Capítulo 412: Capítulo 412 – Guerra dos Domadores – Paredes Simbólicas (1/2)

“E os outros duplicados?” Ren pressionou, relutante em desistir completamente. “Eles levaram todos os líderes?”

“Arturo está relativamente disponível,” Wei admitiu, “mas ele não tem tanto contato direto comigo. E o papel dele é mais… logístico.”

Ren sentiu uma onda de frustração tomar conta dele. Ele havia planejado oferecer suas habilidades de fusão para os principais comandantes, mas se eles já estavam em combate ativo, a janela de oportunidade havia se fechado.

“Eu queria ativar todos que pudesse… os domadores sob a família real, assim como aqueles sob as famílias de Liora e Luna.”

Ele abriu sua mochila, remexendo em seus pertences até encontrar o que procurava.

“Além disso,” ele disse, removendo cuidadosamente um pequeno recipiente selado e sua adaga, “tenho algo que pode ser útil.”

Todos na sala se inclinaram para frente com curiosidade quando Ren levantou o recipiente, revelando o que parecia ser um molde dourado e esporos que brilhavam. A substância parecia pulsar com seu próprio ritmo, como um pequeno coração feito de luz.

“O que são esses?” Luna perguntou, seus estudos em identificação de materiais mágicos falhando novamente, como sempre acontecia diante de qualquer coisa relacionada a Ren.

“Esporos dourados que encontrei na floresta,” Ren explicou, sua voz assumindo o tom cuidadoso de alguém lidando com materiais perigosos. “Eles são perigosos se não forem manuseados corretamente, então não devem ser tocados, mas…”

Ele fez uma pausa, organizando seus pensamentos para facilitar a compreensão.

“Acho que podem ser usados ofensivamente contra forças inimigas. Especialmente se puderem ser dispersados em grandes quantidades.”

Wei se aproximou, sua mente acadêmica prevalecendo sobre qualquer outra consideração. A perspectiva de estudar algo novo sobrepôs sua cautela habitual.

“Você identificou suas propriedades específicas?”

“Eles se alimentam de energia vital e mana,” Ren respondeu. “Também se cancelam com qualquer coisa com poder abissal… então os abissais de Yino seriam particularmente vulneráveis a eles. E se reproduzem rapidamente quando encontram as condições certas.”

♢♢♢♢

Kharzan observou a muralha se erguer diante dele, uma linha de pedra e madeira que marcava a nova fronteira que seu exército estabelecera nas últimas semanas.

Era modesta pelos padrões dos domadores elementais de terra e madeira, mal alcançando cinco metros de altura, mas representava algo muito mais significativo: a linha de um novo e melhor território nascendo da terra de Yano.

O avanço da outra metade de seu exército de elite em direção à cidade ainda não se aproximara do abismo, embora isso pudesse parecer um caminho direto para alcançar a ponte. Em vez disso, ele escolhera a ‘hipotenusa’, uma diagonal que apontava diretamente para a ponte desde seu muro, inicialmente mantendo-se a cerca de 20 quilômetros abaixo da fronteira com o Muro do Abismo.

“Meu Senhor,” o General Valdris se aproximou, apontando para o horizonte com a satisfação de alguém trazendo boas notícias, “a parte superior do Muro do Abismo de Yano já pode ser vista…”

Kharzan seguiu a direção do gesto e pôde distinguir à distância a imponente estrutura que fora objeto de competição entre ambos os reinos por décadas.

A muralha era enorme, a sua própria era humilhada em comparação… uma barreira que se erguia em direção ao céu, projetada não apenas para conter incursões abissais, mas também para fornecer um ponto de observação estratégico.

“Qual é a altura atual?” Kharzan perguntou, embora já soubesse a resposta aproximada.

“Relatórios mais recentes indicam que eles já ultrapassaram 100 metros nas seções mais altas,” Valdris respondeu com a admiração e inveja comuns entre militares comparando ‘defesas’. “Nosso muro está… apenas começando.”

Foi uma comparação desnecessária, mas parecia que os homens tendiam a comparar tamanhos subconscientemente.

No entanto, havia uma competição verdadeiramente absurda, mas inevitável, não apenas com a nova muralha, mas entre Yino e Yano. Ambas as cidades competiam constantemente para ter a muralha mais alta, usando seus domadores de controle de terra e madeira em projetos de construção que haviam se tornado símbolos de orgulho nacional.

A altura não apenas proporcionava vantagens defensivas relativas contra algumas bestas, mas também servia para impedir que as cidades pudessem se observar diretamente do nível do solo.

O que significava que a maior parte da inteligência vinha de domadores voadores que respondiam diretamente aos governos.

Era uma vantagem que ele poderia explorar. Exploradores aéreos eram recursos limitados e valiosos… eles não podiam estar em todos os lugares ao mesmo tempo. E se Vítor e seu esquadrão estivessem ocupados na ponte…

“General, qual é a sua avaliação das tropas do abismo?”

Valdris consultou os mapas que carregava, traçando linhas com o dedo de maneira casual, como alguém que passou anos estudando movimentos de tropas.

“De acordo com nossa inteligência, vai levar muito tempo para eles recuperarem os quarenta mil soldados ao longo da muralha. A distribuição ao longo de mil quilômetros é problemática para eles.”

“Eu presumi isso.”

O diâmetro da cidade seria quase 500 quilômetros se contassem tudo com pouca densidade populacional, devido à forma relativamente oval e alongada do território. Mas o exército contra o abismo se estende por 1000 quilômetros, proporcionando espaço para postos avançados que avisam sobre incursões.

Os abissais costumam vir de muito mais longe do que simplesmente da borda imediata do território, então as defesas devem se estender correspondentemente. E apesar do fato de que grandes hordas acontecem em anos específicos, há algumas escaramuças muito pequenas ou monstros errantes de tempos em tempos, e mesmo no ano em que é esperado, a data não é exata.

Para impedir que monstros cheguem à cidade, Ouro e Starweaver controlaram grandes exércitos duzentos quilômetros da cidade onde interceptavam as ondas. Starweaver até colocou sua casa principal na linha de fogo como “compromisso com o povo”.

Kharzan sorriu ao pensar no cachorro que perdeu tanto ao se preocupar demais com sua imagem diante do povo… Pessoas de segunda classe e um Rei irresponsável e inútil, não menos.

Tempo era uma necessidade estratégica para mover tropas que estavam principalmente localizadas tão longe…

“Eles têm 20.000 soldados em um dos postos 200 quilômetros da cidade reforçando a frente de Starweaver. Isso deixa apenas entre 30 e 20 soldados por quilômetro,” Valdris continuou com entusiasmo crescente.

“…Com nossa jurisdição do outro terço da ponte vazia, mas vigiada, eles estão preenchendo para ‘nos controlar’ desde o ataque de Vítor, mas isso só torna a defesa mais espalhada… aquela nova rede de comando complexa com várias famílias interferindo no controle da muralha… torna sua burocracia muito lenta…”

“…Lenta o suficiente para nos dar uma vantagem temporária significativa,” Valdris sorriu com a satisfação de alguém que encontrou a fraqueza na armadura do inimigo.

Kharzan estudou o terreno que se estendia diante deles. Se ele pudesse empurrar e expandir sua nova fronteira sem parar com o apoio de todo o seu exército, certamente não teria problemas significativos.

E a entrada da ponte tinha uma seção de dois quilômetros sem uma muralha protetora, apenas o posto militar que certamente já havia sido mobilizado para apoiar as operações atuais de contenção…

“Caminho livre se marcharmos rapidamente,” ele murmurou para si mesmo, as peças do quebra-cabeça estratégico se encaixando.

“Meu Senhor?”

“Nada, General. Apenas confirmando que nosso cronograma está correto.”