O Príncipe Amaldiçoado - Capítulo 1006

Capítulo 1006: Próximos Planos de Rowena

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Rafael não entendeu por que Rowena de repente soluçou e correu para abraçar o corpo frio de Julian. Foi inesperado. Contudo, ele não conseguiu dizer nada e apenas observou ela expressar seu luto, talvez pela última vez.

Ela não o pediu para usar sua magia para que o corpo de Julian fosse preservado e ela pudesse vir vê-lo novamente quando sentisse saudade? Rafael pensou que talvez ele tivesse entendido mal a intenção dela.

Rowena pôs para fora todo o seu luto e chorou copiosamente por quase meia hora, enquanto Rafael ficou ao lado dela e esperou pacientemente. Depois de um tempo, Rowena finalmente parou.

Ela olhou para Julian cuidadosamente e enxugou os olhos das lágrimas que corriam. Era realmente um adeus, ela disse a si mesma. Julian se fora e tinha se despedido dela, desejando que ela tivesse uma boa vida.

Rowena tinha a sensação de que nunca mais o veria. Então, ela se recompôs e se levantou. Suas pernas estavam trêmulas, mas ela se sentia mais forte do que antes.

Rowena se virou para Rafael, aproximou-se dele e tocou sua bochecha. Ela o olhou com gratidão. Rowena estava grata pelo apoio dele, sua paciência e presença.

“Obrigada,” ela sorriu e falou sinceramente. “Você foi tão bom para mim. Eu serei boa para você também. Serei uma esposa dedicada e te amarei com todo o meu coração.”

Era tudo o que ele precisava ouvir. Rafael sorriu de volta e a puxou para seus braços e cobriu seu rosto de beijos.

“Você me faz o homem mais feliz dos sete reinos,” ele disse, feliz. Uma vez que se soltaram do abraço, era hora de tomar uma decisão. Já que eles tinham concordado em continuar com o plano de se casarem, eles tinham que levar adiante.

“Vamos nos casar,” Rowena disse, segurando a mão dele com firmeza. “Podemos ter uma cerimônia simples no palácio real. Eu ainda sou a princesa herdeira de Ashland.”

“Ah…” Rafael gostou muito da sugestão dela. Ele não tinha problema com o casamento mais simples ou o mais grandioso, mas queria que Rowena tivesse o casamento dos seus sonhos. Então, o que quer que ela quisesse, ele concordaria.

“É apenas que…” Rowena disse devagar, “Precisamos de testemunhas e, visto que meu pai não voltará, cabe a mim governar Ashland. Se eu deixasse meu povo se virar sozinho, haveria uma luta pelo poder e isso não é bom para as pessoas, principalmente para as mais pobres.”

Rowena na verdade não queria governar. Ela queria viver o mais longe possível do alcance do pai. No entanto, agora que Draco Roseland havia morrido, ela poderia escolher ficar em Ashland ou partir para levar uma vida livre onde escolhesse.

Sua primeira opção seria viver no seu vale lindo. Ela também poderia viajar pelo mundo e ver coisas novas, junto com Rafael, seria uma jornada maravilhosa para toda a vida. Contudo, quando ela viu Julian, foi lembrada da vida difícil dele. Mesmo sendo na verdade um príncipe, ele foi criado na pobreza e no sofrimento.

A vida era realmente cruel para os pobres. Rowena decidiu que ela deveria fazer algo pelo seu povo, pelo bem de Julian. Seria sua forma de retribuir ao seu leal amigo.

Ela tinha certeza de que, sob o governo dela e de Rafael, Ashland poderia se tornar um reino próspero e o povo teria uma boa vida. Ela queria garantir que não haveria mais fome, crianças sofrendo e pessoas pobres morrendo na miséria.

“Eu estarei onde você estiver,” Rafael disse em concordância. Ele havia deixado Cretea para ficar com Rowena. Se seus pais quisessem que ele voltasse, eles teriam que aceitar Rowena também. Talvez, eles poderiam deixar Ashland depois que Rowena estivesse satisfeita com a direção do seu reino.

Eles caminharam lado a lado com determinação. Rowena sentiu que agora tinha um propósito na vida. Se os deuses a punissem por seu crime em Cretea, matando o próprio pai e destruindo a poção da imortalidade, ela estava pronta para enfrentar as consequências. Se eles a deixassem em paz, então ela governaria Ashland da melhor maneira possível.

“Vossa Alteza…” Cavaleiro Jarvis ficou surpreso ao ver Rowena sair da caverna com Rafael. Ele estava de guarda no lugar desde que Rowena entrou na caverna e não viu mais ninguém entrar ali. Então, como Rafael conseguiu entrar?

“Cavaleiro Jarvis, obrigada por toda a sua ajuda até agora. Meu noivo e eu gostaríamos de voltar para o palácio real. Vocês podem ir. Por favor, venha até mim amanhã de manhã. Eu gostaria de discutir o futuro de Ashland após a partida do meu pai,” Rowena disse ao cavaleiro.

Cavaleiro Jarvis arregalou os olhos quando viu a mudança na expressão de Rowena. Ela entrou parecendo uma jovem frágil e triste, sozinha, mas agora saíra ao lado de Rafael, parecendo determinada e mais feliz.

O que aconteceu com ela em tão pouco tempo que a fez mudar? Cavaleiro Jarvis se perguntava. Além disso… ela disse que seu pai havia falecido?

No entanto, Cavaleiro Jarvis não pôde pensar nisso por muito tempo. Rowena foi buscar seu pegasus e com a ajuda de Rafael montou nele. Logo, a princesa herdeira e seu futuro marido deixaram a área para o espanto de todos os cavaleiros que os assistiam montar a criatura mítica em direção ao palácio real.

Por curiosidade, Cavaleiro Jarvis decidiu entrar na caverna para ver seu interior. Talvez encontraria a resposta para todas as suas perguntas.

“Uff…” O formidável cavaleiro ficou chocado ao descobrir que não conseguia dar nem um passo dentro da entrada da caverna. O frio cortante atacou imediatamente seu corpo. Era tão ruim que ele pensou que perderia um membro por congelamento.

“O que houve, Sir Jarvis?” perguntou um de seus homens ao ver Cavaleiro Jarvis recuar instantaneamente assim que seu pé sentiu o frio.

O cavaleiro balançou a cabeça, seu rosto pálido. “Não se aproximem. Esta caverna está protegida com magia… Eu acho… é gelo.”

Eles realmente não entendiam como isso poderia acontecer. O reino humano não tinha magia nele. Eles só ouviram histórias sobre criaturas mágicas e magia em outros reinos, mas até agora não havia prova concreta delas.

Apenas algumas pessoas haviam estado em outros reinos e testemunhado o uso da magia. Suas experiências eram na maioria das vezes tratadas como entretenimento ou histórias para dormir de criança. No entanto, hoje eles viram sua princesa herdeira chegar com um cavalo voador e a caverna estava agora cercada por um frio misterioso e cortante.

Era inicialmente uma caverna de gelo comum, mas agora parecia que algo mágico havia acontecido lá dentro e eles não conseguiam realmente explicar o que era.

“Eu não vi o Príncipe Rafael entrar,” um dos cavaleiros murmurou. “Você viu?”

Os outros balançaram suas cabeças e responderam, “Não. Eu também não vi.”