O Noivo do Senhor Demônio (BL) - Capítulo 107

107: O ciúme é uma motivação maior do que o amor 107: O ciúme é uma motivação maior do que o amor Eu queria ir até o riacho, mas, infelizmente, não poderia fazer isso até que Natha desse permissão. Doun estava visivelmente assustado com a menção disso, e eu tinha a sensação de que isso vinha de sua curta audiência com o Senhor no dia anterior.

Então, enquanto esperava, eu passava o tempo no jardim e no campo de grama, treinando meu controle sobre a energia purificada.

A mana elemental fora da floresta não era tão rica, então a energia purificada produzida não era tanta. Embora não me tomasse muito tempo ou esforço para fazer isso, o produto final era bem pequeno, do tamanho de uma bola de tênis. Mas eu achava que era o suficiente para começar meu experimento.

Isso se o passarinho travesso não a roubasse primeiro.

Eu estava no meio de olhar para a pequena bola marrom-esverdeada, tentando ver se eu conseguia manipular sua forma, quando Jade desceu voando do meu ombro e arrebatou a bola de energia em seu bico.

*piado!*
O pássaro exclamou alto enquanto abraçava a bola, rolando na grama com o impacto e começou a devorá-la. Eu só podia olhar para ele sem expressão. Jade geralmente não tomava algo sem minha permissão, mas eu adivinhei que o pássaro pensou que a bola lhe pertencia, já que eu sempre dava a Jade a energia purificada que eu fazia.

Ah, tudo bem — eu poderia fazer outra novamente. Não havia muita mana elemental flutuante sobrando, mas eu consegui fazer uma do tamanho de uma bolinha de gude. Isso seria ainda mais perfeito se eu conseguisse moldá-la para que servisse para uma bala.

Sim — minha ideia era tentar colocar a mana purificada dentro da bala. Diferente da mana bruta que sempre se movia por aí e se tornava inerte uma vez que estagnada, a mana purificada que eu produzia e moldava em bola para o consumo de Jade sempre circulava, assim como a que tinha dentro das pedras de mana e cristais.

Claro, mesmo que funcionasse, isso não mudava o fato de que a bala não poderia ser produzida em massa. Mas por agora, eu só queria ver se esta minha ideia funcionava.

Obviamente, eu não podia usar as balas que já estavam preenchidas com mana, pois no momento em que as desmontasse, elas explodiriam. Mas eu encontrei duas balas vazias depois de revirar a caixa na noite anterior, então eu poderia tentar usar essas. Como eram apenas duas, no entanto, precisava ser cuidadoso com elas, porque eu não tinha o esquema para reproduzi-las — até que a equipe do Heraz encontrasse o elfo, isto é.

Então, eu tinha que aprender a afinar a energia purificada em pequenas bolas que pudessem ser infundidas dentro da bala com segurança. Eu queria tentar ver se eu conseguia tornar a cápsula da bala mais segura alterando as runas e formações usadas também, mas minha proficiência nesse assunto ainda era baixa, então por agora, eu focaria meu esforço nisso primeiro.

Ou pelo menos eu planejei.

Porque enquanto a bola se contorcia para seguir a mudança que eu estava projetando em minha mente, Jade voou e engoliu a bola.

“O quê…”

Mais uma vez, eu apenas olhei estupidamente para o ar vazio onde a bola de mana purificada flutuava um momento atrás. Eu virei para olhar para Jade, que claramente mastigava a bola como se fosse um lanche.

“Jade, você não pode simplesmente comer tudo assim, eu preciso delas!” Eu repreendi o passarinho, mas Jade apenas rolava para longe sem nem me olhar.

Eu estava um pouco irritado, mas o pássaro parecia adorável cambaleando depois de comer demais, e acabei suspirando no final. Eu peguei o pestinha e me levantei para voltar à torre. Só tentaria de novo amanhã; eu não podia ir ao rio, mas a clareira deveria estar bem. Eu só teria que avisar Jade para não comê-las novamente.

Mas então, aconteceu de novo no dia seguinte.

A bola de energia que eu reuni desta vez era maior, mas Jade a arrebatou novamente um segundo após se formar, antes que eu pudesse sequer alertar o pássaro. Felizmente, como a energia era maior, Jade levou mais tempo para absorvê-la completamente, e quando formei a segunda bola, o pássaro não pôde me interromper novamente.

Infelizmente, controlar livremente a bola de energia era bastante difícil. Moldá-la na forma que eu queria exigia muita precisão. Quanto menor a energia, mais difícil era de afinar, e depois de lutar para manter sua forma, a bola de energia se desfez e se dispersou no ambiente.

A boa notícia era que as plantas na clareira pareciam felizes em receber a mana purificada que foi difundida de volta a elas — o que era na verdade o que o guardião da natureza, também conhecido como druida, deveria fazer.

Eu consegui fazer outra pequena bola, mas desta vez, Jade já tinha terminado com a primeira e novamente tentou instantaneamente arrebatá-la. Eu segurei a bola e a tirei do alcance do pássaro, proibindo-o severamente de comê-la, mas o pequeno era implacável. Acabamos tendo um escaramuça na clareira e quando a bola voou da minha mão, Jade avançou e a engoliu.

Droga — será que pássaro elemental tem algum tipo de fase rebelde?

Naquela noite, eu dei uma longa palestra ao pássaro sobre seu comportamento. Eu disse a Jade para comer a energia purificada apenas com minha permissão. Afinal, também era ruim para o pássaro consumir demais de uma só vez.

Jade soltou um lamento e aninhou minha bochecha, agindo de forma fofa e lastimável, mas eu não me deixei levar. Eu disse ao pássaro que eu não permitiria que ele dormisse na minha cama mais se continuasse agindo assim. Jade acenou freneticamente e fez uma promessa piando para se comportar.

Que o pássaro quebrou instantaneamente no dia seguinte.

Eu deixei o pássaro chorando do lado de fora da porta do quarto naquela noite.

No dia seguinte, finalmente recebi permissão de Natha, que aparentemente terminou de consultar seus conhecidos elfos. Depois de prometer não tocar na água diretamente, consegui que Doun me levasse para o rio acima da corrente, onde eu terminei depois de transmorfizar.

Desta vez, o demônio não ficou por perto.

Eu consegui reunir o elemental da água da margem do rio, com segurança sem me tornar água. Levou mais tempo do que quando eu fiz isso na forma aquática, mas estava tudo bem. Jade estava de olho em mim do alto da pedra onde estava empoleirado, e eu encarei o pássaro com olhos advertentes. Ele baixou a cabeça com olhos lamuriosos e um pequeno lamento, mas eu me cansei da interrupção no meu treino.

Eu entendi; Jade estava com ciúmes. Eu percebi isso depois de conversar com Natha sobre o comportamento da criança na noite passada. O pequeno pássaro achava que eu passava muita atenção nas armas e nos outros produtos falhos, ignorando sua presença. Então agora o pássaro agia como uma criança rebelde buscando atenção.

Eu entendi, mas também precisava que Jade soubesse que não podia agir como quisesse.

Ainda assim, eu sabia que eu tinha me concentrado demais neste experimento. Era como encontrar novos jogos ou livros interessantes, e isso nos mantinha engajados por um bom tempo. Eu fiz isso também na minha vida anterior — era fácil ficar viciado em entretenimento de mídia se tudo que você fazia era deitar numa cama.

“Só tenha paciência, tá bom?” Eu suspirei ao ver o cenário lamentável do passarinho. “Eu também preciso disso para melhorar minha proficiência, não é apenas um hobby. Vou te dar a sua parte também, então não reclame.”

Jade voou para o meu ombro, então, e aconchegou-se em meu pescoço suavemente, enviando flores e nuvens sombrias para o meu cérebro — o equivalente de Jade para tristeza e pedido de desculpas.

Ah, droga — como eu poderia continuar bravo com essa criança? Eu dei uma bolinha de energia para o passarinho e acariciei sua cabeça animada. Com um piado alegre, ele voltou para a pedra e desta vez, me deixou treinar em paz.

De novo e de novo, tentei mudar a bola de energia em várias formas, além de tentar condensar a energia o máximo que podia, verificando meu limite. Como de costume, foi difícil, mas eu já esperava isso.

No dia seguinte, eu mudei meu curso de treinamento. Em vez de remodelar a bola de energia, eu brinquei com o rio — sem tocar nele, claro. Eu tentei controlar a própria água, não a essência. Esperançosamente, aprender a moldar a água ajudaria a compreender melhor o manuseio da energia abstrata.

Era mais fácil, já que a água por natureza era feita para tomar qualquer forma. Também era bastante divertido, fazendo um gêmeo de Jade com a água, e observando o pequeno pássaro atacá-lo com ciúmes, pensando que eu tinha conseguido outro pássaro como companheiro.

Depois de saber que era apenas água, no entanto, Jade começou a voar ao redor com interesse. O pássaro então me enviou muitas imagens; a maioria delas eram criaturas que vimos na floresta. Eu moldei a água nas imagens que Jade enviou, e o passarinho piou alegremente, voando ao redor das criaturas de água.

Mas então, de repente, Jade parou, pairando no ar por algum tempo, antes de voar até mim silenciosamente. O pássaro não voou para o meu ombro como de costume, mas para o meu peito, quase me dando uma cabeçada. Eu o segurei em surpresa, e uma imagem forte veio em minha direção.

“O quê…” Eu pisquei em choque, e imediatamente fiz outra bola de energia enquanto segurava Jade — uma grande o suficiente para agir como um berço. Levou um tempo, pois eu tinha que raspar o que restava do riacho, mas eu consegui no final, e coloquei o pássaro enroscado dentro.

Eu observei o pequeno pássaro enroscado dentro da bola de energia azul brilhante, quase como se ele entrasse em meditação.

Essa criança — ela estava pronta para evoluir muito antes do previsto.