Capítulo 2078: Corvo Noturno
Sedona Zaborano gentilmente passou o dedo sobre o livro.
Braydon Neal, aparentemente alheio, pegou o livro dela.
Ele o abriu e começou a ler atentamente.
Logo, ele se deparou com o urso gigante que havia matado mais cedo naquele dia, detalhado nas páginas.
O livro documentava cinquenta tipos de bestas mágicas, incluindo o corvo da noite de Braydon.
O corvo da noite—um dos predadores mais mortais da Floresta Sombria—vivia de carne e ocupava-se em grupos.
“Você tem uma maneira de contatar sua irmã?” Braydon perguntou casualmente após terminar o livro e devolvê-lo a Sedona.
“Sim, mas levará dois dias para ela chegar até aqui.”
“Quando minha irmã chegar, sua missão estará completa.”
Braydon assentiu lentamente, o cansaço marcado em seu rosto.
“Estou um pouco cansado. Vou descansar por um tempo. Não faça barulho.”
Com isso, ele fechou os olhos. O silêncio pairou sobre a caverna lacrada.
Sedona sentou-se quietamente do outro lado da fogueira, seu olhar fixo em Braydon sem dizer uma palavra.
Uma hora se passou.
“Lige?” A voz suave de Sedona rompeu o silêncio.
Mas Braydon, encostado à parede, permaneceu imóvel, aparentemente perdido em sono profundo. Seus chamados não foram respondidos.
Quietamente, Sedona se levantou de seu assento, sua expressão triunfante enquanto o examinava.
“Eu não me importo se você é um chamado ‘orgulho dos céus.’ Você ainda não conseguiu resistir à armadilha da beleza.”
Ela sorriu, olhando para o livro. “Valeu a pena revesti-lo cuidadosamente com o Pó Imortal Perdido. Qualquer um exposto a ele dormiria por pelo menos três dias e noites.”
Chutando a grande pedra que bloqueava a entrada da caverna, Sedona acendeu um pedaço de sândalo.
Ela se aproximou de Braydon, seus olhos lingerando em seu rosto pálido, porém surpreendentemente belo. Um traço de pena cruzou suas feições.
“Que rosto bonito. Que pena você encontrar seu fim aqui hoje. Se eu precisasse de escravos, você poderia ter tido uma chance.”
Lá fora, passos se aproximaram. Dois homens entraram, exalando uma aura de força celestial apesar de suas aparências comuns.
“Sedona, parece que você pegou mais um,” um deles disse, puxando-a para seus braços, suas mãos vagando livremente.
Sedona não resistiu, rindo sensualmente. “Hehe, Irmão Sênior Wellborn, você está sempre me provocando.”
“Provocando? Com sua eficiência, seremos os mais ricos da seita externa em breve,” o outro homem acrescentou, colocando as mãos nela sem hesitação.
Braydon observava silenciosamente, aguardando o momento certo.
“Que garoto bonito,” comentou o Irmão Sênior Wellborn, olhando para Braydon. “Irmã Júnior, tem certeza que não quer mantê-lo como escravo?”
“Eu não preciso dele,” Sedona respondeu de maneira displicente. “Ele é bonito, mas quem sabe se seria útil na cama? Somente meus dois irmãos seniores podem me satisfazer.”
Suas palavras provocaram risadas estrondosas.
“Muito bem, muito bem,” disse o Irmão Sênior Wellborn, sacando uma adaga. “Vamos matá-lo e ver se ele tem algo valioso.”
“Com certeza. Controlar corvos noturnos deve significar que ele tem algo de valor.”
O Irmão Sênior Wellborn aproximou-se de Braydon, adaga em mãos.
“Garoto, deixe-me te ensinar uma lição. Não existe isso de filha perdida de uma família rica. Essas são apenas fantasias dos fracos.”
“Oh,” uma voz suave respondeu.
O som casual congelou o Irmão Sênior Wellborn no lugar, seus pelos se arrepiando.
“Você não está enfeitiçado…”
De repente, o Irmão Sênior Wellborn cambaleou para trás, descrença em seus olhos.
Momentos atrás, Braydon estava profundamente adormecido. Agora, ele estava acordado, seu olhar penetrante.
“Matem-no!” gritou o Irmão Sênior Wellborn, recuando para seus companheiros.
Mas seus dois aliados o encararam de forma estranha.
“Por que estão me olhando assim?” ele exigiu.
Sedona apontou um dedo trêmulo para seu peito.
“Irmão Sênior Wellborn… Seu peito… tem uma espada!”
Ele olhou para baixo e viu o cabo de uma lâmina saindo de seu peito, sangue escorrendo.
Ele se voltou para Braydon, sua força diminuindo, e gritou, “Foi ideia dela! Nós somos apenas cúmplices. Mate-a!”
Seus olhos ardiam de ódio enquanto ele desabava, seu poder espiritual selado por Braydon.
Embora a força atual de Braydon não fosse esmagadora, ele podia facilmente derrotar vários oponentes de nível celestial.
Sedona e o homem restante entraram em pânico, tentando fugir, mas uma barreira espacial bloqueou a saída.
“Por que a pressa?” A voz de Braydon, fria como a morte, ecoou pela caverna, causando arrepios em suas espinhas.
Percebendo que não eram páreo para ele, a atitude de Sedona mudou. Ela rasgou suas roupas, revelando a roupa de baixo por baixo.
“Eu sei que errei,” ela suplicou, seu corpo inclinando-se de forma sedutora em direção a ele. “Eu farei qualquer coisa que você quiser—só me poupe.”
Mas Braydon desviou facilmente dela. Com um movimento do pulso, a espada que empalava o Irmão Sênior Wellborn voltou para sua mão.
“Eu não estou interessado,” ele disse friamente, suas palavras apagando a arrogância do rosto de Sedona.
“Ele não vai nos deixar viver!” gritou o outro homem, sacando uma faca grande e avançando contra Braydon.
Um sorriso sinistro cruzou o rosto pálido de Braydon. Com um único movimento, o corpo do homem foi partido ao meio.
Sangue espirrou por toda parte, mas Braydon não vacilou. Sua palidez diminuiu, e suas roupas escuras tornaram-se ainda mais sombrias.
Ele se voltou para Sedona, sua voz suave, mas arrepiante.
“Agora é a sua vez.”