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Capítulo 335: Capítulo 335 – Domando Frustrações – 5
“Vocês quatro! O que estão fazendo fora de seus quartos a esta hora?”
A voz de Lin ressoou pelo corredor enquanto ela apontava acusadoramente para um grupo de estudantes que havia se aventurado a investigar a fonte da perturbação de energia. Os rapazes, de outra seção da ala cinza, recuaram sob a intensidade do olhar dela.
“P-Professor Lin,” um deles gaguejou, “nós só queríamos ver o que estava acontecendo. Sentimos aquela energia estranha e…”
“Silêncio!” Lin o interrompeu. “Os estudantes devem permanecer em seus quartos pela sua própria segurança, entrem agora!”
Enquanto Lin continuava sua repreensão, Min se aproximou discretamente de Ren, colocando uma mão em seu ombro.
“É agora ou nunca,” ele sussurrou, ativando seu anfíbio aquático. “Empresta sua invisibilidade.”
Ren sentiu a criatura translúcida se separar de Min e aderir ao seu ombro, estendendo seu efeito sobre ele. Seu corpo começou a desaparecer, gradualmente tornando-se transparente. A sensação era peculiar, como estar imerso em água fresca que de alguma forma passava através de sua pele em vez de ao redor dela.
Liu se posicionou estrategicamente atrás de Lin, combinando com seu morcego e fazendo um gesto sutil com as mãos. O som ao redor de Ren parecia sumir, abafando qualquer ruído que ele pudesse fazer.
Taro, entendendo o plano sem precisar de palavras, avançou deliberadamente em direção a Lin.
Mas Lin percebeu os passos de Taro e se virou, estreitando os olhos suspeitosamente…
“…E… onde está Ren?”
Taro desviou o olhar e começou a suar. “Ele precisou de um momento. No banheiro. Disse que voltaria logo.”
Enquanto Lin dividia sua atenção entre Taro e os estudantes problemáticos, Ren já havia aproveitado para escapar pela janela, movendo-se com o máximo cuidado. Graças à invisibilidade de Min e à supressão de som de Liu, ele conseguiu alcançar o parapeito da janela sem ser detectado. O ar fresco da noite roçou contra sua forma invisível, uma sensação estranha quando ele não conseguia ver seu próprio corpo.
‘Desculpe, Lin,’ ele pensou ao pular para o exterior. ‘Mas eu preciso recuperar minha besta travessa.’
Do pátio, ainda invisível graças ao anfíbio emprestado, ele pôde ouvir a exclaminação furiosa de Lin quando finalmente percebeu que havia sido enganada, prometendo uma retribuição que fez Ren se encolher em simpatia por seus amigos.
“Vou lembrar do sacrifício de vocês, pessoal,” Ren murmurou para si mesmo enquanto se afastava apressadamente. “Assim que encontrar meu fungo vou pagar vocês integralmente…”
No entanto, a tarefa se mostrou mais complicada do que ele havia antecipado. A ausência de sua besta principal o privou de grande parte de sua percepção aprimorada. Ele se sentia parcialmente cego, tentando navegar em um mundo que subitamente parecia mais opaco e confuso.
Ren tentou estabelecer contato através do vínculo de mana que compartilhava com seu fungo, uma conexão que normalmente permitia a um domador sincronizar-se mesmo à distância. Mas, por algum motivo, a conexão parecia bloqueada, como se sua pequena besta estivesse deliberadamente ignorando suas chamadas com imensa força.
Ren se sentia como se estivesse tentando puxar uma árvore gigante com raízes de centenas de quilômetros de comprimento.
“O que aconteceu com você de repente?” ele murmurou preocupado enquanto se movia cautelosamente entre arbustos e árvores, evitando os professores e auxiliares que patrulhavam os terrenos, devolvendo os estudantes curiosos aos seus dormitórios.
A invisibilidade emprestada do anfíbio de Min lhe dava uma vantagem significativa, permitindo que passasse despercebido mesmo quando quase se deparou com um grupo de professores discutindo em voz baixa perto do edifício. Seus tons abafados carregavam fragmentos de preocupação sobre “demandas de Goldcrest” e “potencial conflito.”
Contornando uma cerca viva particularmente densa, Ren ouviu vozes familiares. Jin e Kai estavam sendo escoltados de volta ao dormitório por um professor auxiliar visivelmente irritado.
“… comportamento inaceitável,” o professor estava dizendo. “Especialmente durante uma situação sensível como esta.”
“Só queríamos ver o que estava acontecendo,” Jin protestou com sua arrogância habitual, embora consideravelmente diminuída diante da autoridade. “Como se supõe que vamos aprender se nos mantêm afastados de tudo que é interessante?”
Ren se agachou atrás de alguns arbustos, esperando que eles passassem. Foi então que ele notou outra figura movendo-se furtivamente vários metros atrás do grupo. Era Han, que vinha seguindo seus colegas de quarto a uma distância prudente e os usava como isca. Seus movimentos eram precisos, rápidos, nada como o passeio casual de um estudante curioso.
Enquanto o professor continuava a repreender Jin e Kai, Han de repente parou. Sua cabeça se virou, como se ele tivesse percebido algo, e para surpresa de Ren, olhou diretamente para os arbustos onde ele estava escondido.
Com movimentos rápidos e naturais, assim que o professor e os outros desapareceram de vista, Han se aproximou dos arbustos, sua postura alerta mas externamente casual.
“Ren,” ele sussurrou, tão baixo que era quase inaudível. “Eu sei que você está por aqui.”
Ren permaneceu imóvel, impressionado com a habilidade perceptiva de Han. Apesar da invisibilidade, de alguma forma ele havia detectado sua presença.
Cuidadosamente, Ren se aproximou de Han, o anfíbio ainda preso ao seu ombro, mantendo sua invisibilidade.
“Não faça barulho,” Ren sussurrou perto do ouvido de Han, que deu um leve sobressalto apesar de ter sido o único a iniciar o contato.
“Ren?” Han virou a cabeça, seus olhos buscando o ar vazio. “É você, certo?”
“Sim,” Ren confirmou em um sussurro quase inaudível. “Estou usando a invisibilidade de Min.”
Han acenou com a cabeça, mantendo uma expressão neutra. Seus olhos continuaram a examinar a área, a vigilância treinada de alguém acostumado à espionagem.
“É perigoso estar aqui,” Han advertiu em voz baixa. “O que está acontecendo não é algo que você deveria explorar como sempre faz. Você deveria voltar para seu quarto.”
“Agradeço sua preocupação,” Ren respondeu. “Mas não estou aqui por curiosidade. Meu fungo escapou.”
Han piscou, genuinamente surpreso. Por um momento, sua compostura cuidadosamente mantida escorregou. “Seu fungo? Escapou? Como isso é possível?”
“Eu não sei,” Ren admitiu, frustração evidente em sua voz sussurrada. “Ele fez algo assim uma vez antes, mas eu não consigo controlá-lo… Estávamos no quarto, sentimos aquelas ondas de poder, e de repente ele pulou pela janela e saiu correndo.”
Han franziu a testa, processando a informação. Algo sobre isso não se alinhava com seu entendimento do comportamento das bestas. “Mas nada vai acontecer, certo? As bestas sempre voltam, você deveria voltar para seu quarto e…”
“Han,” Ren sussurrou, “se é tão perigoso estar lá fora, por que você está aqui?”
Um silêncio tenso seguiu a pergunta.
Han hesitou, claramente desconfortável. As palavras de advertência na última carta que ele recebeu ressoavam em sua mente, junto com a ameaça implícita contra sua irmã se seus relatórios continuassem a ser “inúteis.” Seu treinamento o instava à cautela, silêncio, desvio… mas algo mais empurrava contra esses instintos.
Vendo que Han não estava respondendo, Ren decidiu pressionar um pouco mais.
“Eu entendo se você tiver seus próprios motivos,” ele disse suavemente. “Eu tenho os meus também.”
Quando Ren fez um movimento para continuar avançando, Han estendeu o braço, bloqueando o caminho, embora ele não pudesse ver exatamente onde seu amigo invisível estava.
“Espere, por favor,” Han pediu, sua voz mal audível. O esforço da indecisão era evidente na linha apertada de sua boca.
Ele considerou usar seu fio de aranha para detê-lo, mas sabia que Ren era excepcionalmente ágil e rápido. Embora naquele momento Ren enfrentasse dificuldades perceptivas sem seu fungo como a principal besta em seu corpo e provavelmente não conseguisse detectar seus fios invisíveis, Han não sabia disso.
Após um momento de indecisão interna, Han tomou uma decisão que nunca teria considerado possível semanas atrás.
“Eu consigo sentir energia abissal,” ele confessou, escolhendo cuidadosamente suas palavras. “O que está acontecendo agora… parece que os Goldcrests estão se preparando para um confronto com as principais famílias de Yano. A probabilidade de conflito é…” ele pausou, “alta.”
“Como você sabe disso?” Ren perguntou, fingindo ignorância, embora ele realmente tivesse percebido a mesma situação graças a seu fungo antes de ele escapar.
“É uma habilidade da minha aranha,” Han respondeu automaticamente, adicionando habilmente a mentira à verdade.
Houve um silêncio carregado de tensão.
“Se você vai me contar mentiras,” Ren disse com surpreendente frieza, “prefiro que não me diga nada. Eu vou continuar sozinho.”
Han sentiu como se um punho invisível estivesse apertando seu peito. Ren sabia algo, ou pelo menos suspeitava o suficiente para detectar sua falsidade. Indecisão o paralisou momentaneamente.
Todo seu treinamento como agente gritava para ele manter sua cobertura, inventar outra explicação mais credível. Mas algo mais profundo, algo que começou a mudar desde que ele conheceu Ren e os outros, desde que ele ficou na frente para salvar… para protegê-lo, instigou Han a fazer o impensável.
“Espere,” ele chamou novamente, talvez tomando a decisão mais importante de sua vida. “Eu vou confiar em você…”
E, para sua própria surpresa, Han se curvou até que sua testa tocou o chão, um gesto de humildade absoluta.
“Sou um espião,” ele confessou, sua voz quase um sussurro. “De Yino. Minha irmã está sendo mantida lá como garantia de minha lealdade. Se eu não cumprir minhas tarefas, ela sofreria as consequências.”
Ren permaneceu em silêncio, permitindo que Han continuasse.
“Você é especial, Ren,” Han continuou, ainda com a testa no chão. “Eu sei disso há algum tempo. E eu sei que você tem o terceiro anel.”
Essas últimas palavras fizeram Ren ficar tenso.
“Você não deve se aproximar do patriarca Goldcrest,” Han advertiu urgentemente. “Se eles de alguma forma descobrirem que o anel está com você, perceberiam que nem o Rei nem as famílias mais poderosas o têm em mãos. Essa revelação poderia desencadear uma guerra, pois eliminaria uma das principais incertezas sobre o equilíbrio de poder entre Yano e Yino.”
“Como você sabe tanto sobre o anel e política?” Ren perguntou, genuinamente surpreso. “Eu nem sei exatamente o que este… Terceiro anel? É exatamente.”