O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 737
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Capítulo 737: Chapter 737: Domando o Quinto Ano – Estrelas do Passado – Meias Verdades
Eles continuaram dançando por 5 dias.
A música aumentou. Seus movimentos perfeitamente sincronizados de maneiras que exigiam confiança e conexão.
E Luna sentiu algo mudar dentro dela.
Não quebrando. Não despedaçando.
Apenas… assentando.
Como peças que haviam sido espalhadas finalmente encontrando seus devidos lugares. Como o caos se organizando em algo que fazia sentido.
♢♢♢♢
PRESENTE – QUINTO DIA DE PRÁTICA
Luna e Ren dançavam em silêncio.
Eles estavam assim há quase uma hora. Movendo-se no ritmo da música enquanto Luna falava em sussurros.
Contando.
Descarregando.
Ainda compartilhando pedaços da história que Sirius lhe contou pouco a pouco conforme ela crescia.
Cada fragmento vindo com uma dor antiga. Com peso e uma entrega cuidadosa que sugeria que ela havia ensaiado essas palavras na mente incontáveis vezes, mas nunca as pronunciara em voz alta.
Ren ainda não interrompeu. Apenas ouviu. Acenou quando apropriado e apertou a mão dela quando sentiu que Luna precisava de apoio silencioso.
“…As bestas corruptas chegaram em ondas e então a porta da armadilha ativou, prendendo Mãe e Tia. Pai e Tio ambos pegaram os artefatos e saíram daquele túnel secreto cuja porta não conseguiam abrir e que por algum motivo meu pai acreditava que eu poderia abrir quando tivesse idade,” murmurou Luna, sua voz carregada com o peso da memória. “Papai me disse que os mutantes invadiram o túnel no pior momento e, apesar de seus esforços, ele não pôde salvar minha mãe…”
Ela parou, engolindo em seco.
A dor visível, apesar dos anos de prática em esconder emoções. Apesar de todo o seu treinamento em manter a compostura.
“Minha mãe não pôde retornar comigo naquela noite do ataque.”
Ren processou as palavras cuidadosamente, mas sua mente trabalhava.
Algo não se encaixava.
Luna não estava mentindo… Isso era óbvio para ele.
Cada palavra que ela dizia era verdade de acordo com sua mana. Isso era o que ela sabia.
O que ela acreditava que havia acontecido com base nas informações dadas a ela por alguém em quem confiava.
Mas havia… lacunas. Muitos detalhes vagos. Muitas coisas que não faziam completo sentido.
Sirius havia contado a ela uma versão editada, Ren percebeu novamente. O suficiente para ela entender a maior parte… Mas não tudo.
A história estava faltando muitas partes da verdadeira história contada antes.
Partes que Ren conhecia de sua própria investigação. Do que ele havia visto na caverna de Sirius e do que Selphira havia revelado em fragmentos.
Luna não sabia nada sobre as estátuas. Nunca as tinha visto.
Nunca testemunhou os resultados da cristalização. Nunca entendeu que sua mãe ainda pode estar presa em um cristal em algum lugar sob a pedra.
Sobre o coração cristalizado, ela só sabia por palavras. Sirius havia falado de sua existência como um vago resultado da “porta da armadilha”, mas Luna nunca o tinha visto pessoalmente também.
Nunca o segurou.
Nunca tocou o último remanescente físico da mulher que a amou com intensidade embaraçosa.
“Você realmente nunca viu o coração?” ele perguntou suavemente quando Luna terminou. “Em pessoa?”
Luna balançou a cabeça. “Somente por palavras. Papai o descreveu, mas me disse que removê-lo de seu pedestal desativa a barreira e poderia convidar ao uso e ao gasto.”
A explicação fazia sentido na superfície. Proteger Luna da tentação. Do impulso de recuperar algo precioso ao custo de sua preservação.
“Mas ele não me mostrou antes de partir. E meus tios…” sua expressão escureceu, a raiva rompendo a cuidadosa neutralidade, “obviamente não me deixam ver também.”
Tudo era conhecimento de segunda mão. História contada com enfeites por um pai despedaçado para uma filha pequena.
E havia tanto faltando.
Tanto que Sirius claramente omitiu.
Detalhes que teriam pintado um quadro completamente diferente. Que teriam revelado profundidades de tragédia que Luna não poderia imaginar porque nunca lhe deram a verdade completa.
‘Porque ele não queria que Luna se obcecasse por ruínas perigosas,’ Ren pensou, lembrando do que viu e ouviu ontem e nos dias anteriores. ‘Não queria que ela tentasse descer.’
Proteção através da ignorância. Mantendo-a segura ao mantê-la desinformada. O tipo de engano bem-intencionado que os pais diziam a si mesmos ser para o bem de seus filhos.
Mas como Ren sabia tanto sobre as estátuas e a verdade então? Se Selphira estava envolvida, como ele a convenceu?
“Obrigado,” Ren finalmente sussurrou quando Luna terminou, tirando-se da análise de volta ao momento. “Por confiar em mim o suficiente para me contar isso.”
Luna olhou para ele, seus olhos mostrando uma vulnerabilidade que raramente deixava visível.
A máscara rachando mais a cada dia. Permitindo-lhe ver a garota por baixo que estava se afogando em obrigações e escolhas impossíveis.
“Eu precisava… Eu precisava que alguém soubesse. Para alguém entender por que isso importa tanto.”
“Eu entendo,” Ren prometeu. “E eu vou te ajudar. Como eu disse… Quando você estiver pronta.”
A música acabou. A hora do treino tinha terminado.
Mas nenhum dos dois se soltou imediatamente.
Eles ficaram lá, no centro do salão quase vazio, de mãos dadas como se soltar significasse perder algo precioso.
Finalmente, Luna recuou corando nas sombras depois de um tempo.
“Amanhã,” ela disse simplesmente.
“Amanhã,” Ren concordou.
E ele a sentiu partir, o lobo sombrio a arrastando por espaços entre luz onde ela podia se esconder de escrutínio e processar tudo que tinha compartilhado.
Quando ele teve certeza de que ela tinha ido, Ren se virou.
Selphira estava parada na entrada, observando-o com aquela expressão impossível de ler.
“Você não contou a ela,” ela disse sem preâmbulos. “Bom. Eu vou te contar o resto…”
ESCRITÓRIO TEMPORÁRIO DE SELPHIRA
O escritório de Selphira na academia era elegante, mas funcional. Livros preenchendo todas as paredes. Artefatos antigos decorando prateleiras. O tipo de espaço pertencente a alguém que viveu muito e aprendeu mais.
Ren se sentou quando indicado.
Selphira o estudou por um longo momento antes de falar.
Como se estivesse tomando decisões sobre o que revelar com base no que via em sua expressão e postura.
“Você tem certeza de que quer saber o final, Ren?” ela perguntou sem se virar. “Ou você não vai conseguir se controlar contra Orion se eu te contar o que acredito?”
A pergunta carregava peso… Um aviso.
Reconhecimento de que algum conhecimento vinha com preços na forma de raiva que se tornava difícil de conter.
“Eu preciso saber,” Ren disse diretamente. “Sobre tudo. Sobre o que realmente aconteceu nas ruínas.”
Agora ela se virou. Seus olhos o avaliando com aquele olhar que via demais.
“E o que te faz pensar que eu sei toda a verdade?”
♢♢♢♢
DOIS DIAS ANTES
Selphira levantou uma sobrancelha. “Luna te contou? Voluntariamente?”
Surpresa colorindo seu tom. Surpresa genuína que sugeria que ela achava que Luna manteria suas paredes por mais tempo.
“Durante as práticas de dança… Nos últimos dois dias ela se abriu para mim.”
“Hm.” Selphira murmurou, pensativa. “E quanto exatamente você ‘sabe’?”
“Mais do que ela… Ela sabe o básico. Nada sobre a batalha com o lobo que você me contou. Nada sobre as estátuas que devem existir em algum lugar. Também nada sobre sua mãe se sacrificando por seu pai como você mencionou.” Ren pausou. “Ela nunca viu o coração. Nunca viu as estátuas… Tudo é por palavra.”
Tudo filtrado através da cuidadosa edição de Sirius. Por meio de omissões desenhadas para proteger que, ao invés disso, criavam ignorância.
“Quais estátuas? Eu não sei sobre…”
“Lembre-se de que eu posso ler mentiras no seu mana mesmo quando você as entorta…” Ren interrompeu, encontrando os olhos dela firmemente. “E quando eu dei uma olhada na caverna de Sirius…”
“Espere.” Selphira o interrompeu, se virando completamente agora. “Você foi ONDE?”
A pergunta afiada. Chocada. Carregando tons de algo entre admiração e exasperação.
“Para a caverna onde Sirius se cristalizou no que eu assumo ser da mesma maneira.” Ren manteve-se firme sob o olhar dela, recusando-se a ser intimidado pela reação. “Eu usei meu Louva-a-deus… Encontrei a verdade e não me arrependo.”
A declaração ousada… Sem desculpas.
Declaração de fato em vez de pedido de aprovação.