O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 98

98: Capítulo 98 – Domesticando a Suspeita 98: Capítulo 98 – Domesticando a Suspeita A luz do Dia filtrava pela entrada da mina. Muito brilhante após tanto tempo na escuridão, ele não saiu, seus olhos precisariam de tempo para se ajustar à mudança drástica.

Ele parou a vários metros da saída, mantendo-se nas sombras. Suas bestas se tensionaram, detectando algo que não conseguiam identificar completamente.

O silêncio era antinatural. Nem mesmo o vento parecia ousar soprar.

‘Fácil demais,’ seu treinamento gritava alertas. Uma academia não evacua suas minas sem motivo. Não deixa suas entradas desprotegidas para os alunos fazerem bobagens.

O núcleo da hidra pesava ao lado de muitos outros em sua bolsa, um lembrete constante de seu fracasso parcial.

O ovo permaneceu perdido, roubado por algum ladrão sortudo que havia tropeçado em seu experimento.

‘Deveria voltar,’ ele considerou enquanto estudava a entrada. A missão era clara: encontrar e proteger núcleos de bestas específicos. O ovo era extra, e ele poderia obtê-lo novamente.

Mas o orgulho…

Ele havia passado meses preparando tudo. Encontrando a hidra certa, manipulando-a para essa veia, esperando pelo ovo se formar. Tudo arruinado porque ele ficou confiante demais, porque não havia considerado que alguém mais pudesse encontrar uma veia tão pequena.

‘A missão,’ ele se lembrou. ‘Foque na missão.’
O núcleo era o suficiente. Ele poderia encontrar outra hidra. As profundezas estavam cheias delas, com tempo e paciência…

‘Mas o ladrão está aqui,’ uma voz sussurrou em sua mente. ‘Perto. Com meu ovo.’
Suas bestas se agitaram inquietas, sentindo seu conflito interno.

‘Volte,’ seu treinamento insistiu. ‘Algo está errado. Volte e planeje melhor.’
Ele deu um passo para trás, determinado a recuar.

Então outro.

‘É a coisa certa,’ ele pensou. ‘A coisa sensata.’
Ele se virou em direção à escuridão protetora dos túneis.

E então…

“Dane-se,” ele murmurou, virando-se abruptamente. “Ninguém rouba de mim!”

Ele deu um passo em direção à luz.

A enorme bola de fogo o consumiu instantaneamente.

♢♢♢♢
O abrigo era uma estrutura impressionante localizada atrás da academia. Câmaras espaçosas conectadas por túneis bem iluminados agora abrigavam dezenas de estudantes confusos e nervosos.

“Min!” Taro acenou com os braços ao ver seu amigo. “Aqui!”

Min se aproximou. “Alguém sabe o que está acontecendo?”

Ren observou enquanto Luna era imediatamente cercada pelas duas garotas nobres que sempre a acompanhavam. Um segundo grupo de nobres se juntou a elas, trocando sussurros rápidos antes de se dispersar como se nunca tivessem falado.

“É óbvio, não é?” Taro começou, sua voz adotando um tom conspiratório. “Tudo isso por causa dos experimentos malucos do Ren.”

“O quê?” Min piscou em confusão.

“Pense nisso!” Taro levantou um dedo acusatório em direção a Ren. “Nosso quarto sempre cheira a morte e produtos estranhos de processamento!”

“Isso é por causa do cultivo…” Ren começou.

“Os cogumelos em seu cabelo brilham de forma não natural!”

“Eles são naturalmente luminescentes…”

“E hoje ele desceu às profundezas!” Taro estava empolgado. “Ele deve ter ativado algum dispositivo antigo! A mina deve estar brilhando agora, prestes a explodir!”

Liu chegou bem na hora de ouvir a última parte. “O que vai explodir?”

“A mina!” Taro agarrou Liu pelos ombros. “Ren acidentalmente a encheu com fungos estranhos! Logo teremos vermes mutantes gigantes emergindo em todos os lugares!”

“Os vermes já são bastante grandes por si só…” Ren murmurou.

“Maiores!” Taro insistiu. “Com tentáculos! E raios de luz!”

Min tentou conter o riso. “Raios de luz?”

“É a única explicação!” Taro começou a andar em círculos. “Por que mais eles evacuariam toda a academia?”

Ren procurou por Luna com o olhar, mas ela e suas acompanhantes haviam desaparecido na multidão.

“E não é só isso!” Taro continuou sua teoria. “Os fungos vão se aliar com os vermes! Eles criarão um império subterrâneo!”

“Taro…” Min tentou interromper.

Os cogumelos no cabelo de Ren pulsaram, como se achassem a ideia divertida.

“Veja!” Taro apontou para os cogumelos. “Eles estão se comunicando! Planejando sua revolução!”

“Se bestas fossem começar uma revolução,” Min disse pensativamente, “você não acha que cogumelos e vermes… tais bestas fracas seriam as últimas a fazê-lo?”

Liu beliscou a ponte do nariz. “Como chegamos a isso?”

“Taro, você não precisa inventar coisas ridículas para evitar contar a eles sobre a hidra porque Lin já sabe, e eu não fiz nada para fazer eles nos abrigarem, também não era isso que eu quis dizer com mentir… Mas se isso te faz sentir melhor,” Ren sorriu, “quando os fungos assumirem o controle, eu te nomearei ministro das teorias da conspiração.”

“Ha!” Taro levantou o punho triunfantemente.

♢♢♢♢
Luna observava a multidão de um canto elevado do abrigo.

Um agente rank ouro de Yino, aqui, em território de Yano. As notícias transmitidas por suas aias haviam deixado o grupo de primas inquietas.

‘Eles nos descobriram?’ seus olhos percorriam entre os estudantes, avaliando. Sua posição na academia era delicada, sobrinha direta do rei mas fingindo ser apenas mais uma nobre.

A vários metros de distância, a Princesa Larissa fingia estar absorta em um livro. Suas aias e outra prima a cercavam, mantendo a imagem de uma jovem nobre estudando mesmo durante uma crise. Mas sua mente trabalhava furiosamente.

‘O labirinto subterrâneo,’ Larissa pensou enquanto virava uma página que não estava lendo. Os túneis entre Yino e Yano eram um sistema intrincado de passagens e bestas.

Para entrar do outro reino sem ser visto, eles teriam que começar muito fundo… profundidade de rank ouro ou platina.

Supostamente era impossível navegar ali sem um mapa preciso. E os mapas… os mapas eram guardados com ciúmes.

Liora ficou perto de Larissa enquanto conversava com um grupo de estudantes. Seus pensamentos, no entanto, estavam longe de sua tarefa atual.

‘Um recurso de rank ouro,’ ela calculou enquanto sorria para os estudantes. Yino não desperdiçaria tal ativo valioso em uma missão simples. Agentes desse nível eram escassos, preciosos. Enviá-lo tão fundo em território inimigo…

Luna notou um sinal sutil de uma de suas aias. Seus olhos se moveram brevemente em direção a Larissa, que havia recebido um sinal semelhante de seu próprio grupo. Liora, sem se virar, moveu um dedo em um padrão treinado.

‘O que eles estão procurando?’ Luna voltou a seus pensamentos. O agente havia estado nas profundezas, lutando contra uma hidra. Por que arriscar tanto por uma besta que, embora rara, não era particularmente poderosa?

Larissa fechou suavemente seu livro. ‘Como eles encontraram um caminho? Um traidor deu a eles um mapa preciso?’ a questão a corroía. Os túneis mudavam constantemente, bestas alteravam rotas, novos caminhos se formavam enquanto outros desmoronavam. Mesmo com um mapa, era uma tarefa extremamente difícil.

Liora terminou de falar com os estudantes. ‘Por que agora?’ ela se perguntou enquanto fingia verificar uma lista. A tensão entre Yino e Yano sempre esteve presente, mas isso… Isso era uma escalada significativa.

As três primas mantinham suas posições, separadas mas conectadas por seus pensamentos similares. Suas aias se moviam entre elas, trocando sinais tão sutis que pareciam casuais, um livro trocava de mãos, um lenço dobrado de certa forma, um broche ajustado em um padrão específico.

Luna pensava sobre a segurança comprometida. Larissa considerava as implicações do tratado. Liora avaliava as consequências políticas.

Nenhuma olhava diretamente para as outras.

Suas bestas permaneciam semi-manifestadas, cada uma sincronizada com sua domadora, mas também atenta aos sinais das outras. O lobo sombrio de Luna, o Espírito Fogo-fátuo de Larissa e a fada luz mineral de Liora, todos parte da rede de comunicação silenciosa que haviam aperfeiçoado.

A pergunta final ressoou em todas as três mentes, embora nenhuma a expressasse:
O que, se o verdadeiro alvo não fosse a hidra afinal?