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Capítulo 410: Capítulo 410 – Guerra dos Domadores – Saltadores das Sombras (2/2)
Após alguns minutos de viagem que pareciam simultaneamente eternos e instantâneos, eles finalmente emergiram das sombras em frente a uma estrutura familiar, mas imponente.
A jornada foi incomumente rápida, mesmo pelos padrões do pai dela.
O Castelo Ashenway ergueu-se diante deles como uma montanha de pedra e poder, suas torres alcançando o céu com a autoridade que apenas séculos de domínio incontestado podiam conceder. Luna já estivera aqui antes, mas sempre em circunstâncias mais cerimoniosas. Nunca em uma situação que claramente era uma emergência.
“Fique aqui,” Sirius ordenou, sua voz carregada de uma autoridade que não admitia questionamentos. “Alguns dos guardas mais confiáveis de Selphira irão vigiar você enquanto eu…”
Ele parou abruptamente, como se estivesse prestes a revelar mais informações do que considerava apropriado.
“Enquanto o pai faz o quê?” Luna perguntou, mas já sabia que não obteria uma resposta direta.
“Enquanto eu cuido de alguns assuntos,” Sirius terminou evasivamente. “É importante que você permaneça aqui.”
Um grupo de guardas se aproximou dos portões do castelo. Um homem mais velho com a postura ereta de um veterano militar e os padrões característicos de uma Serpente Negra manifestando-se sutilmente em sua pele avançou.
Luna imediatamente reconheceu a marca dos guardas pessoais de Selphira, soldados de elite cuja lealdade havia sido comprovada através de décadas de serviço.
“Senhor Tecelão de Estrelas,” o chefe dos guardas inclinou a cabeça respeitosamente. “Senhora Ashenway está… A situação é… urgente.”
Sirius assentiu, então virou-se para Luna uma última vez.
“Comporte-se,” ele disse simplesmente, mas havia algo em seus olhos… algo que dizia a Luna que isso era muito mais sério do que ela havia inicialmente imaginado.
“Pai…”
Mas já era tarde demais. Sirius desapareceu nas sombras junto com o guarda, deixando Luna na praça do castelo com os guardas restantes para escoltá-la e com mais perguntas do que respostas.
♢♢♢♢
“Por favor, siga-me, jovem senhorita,” disse outro dos guardas mais confiáveis de Selphira. Ele era ligeiramente mais jovem que o anterior, com a postura de alguém acostumado a proteger pessoas importantes. “Vou escoltá-la aos aposentos dos convidados.”
Enquanto caminhavam pelos elegantes corredores do Castelo Ashenway, Luna não pôde deixar de admirar a opulência discreta ao seu redor. As paredes estavam adornadas com tapeçarias que contavam a história de gerações de líderes Ashenway, e cristais de mana forneciam uma iluminação suave que fazia tudo parecer banhado por uma luz azul clara.
Muito semelhante ao que sua casa já fora, antes da onda desastrosa, das fraturas familiares e das pressões políticas terem cobrado seu preço.
Mas sua mente estava em outro lugar. A chegada repentina, a urgência de seu pai, a maneira como ela havia sido deixada aqui sem explicação…
Mas se alguém sabia de algo, era a “espiã estrela” do trio, Liora.
“Com licença,” Luna disse ao guarda enquanto subiam uma escada de mármore, “você sabe se Liora está disponível?”
O guarda parou, considerando a pergunta com a deliberação cuidadosa de alguém acostumado a lidar com situações sociais delicadas.
“A jovem Senhorita Liora deve estar em seus estudos neste horário, mas posso perguntar…”
“Gostaria de vê-la, se possível,” Luna interrompeu. A neta de Selphira tinha acesso a informações que a maioria das pessoas nem sabia que existia, e mais importante, ela gostava de compartilhá-las com ela.
“Claro, jovem senhorita. Deixe-me descobrir onde ela está.”
O guarda aproximou-se de um servo que passava pelo corredor, um homem mais velho carregando uma bandeja de chá. A conversa foi breve, mas Luna viu como o servo sorriu… não um sorriso educado, mas algo genuinamente divertido.
“De acordo com o pessoal,” o guarda relatou ao retornar, “a jovem Senhorita Liora está em um dos quartos de hóspedes na ala leste. Aparentemente, ela está… entretendo um visitante importante.”
Luna assentiu, embora algo no tom do guarda lhe parecesse estranho. Havia uma qualidade divertida em sua voz que não combinava com a situação.
A jornada para a ala leste os levou por corredores que Luna nunca havia visto antes. À medida que se aproximavam de seu destino, Luna percebeu que havia mais atividade do que o usual, o tipo de agitação que indicava que algo significativo estava acontecendo.
Mas foi quando chegaram perto dos aposentos dos convidados que Luna realmente percebeu algo estranho.
Havia um grupo de servos reunidos no corredor, obviamente cochichando entre si com o tipo de energia contida que sugeria que haviam testemunhado algo divertido. Quando viram Luna e seu escolta se aproximando, eles se dispersaram imediatamente, mas não antes de Luna perceber alguns olhares conhecedores e sorrisos mal contidos.
“O que foi isso?” Luna perguntou, genuinamente confusa com o comportamento dos servos.
“Não sei, jovem senhorita,” o guarda respondeu, embora sua própria expressão sugerisse que ele tinha pelo menos alguma ideia.
Eles pararam na frente de uma porta elegante. O guarda levantou a mão para bater, mas Luna o impediu.
“Espere,” ela disse, a curiosidade genuína superando qualquer consideração de protocolo.
O guarda não conseguiu conter o sorriso quando Luna pressionou o ouvido contra a porta.
Do outro lado, ela podia ouvir… algo. Vozes, definitivamente. Sons estranhos. O que parecia ser… alguém ofegante? Duas pessoas?
Luna imediatamente virou a maçaneta e empurrou a porta para dentro.
A cena que a recebeu a deixou completamente perplexa.
Ren e Liora estavam espalhados no chão do quarto, obviamente exaustos e desalinhados. Suas roupas estavam amassadas, seus cabelos bagunçados, e ambos tinham uma camada de suor que sugeria atividade física intensa.
Mas o que realmente chamou a atenção de Luna foi a posição deles…
Eles estavam um em cima do outro, seus corpos formando um X, a respiração claramente ofegante como se tivessem estado envolvidos em algum tipo de luta física prolongada.
A abertura repentina da porta fez com que ambos olhassem para ela instantaneamente.
O silêncio que se seguiu foi absoluto.
Luna piscou. Uma vez. Duas vezes. Seu cérebro lutava para processar exatamente o que estava vendo e como isso se encaixava em qualquer contexto razoável.
O guarda atrás dela fez um som que poderia ter sido uma tosse abafada.
O cérebro de Ren foi o primeiro a reagir. Seus olhos se abriram completamente ao perceber a posição em que estava por baixo de Liora, e seu rosto passou por uma variedade de expressões… de surpresa a algo que parecia pânico.
“Luna?” Sua voz saiu como um rouco. “O que… o que você está fazendo aqui?”
Liora, que estava debruçada com os olhos fechados e claramente tentando recuperar o fôlego, se endireitou de repente ao ouvir o nome de Luna. Seu ‘medo de tocar em Ren’ parecia ter retornado com vingança.
O movimento fez com que ambos se desenredassem de sua posição comprometedora, o que, paradoxalmente, apenas fez a situação parecer mais suspeita.
“Eu… nós…” Liora começou, seu rosto desenvolvendo um rubor que rivalizava com a cor de tomates maduros. “Isso não é o que parece.”
Luna olhou entre eles alternadamente, sua mente ainda processando. Durante a última meia hora, ela estava se preocupando com crises políticas, emergências militares e os motivos pelos quais seu pai tinha mostrado tanta urgência e preocupação…
“O que exatamente vocês estavam fazendo?” ela perguntou finalmente, sua voz cuidadosamente neutra.
Ren e Liora trocaram um olhar que falava volumes sobre pânico mútuo.
“É complicado,” Ren murmurou finalmente.
“Muito complicado,” Liora acrescentou rapidamente, acenando com a cabeça tão vigorosamente que seus cabelos bagunçados saltaram.
Luna levantou uma sobrancelha, uma expressão que ela aperfeiçoou após anos observando seu pai lidar com situações políticas delicadas. Era um olhar que transmitia ceticismo, paciência e a promessa de que eventualmente descobriria a verdade.
“Tenho tempo,” ela disse simplesmente, cruzando os braços em um gesto que a fazia parecer muito mais velha que seus onze anos. Se não fosse pelo movimento involuntário dos olhos…
Mas um ‘pequeno encrenqueiro’ que não se importava com o humor ou o lugar sussurrou algo para Ren, que estalou os dedos como se lembrasse de algo mais importante.
Ele se endireitou e olhou fixamente para Luna, sua expressão de repente se tornando intensamente focada.
“Esqueça isso, o mais importante…” Ele se aproximou dela com um propósito renovado, completamente alheio a como suas palavras poderiam soar no contexto. “Venha aqui, deixe-me tocar você.”
O silêncio que se seguiu foi tão completo que Luna tinha certeza de que podia ouvir seu próprio coração ecoando na sala.
Atrás dela, o guarda fez o que parecia ser um som suspeito de engasgo.
A sobrancelha de Luna subiu ainda mais, atingindo o que poderia ter sido uma altitude recorde para um ser humano.