O Mais Fraco Domador de Bestas Consegue Todos os Dragões SSS - Capítulo 358
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Capítulo 358: Capítulo 358 – Domando Consequências
Reed e Fern haviam vivido o suficiente para entender as realidades de seu mundo.
A morte não era algo abstrato ou distante; era parte do ciclo de vida que todos eventualmente enfrentariam. Cada cidadão cumpria sua obrigação militar, todos matavam quando o reino exigia. Não era uma questão de moralidade, mas de sobrevivência.
Mas ver seu filho de apenas onze anos em pé sobre um cadáver, sangue pingando de suas garras… isso era diferente.
O cheiro metálico encheu as narinas de Ren. A textura pegajosa em suas mãos, o calor ainda emanando do corpo, a forma como os olhos do homem olhavam sem ver… tudo era muito real, muito imediato.
Seu estômago se revoltou violentamente.
Quando matou Harold com o raio de luz, foi distante, quase impessoal. Um flash de energia e então nada. Isso… isso era íntimo, visceral, inegável. Ele ainda podia sentir a resistência da carne cedendo sob suas garras, a vibração sutil quando o osso se quebrava.
Ren caiu de joelhos e vomitou, seu estômago se contraindo com força enquanto expulsava tudo que havia comido naquele dia.
Mas ele não chorou. Limpou a boca com as costas da mão, sujando-se ainda mais com o sangue do patrulheiro, e se levantou. Suas pernas tremiam, mas sua postura estava ereta. Os cogumelos em seu cabelo piscavam erraticamente, traindo a agitação interior.
“Eu tive que fazer isso,” ele disse, mais para si mesmo do que para seus pais. “Eles iam… ele ia…”
Reed observou o vômito no chão, depois seu filho tentando desesperadamente manter a compostura. Ele suspirou profundamente, o som carregado com o peso de um pai vendo seu filho crescer rápido demais. As linhas em seu rosto pareciam se aprofundar, a idade se exibindo através da preocupação.
“Você ainda é nosso garoto,” Reed disse suavemente, sua voz quebrando ligeiramente.
Fern assentiu, lágrimas escorrendo livremente por suas bochechas. “Não importa o que você tenha vivido, as coisas adultas que teve que fazer… você sempre será nosso filho.”
As palavras carregavam anos de amor e proteção que não podiam proteger seu filho deste momento.
Reed deu um passo à frente, ignorando a dor de seus próprios ferimentos. Cada movimento enviava nova agonia por suas costas laceradas, mas o amor parental superava o sofrimento físico.
“Estou grato por você poder proteger sua mãe quando eu não pude,” sua voz era firme mas gentil. “Eu nunca desejaria ver você perder sua inocência tão cedo. Não por nossa causa.”
Foi então que Ren finalmente se quebrou.
Ele olhou para o corpo do patrulheiro, o sangue formando uma piscina escura na terra. Suas mãos, suas próprias mãos, haviam feito aquilo.
As lágrimas começaram a cair, primeiro lentas, depois em torrentes incontroláveis. Seu corpo tremia enquanto soluços convulsivos escapavam de sua garganta.
Fern correu até ele, ignorando a dor e o cheiro da morte, envolvendo seu filho em um abraço feroz. Ela não se importava que ele estivesse coberto de sangue, que tivesse acabado de matar um homem. Ele era seu filho, seu bebê, e estava sofrendo.
Suas lágrimas se misturavam às dele enquanto ela o segurava perto. “Está tudo bem, meu amor,” ela sussurrou contra seus cabelos, sentindo os pequenos cogumelos pulsarem contra sua bochecha. Eles brilhavam tenuemente, respondendo ao estado emocional de seu hospedeiro. “Está tudo bem chorar. Está tudo bem se sentir mal.”
Reed juntou-se ao abraço, seus braços feridos mas fortes envolvendo sua família. “Você fez o que tinha que fazer,” ele murmurou. “Mas isso não significa que você tem que carregar o peso sozinho.”
Eles permaneceram assim por vários minutos, uma família unida em meio ao caos. O fogo de sua casa, quase extinto, continuava crepitando à distância, o corpo do patrulheiro jazia imóvel a seus pés, mas naquele momento, nada mais importava.
“Com licença,” uma voz trêmula interrompeu o momento.
Um homem idoso se aproximou cautelosamente, apoiado em uma bengala. Ele era um dos vizinhos deles, alguém que Ren vagamente se lembrava de suas poucas visitas às casas dos amigos locais. Seu rosto envelhecido mostrava tanto medo quanto determinação.
“Eu vi tudo,” disse o velho, seu olhar movendo-se nervosamente entre eles e os corpos dos patrulheiros. “Não vamos dizer nada quando eles vierem perguntar. Estas… estas bestas têm aterrorizado a fronteira e o bairro há meses.” Sua voz tornou-se mais forte enquanto falava, a raiva justa substituindo o medo.
Outros vizinhos começaram a emergir das sombras, seus rostos mostrando tanto medo quanto gratidão. Alguns assentiram em concordância, outros ofereceram apoio silencioso com sua presença.
“Minha casa fica a duas longas ruas daqui,” continuou o idoso. “Não é muito, mas você tem um teto para abrigo. E minha esposa é uma elemental da água, ela pode tratar esses ferimentos.” Seus olhos pousaram nas costas ensanguentadas de Reed com preocupação.
Reed olhou para o homem, reconhecimento e gratidão cruzando seu rosto. “Sr. Chen… não sei o que dizer.”
O idoso acenou com a mão, dispensando. “Somos vizinhos. E nestes tempos… vizinhos devem cuidar uns dos outros.” A declaração simples carregava um significado profundo em sua cidade dividida.
Yang e Lin se aproximaram. “Devemos nos mover,” Yang sugeriu. “Embora estejamos longe da zona de fronteira, eventualmente alguém virá investigar.”
“O velho Chen está certo,” Lin acrescentou, avaliando os ferimentos de Reed. “Você precisa de alguma cura e descanso antes de decidir o que fazer a seguir.”
“Wei e eu vamos enterrar o corpo e trazer os patrulheiros desacordados em um momento,” Yang anunciou, usando seu Beemote de Pedra para começar a cavar.
Ren separou-se do abraço, enxugando as lágrimas com força. Seus olhos ainda estavam vermelhos, mas havia uma nova resolução neles. Não era o olhar de um adulto, mas também não era o de uma criança completamente inocente.
“A casa…” Fern murmurou, sua voz mal audível sobre o crepitar das últimas chamas. “Tudo está perdido. As memórias, os anos vividos…” Ela pausou, seus olhos se umedecendo. “O jantar que preparei para Ren. Seu ensopado favorito.”
Reed colocou uma mão reconfortante em seu ombro, e Ren deu um passo em sua direção, mostrando preocupação em seus rostos.
Fern os viu, endireitou os ombros, respirou profundamente e enxugou suas lágrimas com determinação. “Não,” ela disse firmemente. “O que importa é que minha família está bem. Casas podem ser reconstruídas. Memórias vivem em nós, não em paredes.”
“Mas nem tudo está perdido, devemos recuperar isto…” Reed murmurou, aproximando-se do corpo de um patrulheiro. Ele se agachou ao lado do domador de Lagarto de Fogo e pegou os cristais processados do ritual. A pequena bolsa parecia pesada com mais do que apenas seu peso físico, representava sua dedicação à promessa de seu filho.
Wei movia-se pela cena, avaliando a situação com um olhar crítico. Suas mãos traçavam pequenos padrões no ar, usando técnicas simples de mana para dispersar pegadas e evidências.
“Eu não entendo,” ele murmurou enquanto trabalhava. “As cartas de Ren sempre mencionavam que esta área era tranquila. Você garantiu que tudo estava normal…”