O Príncipe Amaldiçoado - Capítulo 1005
Capítulo 1005: É Hora de Dizer Adeus
Rowena nem percebeu que havia concordado com a cabeça. Como ela poderia não concordar? Depois do que Rafael fez por ela, seria maldoso da parte dela dizer não. Rowena não era ingrata.
“Eu aceito…” ela sussurrou sua resposta que foi imediatamente recompensada por Rafael com um abraço e um doce beijo.
“Isso é tudo o que preciso ouvir”, disse o homem, feliz. Ele apertou seu abraço em Rowena após terminarem o beijo. “Eu enfrentarei qualquer coisa se você estiver ao meu lado. Só preciso que você diga sim, e estaremos juntos.”
Rowena sorriu e pegou o frasco da mão de Rafael.
“Eu aceito”, ela repetiu suas palavras. Rafael assistiu feliz enquanto Rowena bebia a poção. Ele estava contente por ter seguido seu instinto de vê-la e agora finalmente a tinha de volta.
Agora… era apenas uma questão de retomar de onde haviam parado.
Rowena franziu a testa assim que engoliu toda a poção. Ela sentiu algo quente se espalhando por dentro de seu corpo e se espalhando lentamente por todo o seu ser. Era uma sensação desconhecida, que ela não desgostava. Era como se seu corpo tivesse se tornado leve como uma pena e seus sentidos agora estivessem pelo menos duas vezes mais aguçados do que antes.
“Meus sentidos estão aguçados”, ela murmurou. “Isso é para acontecer?”
Rafael riu. “Não tenho certeza. Eu nasci imortal e nunca precisei tomar tal poção. Também nunca conheci alguém que o fez. Acho que, contanto que você se sinta bem, então está tudo bem.”
“Eu me sinto bem”, Rowena assentiu.
“Então, estou feliz em ouvir isso.” Rafael respirou fundo. Ele pegou o frasco de Rowena e colocou-o na laje de pedra ao lado dele. Ao fazer isso, ele viu o corpo de Julian e se lembrou de que o motivo pelo qual Rowena veio até aqui era porque ela queria dar a seu melhor amigo um enterro adequado.
Rowena seguiu sua linha de visão e pensou na mesma coisa. Havia algo que ela ainda precisava fazer. Agora que Rafael estava aqui, talvez ela pudesse pedir sua ajuda.
“Rafael”, ela puxou a manga dele e olhou para ele com um olhar suplicante. “Eu quero que Julian descanse em paz. Você me ajudaria a tirá-lo daqui? Quer dizer… se você não se importar.”
Ela inicialmente queria pedir ajuda ao Cavaleiro Jarvis, mas, como ela tinha Rafael por perto, era melhor não incomodar o Cavaleiro Jarvis.
“Claro”, Rafael assentiu. Ele olhou para Julian e depois voltou a olhar para Rowena. Algo lhe veio à mente. Ele perguntou a ela. “Onde você quer enterrá-lo? No vale?”
Ele amava aquele vale porque era o lugar favorito de Rowena no mundo inteiro. Depois de passar três meses lá com ela, ele realmente conseguia se ver ficando lá com ela depois que eles se casassem e ele deixasse Cretea por ela.
Como ele havia cometido um crime ao roubar a poção da imortalidade, Rafael estava preparado para o pior cenário possível, que seria a morte. No entanto, como ele era filho do rei, esperava obter algum tipo de leniência. Talvez ele fosse banido de Cretea.
Se isso acontecesse, ele viveria feliz com ela em seu vale. No entanto, se eles enterrassem Julian lá, ele seria sempre lembrado da amizade de Rowena com o homem e de quanto ele estava com ciúmes de sua proximidade.
Embora ele tivesse um bom coração e amasse Rowena, Rafael era apenas um jovem apaixonado que poderia sentir ciúmes. Essa era provavelmente sua fraqueza que ele estava tentando superar, mas ainda não conseguia. Especialmente quando se lembrava de como Draco Roseland insistia que o homem que Rowena amava era realmente Julian.
“Sim, o vale, eu quero me mudar para lá e levá-lo comigo”, respondeu Rowena. Ela suspirou desanimada. “É realmente bom ver ele aqui. Parece que está dormindo.”
“Estou dormindo, o que você quer dizer?” A voz de Julian de repente soou atrás dela, assustando Rowena. “Oi, Rowena.”
‘Julian.’ Ela de repente sentiu a garganta seca. Rowena virou-se e encontrou seu amigo em pé junto à parede.
Julian sorriu fracamente.
“Eu realmente gosto daqui.” Ele respirou fundo e disse, “Você pode pedir para ele me deixar aqui? Ele tem magia de gelo… Não quero ser enterrado no subsolo e virar comida para vermes.”
Ele acrescentou, “Você também pode me ver novamente, sempre que sentir minha falta.”
Rowena prendeu a respiração. Ela se virou para Rafael, que a olhava interrogativamente. Ele estava surpreso ao ver Rowena como se tivesse ouvido algo, mas ele não conseguia ouvir. Ele se lembrou de que mais cedo encontrou Rowena conversando com alguém, mas não havia ninguém nessa caverna além dela.
“O que há de errado?” ele perguntou a ela. Rowena mordeu o lábio. Ela deveria contar a Rafael que estava vendo coisas?
“Eu…” ela baixou a cabeça. Ela sussurrou: “Eu enlouqueci. Vejo Julian em todo lugar. Ele está aqui…”
Rowena decidiu ser honesta com ele.
“Como você o viu?” Rafael lançou seu olhar ao redor deles. Ele apenas viu o corpo de Julian à direita deles, mas Rowena estava obviamente olhando para algo à esquerda deles. Ele puxou o queixo dela para olhar para ele. “Ele disse alguma coisa?”
Rowena assentiu. “Sim.”
“Você pode me dizer o que é?”
Rowena suspirou. “Ele disse que não quer ser enterrado. Ele perguntou se você pode usar sua magia de gelo para mantê-lo aqui.”
Rafael olhou para Rowena com uma expressão complicada. Ele acabou de perceber que, no fundo, Rowena ainda não estava pronta para se separar de Julian. Ela queria vê-lo novamente.
Por isso, quando Rowena percebeu que tinha Rafael, o príncipe do gelo, com ela, seu coração desejava que ela pudesse manter Julian congelado assim para sempre, para que ela pudesse sempre vê-lo sempre que sentisse sua falta.
Se Julian fosse enterrado, ela realmente teria que dizer adeus a ele e nunca mais poderia vê-lo. Não foi Julian quem pediu para Rafael usar sua magia de gelo, mas sim Rowena. Ela só não percebeu isso.
Rafael sentiu seu coração arder de ciúmes. Por que Rowena não conseguia deixar ir? Já fazia muito tempo e Julian estava morto. Ela deveria ter deixado ir.
“Muito bem.” Apesar de seu ciúme, Rafael assentiu. Ele levantou a mão e Rowena pôde ver uma luz azul fraca emitida de sua palma. Ele balançou sua mão um pouco e, de repente, a temperatura caiu tão baixa, ainda mais fria do que antes.
Ele virou-se para Rowena e disse: “Esta caverna agora está coberta com neve eterna. Será muito frio para qualquer humano entrar, mas você pode sempre vir aqui e vê-lo sempre que quiser.”
Julian estava sorrindo quando viu o que Rafael fez. Ele caminhou mais perto de Rowena e parou bem diante dela. Ele a olhou com olhos brilhantes e então tocou sua bochecha com a mão direita.
“Rowena, você encontrou um homem tão bom”, Julian falou com uma voz rouca. “Eu estava apenas testando ele, mas ele fez isso mesmo assim. Eu não esperava isso.”
Rowena olhou para ‘Julian’ e chorou. “Julian…”
“É hora de dizer adeus, Rowena”, Julian adicionou. “Por favor, seja feliz. Estou torcendo por você.”
Ele beijou sua bochecha gentilmente e sorriu, e então lentamente sua imagem desapareceu como uma fumaça tênue. Rowena estava atordoada. Ela não sabia se o que viu foi apenas sua imaginação, ou se o fantasma de Julian a tinha visto e agora finalmente tinha partido.
Mas, no fundo do seu coração, ela podia sentir que Julian agora realmente tinha ido embora.