O Destino Cego da Alfa - Capítulo 99

99: Seu Retorno 99: Seu Retorno DAEMON
Daemon não precisava fazer nada. Não quando ele havia prometido ansiosamente a Yaren que ele poderia ter a cabeça de Eldric para pagar por toda a humilhação deles. Ele sabia que Yaren tinha muitas dívidas a cobrar, e ele também sabia que havia negado ao irmão a coleta dessas dívidas vezes e vezes sem conta.

Seja a vida de Zina WolfKnight, que falou de uma terrível profecia, ou a vida de seu irmão, que provocou os eventos que levaram a tudo… Daemon realmente havia negado ao irmão o suficiente.

Mas não mais. Pois foi por isso que ele mandou Yaren à frente para reunir as Casas que serviam como seus espiões no Norte Ártico.

Finalmente era hora de cumprir promessas e pagar dívidas. Finalmente era hora de voltar para casa.

As duas Casas Z enviaram suas respostas. Eles estavam mais do que preparados para desencadear o plano em que vinham cozinhando por quase uma década.

Eldric fod**o NorthSteed achava que era invisível. O homem praticamente preparou algum plano estúpido para desaparecer e lançar um ataque contra Daemon em vez disso. Só se ele soubesse que, dos vinte de elite de seu Exército Especial Lobisomem, Daemon tinha a lealdade de cinco.

Cada movimento de Eldric, dos homens com quem dormia e das mulheres que matava, das pessoas com quem se encontrava e das coisas sujas que escondia na calada da noite… nenhuma coisa jamais escapou de Daemon.

Havia uma caixa especial reportando sobre seu irmão por anos. E essa caixa estava cheia de cartas secretas, documentos relatando a imposição de impostos ultrajante de Eldric sobre o povo, e mais documentos sobre as alianças escusas que ele havia forjado.

O reinado de Eldric era um jogo falho de Xadrez Lobo. Apenas um movimento de Daemon e todas as suas peças seriam inutilizadas. Seu reino não era diferente de um castelo de cartas defeituoso. Apenas um sopro errado do vento do Norte e a coisa toda desmoronaria.

Yaren havia partido mais cedo com Fionna Mão Vermelha, para desgosto de seu irmão por estar na companhia de uma mulher assim, mas Daemon deixou claro que a situação era necessária.

A Mão Vermelha era importante para Daemon se ele pretendia adquirir exclusivamente as Irmãs Vermelhas do Leste. Ele simplesmente não se via satisfeito apenas com os Magos da Noite.

Então, no mesmo dia em que Daemon se tornou o Alfa da Matilha DireWolf e também adquiriu o temível DireWolf Supremo dos ancestrais de sua mãe, Daemon enterrou seu tio.

O homem que ensinou a Daemon palavras raras com significados profundos; família antes de tudo.

Foi uma lição pela qual Daemon sempre foi astutamente grato, pois seu tio o fez entender que família não era apenas quem você se vincula pelo sangue, não, eram em vez disso, pessoas que você escolhe para ser sua família.

Pessoas que realmente mereciam o título.

Daemon não iria tão longe a ponto de se chamar de uma boa pessoa, mas, ao crescer, devido à própria falta de amor familiar, ele nunca hesitou em acolher seus irmãos mais novos sob sua asa.

Ele era o irmão inteligente, o astuto, e o rato de biblioteca. Ele era o irmão mais velho que assustava o outro grande e mau Lobo, e ele nunca discriminava. Seja Yaren, Eldric ou Falcon, Daemon sempre amou verdadeiramente seus irmãos.

Mas o amor não estava destinado a ser dado a qualquer um, e Eldric mais do que provou isso. Por essa razão, Daemon não hesitaria em servir ao homem a mesma pílula amarga que ele forçou Daemon a engolir.

Exceto que Daemon não acreditava em justiça. Quando ele servisse a Eldric a mesma pílula amarga que seu irmão lhe deu, não haveria nada igual sobre a dor que ambos sofreriam… não importa se eles compartilhavam o mesmo sangue ou não.

Na verdadeira tradição do Deserto do Sul, o corpo de seu tio foi envolvido em tiras de pano branco e colocado em um túmulo especialmente gravado com a cabeça de um DireWolf esculpido como sua alça. E assim, o tio de Daemon foi colocado para descansar ao lado de seus ancestrais.

Daemon estava triste de fato. Afinal, o homem havia sido o único ancião que realmente agiu como sua família
Logo após a cerimônia, Daemon confiou a Matilha DireWolf a Marcus, que já tinha instruções dele sobre o que fazer. Viajar do Sul para o Norte não era uma pequena jornada, mas Daemon não era mais um Lycan Mestiço.

Agora ele havia alcançado o status de Lobo Transformador Supremo e ele era muito mais rápido do que qualquer lobisomem. Transformando-se em sua aterrorizante forma de DireWolf, ele avançou pelos terrenos como o vento. O lobo era não natural para ele, e ele nunca pensou que se acostumaria a ter dois lobos dentro de si.

Muitas pessoas exaltavam o ser um transformador supremo como se fosse o começo e o fim do mundo. De fato, havia uma lista dedicada a manter notas sobre os transformadores mais incomuns e essa lista era atualizada todos os anos.

Para Daemon, isso era apenas mais uma conquista em sua busca pelo poder. Ele trabalhou tanto para isso, para chegar onde estava, e para se tornar o Lobisomem que agora é.

Daemon, para alcançar o poder, é preciso mais poder. Não há outro caminho para isso. Afie sua mente e amplie sua força. Prospere em todas as áreas e, dessa forma, você se torna invisível.

Enquanto seu DireWolf tocava os glaciares nevados, as palavras de seu tio para seu eu mais jovem ecoavam em sua cabeça. Palavras que haviam incutido em Daemon a necessidade implacável de se tornar o melhor em tudo, enquanto agia como se fosse apenas um lobisomem médio em qualquer dia comum.

Sem perder o fôlego, Daemon facilmente derrubou dez dos lobisomens que guardavam a Fronteira dos Glaciares. Os doze restantes se acovardaram diante dele, sem vontade de lutar mais.

Quando a cabeça é fraca, a cauda se torna patética.

Daemon nunca se tornaria um Alfa fraco ou patético, por assim dizer. Ele nunca seria aquele Alfa cujos guerreiros não encontrariam força para servir até o último suspiro.

Não, ele não seria o tipo de Alfa onde a matilha sentiria a necessidade de morrer para poder serví-lo. Observar a loucura de Eldric enquanto ele lutava a guerra contra os Renegados Nascentes foi traumático o suficiente.

Ele não tinha desejo de repetir tal coisa novamente.

Daemon chegou ao Castelo Ártico para encontrá-lo banhado em sangue. Fionna Mão Vermelha estava admirando suas garras artificiais pintadas de vermelho enquanto ela olhava para Daemon com olhos semicerrados.

“Você chegou atrasado para a festa.” A mulher cantarolou
Daemon a ignorou, virando-se para o irmão. “Yaren, não me diga que você matou todos os membros da maldita matilha. Onde está todo mundo?”

“Eles estão reunidos na Praça da Capital.” Yaren respondeu sombriamente, suor escorrendo do seu rosto e descendo pelo seu torso nu e ensanguentado.

“E quem os reuniu lá?” Daemon perguntou.

“É o Teta.” Yaren pronunciou entre dentes cerrados, e mesmo sem especificar qual Teta, Daemon já sabia.

Daemon virou-se e caminhou para longe, chegando à Praça da Capital bem a tempo de ouvir Zina WolfKnight estar em seu verdadeiro elemento traiçoeiro.

“Eu lhes digo agora, todo Vraga.” Sua voz, que Daemon não queria admitir era tão carismática quanto era suave e sensual, chegava até ele. “Eu, a deusa da lua, enviarei a vocês a lua em vez do sol quando ele estiver suspenso no céu para preparar o caminho para o meu servo. E quando vocês virem esse sinal, o homem que estará diante de vocês será o próprio Grandeza, e seu lobo os resgatará quando o tempo da carnificina percorrer o seu mundo pintando-o de vermelho.”

Daemon rosnou, achando a mulher enlouquecedora. Era esse o plano dela para fazer sua parte? Espalhando mais e mais mentiras?

Ele andou pelos pavilhões e a multidão naturalmente abriu caminho para ele, cada um ciente do Lobo que ele agora carregava. Ele subiu o pavilhão, honestamente desnecessariamente longo e alto, parando diante da mulher que estava vestida com um vestido verde que abraçava suas curvas de uma maneira que Daemon não se atrevia a deixar seus olhos vagarem mais.

O vestido nem era obsceno, e ainda assim, ele estava falando sobre as curvas dela.

Focando, ele observou a maneira como ela segurava o bastão em seus dedos, apontando-o para a multidão da mesma forma que ela havia apontado para ele seis anos atrás. Seus olhos estavam cobertos, o que era estranho. A mulher não apreciava sua visão restaurada? Ou ela apenas gostava de um bom espetáculo?

Seu corpo ficou rígido quando ela percebeu sua proximidade com ela, e ainda assim, aqueles olhos cegos não o enfrentavam diretamente.

Incapaz de suportar o fato de que a multidão ainda estava enfeitiçada pela sua língua mentirosa, Daemon arrastou. “Contando uma visão falsa mais uma vez, estamos?”