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- Capítulo 260 - 260 Capítulo 260 - Suporte ao Adestramento - 2 260 Capítulo
260: Capítulo 260 – Suporte ao Adestramento – 2 260: Capítulo 260 – Suporte ao Adestramento – 2 Liora acenou com a cabeça, entendendo pela metade a profundidade por trás das palavras de sua avó. O potencial de Ren para reescrever as regras da cultivação tinha implicações que iam muito além da academia.
As ondas de tal conhecimento poderiam remodelar as dinâmicas de poder por todo o reino, alterando hierarquias e tradições.
“A propósito,” Liora disse, aproveitando a pausa, “os exames teóricos também foram interessantes.”
“Oh?” Selphira arqueou uma sobrancelha, seu interesse despertado. “E por que foram?”
“O da Professora Mei foi particularmente interessante,” Liora explicou, lembrando-se da tensão que permeou a sala de aula naquele dia. O ar estava carregado de ambição, cada aluno mais focado do que estiveram em todo o semestre. “Foi um recorde histórico, mais de 3 alunos obtiveram pontuações perfeitas.”
Selphira sorriu levemente, como se pudesse ver além das palavras de Liora. Seus olhos brilhavam com aquela consciência particular que a tornara uma oponente política formidável por décadas.
“E nosso jovem criador de bestas também alcançou a perfeição?”
“Surpreendentemente, não,” Liora não podia esconder um leve tom de satisfação. “Ele errou uma resposta sobre o que fazer em uma contingência, protocolo para menores, em caso de invasão abissal. Ele tirou 99%. A única nota imperfeita entre suas 4 notas até agora.”
“Interessante,” Selphira murmurou, seus olhos brilhando com diversão. “Imagino que isso tenha dado esperança a muitos que querem derrotá-lo pela honra. Luna entre eles.”
“Exatamente,” Liora confirmou. “Agora vários acreditam que podem vencê-lo nas batalhas finais e igualar sua nota para a honra do semestre.”
Selphira assentiu pensativamente, como se estivesse rearranjando peças em um tabuleiro invisível. Seus dedos batiam um ritmo sutil contra o apoio de braço da cadeira.
“E em relação ao seu interesse em derrotá-lo…” ela começou, escolhendo cuidadosamente as palavras, “eu entendo que você tem uma nova carta para jogar, a julgar pela confiança com que você se move e a forma como sua energia flui.”
Liora tensionou-se ligeiramente. Ela não havia mencionado explicitamente nada sobre isso, e o fato de sua avó ter intuído isso a deixava nervosa. A percepção de Selphira sempre foi impressionante, mas isso parecia quase sobrenatural.
“Eu…” ela hesitou, ciente de que revelar seu Bashe significaria comprometer o segredo de Larissa e possivelmente revelar mais sobre Ren do que seria justo para ele sem levantar suspeitas. “Não tenho certeza se usar essa possibilidade seria apropriado.”
Selphira observou Liora com aquele olhar penetrante que parecia ler todos os seus pensamentos. O silêncio se estendeu entre elas, carregado de um entendimento não verbalizado.
“Essa tradição,” ela finalmente disse, sua voz estranhamente suave, “é uma corrente que simplesmente nos ajuda a distinguir mais facilmente mulheres excepcionais.”
Liora olhou para sua avó com surpresa. Era bem sabido que Selphira era a única mulher reconhecida abertamente como domadora dupla, uma conquista que ela havia alcançado no meio dos seus mais de 100 anos, quando era considerado quase uma heresia e não apenas uma questão de eficiência de recursos.
“Eu não sei como…” Liora começou, mas interrompeu-se, incerta de como prosseguir. As implicações de romper com a tradição, de se destacar como uma domadora dupla, pareciam ao mesmo tempo emocionantes e assustadoras.
“Como todos reagiriam?” Selphira completou, um sorriso enigmático formando-se em seus lábios. “Minha querida menina, você realmente acredita que eu não a defenderia?”
Liora corou ligeiramente, de repente se sentindo como uma criança pequena novamente. O calor se espalhou por suas bochechas, uma exibição rara de vulnerabilidade que ela permitia a poucos testemunhar.
“Não estou pressionando você,” Selphira continuou, seu tom se tornando mais sério. “Cada mulher deve escolher suas batalhas. Eu escolhi as minhas há muito tempo e paguei o preço correspondente. Você terá que escolher as suas e não depender de outras opiniões. Mas você deve saber que estou aqui para você.”
Um silêncio contemplativo preencheu o quarto enquanto Liora assimilava as palavras de sua avó.
Liora respirou fundo para desfazer o nó em sua garganta e abriu a boca para agradecer à avó, mas…
“Falando sobre o preço das decisões,” Selphira disse abruptamente, mudando de assunto, “você disse que ofereceu a Patinder uma quantia considerável por sua cultivação.”
“Um milhão e meio de cristais,” Liora confirmou. “É justo, considerando o valor real do método de cultivação se funcionar até ouro para meu fogo-fátuo, que deveria apenas atingir prata 3.”
Selphira acenou com a cabeça apreciativamente, calculando o valor em relação a outros investimentos que ela havia visto ao longo de sua longa vida.
“Uma quantia justa, de fato. Se você precisar de ajuda para cobrir…”
“Não,” Liora interrompeu com uma firmeza que surpreendeu as duas. “Agradeço seu apoio, avó, mas… quero fazer isso por conta própria.”
A resposta pareceu agradar a Selphira, cujos olhos brilharam com aprovação. O orgulho piscou brevemente em suas feições antes de ser cuidadosamente mascarado novamente.
“Não estou tão longe de conseguir,” Liora acrescentou. “Com o que ganhei na academia e algumas coisas que vendi… luxos que realmente não precisava.”
“Você vendeu suas joias?” Selphira parecia genuinamente surpresa. “Aquelas que seus pais lhe deram?”
“Apenas as que não tinham encantamentos,” Liora rapidamente esclareceu. “As pedras podem ser substituídas.”
Selphira estudou sua neta por um longo momento, como se a visse sob uma nova luz.
“Sabe,” ela finalmente disse, “há momentos em que você me lembra de mim mesma na sua idade. Embora eu ache que você é consideravelmente mais sensata.”
Ela se levantou de seu assento com a graça fluida que disfarçava seus anos. Seus movimentos eram precisos e econômicos, resultado de décadas de disciplina.
“Devo deixá-la descansar,” ela declarou, alisando rugas imperceptíveis em seu elegante vestido. “As mais importantes batalhas dos exames finais começam amanhã, e você precisará de toda a sua concentração.”
Enquanto se dirigia para a porta, ela acrescentou:
“E Liora… aconteça o que acontecer amanhã, lembre-se de que às vezes a aparente derrota lhe ensina algo que pode ser o início de uma vitória maior, se souber aproveitá-la. Observe cuidadosamente o que ele faz e entenda profundamente. Depois, me entretenha.”
Liora acenou com a cabeça, entendendo que, como sempre, as palavras de sua avó operavam em múltiplos níveis.
“Você vai me assistir no torneio?” ela perguntou quando Selphira estava prestes a sair. “Ou talvez não terá tempo por estar lidando com ele…”
A matriarca fez uma pausa no limiar, a luz do entardecer emoldurando sua silhueta esguia. A contraluz a destacava de forma dramática, ressaltando a postura régia que intimidou membros do conselho por gerações.
“E perder a oportunidade de ver minha neta demonstrar por que os Caminhos Cinzentos continuam sendo uma força a ser considerada?” ela respondeu com um sorriso que continha séculos de astúcia. “Eu não perderia isso por nada.”
E com essas palavras, Selphira Ashenway desapareceu pelo corredor, deixando para trás o sutil aroma de ambição e antigos segredos. Seus passos gradualmente desapareceram, o som da autoridade se afastando, mas nunca realmente ausente.
Liora permaneceu sentada por mais um momento, contemplando tudo o que foi e não foi dito. A conversa se repetiu em sua mente, cada palavra e gesto carregando camadas de significado que levariam tempo para desemaranhar completamente.
Com um suspiro profundo, Liora levantou-se. Era hora de se preparar para o que estava por vir. Amanhã seria mais do que apenas outro exame, seria seu primeiro passo para reivindicar seu próprio lugar no complexo jogo de poder que sua avó navegou tão habilmente.