Capítulo 2084: Experiência
Braydon Neal ainda não havia chegado ao Vale da Vida e da Morte.
O cheiro de sangue pairava pesado no ar.
Sua figura apressada passou pelas Planícies Vermelhas, onde a grama parecia quase sobrenaturalmente vermelha. Braydon se perguntou—nasceu dessa cor ou havia sido tingida de sangue?
Um vale imponente erguia-se adiante. Sua enorme dimensão era evidente, embora seu fim estivesse oculto da vista.
“Há incontáveis tesouros naturais lá dentro… Você tem que permanecer por cinco dias para entrar… Por que parece que tem sua própria consciência?”
Um olhar perplexo cruzou o rosto de Braydon. A peculiaridade do vale lembrava-o de criar insetos venenosos. Se realmente possuísse consciência, não permitiria que ninguém saísse.
Sem se aprofundar no pensamento, Braydon moveu-se rapidamente. Atrás dele, corvos dispersos seguiam silenciosamente, acompanhados por um exército maciço que escurecia os céus.
“Pare! Quem é você?!”
O grito ecoou enquanto Braydon se aproximava do Vale da Vida e da Morte.
Um homem corpulento vestido de preto avançou, emanando a aura extraordinária de um especialista de reino do pico.
“Estou aqui para participar da cerimônia de recrutamento de discípulos da Seita Demônio Miríade e treinar no Vale da Vida e da Morte.”
Braydon, um homem de poucas palavras, falou com firmeza. Ele não era de conversar demais, especialmente com uma determinação tão inabalável quanto a de Lige Guay.
Os olhos tigres do homem de manto preto analisaram Braydon.
“O Vale da Vida e da Morte é um lugar de carnificina. A regra principal é simples: se você não matar três pessoas em cinco dias, o poder do espaço o matará.”
“Garoto, consigo ver que você trabalhou duro para cultivar. Pense bem—uma vez que entrar, não há como voltar atrás.”
Os olhos de Braydon brilharam. Ele não havia ouvido falar dessa regra antes, mas agora quase tinha certeza de suas suspeitas.
“Destemido,” ele disse friamente. “Saia do caminho!”
A aura de Braydon irrompeu, suprimindo até mesmo a do homem corpulento.
O homem olhou para Braydon surpreso. “Essa aura… Se você entrasse na seita, seria um gênio. Por que arriscar o Vale da Vida e da Morte?”
A expressão de Braydon permaneceu gélida. “Vou repetir. Saia do caminho!”
Compreendendo que resistir mais só provocaria Braydon, o homem relutantemente se afastou.
Enquanto Braydon se aproximava do vale, o homem falou novamente.
“Jovem, o Vale da Vida e da Morte ainda não está aberto. Não permitiu ninguém entrar nos últimos dias.
“Você tem sorte—ele abrirá em uma hora. Espere aqui.”
Braydon acenou com a cabeça e avançou.
De perto, o tão chamado Vale da Vida e da Morte lembrava um pico de montanha, com seu centro colapsado para dentro.
Ao se aproximar do vale, Braydon viu um grupo de indivíduos emanando uma aterrorizante intenção de matar, como se tivessem emergido de um mar de sangue. Este claramente era o time que se preparava para entrar.
Seus olhares predatórios pousaram brevemente em Braydon antes de se moverem. Aqui, todos eram inimigos; formar alianças era inútil. Sobrevivência significava matar.
Braydon silenciosamente juntou-se à multidão, observando os outros—um homem de aparência feroz, um tigre sorridente, um jovem cultivador arrogante.
Ele ficou na parte de trás, esperando pacientemente. O segredo escondido dentro do Vale da Vida e da Morte era o que o atraía ali.
O vale parecia uma arena semi-consciente, mas sua verdadeira natureza lhe escapava. Por que a regra de matar três pessoas? Qual era seu propósito?
Mesmo transcendentes de nível nove não poderiam escapar ilesos, sugerindo a significância do que estava lá dentro.
Depois de duas horas, o vale tremeu. Uma luz branca e brilhante emanou de dentro.
A multidão ficou tensa, seus olhos fixos no vale. Esses eram veteranos—visitantes frequentes dessa arena mortal.
A expressão de Braydon ficou séria. A súbita mudança no vale também o intrigava. Ele se lembrou das palavras do homem corpulento: “Você tem sorte. O vale abre em uma hora.”
Uma voz alta ecoou acima.
“O Vale da Vida e da Morte foi restaurado, mas seus mistérios permanecem. Entre vocês há alguém com grande sorte. Pensem bem—uma vez dentro, nem mesmo um especialista de décimo nível poderá salvar vocês.”
A testa de Braydon franziu, e a ficha em sua mão desapareceu instantaneamente.
“Grande sorte?” ele pensou. “Todos aqui sobreviveram a incontáveis provações—todos são sortudos. Sorte não terá importância neste lugar.”
A multidão, indiferente ao aviso, preparou suas armas.
“Esta viagem ao Vale da Vida e da Morte valerá a pena!” alguém declarou.
“Reze para que não nos encontremos lá dentro,” outro zombou. “Vou matá-lo à vista.”
Braydon, indiferente à bravata deles, deu um passo à frente. “Saia daqui.”
“Moleque, está buscando a morte?”
Um homem enfurecido liberou sua aura de nível celestial imortal.
“Saia!” Braydon respondeu friamente.