Capítulo 2083: Enganou a Morte

Sob os olhares de todos, Braydon Neal entrou na pousada com passos firmes e constantes.

Um garçom, com um sorriso bajulador, correu em sua direção. Ele não podia se dar ao luxo de ofender alguém tão implacável como Braydon—se algo acontecesse com ele, teria apenas que aceitar sua própria má sorte.

“Senhor, do que precisa?” perguntou o garçom nervosamente.

Braydon lançou um olhar casual ao menu da pousada.

“Uma garrafa de facas ardentes e uma porção de amendoim,” ele disse. “Espero conseguir terminar esta refeição em paz. Caso contrário, você já deve saber o que acontecerá.”

O tom calmo de Braydon fez o suor escorrer pela testa do garçom.

“Entendido, senhor. Eu sei o que quer dizer.”

A advertência implícita era clara—se houvesse algo errado com a comida, Braydon não teria clemência.

Ele encontrou uma mesa e se sentou, seu olhar pairando brevemente sobre as manchas de sangue marcando a superfície.

Essa pousada, como muitas do tipo, operava na margem da legalidade, e todos ali sabiam disso. Ninguém se atrevia a comer descuidadamente.

Muitos olhares cautelosos se fixaram em Braydon, mas ninguém se atreveu a se aproximar dele.

“Os quatro tiranos do Vale da Vida e da Morte tiveram um azar tremendo—dessa vez bateram de frente com um muro.”

“Quem diria que alguém tão bonito poderia ser tão aterrorizante? Ele eliminou os quatro tiranos do Vale da Vida e da Morte num instante.”

“Chega. Pare de falar. Se ele ouvir você, pode acabar como os próximos quatro tiranos.”

Enquanto os sussurros sobre Braydon diminuíam, as conversas mudavam para outros assuntos.

“Você viu o que aconteceu há alguns dias?”

“Do que você está falando?”

“Montanha dos Dez Mil Budas… O céu acima dela estava tomado por uma aura sangrenta e ressentimento.”

“Sim, eu ouvi sobre isso. Um poderoso no nono nível me contou algo chocante—adivinhe o quê?”

“Os nove especialistas do décimo nível na Montanha dos Dez Mil Budas estavam capturando seres vivos para extrair sua força vital e estender a deles mesmos.”

“Ouvi dizer que foi um massacre. O chão estava coberto de corpos, e o solo havia ficado vermelho escuro.”

“Isso não é tudo. Dois novos especialistas do décimo nível, Fedele Licata e Daviel Toepfer, declararam que iriam destruir a Montanha dos Dez Mil Budas. Isso mostra o quão aterrorizantes eles são.”

“Tsk, tsk. Pelo menos a Montanha dos Mil Demônios é direta. Eles matam abertamente. Sem piedade, sem hipocrisia. Todos respeitam isso.”

Braydon sentou-se em silêncio, absorvendo as conversas ao seu redor. Seu propósito ali era claro—reunir informações sobre o Vale da Vida e da Morte.

De uma mesa do canto, uma conversa chamou sua atenção.

“Vocês sabem sobre as mudanças recentes no Vale da Vida e da Morte?”

“Você quer dizer a luz vermelha na noite passada?”

“Sim. Isso não parece certo. Vou ficar longe por enquanto.”

“Covarde! E se for um sinal de tesouro?”

Naquele momento, o garçom voltou com o vinho e os amendoins, colocando-os respeitosamente diante de Braydon.

“Aqui está, senhor,” disse o garçom.

“Coloque aí,” Braydon respondeu, com os olhos fixos na mesa no canto.

Ele pegou a garrafa e caminhou em direção ao grupo.

Bang!

O som abafado da garrafa batendo na mesa chamou a atenção de todos.

O homem no canto, no meio de uma frase, calou-se. Seu rosto escureceu, mas ao ver Braydon, rapidamente forçou um sorriso.

“Irmãozinho, o que o traz até nós?”

“Continue,” Braydon disse friamente. “Quero saber o que está acontecendo no Vale da Vida e da Morte. Considere essa garrafa de vinho como seu pagamento.”

Se fosse qualquer outra pessoa, o homem talvez o tivesse xingado. Mas agora, ele trocou um olhar com o homem robusto do outro lado da mesa.

“Irmão mais velho?”

O homem robusto acenou a mão de forma displicente. “A informação não vale muito. Se esse irmão quer saber, conte a ele.”

O homem assentiu, virando-se para Braydon.

“Irmãozinho, aqui está a história. Nos últimos três dias, uma luz vermelha brilhante tem envolvido o Vale da Vida e da Morte.”

“A luz se estende por cem milhas. Adivinhos e videntes não conseguem discernir se é um presságio de fortuna ou desastre.”

“Até mesmo aqueles que estavam lutando dentro do vale foram expulsos. Ninguém sabe o que está acontecendo, mas figuras poderosas suspeitam de algum tipo de transformação. Quando o vale reabrir, algo extraordinário provavelmente ocorrerá.”

Braydon assentiu, satisfeito com a explicação.

“Obrigado pela informação. Se nos encontrarmos no Vale da Vida e da Morte, eu mostrarei misericórdia.”

Ele se virou e caminhou em direção à saída.

“Senhor, você ainda não pagou,” o garçom chamou atrás dele.

Braydon tirou uma pequena bolsa manchada de sangue de sua manga.

“Isso deve cobrir. Fique com o extra como sua gorjeta,” ele disse, jogando-a para o garçom.

O garçom abriu a bolsa e congelou. Estava cheia de riquezas—os despojos dos quatro tiranos do Vale da Vida e da Morte. Mas, em vez de alívio, o terror o dominou. Isso era uma sentença de morte disfarçada.

“Senhor, eu não posso aceitar isso. Por favor, pegue de volta. A refeição é por minha conta,” gaguejou o garçom.

Braydon parou, pegou a bolsa de volta e entregou-lhe algumas pedras espirituais.

“Aqui. Isso será suficiente.”

Com isso, sua figura se desfocou em uma sombra e desapareceu.

Os outros clientes restantes assistiram, desapontados.

“Que pena.”

“Sim, eu achei que conseguiríamos pegar mais dinheiro.”

Os murmúrios deles apenas fizeram o garçom tremer. Ele rapidamente guardou as pedras espirituais, grato por ainda estar vivo.