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232: Capítulo 232 – Domesticando o Desencanto 232: Capítulo 232 – Domesticando o Desencanto De volta com Ren…
A lança cortava o ar como um raio de prata, sua trajetória perfeita.
A arma impactou exatamente onde Ren havia mirado, perfurando limpidamente o núcleo pulsante da abominação. A ponta afundou profundamente na massa luminosa com quase nenhuma resistência.
Um grito estridente reverberou por toda a câmara, tão agudo que Ren sentiu como se sua cabeça fosse explodir. A criatura se contorcia violentamente enquanto a lança permanecia firmemente encravada em seu centro.
Ren pousou nas mochilas abandonadas. Sem perder um segundo, suas mãos encontraram o arco e a aljava de flechas que ele havia deixado para trás. Seus dedos se fecharam em torno da arma enquanto ele já preparava uma flecha, caso um segundo disparo fosse necessário.
Mas era apenas uma precaução excessiva.
“Deve ser o suficiente,” ele murmurou, seus cogumelos pulsando enquanto avaliava o dano causado. “A lança atravessou diretamente o núcleo. A qualquer momento, deve…”
Ele parou abruptamente, seus olhos se estreitando com suspeita. Algo não estava certo. A criatura continuava se contorcendo, sim, mas sua agonia parecia… contida.
Não era a reação de um ser cujo núcleo vital havia sido destruído. Não houve liberação catastrófica de energia, nem falha em cascata em seus sistemas.
A abominação tremeu novamente, e a lança caiu no chão com um clangor quase metálico, sua ponta brilhante manchada de um fluido roxo. Mas onde o núcleo destruído deveria estar, onde deveria haver dano catastrófico…
Não havia nada.
“Isso não pode ser,” Ren sussurrou, entendendo o golpe como uma marreta. “O núcleo…”
Seus olhos freneticamente varreram o corpo segmentado da criatura, e então ele viu. Ou melhor, ele os viu.
Pulsações de energia agora apareciam em múltiplos pontos em seu corpo: pequenos núcleos brilhando sob suas placas, estrategicamente distribuídos ao longo de seus segmentos. Cada um pulsava com a mesma luz roxa doentia, criando um ritmo hipnótico de iluminação na forma do monstro.
“Era uma ilusão,” Ren percebeu, uma gota de suor frio escorrendo por seu templo enquanto ele tensionava uma flecha em seu arco. “O núcleo era falso.”
A besta pareceu reagir à sua descoberta. Os múltiplos núcleos pulsaram, mudando de posição com maior velocidade, como se zombassem dele. A luz roxa que emitiam intensificou-se em brilho, projetando sombras distorcidas nas paredes da câmara que pareciam dançar com um propósito malévolo.
“Ela tem capacidades miméticas avançadas,” Ren rapidamente analisou enquanto recuava, mantendo a flecha armada. “Não apenas absorve características físicas de suas presas, mas também suas habilidades. A ilusão do buraco em que caímos…”
Sua mente trabalhava a todo vapor. Que besta na área poderia gerar ilusões tão convincentes? Nenhuma das criaturas de Nível Bronze que ela havia absorvido possuía essa capacidade em tal nível de complexidade.
A menos que…
“A ilusão de um inseto mimético projetada em um mineral vivo,” ele murmurou. “Então, algo como uma ‘ilusão viva’?”
A besta abissal, como se tivesse entendido que seu truque havia sido descoberto, emitiu um grito metálico que parecia rasgar o próprio ar.
Seus segmentos começaram a se contrair e expandir em um ritmo hipnótico, e diante dos olhos de Ren, a criatura começou a se transformar. A transformação era tanto fascinante quanto horrível, como ver um pesadelo se remodelar em algo pior.
Os tentáculos se estenderam novamente, agora se movendo com padrões mais erráticos e imprevisíveis. Alguns se fundiram para formar apêndices mais grossos enquanto outros se dividiram em estruturas mais finas, semelhantes a chicotes que estalaram no ar a cada movimento.
As placas cobrindo seu corpo se reorganizaram, algumas se fundindo enquanto outras se dividiram. Os tentáculos se transformaram em estruturas mais sólidas, assemelhando-se a arpões farpados mais do que os apêndices absorventes que haviam sido momentos antes. A cabeça, esse pesadelo de características combinadas, contraiu-se sobre si mesma antes de se expandir em uma nova configuração ainda mais aterrorizante.
“Está se adaptando,” Ren percebeu com horror. “Está evoluindo em resposta ao encontro.”
Os múltiplos núcleos agora eram visíveis a olho nu, pulsando sob placas transparentes que antes eram opacas. Eles mudavam de posição constantemente, nunca permanecendo no mesmo lugar por mais de um segundo, tornando quase impossível alvejar qualquer um deles individualmente.
Ren soltou uma flecha com ponta de dente de um verme maior, não um dente de um verme menor como suas primeiras setas planejadas.
Os dentes do verme maior eram capazes de penetrar um nível acima, neste caso, Prata. O projétil assoviou pelo ar e se encaixou diretamente em um dos núcleos visíveis, mas não muito profundo. A criatura estremeceu, a flecha caiu, e a ferida começou a se fechar quase imediatamente, luz roxa tecendo o tecido danificado.
“Regeneração acelerada,” Ren preparou outra flecha, sua mente desesperadamente avaliando estratégias. “Eu preciso atacar todos os núcleos possíveis, não tenho como danificá-la rápido o suficiente para impedir a regeneração.”
A hidra rugia dentro dele, ansiosa para enfrentar essa abominação com Ren em força total. Mas Ren sabia que, mesmo com sua besta aprimorada pela luz do cogumelo e o anel, a diferença de poder era muito grande. Um confronto direto seria suicídio.
A abominação parecia perceber seu dilema. Os segmentos de seu corpo terminaram de se compactar, conferindo maior potência aos seus movimentos.
A criatura avançou com velocidade aterradora, sua cabeça convertida em um projétil letal. Ren mal teve tempo de se atirar para o lado, evitando o impacto direto por milímetros. O chão onde ele estava em pé se despedaçou, fragmentos de mineral vivo corrompido e terra voando em todas as direções.
“Muito perto,” ele ofegou, rolando para se levantar novamente, seus músculos protestando o movimento repentino.
A besta não lhe deu tempo para se recuperar. Com um movimento fluido, ela retraiu sua cabeça de lança e avançou novamente. Desta vez, Ren pulou para o outro lado, sentindo o deslocamento de ar roçar seu rosto enquanto a cabeça passava ao seu lado.
O impacto contra a parede da câmara foi devastador. A rocha estalou, fragmentos de pedra e cristal caindo como chuva sobre o chão.
Ren desviou de mais dois ataques, cada um mais preciso do que o anterior. A criatura estava aprendendo, calculando seus movimentos, reduzindo gradualmente seu espaço de manobra. Com cada investida, mais seções da câmara eram destruídas.
Pulando para evitar um novo ataque, Ren notou algo estranho. Quando fragmentos de cristal caíam das paredes e do teto, alguns dos múltiplos núcleos que ele havia visto pareceram piscar, como se sua imagem sofresse interferência.
“Os cristais,” ele murmurou para si mesmo, uma ideia se formando em sua mente enquanto evitava outra investida devastadora. Seus olhos dardejavam pela câmara, notando como a luz brincava nas superfícies cristalinas embutidas nas paredes.
Ao aterrissar após o salto, um dos tentáculos da criatura o alcançou, roçando sua perna.
O efeito foi imediato e doloroso: um frio antinatural que penetrou até o osso, drenando sua energia vital.
Ren cortou o tentáculo com suas garras, mas o dano estava feito. Sua perna sentia-se entorpecida, mais energia luminosa se reconfigurando para curá-la, desviando recursos preciosos de suas capacidades de combate.
No entanto, a observação havia valido o preço. Cada vez que um fragmento de cristal caía da estrutura da câmara, as ilusões piscavam momentaneamente, revelando inconsistências no que deveria ser forma sólida.
“Os cristais estão amplificando e refletindo a capacidade ilusória,” Ren compreendeu enquanto escapava de outro ataque por centímetros. “Eles fazem parte do sistema.”
Se ele pudesse quebrar a ilusão, talvez pudesse encontrar o verdadeiro núcleo.