O Noivo do Senhor Demônio (BL) - Capítulo 635

Capítulo 635: A dramatização é a melhor preliminar

Duas teletransportes em um dia não eram algo que eu recomendaria que as pessoas fizessem.

Eu tive que dobrar meus joelhos trêmulos e controlar minha respiração por um tempo. Jurei que não me aproximaria de um parque de diversões no próximo ano. Jade até deu um tapinha nas minhas costas em resposta, me animando.

Mas tudo bem! Só por inalar o ar do Castelo, eu já estava bem!

Olhei ao redor da sala, encontrando prateleiras cheias de parafernália de bebê e presentes das pessoas para Shwa. Como meu último teletransporte aconteceu durante uma reunião, decidimos colocar o token em uma sala em vez disso. Coincidentemente, tínhamos um quarto com espaço suficiente que já estava sendo protegido por todos os tipos de formações: o complexo do berçário.

Claro, eu não queria acordar Shwa acidentalmente durante meu teletransporte, então decidimos manter o token na sala de armazenamento do bebê. Na verdade… era mais uma sala do tesouro do bebê, vendo todos esses presentes luxuosos espalhados.

[Lar!]

“Jade, mantenha-se quieta, tá? Já está tarde,” coloquei o dedo nos lábios, e Jade cerrou o bico enquanto acenava com a cabeça.

[Tá bem]

Já era meia-noite aqui–na verdade, já passou disso. Eu tinha certeza de que até o Senhor já tinha ido para a cama. Shwa provavelmente acordaria em uma ou duas horas, mas era por isso que não precisávamos surpreendê-lo deliberadamente. Não vamos perturbar o turno das babás.

“Jade, vá e fique com Shwa esta noite,” sussurrei enquanto batia no meu manto e me certificava de que eu estava apresentável. “Eu tenho uma reunião secreta com Natha.”

O pequeno pássaro tocou minha bochecha enquanto soltava um som choroso. [Jade não pode ir para o Papai?]

“Em troca, você pode dormir com Shwa já que está em forma de pássaro.”

[Sério?!]

“Aqui, deixe-me purificar você,” levantei minhas mãos e limpei nós dois de qualquer sujeira possível–apesar de termos acabado de tomar um banho longo e perfumado há algumas horas.

[Yay!]

“Ssh!” Eu pressionei meus lábios e cerrei o bico antes de nós dois rirmos, e coloquei um beijo rápido na cabeça verde. “Bons sonhos.”

[Bons sonhos, Papai!]

Eu observei até Jade desaparecer dentro do berçário, deslizando pela ventilação no topo da porta. Mas bem…

Eu não tinha nenhuma intenção de dormir esta noite.

Mais uma vez, me olhei através do reflexo na janela, e cuidadosamente me aproximei do quarto principal. Muito, muito cuidadosamente, empurrei a porta, certificando-me de que ela não rangia. Naturalmente, estava escuro lá dentro; a única luz vinha da chama ardendo na lareira.

Respirei fundo, e instantaneamente, o cheiro familiar e a mana fria encheram meus sentidos. Um sorriso floresceu em meus lábios instantaneamente enquanto andava na ponta dos pés em direção à cama. Pensando em surpreender Natha, pressionei meus lábios para evitar que uma risadinha escapasse, mas um grito saiu deles quando senti algo frio tocar meu queixo por trás.

“O que é isso?” uma voz baixa que fez meu estômago dar cambalhotas tocou a parte de trás da minha orelha. “Um ladrão no quarto do Senhor? Que ousadia.”

Uma mão fria agarrou meu queixo, forte o suficiente para me congelar, mas não o suficiente para me machucar. Se eu dissesse que senti arrepios por todo o corpo, você acreditaria em mim?

Oh–isso não era excitante?

“Que segurança péssima você tem, meu Senhor,” respirei fundo para me acalmar. “Pensar que este humilde ladrão poderia entrar facilmente.”

Como resposta, a mão fria procedeu a acariciar minha bochecha e esfregar meus lábios. “Hmm… parece que meu sistema de segurança é fraco para um rosto bonito.”

“E você, meu Senhor?” inclinei-me para trás e tentei virar a cabeça. “Você é fraco para um rosto bonito?”

“Não particularmente,” em vez de deixar minha cabeça virar, ele virou meu corpo inteiro, então eu finalmente podia ver seu rosto, os frios olhos prateados que me examinavam profundamente como se eu fosse realmente um ladrão qualquer. Novamente, sua mão tocou meu rosto, mas não de uma maneira amorosa. Na verdade, de maneira ameaçadora–me lembrando da primeira noite em que nos encontramos neste mundo. “Mas é um pouco difícil quando o rosto é muito semelhante ao do meu marido.”

Oh, meu…

Era tão difícil impedir minha garganta de se mover–quanto mais para minha voz se manter firme o suficiente para a brincadeira. “Você está tentando flertar com um ladrão, meu Senhor?”

“Que situação complicada,” os olhos prateados se estreitaram. “Este rosto é bonito demais para ser jogado em um porão, então estou tentando pensar em uma punição diferente.”

Não hiperventile… não hiperventile…

“Será doloroso?” mordi meus lábios. Era difícil conter um gemido quando ele ainda estava em seu uniforme preto.

“Não tenho certeza,” ele disse com uma voz contemplativa. “Não posso suportar machucar meu marido.”

Inclinei minha cabeça. “Mas eu não sou um ladrão?”

“Você está me seduzindo agora, ladrão?” ele agarrou minha cintura e me puxou com força–deliciosamente.

“Você não está flertando comigo primeiro, meu Senhor?” minhas mãos encontraram o caminho até seu peito, mexendo nos botões dourados de seu casaco. Seduzir não era meu forte, mas não havia mal em tentar. “Ou… você tem medo que seu marido descubra?”

O canto de sua boca levantou-se ligeiramente. “Eu acho que sim.”

Fiquei na ponta dos pés e me inclinei mais para ele, baixando minha voz a um sussurro. “Por que você não chama seu marido então? Talvez ele gostaria de se juntar a nós?” circundando seu pescoço com meus braços, inclinei minha cabeça, olhando para cima através dos cílios. “Você não gostaria, meu Senhor? Ter dois rostos bonitos te servindo?”

Ele franzia a testa. “Isso é impossível.”

“Por quê?”

“Eu mal consigo satisfazer meu único e exclusivo marido,” ele agarrou minha cintura e me empurrou para a cama, fazendo um gritinho escapar dos meus lábios novamente. “Eu não conseguiria lidar com dois.”

Ri e o observei tirar o casaco acima de mim, abafando o desejo fervente mordendo meus lábios. Antes que o som do casaco batendo no chão alcançasse meus ouvidos, ele já estava preenchendo minha visão com o rosto encantador que encheu minha mente naquele dia.

“Que ladrãozinho travesso,” ele falou com uma voz baixa, fazendo minha cintura formigar e minhas costas se arquearem sozinhas.

“Sim,” consegui responder, embora estivesse ficando mais difícil respirar. “Vim para roubar seu coração.”

“Isso também é impossível,” ele disse solenemente.

“O quê?”

Em resposta à minha carranca, Natha segurou minha mão e pressionou contra seu peito. “Você não pode roubar algo que eu já te dei.”

“Oh, Nat…”

Eu realmente não podia vencer — e quem se importava em vencer de qualquer forma. Apenas ser capaz de puxá-lo para perto e beijá-lo, sentindo o frio envolvendo todo o meu corpo… já era uma vitória.

Lentamente, suavemente, saboreamos o gosto de nossos lábios se tocando. Quanto tempo havia passado? Uma semana? Um ano? Uma vida? Não importava. O momento que o toquei, o momento que senti seus lábios, nada parecia o suficiente.

Esse beijo, suave e lento e delicado como um aperitivo, não era suficiente.

Ah, dane-se!

Agarrei seu cabelo e aprofundei nosso beijo, lambendo seus lábios e empurrando além de seus dentes. Enquanto nossas línguas se entrelaçavam, eu abri sua camisa. Tanto faz — ele tinha várias delas. Natha se importava ainda menos com as roupas que escolhi para parecer bonita, rasgando-as do jeito que fazia quando estava perturbado.

Oh, que começo promissor. Talvez ele sentisse o desejo dentro de mim que me fez contornar a chance de olhar para Shwa antes de vir até ele. Ou… talvez, ele quisesse me devorar antes que eu me lembrasse que tinha um filho.

Igualmente maravilhoso.

Quando minha blusa desapareceu, me empurrei para montar em seu colo e pressionei meus joelhos no colchão, tornando mais fácil tirar minha calça. Impaciente, agarrei suas mãos e as levei até meu traseiro, sentindo meu fôlego falhar apenas com o toque frio.

“Rápido,” eu sussurrei enquanto derramava líquido viscoso da ponta do meu dedo, deixando pingar no meu interior. “Se apresse.”

“Não pode nem esperar para pegar uma garrafa no criado-mudo?” ele riu enquanto mordia meu lábio inferior.

Disse alguém que literalmente rasgou minhas roupas em pedaços.

Eu agarrei seu rosto e encarei seus olhos prateados. “Pare de tagarelar, Ra Natha. Use essa boca para coisas melhores.”

Ele me encarou em silêncio por dois segundos antes de apertar a mandíbula e enfiar seus dedos molhados além da minha entrada.

“Nggh!” Eu estremeci com a sensação fria, e então estremeci mais com o leve rosnado vindo de seus dentes.

“Haa… é tão sexy quando você chama meu nome completo assim.”

Era? Tanto faz — eu apenas estava feliz que ele usava seus lábios frios para brincar com meus mamilos. Eles estavam tão sensíveis, ansiando por seu toque. Eu não podia fazer isso sozinha com Jade sempre lá no banheiro comigo, e mesmo se eu achasse uma chance… não era a mesma coisa. Não me dava a sensação de formigamento que subia pela minha coluna antes de se estabelecer abaixo do abdômen.

“Mmh…” Eu mordi meus lábios quando ele começou a chupá-los um por um, tornando-os vermelhos e inchados como se pudesse sair leite deles a qualquer momento.

Se ao menos isso realmente pudesse acontecer.

Como se percebesse meu pensamento decepcionante, os olhos prateados ergueram-se, me encarando intensamente. Eu tremi, tanto com o olhar quanto com os dedos pressionando meu interior. Eu ofeguei e abracei sua cabeça, pressionando sua boca contra meu peito. Eu podia sentir seu sorriso na minha pele, e meu peito tremia de tanto rir.

Oh. Pelo menos eu poderia alimentar meu marido.

Me afastei um pouco, desfrutando da visão do seu rosto com meu próprio rosto corado. Sem fôlego, sussurrei com uma voz trêmula. “Eu senti tanto a sua falta.”

Com um suspiro desesperado, ele agarrou minha cintura. “Querida, você não faz ideia…”

E me puxou para baixo completamente.