O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 363
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Capítulo 363: Capítulo 363 – Domando Abrigo – 5
Wei queria continuar interrogando-o para encontrar alguma maneira de reduzir ou evitar o risco, mas a resolução no rosto de Ren era inabalável.
Reed observou seu filho, a tartaruga espelhando sua postura pensativa.
Quanto Ren tinha realmente mudado neste ano?
Ou ele sempre teve essa dureza, apenas esperando as circunstâncias para manifestá-la?
Fern ainda lutava para processar tudo que ocorreu nas últimas horas. A perda de seu lar, o ataque, a transformação em domadores de duplas… e agora seu filho, mal emergido da infância, estava planejando se aventurar na mortal floresta externa.
“Você tem certeza de que deve fazer isso?” ela perguntou, a voz traindo seu medo. “Já perdemos tanto hoje…”
Ren pegou as mãos da mãe entre as suas. Seu toque era gentil, mas firme, o contraste entre suas mãos de tamanho infantil e sua resolução adulta tornando o momento mais pungente.
“Mas eu me certifiquei de que você ganhou muito mais, não é? Confie em mim. Não sou mais a criança assustada que fugiu há um ano. Agora não é uma decisão desesperada, agora eu tenho o poder de me proteger.”
Fern procurava nos olhos do filho algum traço da criança que ela lembrava, mas o que encontrou foi uma determinação que ia além de seus anos.
“Você se tornou tão forte,” ela murmurou, tanto orgulho quanto tristeza em sua voz. “Tão diferente…” Seu polegar desenhou pequenos círculos na mão dele, um gesto materno que parecia ao mesmo tempo familiar e de alguma forma deslocado agora.
“Ainda sou eu,” Ren respondeu com um sorriso que finalmente mostrou algo de sua antiga inocência, a expressão momentaneamente transformando-o de volta no menino que eles lembravam. “Eu só… sei um pouco mais.”
Reed observava a troca em silêncio, sua mente processando uma realidade inquietante: seu filho não precisava mais de sua proteção. Pelo contrário, agora Ren era quem os protegia.
A inversão de papéis era tão natural quanto dolorosa, uma evolução necessária que, no entanto, carregava a picada da obsolescência.
Enquanto Ren voltava ao trabalho de escavar, Reed e Fern trocaram olhares.
Suas vidas mudaram irrevogavelmente, mas o que mais os desconcertava era o quão facilmente aceitaram tudo isso. Seria um efeito dos dons? Ou simplesmente a consequência natural de ver seu filho transformado em alguém tão forte e maduro?
Não, não eram os dons. Era a compreensão de que seu mundo tinha mudado, e eles precisavam mudar com ele ou ficariam para trás.
“Precisamos ser fortes por ele,” Fern sussurrou para seu marido. “Ele fez tudo isso por nós.” Seus olhos refletiram a determinação de enfrentar esse novo desafio.
Reed assentiu, sua mão encontrando a dela, seus dedos entrelaçando-se como incontáveis vezes ao longo de décadas de luta compartilhada. “Não podemos mais protegê-lo como antes. Mas podemos apoiá-lo.”
O buraco estava quase terminado quando um som… Passos. Muitos passos, se aproximando da casa de Chen. O ritmo distante trazia a cadência inconfundível de disciplina militar.
“Mais patrulhas,” Yang sussurrou, sua percepção ampliada de vibrações na terra capturando o que os outros estavam apenas começando a perceber. “E mais do que antes.”
Wei olhou cautelosamente através de uma pequena fresta na parede. “Pelo menos uma dúzia. E eles parecem mais… metódicos desta vez.”
“O buraco,” Ren indicou com urgência, sua voz baixando para um sussurro tenso. “Todos para dentro. Agora.”
Não havia tempo para discutir. Reed e Fern foram os primeiros a descer, gentilmente empurrados por Ren, seguidos por Wei e Lin. Ren e Yang baixaram os corpos inconscientes dos patrulheiros, depois se juntaram ao grupo.
A terra se fechou sobre eles, não deixando nenhum contorno para marcar onde a abertura havia estado.
♢♢♢♢
Os passos da patrulha ressoavam pela casa de Chen, o andar medido criando um ritmo de perigo iminente. O comandante, um homem corpulento com manchas de Leopardo Troll brilhando em sua pele, olhava fixamente para o velho.
“Sei que você está escondendo algo, velho,” ele rosnou, aproximando-se até que Chen pudesse sentir seu hálito, uma mistura de tabaco adormecido e o sangue fresco em seu nariz. “Ninguém nesta área vive completamente desconectado do que acontece.” Seus olhos se estreitaram.
Chen manteve sua expressão neutra, suas mãos pacientemente cruzadas à sua frente. “Somos apenas uma família simples, comandante. Não nos envolvemos em problemas.” Sua voz carregava a nota certa de deferência.
“O ataque aconteceu a menos de dois quilômetros daqui,” o comandante insistiu. “Três dos meus melhores homens. Um morto, dois desaparecidos.”
Ele pausou, avaliando a reação do velho, buscando qualquer sinal indício de engano. Então, seu tom mudou para algo quase amigável, a mudança mais ameaçadora por sua artificialidade.
“Sabe, o governo de Goldcrest é generoso com aqueles que colaboram,” ele continuou, puxando uma pequena sacola que tilintava de forma promissora. Ele a deixou pender entre eles, o som de cristais batendo uns nos outros criando uma melodia sedutora. “Dez mil cristais por informação. Cem mil se ajudar a capturar os responsáveis.”
Chen olhou para a sacola, que lhe daria o equivalente a alguns anos de subsistência para uma família nos arredores. Seus olhos mostraram um lampejo de consideração, apenas por um instante… uma exibição calculada para manter a credibilidade.
“Sinto muito, comandante,” ele finalmente respondeu, sua voz carregando o arrependimento apropriado. “Não posso ajudar a encontrar o que não vi.”
O comandante bufou de irritação. “Procure em toda a propriedade,” ele ordenou a seus homens, sua frustração evidente no gesto brusco que acompanhou a ordem. “Cada canto.”
Enquanto os patrulheiros vasculhavam a casa, Tao e Li observavam de um corredor lateral. Aos onze anos, os netos de Chen haviam desenvolvido um senso de quando ficar fora do caminho dos adultos, especialmente das autoridades.
“Você acha que eles estão procurando por Ren?” Tao sussurrou, lembrando-se de ter visto seu amigo antes que os adultos os mandassem para a cama.
“Talvez,” Li respondeu, os olhos arregalados enquanto assistia os patrulheiros virarem móveis e revistarem armários. “Ouvi dizer que ele é importante na cidade agora. Estuda naquela escola para gente rica.”
Havia uma nota de admiração em sua voz, ainda tentando reconciliar essa nova imagem com o Ren com quem eles costumavam brincar.
“Procure no depósito também,” o comandante ordenou, apontando para a estrutura nos fundos.
As crianças trocaram olhares. O depósito era seu local de brincadeiras favorito. Eles conheciam cada canto, cada esconderijo possível, cada tábua solta e viga rangente. Se alguém estivesse escondido lá…
A patrulha vasculhou metodicamente o depósito, jogando sacos e movendo pilhas de lenha. Partículas de poeira dançavam na luz inclinada da tarde enquanto trabalhavam, ocasionalmente pontuadas pelo estalo de madeira se partindo ou o baque de objetos pesados sendo virados.
Finalmente, o comandante pareceu convencido de que não havia nada suspeito. Sua frustração era evidente no aperto em torno de seus olhos e na maneira como suas manchas de leopardo haviam diminuído para um brilho lúgubre.
“Fiquem alertas,” ele avisou a Chen antes de partir, seu dedo atingindo o ar entre eles para dar ênfase. “E lembre-se, a oferta permanece aberta. Esses cristais poderiam ajudar muito uma família como a sua.” A ameaça sob a oferta era velada, a implicação clara.
Quando a patrulha finalmente se afastou, as crianças aguardaram vários minutos antes de se esgueirarem em direção ao depósito. A curiosidade ardia intensamente demais para ser ignorada, suas mentes jovens cheias de perguntas sobre o velho amigo e os eventos misteriosos que se desenrolavam ao redor deles.
“Você acha que ele está realmente ainda escondido aqui?” Li perguntou, abrindo a porta do depósito com cautela exagerada. As dobradiças rangiam suavemente, o som anormalmente alto no silêncio tenso.
“Eu não sei, eles procuraram por um bom tempo,” Tao respondeu, seus olhos varrendo o interior em busca de qualquer sinal de distúrbio além da destruição da patrulha.
O interior estava uma bagunça, com sacos de grãos rasgados e pilhas de lenha espalhadas por toda parte. As crianças avançaram cautelosamente, inspecionando cada canto.
“Não há ninguém aqui,” Li declarou após uma busca superficial, desapontamento evidente nos ombros caídos. “Eu te disse que ele não estaria aqui, devem ter saído antes.”
“Mas eu vi o avô trazê-los, e eles não queriam ser vistos fora,” Tao insistiu, empurrando uma pilha maior de palha. “Eles têm que estar em algum lugar.”
Eles continuaram explorando, movendo detritos e verificando atrás das pilhas maiores. Li caminhava diretamente sobre o centro do depósito quando sentiu algo agarrar seu tornozelo.
O menino congelou, a cor esvaindo-se de seu rosto. Sua boca se abriu para gritar, mas antes que ele pudesse fazer qualquer som, o chão sob ele se abriu e o engoliu. Uma mão surgiu para cobrir sua boca, abafando qualquer possível grito.