O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 657
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Capítulo 657: Chapter 657: Domando o Quinto Ano – Acerto de Contas – 2
“Isso é…” Magnus começou, sua voz vacilante.
“Justo?” Selphira virou-se para ele com uma expressão que era só dentes e nenhuma calor, como uma besta mostrando suas presas. “Você realmente quer falar comigo sobre justiça? Você, que tem tentado roubar a herança da sua sobrinha enquanto o pai dela está desaparecido? Por favor…”
As palavras pingavam com desprezo.
A boca de Magnus se fechou com um clique audível. Seu maxilar se contraiu tão forte que os músculos saltaram sob sua pele. Ao lado dele, Dorian tinha ficado perfeitamente imóvel, como uma presa esperando que o predador perdesse o interesse se não se movesse.
“Mas há mais,” Selphira continuou, andando em volta da mesa novamente. “Porque, claramente, eu não posso confiar em você para se comportar sem supervisão. Então vou designar para você um… vamos chamá-lo de ‘observador’. Alguém que garantirá que tudo esteja ‘adequado’. Que reportará diretamente para mim e para o castelo qualquer irregularidade adicional.”
Seus dedos passaram pelas costas de uma das cadeiras enquanto ela se movia.
“Um espião?” Aldric disse, sua voz tensa. Tensa, já que ela estava atrás dele. “Você vai colocar um espião para nos vigiar?”
“‘Monitor’ soa melhor,” Selphira sorriu. “E sim. Exatamente isso.”
As implicações se assentaram como um cobertor molhado e pesado. Sufocante. Toda lição seria observada. Toda interação escrutinada. Cada palavra pesada, medida e relatada.
Sem privacidade. Sem espaço para manobrar. Sem maneira de operar nas sombras mais.
Baelthon recostou-se em sua cadeira. Seus dedos retomaram a batida constante no apoio de braço, o ritmo ligeiramente mais rápido agora. Um sinal, embora ele provavelmente não se desse conta disso. “Interessante. E suponho que esse ‘monitor’ será alguém da sua total confiança. Alguém que relatará exatamente o que você quer ouvir.”
“Alguém,” Selphira corrigiu, sua voz tomando um tom de aço, “que relatará a verdade. Algo que, claramente, nenhum de vocês é capaz de fazer consistentemente.”
Ela parou sua caminhada, posicionando-se onde podia ver todos os rostos de uma vez. Lendo suas reações. Catalogando seus medos.
“E se recusarmos?” Daphina perguntou, sua voz tremendo um pouco. “Se decidirmos que isso é… demais?”
Selphira parou. Virou-se… E olhou diretamente para ela.
O peso daquele olhar era enorme.
Antigo.
Implacável…
“Alguém quer descobrir?”
A pergunta parecia uma lâmina desembainhada.
Silêncio absoluto.
Ninguém se moveu. Ninguém sequer ousou respirar.
Porque todos sabiam. Todos entenderam claramente o que recusar significaria.
Agir agora, fazer qualquer movimento contra isso, contra ela… provavelmente destruiria suas reputações ainda mais do que simplesmente suportar as multas e a supervisão, e no final seria o mesmo, mas mais caro.
“Bom,” ela disse após um momento que pareceu longo demais. “Estou feliz em ver que todos estamos sendo razoáveis aqui.”
A palavra “razoável” soou como zombaria em sua boca.
“Isso é extorsão,” Morgain murmurou, as palavras escapando antes que ela pudesse detê-las. Um momento de fraqueza, de deixar sua fachada rachar.
“Não,” Selphira a corrigiu gentilmente, mas a gentileza era de algum modo pior do que a raiva teria sido. “Estas são consequências. Algo com o qual você claramente não está familiarizada, mas que está prestes a aprender intimamente.”
Ela tirou mais documentos de suas vestes. Mais grossos. Oficiais. “Estes são contratos de dívida. Vocês vão assiná-los agora. Acordos vinculativos para as multas, com cronogramas de pagamento e taxas de juros caso você não cumpra os prazos.”
“Juros?” A voz de Baelthon rachou ligeiramente. Sua compostura estava se fragmentando, pedaços caindo para revelar o homem desesperado por baixo. “Você está nos cobrando juros?”
“Claro.” O sorriso de Selphira se alargou. “Você achou que poderia demorar o tempo que quisesse para pagar? Negócios corruptos merecem taxas apropriadas.”
Ela colocou os contratos na mesa, deslizando um para cada parte culpada.
“Assinem.”
Não era um pedido.
♢♢♢♢
Depois de coletar assinaturas nos contratos de dívida, Selphira reuniu os papéis com satisfação. Os documentos desapareceram de volta em suas vestes, seguros e selados. Evidência de sua corrupção e de sua vitória.
“Excelente,” Selphira se moveu em direção à porta, seus passos leves agora. Quase alegre. “Então, estão dispensados. Retornem às suas posições. O ‘monitor’ se reportará a vocês amanhã. Sugiro que usem esse tempo para… refletir sobre suas escolhas de vida.”
A porta se fechou atrás dela com um clique suave.
Dentro da sala, ninguém falou por quase um minuto inteiro.
Finalmente, Aldric exalou lentamente. O som quebrou o feitiço, liberou a tensão apenas o suficiente para o movimento se tornar possível novamente. “Bem. Isso poderia ter sido pior.”
“Pior?” Morgain olhou para ele com incredulidade ardendo em seus olhos. Sua máscara cuidadosamente construída havia se despedaçado completamente agora, revelando emoção crua por baixo. “Como diabos poderia ter sido pior? Seremos multados até…”
“Ela poderia ter declarado guerra para tentar nos destruir completamente,” Aldric interrompeu, sua voz cansada. Esgotado. Ele se sentia décadas mais velho do que uma hora atrás. “Em vez disso, ela está nos dando multas e supervisão.”
“Somente porque ela não pode se permitir uma guerra interna agora,” murmurou Baelthon, seus dedos ainda tamborilando na mesa. Aquele ritmo constante, mais rápido agora. Energia nervosa encontrando uma saída. “Com os ataques da besta aumentando, com a situação nas fronteiras externas e no subterrâneo… tentar nos destruir completamente desestabilizaria demais a defesa da cidade.”
Ele recostou-se, e lentamente, um sorriso começou a se formar em seu rosto. Crescendo. Espalhando-se.
Era o sorriso de um homem que acabara de encontrar uma brecha. Que avistara uma oportunidade no desastre.
“O que significa que podemos continuar com o plano principal.”
Dorian inclinou-se para a frente, a ansiedade substituindo um pouco de seu medo anterior. “Quando faremos isso?”
“Paciência,” Baelthon respondeu, levantando uma mão em um gesto de calma. “Se pudermos manter todas as nossas cartas, é melhor. E ter um espião não muda nada fundamental. Ainda podemos observar como eles se saem durante o semestre. Existem muitas maneiras de… contornar a supervisão também…”
Seu sorriso se alargou, a confiança retornando.
“No final do ano, se parecer que eles estão prestes a ter sucesso, simplesmente fazemos o movimento final. Guardá-lo até então.”
“Você tem certeza que ela vai aceitar?” Daphina perguntou, sua voz mal sendo um sussurro. Com medo de falar o plano em voz alta, mesmo neste espaço privado.
“Estou certo,” Baelthon disse com um pequeno sorriso que trazia absoluta convicção. “E o garoto não poderá fazer nada, não importa o quão forte ele seja. Embora…” ele pausou, considerando, “talvez devêssemos ouvir Aldric e antes que ele cresça demais, tentar ganhar seu favor em vez disso…”
A sugestão ficou no ar. Um pivô. Uma abordagem diferente para o mesmo objetivo.
Aldric ouviu isso em silêncio, sua expressão impenetrável.
Mas dentro de sua mente, algo mais estava ocorrendo.
Algo mudando. Alterando-se. Crenças fundamentais rachando sob pressão.
Selphira estava certa. Ele havia falhado com Ren. Espectacularmente. O garoto não apenas passou em todos os exames com perfeição. Ele fez isso de uma maneira que deixou claro que Aldric nunca teve o controle que pensava possuir.
Nunca nem perto.
E agora, ouvindo Baelthon falar como sempre sobre continuar os esquemas, sobre ainda tentar trazer Ren para o lado deles…
Eu realmente quero continuar neste caminho?
A pergunta o surpreendeu. Chocou-o, até.
Porque a resposta, honestamente, era que ele não tinha mais tanta certeza.
♢♢♢♢
Fora da sala de reuniões, Selphira caminhava pelo corredor. Sua expressão estava neutra novamente, a máscara de autoridade firmemente no lugar.
Seu assistente apareceu das sombras onde havia esperado pacientemente. Uma mulher com olhos afiados e instintos mais afiados ainda.
“Como foi?” a mulher perguntou, quietamente.
“Como esperado,” Selphira respondeu, sua voz pensativa. “Eles aceitaram os termos facilmente demais.”
“Facilmente demais?”
O tom da assistente se aguçou. Ela conhecia Selphira bem o suficiente para reconhecer quando algo a incomodava.
“Não os perturbou tanto quanto deveria,” admitiu Selphira, e a admissão claramente a irritou. Uma ruga surgiu em sua testa, envelhecendo suas feições. “Ren, Luna e Liora estão indo bem demais em seus exames. Os esquemas para sabotá-los através de tutores falharam. Então a questão é: como eles acreditam que vão conseguir agora?”
“Você acredita que eles têm um jeito?”
“Mmm,” Selphira acenou lentamente com a cabeça, seus olhos distantes. “O que significa que só precisamos descobrir qual método eles podem usar para conseguir o que querem. Se aceitaram isso tão facilmente, é porque sabem que obter o enorme território e uma parte maior da segunda câmara do castelo faria as multas parecerem troco de bolso…”
Era isso que realmente importava.
Não educação.
Não estudantes…
Mas poder, território e controle.
Sempre voltava a isso.
“E você vai permitir?” A voz da assistente carregava curiosidade cuidadosamente neutra. “Não seria melhor atacá-los diretamente?”
Selphira sorriu, e desta vez havia genuína diversão no gesto.
“Claro que vou permitir. Não podemos ter batalhas internas agora…” Ela pausou, considerando. “Mas Liora e Ren não me preocupam muito. Especialmente Ren.”
Ela parou, virando-se para olhar por uma janela em direção ao terreno da academia abaixo. Estudantes se moviam como formigas entre os prédios. Pequenos… Parecendo insignificantes desta altura.
Mas uma daquelas formigas era qualquer coisa menos insignificante.
“Você acredita que o garoto não pode ser sabotado?”
“É uma batalha de informação,” Selphira acenou com a cabeça novamente, sua reflexão no vidro mostrando satisfação. “E eles não sabem nada sobre ele. Pelo menos nunca olharam dentro dele como eu olhei. E não importa o que façam, não conseguirão lidar com aquela besta. Eles nem sequer a descobrirão antes que seja tarde demais.”