O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 523
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Capítulo 523: Chapter 523: Dominando Tudo – 6
O Rei de Yano, o homem mais poderoso do reino, o guerreiro que havia enfrentado dragões e saído vitorioso, ajoelhou-se diante de um menino de onze anos.
“Por favor,” ele murmurou, e agora sua voz não carregava a autoridade real. Era simplesmente a voz de um homem desesperado pedindo ajuda. “Não como um Rei, mas como um pai.”
Suas mãos moveram-se para pegar as de Larissa, segurando-as com uma gentileza que fez mais lágrimas escorrerem com maior intensidade pelas bochechas de sua filha.
“Ajude-me a salvar minha filha,” ele suplicou, beijando gentilmente a testa de Larissa. “Minha família. Meu povo. Você mesma.”
Ele se virou diretamente para Ren, e em seus olhos havia uma vulnerabilidade que o menino nunca tinha visto antes.
O grande rei, reduzido ao seu eu mais essencial, pedindo poder não para conquista ou glória, mas pela chance de proteger o que mais importava.
“Confio a você o cuidado de Larissa na minha ausência,” ele murmurou. “Prometa-me que fará o que for necessário para mantê-la segura.”
Larissa parecia entender, naquele momento, a resolução de seu pai.
Ela enxugou as lágrimas do rosto com as costas da mão, um gesto que teria sido infantil se não estivesse carregado de tal determinação madura.
Ela olhou para Ren, cujos olhos estavam um pouco marejados, claramente ainda indecisos.
Então, num ato de coragem que rivalizava com qualquer coisa que os adultos haviam feito no campo de batalha, ela ergueu a testa em direção ao teto e respirou fundo, fingindo uma maturidade que não deveria ter sido necessária.
“Dê a ele, por favor,” ela pediu a Ren, sua voz trêmula mas firme. “É a única maneira.”
Não era uma criança pedindo um favor. Era uma princesa solicitando o sacrifício de seu pai.
Ren sentiu como se o mundo tivesse se contraído para incluir apenas este momento, esta decisão, estas três pessoas no centro de uma batalha que determinaria o destino de centenas de milhares.
Ele olhou para Dragarion, ajoelhado e vulnerável, pedindo não como rei, mas como pai.
Ele olhou para Larissa, desesperadamente tentando ser corajosa quando o que havia mal recuperado estava prestes a ser perdido para sempre.
Ele pensou em seus próprios pais, em todas as famílias do reino que dependiam dele tomar a decisão certa, por mais dolorosa que fosse.
Finalmente ele assentiu, uma única inclinação de cabeça que selou o destino de seu Rei.
“Vovó Selphira!” ele gritou, sua voz carregada de urgência desesperada. “Precisamos fazer sua majestade Dragarion tocar a janela de cristal!”
Como se estivesse esperando por aquela declaração de desafio, as veias nas paredes expandiram-se dramaticamente.
O som era como carne e pele se rasgando, e de uma das faces da caverna começou a emergir algo que fazia todas as bestas anteriores parecerem pequenos incômodos.
Bloodwyn.
Mas não o Lorde Bloodwyn que alguns deles haviam conhecido. Esta era uma versão que havia sido completamente absorvida pela corrupção, transformada em sangue puro.
E não era a única assinatura energética… dezenas de marcas de nível semelhante começaram a ser sentidas crescendo na câmara.
Do outro lado, as sombras de Ravenspire também começaram a emergir.
Ren percebeu, com uma claridade que gelou seu sangue, que o rei estava certo… eles não tinham poder suficiente para enfrentar completamente o que estava prestes a emergir.
O que eles haviam lutado até agora eram batedores, ataques de sondagem. Esta era a verdadeira resposta da corrupção à sua ameaça.
♢♢♢♢
Selphira soube do plano através das palavras rápidas de Ren, e por um momento olhou para Dragarion.
Em seus olhos havia respeito, frustração e algo que poderia ter sido uma dor genuína pelo que estava prestes a acontecer.
Então ela suspirou profundamente, como se estivesse liberando décadas de tensão acumulada.
“Eu me amaldiçoo por não ser forte o suficiente,” ela murmurou para si mesma, “e ter que depender de um idiota moribundo para nos salvar… Um idiota muito valoroso e impetuoso.”
Seus olhos se dirigiram para Larissa, que continuava respirando profundamente com a cabeça erguida, apesar das lágrimas que escorriam silenciosamente por suas bochechas.
A princesa não fez um único som de protesto desde que deu seu consentimento, mas sua dor era palpável em cada linha de seu pequeno corpo.
Selphira se forçou além de seus limites normais, ativando a fusão e projetando uma frustração que fez seu poder se manifestar com uma intensidade que ela nunca havia atingido.
Com metade de seu próprio poder canalizado diretamente, ela criou um túnel de gelo denso que se estendeu como uma rota direta em direção à janela do cristal corrompido.
“Júlio,” ela gritou para seu sobrinho político, que também parecia triste, mas mantinha aquela postura estoica e madura que herdou de sua mãe, “cubra a entrada para eles enquanto Sirius e eu paramos aqueles idiotas Ravenspire, Bloodwyn e seus seguidores.”
Júlio assentiu sem palavras, posicionando-se a alguns passos dentro do túnel na entrada onde poderia defender o ponto de entrada mais vulnerável.
Ren, observando os preparativos, sentiu a necessidade de dar um último aviso.
“Eu sei que pode ser pedir muito, dado a situação,” ele disse com uma voz que lutava para se manter estável, “mas quando sentir a rede tocar você, não se mova muito.”
“Quando isso vai acontecer?” Selphira perguntou, já se dirigindo à sua posição de combate.
“Você verá,” Ren respondeu simplesmente.
Dragarion se aproximou de Júlio apesar da dor, claramente se preparando para o que seria sua despedida final.
Ele levantou a mão para tocar o ombro do filho em um gesto de despedida, mas parou no meio do caminho. Em vez do gesto formal, ele tocou gentilmente a cabeça de Júlio com aquela ternura paternal que raramente mostrava.
“Passe isso para seus irmãos,” ele murmurou, sua voz carregada de todo o amor que não pôde expressar durante anos de ausência.
Júlio assentiu, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair, mas que ele se recusava a deixar escapar.
Afinal, ele era filho de seu pai; mantinha a compostura mesmo quando seu coração estava quebrando.
Zhao ajudou o Rei a caminhar, carregando-o um pouco mais uma vez.
“Obrigado,” o Rei sussurrou para ele com um suspiro e um sorriso desconfortável.
Finalmente alcançaram a janela onde o rosto de Kassian ainda podia ser visto, parcialmente absorvido no metal roxo, mas com forma humana suficiente para ser reconhecível.
Dragarion riu então com uma voz rouca, um som que surpreendeu a todos com sua alegria genuína.
“Como pode haver juventude tão inteligente e madura?” ele murmurou, olhando para Larissa e Ren com orgulho paternal que transcendia sua própria família.
Então sua expressão mudou, tornando-se dura ao observar os restos de Kassian.
“E juventude tão estúpida e imatura,” ele acrescentou, colocando a mão no rosto de Kassian e apertando com força que o deformou.
Ele estendeu a outra mão em direção a Ren, preparando-se para o processo que determinaria o destino de todos.
O fungo de Ren havia aprendido a conhecer Larissa muito melhor durante esses últimos dias intensos e, surpreendentemente, não a desagradava mais…
Desenvolveu algo como respeito pela garota que mostrou tanta maturidade sob pressão impossível.
“Você tem certeza?” o fungo perguntou a Ren mentalmente.
“Sim,” Ren respondeu sem hesitação. “Quando você estiver pronto.”
“Agora,” o fungo declarou.