Capítulo 128: VOCÊ É MEU
Prata acordou na cama quando ouviu uma música estrondosa vindo de fora do seu quarto. Ela se sentou na cama e pegou o celular no criado-mudo, ligando-o para conferir as horas. Já era noite e sua mãe devia estar arrumando a casa toda para a reunião de família. “Merda”. Ela gemeu, percebendo que tinha dormido por muito tempo. Seu estômago roncou de fome, ela já estava faminta.
Ela desceu da cama e entrou no banheiro para se arrumar. Alguns minutos depois, saiu do banheiro com uma toalha enrolada no peito, abriu o guarda-roupa e pegou um vestido branco sem mangas e até o joelho, que vestiu se preparando para a festa. Dirigiu-se à penteadeira e se encarou no espelho enquanto prendia o cabelo num rabo de cavalo alto. Hoje era seu último dia ali, e a surpreendia como o tempo voou. Prata suspirou fundo quando se lembrou de Dante, pensando em como iria encontrá-lo para dizer que também sentia o mesmo por ele. Sentia muita falta dele e doía sempre que se lembrava de como o tinha tratado antes. “Como eu queria poder voltar no tempo para consertar meu erro”. Pensou e então foi até a porta e saiu do quarto.
Ela parou no corredor e olhou lá de cima para ver se alguém já tinha chegado, e era surpreendente ver a casa ainda do mesmo jeito. Sem decoração, nada. Era como se todos tivessem se esquecido da reunião de hoje. Foi até o quarto dos pais, mas não encontrou ninguém lá. Conferiu o quarto de Lorenzo para ver se ele estava lá, mas nada, o quarto dele estava vazio. Ela não conseguia se lembrar da última vez que o viu, ou será que ele tinha desaparecido. Ficou pensando para onde ele teria ido ou se talvez ele tivesse saído à procura de Ann. “Não”. Ela balançou a cabeça. “Ele não pode encontrá-la facilmente”. Prata pensou e então desceu as escadas.
Olhou ao redor da sala, perguntando-se de onde vinha a música, já que a casa estava vazia. “Deve estar vindo do terraço”. Seguiu o som da música e o rastreou até as escadas da varanda que levam ao topo do prédio. Subindo as escadas, percebeu que a música ficava cada vez mais alta, sinal de que estava chegando ao lugar certo. Chegou à porta que dá para o terraço e abriu-a completamente. Sua boca quase caiu ao ver como a sacada estava lindamente arrumada. Era espaçosa e lindamente decorada. As cadeiras e mesas estavam perfeitamente arranjadas, em círculos, ao redor da piscina. Podia ver os garçons deslizando entre a multidão com bandejas cheias de bebidas.
No momento em que entrou, todos presentes na área olharam para ela como se estivessem chocados, mas seu olhar recaiu sobre uma pessoa, seu ex, Diego. O que ele estava fazendo aqui? Voltou para sair, mas esbarrou na mãe. “Mãe”. Ela resmungou, dando um passo para trás para dar espaço para ela passar.
“Oh, meu Deus, querida, não acredito que você finalmente saiu do seu quarto”. Garcia disse, com um sorriso largo.
Prata a agarrou pelo braço e a puxou escada abaixo. “Mãe, o que o Diego está fazendo aqui?”. Ela perguntou irritada.
“Ah isso”. Ela riu. “Só quero que você seja feliz, por isso convidei o Diego”. Garcia respondeu.
“Mãe, por que você não me perguntou antes”
“Prata, para de ser chata e vai falar com ele”
“Mãe, já te disse, estou superando o Diego. Eu não o quero”
“Prata, tudo o que eu quero é te ver feliz. Então para de ser tão ingrata e vai falar com ele”. Garcia disse e subiu as escadas.
Prata suspirou, “Vou só dar um oi para ele e só”. Disse, então subiu para a sacada e se aproximou de Diego, que estava perto da piscina. “Oi”. Ela o cumprimentou com um sorriso falso enquanto se aproximava dele. Vê-lo aqui só aumentava sua raiva.
“Oi”. Os olhos de Diego se iluminaram enquanto ele desviava o olhar para ela. Ele sorriu de volta com uma expressão surpresa enquanto falava: “Você voltou”.
Prata quis revirar os olhos para ele quando disse isso, mas se conteve ao lembrar-se de que estava fazendo tudo isso por sua mãe.
“Quer uma bebida?”. Diego perguntou e, antes que ela pudesse responder, já tinha chamado um dos garçons e pegado uma taça de champanhe da bandeja. “Aqui, toma”. Ele forçou o copo em sua mão antes que pudesse protestar.
“Merda”. Prata murmurou sabendo que não tinha escolha a não ser beber, em vez de decepcioná-lo jogando na cara dele. Ela deu um gole no copo e depois o devolveu a um dos garçons por perto. “Obrigada mesmo assim, mas na próxima vez pergunte antes de qualquer coisa”. Ela passou por ele, mas ele a segurou pelo pulso e a virou para enfrentá-lo.
“Eu já te disse. Você é minha”. Diego disse, rindo, antes de puxá-la para um abraço. Ela queria empurrá-lo, mas era só um abraço, não via motivo para rejeitá-lo. “Estou feliz que você voltou para mim”.
Ela permaneceu paralisada, envolta em seus braços. “Diego, nosso relacionamento acabou e não há nada que você possa fazer para mudar isso”. Prata o lembrou e ele se afastou do abraço.
“Ah é mesmo?”. Diego perguntou e deu de ombros, depois segurou seu rosto fazendo-a olhar para ele. Ele se inclinou e pressionou seus lábios nos dela, e imediatamente seus lábios se abriram e sua língua invadiu e começou a explorar o interior de sua boca com profundidade.
Os olhos de Prata estavam arregalados, vendo-o beijá-la tão profundamente com os olhos fechados. Ela viu Dante entrar no terraço, mas percebeu que ele parou quando seus olhos se encontraram. Ele estava imóvel enquanto a observava ser beijada por outro homem à distância. Os olhos de Prata se arregalaram ainda mais, imaginando por que ele estava ali e por que tinha voltado. Ela se afastou de Diego e olhou novamente para Dante por cima do ombro dele, ele tinha ido embora. “Eu não te amo, Diego!!! Aceite isso”. Ela gritou para ele, com lágrimas nos olhos, sentindo que o tinha perdido novamente quando ele a viu beijando Diego. Ela correu atrás de Dante imediatamente, para impedi-lo de ir embora.