O Noivo do Senhor Demônio (BL) - Capítulo 126

126: Não se deixe sondar enquanto você estiver sondando. 126: Não se deixe sondar enquanto você estiver sondando. Então, com a isca engolida, o elfo finalmente concordou em trabalhar ali, para mim. Não é que ele tivesse muita escolha desde o início.

Eu me perguntava por que esse andar tinha um espaço para morar sendo que deveria ser uma câmara de pesquisa, mas pelo visto foi preparado pela Natha para essa exata situação.

“Você não pode sair de qualquer jeito, então apenas fique aqui e trabalhe em algo até o inverno,” o Senhor decretou, e o elfo só resmungou um pouco desta vez enquanto assinava seu novo contrato–ou melhor… uma renúncia de dívida.

O nome assinado no contrato era Eziliebrien…ou algo assim, e obviamente, ele não colocou o nome da sua tribo já que foi exilado de qualquer forma. Mas ele insistiu em ser chamado de Izzi e nada mais, então apesar da tradição e tudo o mais, nós o chamaríamos assim.

Tenho a impressão de que ele provavelmente foi exilado por mais motivos do que criar uma arma blasfema.

Nesse caso, exceto pelo fato de que ele não podia sair, essa não deveria ser uma situação ruim para ele de qualquer forma. Ele não precisava fugir, não tinha que se preocupar com comida, e podia experimentar o quanto quisesse, com materiais que vinham do meu dinheiro. Err…do dinheiro de Natha, na verdade. Mas sim.

Antes disso, porém, ele tinha que me fazer alguns invólucros de bala primeiro.

“Você realmente colocou mana purificada aqui?” ele ainda estava fascinado com a bala mesmo depois que Natha voltou para o escritório do Senhor. “Como não pensei nisso antes…”

“Provavelmente porque você nunca encontrou um Druida antes?” Lesta, que decidiu que era um bom momento para matar o trabalho e ficou por trás, deu de ombros enquanto petiscava meus biscoitos com Jade.

“Eu já encontrei Druida antes!”

“Mas não o ‘Real’,” Eruha entrou na conversa, olhando para cima do meu livro de relatórios sobre aqueles outros livros que ele me disse para ler.

Com isso, o elfo gaguejou. “Bem, n-não… mas–espera, você é um Real?!”

Ele virou-se para olhar para mim, com os olhos arregalados, quase deixando a bala cair no chão. Não que elas fossem explodir… eu acho.

“Eu tenho linhagem real… presumivelmente,” respondi com um encolher de ombros.

“Droga!” ele começou a praguejar, apenas para tapar a boca com a palma da mão. Ele então passou a me olhar cuidadosamente, e perguntou em um tom baixo. “Uhh… eu deveria te chamar tipo… Sua Alteza ou algo assim?”

“Não? Não é como se o reino ainda existisse,” balancei a cabeça. “Só me chame normalmente.”

Ele fez uma cara que definitivamente estava confusa sobre o que seria normal, e Eruha lhe deu uma iluminação. “É ‘Jovem Mestre’, Elfo.”

“Aff… isso soa estranho,” Izzi, que parecia não gostar de qualquer arranjo formal, estremeceu provavelmente com a ideia de me chamar assim todos os dias.

Hmm… se ele realmente fosse um reencarnador ou algo do tipo, provavelmente seria estranho ter que chamar todo mundo por títulos, de repente. Era como foi para mim quando demônios de repente inclinavam a cabeça educadamente porque eu era a noiva de Natha. Felizmente, ser chamado de ‘Jovem Mestre’ era algo a que eu estava acostumado na minha vida passada, então não era tão chocante.

Mas… também é possível que ele fosse do tipo que já era rebelde e de espírito livre desde o começo, então… quem sabe, veremos.

Observei ele fazer uma cara de grande contemplação antes de finalmente murmurar em hesitação. “…chefe?”

“Tá bom,” dei de ombros.

“Que grosseiro,” Eruha comentou, clicando a língua.

“Está bom o suficiente,” falei para ele e decidi. Eu realmente não me importo ou ligo para como ele me chama, honestamente, contanto que ele não me chame de ‘Val’ e convide a ira de Natha. Além disso, havia coisas mais importantes a se fazer do que discutir como me chamar. “Então, você consegue fazer com o material que temos? Ou devo fazer um pedido especial?”

“Não, está tudo bem. Eu ainda tenho meu molde, então só preciso calibrá-lo aqui,” o elfo balançou a cabeça e finalmente se sentou pela primeira vez naquele dia, depois de colocar cuidadosamente a bala na mesa entre nós. “Fazer o invólucro não é um problema, mas… Chefe?”

“Mm?”

Ele bateu na mesa e perguntou cuidadosamente, baixando o volume da sua voz. “Você já experimentou a bala antes?”

Por que ele perguntou isso como se fosse algo escandaloso?

“Não, eu queria esperar até eu ter um invólucro sobressalente, no caso de não funcionar.”

“Vai sim!” ele respondeu imediatamente, batendo o punho na mesa. Não, ele não estava irritado, apenas empolgado. Mas isso fez Jade pular de surpresa e derrubar o pote de biscoitos, então o espaço teve que ser preenchido com um chilrear irritado e alto por um tempo.

Izzi pigarreou constrangido enquanto Lesta segurava o pássaro irritado impedindo-o de bicar o elfo sem parar. “Quero dizer… pelo menos a bala é. Mas acho que precisamos modificar a formação no revólver um pouco,” ele olhou em volta da sala de reuniões, “Onde está ele?”

“Ah, eu estava pensando o mesmo,” eu tirei uma pequena caixa na qual costumava colocar o revólver do meu anel de armazenamento. Eu retirei a cobertura de veludo da base junto com o revólver que tinha acabado de montar há pouco tempo. “Aqui, eu desmontei ele um pouco há algum tempo, e eu acho que neste ponto, podemos adicionar…”

E então, o tempo que eu deveria estar usando como uma sessão de estudo com Eruha mudou para uma discussão para melhorar o revólver. Nós nos aglomeramos sobre o revólver e falamos sobre o nível de energia de saída e aprimoramento cinético e essas coisas.

Graças a Lesta, porém, eu não tive que sofrer com o Jade ciumento pairando ao meu redor, já que o pequeno pássaro estava brincando com o demônio enquanto eu estava ocupado projetando novas formações de feitiços com Izzi.

Senti pena de Eruha, mas enquanto eu me concentrava nisso, eu esqueci completamente dele. Ele disse que não se importava e me disse para continuar, enquanto rabiscava coisas no meu livro de relatório. Só mais tarde foi que eu descobri que ele estava fazendo questões avançadas de teste para meu dever de casa, o que era um saco–‘não se importar’ uma ova.

De qualquer forma, no meio de nossa discussão, Izzi de repente olhou para mim e perguntou. “Você tem certeza… que nunca usou armas de fogo antes?”

“Não,” eu respondi sinceramente. Mas o elfo não parecia convencido, pois os olhos dourados se estreitaram com suspeita. Mas era verdade–como eu poderia ter usado armas antes? O Vovô usava, e seus subordinados, mas eu não tinha permissão para chegar perto de uma mesmo antes de ser hospitalizado. “…minhas tropas não tinham apoio de canhão de mana, então…”

Tentei acrescentar mais na perspectiva de Valmeier, e os olhos dourados finalmente voltaram para o revólver em vez de ficar fixados em mim. “Hmm… É só que… você parece muito conhecedor sobre isso.”

Uh-oh.

Droga. Espera, eu não vou ser descoberto agora, né? Eu que deveria estar sondando o histórico dele, não o contrário! Antes de eu saber exatamente se ele veio de outro mundo, ou era apenas um inventor gênio excêntrico avant-garde, eu não podia deixar ele saber sobre minha identidade.

Especialmente não com Lesta e Eruha ainda aqui.

Então, reunindo toda a capacidade de atuação que eu podia, o que eu não possuía profissionalmente, eu respondi calmamente e com naturalidade. “É mesmo?” Tentei fazer parecer que estava apenas lidando com um elogio comum. “Eu fiz alguma pesquisa quando encontrei sua invenção,” o que também não era mentira, e trouxe outro ator para a conversa. “Jade me perguntou se essa coisa podia aumentar de tamanho e virar um canhão uma vez depois de lermos alguns livros, foi divertido.”

[Divertido! Mas canhão pequeno não tem graça, não pode crescer como Jade!]
“Jade ficou decepcionado porque não pode crescer,” eu disse a eles.

“Nunca foi para ser!” o elfo resmungou. “É para ser bom por si só…”

“Você sabe… não é uma ideia tão ruim,” Lesta comentou, olhando para Jade e procedendo a acariciar o pequeno pássaro, que o olhou de volta numa mistura de confusão e orgulho. “Vou anotar isso.”

Parecia um pensamento passageiro, mas se era Lesta quem dizia, poderíamos apostar que ele estava realmente levando a sério a consideração de desenvolver um canhão que muda de tamanho.

Até hoje, eu realmente não tinha ideia do que exatamente era a função de Lesta no agregado de Natha. Arta me disse que o trabalho de Lesta era fazer o que Natha quisesse que ele fizesse, mas isso não era óbvio para qualquer subordinado? Eu meio que ouvi dizer que ele também era responsável pela comunicação externa ou algo assim, como… assuntos estrangeiros? Eruha me disse que foi Lesta quem o buscou no Reino do Orgulho–era por isso que eles eram tão… próximos? Quando perguntei a ele, no entanto, Eruha apenas brincou dizendo que o trabalho de Lesta era ser seu saco de sangue pessoal.

Dito isso, os outros demônios pareciam procurá-lo bastante, mesmo que ele parecesse ter muito tempo livre. Então, perguntei a Natha um dia, e ele simplesmente disse que Lesta era seu braço direito–err…demônio direito?

Então… é, eu aposto que um dos andares neste prédio seria dedicado ao desenvolvimento desse canhão que muda de tamanho mais cedo ou mais tarde.

Bem, não é meu problema. Ainda tinha uma arma para ser feita.

“Tenho que dizer que você tem um bom entendimento sobre como essas coisas funcionam, Chefe. Você sabe exatamente o que eu queria alcançar com isso,” o elfo acenou com o revólver no final. “Eu achei que seria o único a…” ele parou e então suspirou, provavelmente lamentando sobre como foi expulso de sua cidade natal.

“É porque nosso Jovem Mestre tem uma mente aberta,” Erupa comentou do lado, e eu ergui minha sobrancelha para ele.

Eu tenho?

“Um híbrido humano-druida que concordou em se tornar noiva do Senhor Demônio?” o elfo soltou uma risada calorosa. “Eu acho que ‘mente aberta’ é um eufemismo.”

“Ei!” Eu o encarei.

“O quê? Eu nunca disse que é ruim,” ele deu de ombros e me lançou um sorriso malicioso e travesso.