O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 445
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Capítulo 445: Capítulo 445: Guerra dos Domadores – Abraço da Fúria
Kharzan estava congelado, suas extremidades transformadas em estátuas de gelo que pulsavam com uma dor púrpura onde a purificação lutava contra a corrupção abissal. Mas suas garras seguravam firmemente a lança de Selphira incrustada em sua carne, e seu sorriso monstruoso se estendia pelas três bocas que “ornavam” seu rosto.
A prisão cristalina que deveria ter significado sua derrota se tornou um impasse, sua força sobrenatural lhe permitindo manter o domínio mesmo enquanto a maior parte de seu corpo permanecia imobilizada.
“Você achou que seria tão fácil?” ele rosnou, vapor emanando de seus ferimentos onde o gelo puro encontrava o sangue corrompido.
A purificação o machucava, mas suas 6 bestas e ele agora eram uma entidade única. Eles não podiam ser purificados tão facilmente enquanto se regeneravam uns aos outros retroativamente.
A corrupção tinha raízes profundas que exigiriam mais do que uma limpeza superficial para eliminar.
Selphira puxou sua lança, mas, embora seus músculos gradualmente dessem o máximo, ela descobriu que não possuía mais força física bruta do que Kharzan. Não era sua especialidade, e o corpo de Kharzan multiplicava sua força integrada à base das bestas, não a sua própria.
Era frustrante… séculos de habilidade e técnica não significavam nada se ela não pudesse superar a física bruta da situação.
Os músculos de Selphira se tensionaram com o máximo esforço, mas a lança com a qual ela queria cortar sua cabeça permaneceu firmemente presa.
Valdris viu o que estava acontecendo e imediatamente direcionou todo o poder de seu urso para derreter o gelo que aprisionava Kharzan.
O general veterano não precisava de instruções. Sua experiência lhe dizia exatamente o que precisava ser feito.
Seu Urso de Casca Piroclástica investiu contra o par travado em combate, sua carapaça irradiando ondas de calor que faziam o próprio ar se distorcer.
“Calor concentrado!” Valdris gritou.
O urso liberou uma onda de calor vulcânica diretamente em Kharzan. Não foi suficiente para derreter completamente o gelo que o aprisionava e danificou ligeiramente seu senhor, mas foi o suficiente para que algumas juntas começassem a ceder.
Kharzan imediatamente sentiu a diferença à medida que o enorme poder de seu Simurgh regenerava suas feridas. Suas garras se apertaram ainda mais ao redor da lança de Selphira. “Perfeito!”
A regeneração era visível, carne corrompida se reconstituindo com velocidade sobrenatural enquanto a energia púrpura pulsava através de sua forma híbrida.
Mas Júlio já estava se movendo para neutralizar a ameaça.
“Não interfira!”
O príncipe fusionado lançou uma tempestade de areia dourada.
“Absorção Espacial!” Júlio rugiu, e algo extraordinário aconteceu.
O Earth Wolverine que havia se fundido com seu Quilin se manifestou não apenas como armadura, mas como o mestre controlador de seu espaço interno expandido.
Uma técnica que, em fusão, ele podia usar de uma forma mais avançada para controlar o espaço não apenas dentro de seu corpo, mas também em coisas que eram cobertas pelo poder de sua areia.
O Urso de Casca Piroclástica de Valdris ficou preso no espaço dimensional do monte de areia, cortando a conexão temporal com seu domador.
“O que…?” Valdris cambaleou, sentindo a perda da conexão com seu companheiro bestial como um soco no estômago.
Com isso, Júlio conseguiu impedir a interferência para Selphira enquanto lidava simultaneamente com os outros 3 domadores inimigos.
Sem seu urso disponível para atacar, e com Júlio efetivamente neutralizando a besta dentro de seu próprio espaço interno, Valdris de repente se viu impotente. Suas décadas de experiência em batalha foram reduzidas a nada sem seu companheiro de toda a vida.
Em segundos, ele passou de apoio efetivo a espectador impotente.
Por que tudo parecia ir contra seu Senhor na vida? Ele havia se esforçado tanto desde a juventude…
As memórias o atingiram como uma avalanche.
Um Kharzan mais jovem, de pé na sala do trono com os ombros caídos. O Rei acabara de lhe negar o segundo anel e o direito que lhe correspondia de ser o guardião do portão, tudo por causa de “genética” e de algum suposto escolhido cujo nome mal havia sido decidido um dia antes.
A injustiça disso ainda queimava após todos esses anos. Kharzan fora a escolha óbvia, habilidoso, dedicado, leal. Mas a política e as linhagens de sangue superaram o mérito e o serviço.
“Não,” ele murmurou, observando como Selphira desistiu de sua tentativa de extrair a lança presa.
“Tudo bem… Não preciso usar minha lança favorita para cortar sua cabeça,” Selphira disse friamente, sua voz carregando a inevitabilidade do inverno. “Posso decorá-la depois de matá-lo.”
Uma nova lança de gelo materializou-se em sua mão livre, esta mais fina, mas quase igualmente letal. Projetada com uma lâmina em vez de uma ponta (o que eles teriam chamado de glaive se tivessem nomenclatura para armas), um design mais útil não para perfurar, mas para separar cabeças neste caso.
Kharzan lutou contra o gelo que o aprisionava, mas suas extremidades mal respondiam. Seus 4 olhos se arregalaram com algo que poderia ter sido medo, se a corrupção permitisse que ele sentisse tal emoção.
“Meu senhor!” Valdris gritou.
Ele se lembrou daqueles meses após a rejeição do rei, como Kharzan havia sido afetado, vagando pelos corredores do castelo como um fantasma de si mesmo. E no canto daquela memória, um pequeno Kassian com apenas oito anos olhando para seu pai com olhos confusos, sem entender por que o homem que o carregava nos ombros parecia tão triste e quebrado.
Kharzan aceitou as coisas anos depois, encontrou propósito liderando sua facção, construindo algo próprio…
Até que um dia ele “explodiu”.
Parecia que do nada, uma dor oculta havia sido liberada, décadas de ressentimento brotando como pus de uma ferida infectada.
Logo depois disso… veio aquele corvo.
Valdris nunca concordou em recorrer a poderes externos. Sua decisão de não adquirir bestas abissais para si mesmo, embora isso significasse mais poder, foi clara desde o início. Ele acreditava que seu senhor Kharzan, aquele garoto que ele havia aconselhado desde a infância, poderia alcançar grandes coisas por conta própria.
O princípio parecia tão importante para ele naquela época… manter a integridade, recusar o caminho fácil da corrupção, acreditar que o desenvolvimento natural era superior ao aprimoramento artificial.
Mas agora…
Vendo Selphira erguer aquela segunda lança, vendo o terror mal escondido nos olhos de Kharzan…
Valdris finalmente entendeu um pouco…
A atração da busca pelo poder…
Desde…
ELE DARIA QUALQUER COISA POR UM POUCO MAIS DE PODER AGORA.
O entendimento da fome por poder de seu senhor veio tarde demais para mudar suas decisões passadas.
Mas talvez ainda houvesse esperança…
Selphira direcionou sua nova arma para o pescoço exposto de Kharzan.
Valdris se moveu. A lâmina cortou tudo… sua armadura e seu torso em vez do pescoço de Kharzan.
Ele não chegou com a velocidade aprimorada de uma besta fundida. Nem com a força de décadas de treinamento. Apenas com o desespero de um velho que serviu à mesma família por mais de sessenta anos.
Gelo puro congelou instantaneamente um corpo dividido e um coração que havia batido com lealdade por décadas, e o parou instantaneamente.
“Valdris…” Kharzan sussurrou, sua voz multiplicada carregando uma emoção que a corrupção abissal não conseguiu esconder completamente.
Seus olhos se fecharam, mas não antes de ver algo extraordinário.
A morte de Valdris, o choque emocional, a pura raiva que percorreu Kharzan como um raio… tudo se combinou para quebrar as correntes de sua consciência e se entregar completamente à corrupção.
Com um rugido que combinava dor, fúria e algo mais profundo, Kharzan se libertou de sua prisão de cristal.
O gelo que o mantinha cativo se despedaçou como vidro, energia púrpura explodindo para fora em uma demonstração de poder que fez o chão tremer sob seus pés.
“VALDRIS!” Seu grito final não era o de um monstro abissal, mas de um homem que acabara de perder o último vestígio de sua humanidade.