O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 730
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Capítulo 730: Chapter 730: Dominando o Quinto Ano – Verdade Interior – 2
Ren não conseguia imaginar seus dias sem se perguntar o que Luna estava pensando. Sem o desafio de fazê-la sorrir. Sem a satisfação de ver suas paredes racharem levemente quando ela se esquecia de mantê-las.
Ainda assim, ele suspirou, abrindo os olhos para encarar o teto de seu quarto.
‘Por que todos não podem ser como os homens?’ ele se perguntou, lembrando de como era simples interagir com Taro, Liu, Min, Zhao ou seu pai.
Eles diziam o que pensavam… Pensavam o que diziam.
Sem muitas camadas de subtexto, muitas vezes nenhuma… e sem significados ocultos que exigiam um nível de leitura mental para serem compreendidos.
Homens simples, diretos e honestos.
Comunicação que não exigia diplomas avançados em psicologia para ser navegada com sucesso.
Mas então, uma voz traiçoeira em sua mente sussurrou, ‘seriam eles tão interessantes?’
Taro era direto, leal, bondoso… Mas previsível de maneiras que o tornavam fácil de entender e, portanto, fácil de ser subestimado.
Luna, Liora e Larissa eram complicadas.
Frustrantes até.
Klein tinha dito que ele estava muito errado anos atrás… que conversar com Luna sem olhos de mana a vida inteira teria sido um inferno.
As mentes delas eram complexas. Exigiam atenção constante e uma navegação cuidadosa.
Mas também nunca eram entediantes ou previsíveis… Sempre desafiantes de maneiras que tornavam decifrá-las um feito, em vez de uma conclusão inevitável.
Ren fechou os olhos novamente, decidindo que aquele era um pensamento para outro dia.
Por enquanto, ele só precisava descansar.
E esperar.
Pacientemente.
Assim como havia prometido.
Seu corpo relaxou sobre o colchão. A tensão se esvaindo lentamente enquanto sua mente finalmente parava de processar e permitia que o descanso se infiltrasse.
Amanhã traria a decisão de Luna. Ou no dia seguinte… Ou quando ela se sentisse pronta.
Ele esperaria.
Ele era bom em cumprir promessas.
♢♢♢♢
Ponto de Vista de Luna
Luna desapareceu nas sombras do salão de prática.
Seu lobo a envolveu na escuridão, arrastando-a lentamente através do espaço entre as luzes.
Era mais rápido do que caminhar… mais privado.
Ninguém podia vê-la assim.
Ninguém podia fazer perguntas.
Ninguém podia notar as emoções que provavelmente estavam escritas em seu rosto, apesar de seus melhores esforços para controlá-las.
Esforços que estavam desmoronando a cada segundo que passava à medida que a realidade do que acabara de acontecer se aprofundava.
O lobo a carregou diretamente para seu quarto, materializando-se no canto mais escuro.
E então, com um movimento que poderia parecer brincalhão se não fosse pelo fato de que a besta pesava mais de cinquenta vezes uma Luna, o lobo a liberou.
Luna caiu em sua cama, deitada de costas, encarando o teto.
Exatamente como Ren estava fazendo em seu próprio quarto naquele mesmo momento.
As memórias fizeram algo quente se expandir em seu peito.
Luna continuou mastigando a dança em sua mente.
Cada passo, cada palavra e cada momento em que Ren a olhou com aqueles olhos.
Ela ponderou um pouco ao pensar nele.
Sobre como ele havia mudado desde a primeira vez que o viu.
Aquele garoto pequeno, com um esporo que todos chamavam de patético, mas com olhos que brilhavam com uma determinação que ele não tinha o direito de possuir, dadas as circunstâncias.
Uma determinação que sugeria que ele sabia algo que os outros não sabiam. Que ele teria sucesso no que parecia ser a pior situação, apesar das expectativas de todos em contrário.
Ela estava intrigada então.
E agora…
Fascinada, absorvida por seu progresso, cativada.
Agora ele estava muito à frente.
Mais alto, mais forte… Mais… presente.
Havia algo na maneira como ele se movia agora, em como ele falava, em como ele tomava decisões sem hesitação.
Ele parecia muito adulto.
Não apenas de forma física, embora ele definitivamente tivesse crescido nisso.
Mas da maneira que mais importava. Maturidade nos olhos, na voz, em como ele a segurava durante a dança com uma confiança que roubava seu fôlego.
Como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo.
Como se ele fosse alguém em quem se pudesse confiar quando tudo mais estava desmoronando.
Luna corou involuntariamente, lembrando-se de quão próximos eles estiveram.
Próximos o suficiente para sentir o calor corporal através das roupas formais. Próximos o suficiente para sentir a batida do coração dele através da mão em suas costas. Próximos o suficiente para que respirar significasse inalar um pouco do cheiro estranho, doce, que causava tontura no ar que ele acabara de expirar.
E então ela se lembrou de outra coisa.
Sua mãe falando sobre seu pai.
Já fazia anos, antes da última missão. Luna havia perguntado, com a curiosidade de uma criança de seis anos, como duas pessoas tão diferentes haviam acabado juntas.
Seu pai era tão quieto… Tão reservado.
Tão completamente diferente da expressividade avassaladora de sua mãe.
E sua mãe, com aquele sorriso sonhador que sempre usava ao falar de Sirius, respondeu:
“Seu pai era tão bonito quando era jovem. Eu também achava que ele era tão quieto… Tão misterioso.”
“Misterioso?” Luna havia perguntado, confusa. Seu pai não parecia particularmente misterioso para ela. Apenas… quieto.
“Oh, sim,” sua mãe suspirou dramaticamente, do jeito que fazia tudo. “Todos, inclusive eu por um tempo, pensavam que ele era esse guerreiro frio e distante. Esse homem que não sentia nada profundamente.”
Ela fez uma pausa para dar efeito, certificando-se de que Luna estava prestando atenção.
“Mas por dentro…” sua mãe inclinou-se como se estivesse compartilhando um segredo, a voz caindo para um sussurro conspiratório, “por dentro, seu pai amava com loucura, com uma intensidade que assustava até mesmo ele… Uma paixão que consumia tudo em seu caminho.”
“Só ninguém mais via isso… Só eu.”
O sorriso de sua mãe foi radiante.
Triunfante.
A expressão de alguém que havia descoberto um tesouro que todos os outros ignoraram porque não sabiam como reconhecer seu valor.
Luna ficou vermelha agora, pensando em si mesma, em ‘amar com paixão’.
Em Ren.
Em como ele a olhou hoje.
Nas palavras que ele disse com absoluta convicção.
“Você é importante para mim… Pessoalmente.”
E foi então, deitada em sua cama com o lobo sombrio encostado ao seu lado, que os pensamentos de Luna deixaram de ser filtrados.
Deixaram de ser simplificados para consumo público.
Deixaram de ser controlados.
E a verdadeira Luna emergiu.
‘OHMEUDEUSOHMEUDEUSOHMEUDEUS!’
O pensamento explodiu em sua mente como fogos de artifício. Como se todas as emoções que ela vinha suprimindo decidissem explodir simultaneamente em uma cascata que não podia ser contida.
‘Ele disse o que eu acho que ele disse? IMPORTANTE? PESSOALMENTE? O que isso significa exatamente? Será que isso significa o que eu ACHO que significa, ou estou interpretando demais porque quero que signifique isso, mas talvez isso signifique apenas que somos amigos ou companheiros ou…’
Luna cobriu o rosto com as mãos, seu coração batendo tão forte que ela tinha certeza de que toda a ala nobre podia ouvi-lo.
Tambores anunciando notícias. Trombetistas declarando vitória. Toda uma seção de percussão tocando fortissimo em seu peito, onde deveria estar seu coração.
‘Calma! CALMA! Você é Luna Trançaceleste. Você é fria. Você é calculista. Você é…’
‘…completamente perdida e sem ideia do que fazer com esses sentimentos que são grandes demais para seu peito e parecem que vão explodir a qualquer momento!’
‘NÃO! Não não não. Você não pode pensar assim. Você tem que manter o controle. Você tem que ser como Papai… Fria. Distante. Racional…’
‘Mas quando ele me olhou assim, quando ele me segurou assim, quando ele prometeu esperar PACIENTEMENTE…’
Luna se virou, enterrando o rosto no travesseiro e soltando um som que definitivamente não era apropriado para a Herdeira dos Starweaver.
Foi quase um gritinho.
Se sua mãe estivesse assistindo, diria… “Ela era exatamente como o pai, de fato”.