esperar até Rafael voltar com notícias de Cretea. Ela poderia acompanhá-lo na segunda vez se necessário, mas para a primeira, achava melhor se ele fosse sozinho.

Seria bom não só para ele visitar seus pais, mas ele também deve estar com saudades dos seus amigos. Nenhum deles o visitou no reino humano durante sua estadia aqui.

Ele não sabia se eles não queriam mais nada com ele, ou se simplesmente lhes foi proibido se encontrar com ele porque o rei disse para não o fazerem. Rowena achava que sua presência só impediria Rafael de ver as pessoas que ele sentiu tanto a falta todo esse tempo.

“Está bem então. Concordo com você,” Rafael beijou-a e sorriu. “Vou deixá-la por um pouco e visitar Cretea. Devo deixar Aegar aqui?”

Ele estava se referindo ao pégaso que Rowena trouxe de Cretea para viajar de volta para o reino humano. O animal esteve com eles todo esse tempo e eles cuidaram realmente bem dele.

Rowena pensou por um momento e balançou a cabeça. “Não, acho que Aegar também deve estar com saudades de seu antigo lar. Você deve levá-lo de volta. Se ele quiser retornar aqui com você, então pode trazê-lo. Se não, apenas o deixe lá.”

“Certo.”

Rowena mordeu o lábio. Ela sabia que Rafael tinha que fazer essa viagem. No entanto, ela não se sentia confortável deixando-o ir.

Ah… ela estava tão mimada agora. Pelos últimos dez anos, sempre estiveram juntos que ela já não sabia mais o que era acordar sem ele ao seu lado e fechar os olhos sem o calor de seu hálito próximo a ela.

“Não demorarei,” Rafael disse, como se lesse seus pensamentos. “Estarei de volta antes que você perceba.”

Rowena sorriu e não disse nada.

***

Rafael partiu no dia seguinte e levou Aegar com ele. Eles viajaram pelo portal perto do mar e chegaram em Cretea pouco tempo depois. Quando viu os lugares familiares, seu coração se encheu de tanto anseio.

Ele tinha saudades de sua família, de seus amigos e da vida entre pessoas como ele. Viver no reino humano tinha tantos desafios. Ele tinha que tomar cuidado com o que fazia perto dos humanos.

Ele não podia simplesmente se teleportar como quisesse ou voar quando queria ir a algum lugar. Tudo era tão devagar e os humanos eram fracos. Então, ele teve que desacelerar e diminuir sua força. Ele se acostumou agora, mas era tão bom estar em um lugar onde ele pudesse ser ele mesmo, sem reservas.

“Vossa Alteza, você voltou!” O chefe da equipe da casa real quase gritou quando viu Rafael descer de um pégaso e entrar no pátio do palácio. Sua expressão estava cheia de incredulidade.

“Oh, oi, Hugo,” disse Rafael com um sorriso. “Então, você ainda se lembra de mim.”

Hugo não deu atenção à piada de Rafael e aproximou-se dele e o abraçou. Ele tinha trabalhado para o rei desde que Rafael era criança, há muito, muito, muito tempo, e eram bastante próximos.

A reação dele deixou Rafael comovido. Ele se perguntava se seus pais também sentiam saudades dele tanto quanto Hugo sentia.

“Vossa Alteza, por onde andou?” disse Hugo depois de recuar e dar uma boa olhada em Rafael. “Seus pais ficarão felizes em vê-lo.”

“Ou ficarão?” Rafael lançou seu olhar ao redor. “Eles estão?”

Hugo assentiu. “Você pode encontrar a rainha em seu salão. Ela está tomando chá com algumas senhoras.”

“Ah, certo, irei ver minha mãe e meu pai, rapidamente. Tenho algo a fazer imediatamente.”

Rafael entrou no palácio real e foi direto para o salão da mãe. Ele esperava que Hugo estivesse certo e que seus pais realmente sentissem sua falta. Ele também sentia falta deles.