O Destino Cego da Alfa - Capítulo 390

Capítulo 390: Tomando Decisões Importantes

DAEMON

Arrastando junto o Mago cujo nome era, para surpresa de ninguém, Zhrak de todas as coisas, junto com Malik Zorch, que desde que Zina havia sido sequestrada nunca parou de pedir a Daemon para puni-la, eles seguiram para os estábulos onde Norima Talga e Zelkov os aguardavam.

A mulher albinótica parecia sombria, como se estivesse sendo arrastada para um matadouro, enquanto Zhrak a olhava raivosamente por envolvê-lo na confusão que era a raiva desenfreada de Daemon.

“É bom que todos nós estejamos nos conhecendo,” disse Daemon, olhando significativamente entre o Mago da Noite e o mago não-afiliado que ela havia trazido para ele, “no entanto, precisamos ir.”

Os olhos de Zhrak se arregalaram. “Você quer dizer todos nós?” Ele disse hesitantemente, “apesar de eu apreciar a sua grande fé em mim, sua majestade, eu não possuo simplesmente os poderes para portar um, dois, três, quatro, cinco de nós até o Oeste. Eu morreria no meio do caminho.”

“Então morra,” disse Daemon secamente, estreitando os olhos para o homem. Por algum motivo, Zhrak ainda não havia percebido que Daemon não dava a mínima para seu bem-estar ou seu conforto, nesse caso. Ser um mago solitário que viveu como um eremita a vida toda deve ter feito algo à sua cabeça, pois ele não reconhecia plenamente a autoridade que governava sobre ele.

E para colocá-lo no eixo, Daemon não se oporia à ideia de trazer juízo nele a força, se necessário.

O homem engoliu seco. “Se Norima me ajudar, talvez eu consiga.”

“Eu não tenho a habilidade de criar um portal,” Norima disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Era verdade que a habilidade era bastante rara, daí porque Daemon ficou chocado ao saber que Melwyn a possuía. Bem debaixo de seu nariz, a mulher estava escondendo suas verdadeiras cores como um camaleão.

Daemon ainda precisava lidar com sua culpa persistente. O fato de que ele foi quem literalmente trouxe o captor de Zina para dentro de sua própria casa.

Compreensivelmente, Melwyn e Alfa Kairos lutaram ao seu lado na guerra contra os rebeldes. Nos primeiros três anos quando a guerra estava mais feroz, eles estiveram lá junto com ele, enfrentando chuva e sol.

Mal sabia ele que a mulher pérfida era, na verdade, uma traidora plantada ao seu lado.

Nunca havia sido enganado de uma maneira tão terrível, razão pela qual ele evitava se confrontar com aquele fracasso. Ele se culparia por tudo isso quando todo o caso acabasse, mas por enquanto ele tinha uma mulher para resgatar.

“Posso canalizar seus poderes para criar um portal grande o suficiente para levar os cinco de nós,” Zhrak disse com um sorriso maligno que sugeria que ele e Norima Talga, na verdade, tinham uma história que ia além da bruxaria e coisas assim. Provavelmente, um romance que deu errado.

Como esperado, Norima Talga olhou com raiva para o Mago, mas um olhar gelado de Daemon fez com que ela se comportasse, “Certo. Mas quando sua majestade estiver segura e isso estiver terminado, eu espero uma compensação além de me tornar a líder dos Magos da Noite.”

Daemon não respondeu àquilo. Para o bem deles, e pelo bem do mundo, ele realmente esperava que fosse o caso. Que Zina voltasse de tudo isso sã e salva.

Dando as mãos, a dupla começou a criar um portal enorme. Mandem Zedd já estava no Oeste, aguardando-os com Melwyn sob sua custódia. E embora isso fosse uma boa notícia, a mulher havia enviado uma mensagem muito mais assustadora.

Uma mensagem de que os Sete Bruxas Anciãs que geralmente, quase sempre, ficavam em seu prédio do conselho, de repente, não estavam lá.

Desde que Daemon podia se lembrar, ele sempre garantiu que sua rede de espionagem no Oeste os mantivesse sob vigilância, e nada como isso havia acontecido antes. As sete, mulheres antigas sempre se mantinham em seu velho prédio como um caracol numa parede.

O fato de que se moveram fisicamente pela primeira vez em sei lá quantos anos dizia a Daemon que, certamente, estava relacionado a Zina – e ele não conseguia pensar em nenhuma possível situação para esse movimento incomum que não soasse perigo em grandes bandeiras vermelhas.

O portal estava quase criado quando ele ouviu a voz de Caspian Vampage chamando-o por trás.

Apertando o Cajado de Zina, do qual não havia largado como se isso o conectasse à desaparecida, ele se virou apenas para encontrar o homem ligeiramente ofegante.

“O que é?” Ele disse com os olhos estreitos, “você não achou o resumo de suas obrigações que lhe deixei satisfatório?”

O homem, que costumava rir de algumas piadas ou agir de forma relaxada na maior parte do tempo, de repente tinha a expressão mais séria no rosto.

“Sua majestade, você tem certeza de que eu sou a melhor pessoa para cuidar do Castelo?” Ele disse hesitante enquanto Daemon olhava de volta para ele com a expressão mais neutra possível.

Daemon pensou muito sobre isso nas últimas vinte e quatro horas e então decidiu nomear Caspian como aquele que guardaria a cidade e a capital. Esse dever se estendia a proteger seu trono e assento também, o que, sem dúvida, poderia envolver defender contra as matilhas locais que desejariam aproveitar a situação de desordem para finalmente derrubar a Matilha NorthSteed.

Era verdade que Daemon não se preocupou em explicar muito ao seu novo executor, exceto por lhe entregar seu Selo Real e um resumo das coisas mais importantes que ele deveria saber e das pessoas mais confiáveis dentro da Matilha NorthSteed em quem ele poderia confiar importantes assuntos confortavelmente.

“Já que é minha ordem, naturalmente você é o melhor.” Daemon respondeu secamente, “não me diga que você está diante de mim porque tem dúvidas sobre cumprir seu dever.”

Caspian dobrou o joelho, seus punhos juntos em respeito. “Claro que não. É só que até três dias eu era apenas um estranho, e agora, você me confiou deveres tão sérios.”

“Então não me decepcione,” disse Daemon, não tendo tempo para mimar os sentimentos de ninguém. Ele já estava sobrecarregado, tendo tomado centenas de decisões importantes em apenas vinte e quatro horas.

Apertando o ombro do homem, ele o ajudou a se levantar. “Dar-lhe o controle do Castelo é porque acredito que é um trabalho que você pode fazer. De volta à Matilha Vampage, tenho certeza de que você observou quão pesado pode ser o manto da liderança. Então minha decisão não foi tomada levianamente.”

Caspian olhou para ele, seu rosto determinado. “Nesse caso, não decepcionarei sua graça.” Ele disse solenemente com uma reverência.

Daemon se virou, assistindo o portal agora terminado se abrir para eles. E sem olhar para trás, para a cidade que jurou em sua coroação proteger com tudo de si, ele entrou na escuridão do portal junto com os quatro.

Foi como cair livremente do céu. Houve muito barulho no início, e o tempo parecia ser infinito, mas então, eles se encontraram em algum lugar nas fronteiras, pousando cruelmente contra o chão endurecido.

Daemon se levantou, sacudindo a poeira das roupas enquanto mais de cinquenta Epsílon os observavam, como se fossem alienígenas caídos do céu.

Antes que pudessem perguntar propriamente quem eles eram, Zelkov cuidou deles como um elefante cuidaria de um formigueiro.

E então eles seguiram para dentro, direto para a casa de jogos que era a sede da rede de espionagem.