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- Capítulo 282 - 282 Capítulo 282 - Domesticando Promessas nas Sombras 282
282: Capítulo 282 – Domesticando Promessas nas Sombras 282: Capítulo 282 – Domesticando Promessas nas Sombras “””
“A evacuação começou pouco depois do último ataque à academia.”
Lin franziu a testa, processando essa informação. “Você acha que tem algo a ver com o que eles estavam procurando aqui?”
“É possível,” respondeu Zhao. “Júlio suspeita que eles encontraram pistas… ou não encontraram o que esperavam e mudaram de estratégia. Eu acredito que o que Selphira presume pode ser parte dessa percepção.”
Ele se levantou, esticando discretamente os músculos tensos das costas. “De qualquer forma, com os Goldcrests investigando esse mistério, não vão parar para sempre. Eu preciso partir ao amanhecer. O Rei deve retornar, e com a situação atual, qualquer percepção de que o Rei se movimentou será crucial para eles pensarem que ganhamos vantagem.”
Lin também se levantou, estudando seu colega com preocupação mal disfarçada. “Cuide-se, Zhao. E fique atento.”
“Eu sempre fico,” ele respondeu com um sorriso. “Além disso, tenho um novo truque na manga graças ao nosso jovem gênio, possível guardião ladrão de artefatos.”
Enquanto Zhao se afastava, Lin continuou contemplando no campo de treinamento. Algo nessa situação inteira parecia estranhamente conectado pelo tempo. A retirada de Yino, os poderes desproporcionais de Ren, os movimentos políticos das famílias nobres…
Tudo eram peças de um quebra-cabeça maior que se recusava a tomar forma, seus contornos finais ainda permaneciam nas sombras.
♢♢♢♢
O quarto de Klein estava mergulhado na escuridão. Ele se recusara a acender as luzes ao voltar da arena, preferindo as sombras para esconder a humilhação gravada em seu rosto. Ele nem mesmo havia permitido que Astor e Feng o acompanhassem… sua lealdade era valiosa, mas hoje ele precisava de silêncio e solidão.
Ou pelo menos era o que ele havia pensado.
O som suave da porta sendo aberta não o surpreendeu. Ele sabia quem era sem precisar se virar. O cheiro característico de terra profunda que sempre acompanhava seu irmão mais velho filtrou-se no quarto, precedendo a presença física de Kassian.
Klein permaneceu imóvel, sentado na borda da cama, encarando fixamente a parede. Ele esperava, quase com resignação, pela tempestade de palavras cortantes que sem dúvida se aproximava.
Mas o silêncio se prolongou.
Um minuto inteiro passou sem que nenhum dos dois dissesse qualquer coisa. O único som no quarto era a respiração cada vez mais alterada de Klein. Esperar pela punição verbal provava ser mais agonizante do que a punição em si.
Ele havia enviado Astor e Feng para longe para que não testemunhassem a humilhação… mas agora estava arrependido disso.
Finalmente, incapaz de suportar a tensão por mais tempo, Klein virou-se para encarar seu irmão.
O que viu deixou-o congelado. Não era a raiva fria à qual estava acostumado. Não era o desprezo calculado que Kassian habitualmente demonstrava.
Era pura, absoluta e crua decepção.
Kassian Goldcrest, herdeiro de uma das famílias mais poderosas de Yano, observava seu irmão mais novo como se estivesse contemplando algo irremediavelmente quebrado, algo que não valia mais a pena consertar.
Klein instintivamente recuou, ainda esperando o ataque verbal que nunca veio. O silêncio e aquele olhar eram piores do que qualquer palavra que Kassian já havia usado antes. Klein, por um segundo, viu seu pai nele…
A ansiedade cresceu em seu peito, uma sensação opressiva que ameaçava sufocá-lo. Sua respiração acelerou, rasa e insuficiente. O leão dentro dele reagiu ao seu sofrimento, manifestando-se parcialmente, garras emergindo de seus dedos, e um leve brilho dourado tingindo sua pele.
Klein apertou os punhos tão forte que suas garras afundaram em suas palmas.
E quando parecia que o silêncio era a pior coisa do mundo… Kassian falou.
“Acabou,” ele finalmente disse, sua voz fria e distante como se estivesse falando com um estranho. “Nós não precisamos mais de você.”
As palavras atingiram Klein mais forte do que o soco de Ren que o derrubara naquele dia.
“Esqueça que pai irá falar com você novamente,” Kassian continuou, cada sílaba perfeitamente articulada para maximizar o dano. “Nunca mais.”
Klein caiu de joelhos, como se suas pernas não pudessem mais suportar o peso dessas palavras. A menção a seu pai trouxe consigo a memória do dia em que a atenção familiar havia desaparecido.
Não foi gradual. Um dia, simplesmente, seu pai parou de falar diretamente com ele. Suas perguntas ficaram sem resposta. Suas conquistas, sem reconhecimento. Como se ele tivesse deixado de existir para o patriarca dos Goldcrest.
A memória parecia ácido corroendo sua mente. Inconscientemente, Klein cravou suas garras manifestadas em suas próprias coxas, perfurando o tecido de seu uniforme. Ele deveria ter sentido dor, mas seu corpo estava entorpecido, desconectado.
Kassian observou a autolesão com uma expressão calculada. Seus olhos registraram o sangue começando a manchar as calças de seu irmão, e algo mudou em seu rosto. Um sorriso quase imperceptível curvou seus lábios por um instante antes de ser substituído por um suspiro elaborado e compassivo.
“No entanto…” ele disse, estrategicamente pausando para capturar a atenção desesperada de Klein, “talvez exista um jeito.”
Klein levantou o olhar, seus olhos cheios de lágrimas refletindo um lampejo de esperança tão cru e nu que era quase doloroso de testemunhar.
“Eu vou ajudá-lo a eliminar o garoto cogumelo,” Kassian declarou, sua voz adotando um tom conspiratório. “Para que a questão da honra do primeiro lugar se torne irrelevante antes das competições inter-escolares.”
Ele se aproximou, ajoelhando-se para ficar no nível de seu irmão mais novo. Este gesto, que poderia parecer fraternal para um observador desavisado, tinha a precisão maligna de alguém manipulando perfeitamente as cordas de um fantoche quebrado.
“Mas você deve continuar obtendo uma boa pontuação,” ele continuou, endurecendo levemente o tom. “E, se possível, você ou seus aliados devem derrotá-lo nas fases iniciais da competição… Certifique-se de que consigam, custe o que custar.”
Klein assentiu freneticamente, agarrando-se a cada palavra como um sobrevivente de naufrágio aos destroços.
“Seus animais são Bronze,” Kassian apontou, colocando uma mão no ombro do irmão. “O dele ainda é Ferro, não importa o quanto ele tenha se tornado um duplo. Você não deve ser derrotado se não deixar-se superar pelos truques dele.”
Ele abaixou a voz, embora estivessem sozinhos no quarto. “Eu cuidarei de analisar a vida do plebeu e preparar seu… infeliz acidente depois.”
A promessa pairou no ar entre eles, sombria e tangível. Klein sabia exatamente o que ela significava.
“Você promete?” ele perguntou com uma voz quase inaudível, consciente do quão patético soava mesmo enquanto as palavras saíam de seus lábios.
Kassian sorriu, e por um breve instante, Klein vislumbrou algo naquele sorriso que deveria tê-lo alarmado. Algo predatório, algo que transcendia a simples ambição de honra familiar e adentrava territórios mais perigosos.
Mas o desespero obscurece o julgamento, e Klein escolheu não ver o que complicaria sua frágil esperança.
“Eu prometo,” Kassian respondeu, sua voz adquirindo uma calorosidade que nunca alcançava seus olhos. “Somos Goldcrests, afinal… Família.”
Ele se levantou com a elegância felina característica de sua família, alisando imperceptíveis dobras em seu uniforme impecável.
“Beba isto e descanse, irmãozinho,” ele disse, dirigindo-se à porta depois de colocar um pequeno frasco em suas mãos. “Amanhã começam as batalhas em equipes. Você precisará de toda a sua força.”
Quando a porta se fechou atrás dele, a máscara de compaixão de Kassian se dissipou. Seu rosto retomou a expressão calculada que lhe era natural, enquanto seus pensamentos se voltavam para assuntos mais importantes.
Klein, por sua vez, permaneceu ajoelhado na escuridão, suas mãos agora segurando a poção com tanta gratidão quanto submissão. Sangue manchava seu uniforme, mas um sorriso trêmulo havia substituído sua expressão de desespero.
O garoto cogumelo pagaria pela humilhação. Ele só precisava ser paciente. Ele só precisava continuar tentando.
Ele só precisava confiar em seu irmão.
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