O Destino Cego da Alfa - Capítulo 373

373: O Amor da Vida Dela 373: O Amor da Vida Dela FIONNA
Fiona não ousou chamar sua missão com Marcus DireWolf de uma bênção disfarçada, especialmente porque o assunto que a levou a isso foi o sequestro de Zina…

…mas foi uma bênção disfarçada. A mais bela de fato.

Com o decorrer do torneio, o casamento real e então o sequestro de Zina, Fiona quase havia esquecido a traição descoberta enquanto passava pelo Teste dos Espelhos e a promessa de vingança que ela tinha feito.

Quase.

Mas estar nas Terras Verdes trouxe à tona uma espécie de déjà-vu. Era como se Fiona, a Irmã Vermelha de quatorze anos, e Marcus representando Kaliga o Mercador, renascessem.

Era difícil esquecer. Quanto mais ela olhava para o homem, mais encontrava semelhanças com o mercador que lhe havia dito ‘ou você é forte ou está perdida’.

Ela havia desejado olhos castanhos o tempo todo, esquecendo que para alguns lobisomens, quanto mais avançavam, mais a cor dos seus olhos mudava ou escurecia, como no caso de Marcus.

Dez anos atrás, o homem tinha olhos castanhos. Mas se tornar um Lycan Mestiço havia escurecido seus olhos para um quase preto. Tinha que olhar muito, muito de perto para ver que, de fato, eram de um castanho escuro profundo.

Então havia a sua voz. O timbre havia aprofundado, mas a maneira como Kaliga o Mercador e Marcus DireWolf falavam era quase a mesma. Sim, ele estava imitando um sotaque do Norte na época, mas era quase o mesmo.

Como foi que escapaou de Fiona que este homem era a mesma pessoa. Cruelmente tirando seu valioso colar de ônix como se fosse lixo enquanto ela clamava e segurava nele bastante tola.

Se ao menos ela soubesse que o homem estava literalmente pegando de volta o que era dele, então não teria se envergonhado tanto.

Porque ela também era depravada assim, ela podia imaginar quão poderoso isso o fazia sentir. Saber que ela se agarrava em algo dele por dez anos sem saber que veio dele. Ela imaginou que ele estava cheio de alegria com o fato, deleitando-se em estar no topo da cadeia alimentar enquanto ela ficava com as migalhas.

Ela servirá sua vingança… e ela a servirá devagar.

A coisa mais importante no momento era resgatar Zina, mas ninguém disse que Fiona não poderia se divertir enquanto fazia isso. E sua diversão seria na forma de Marcus DireWolf.

Então eles visitaram os WolfKnights primeiro, entregando os dedos de Igar WolfKnight ainda sob a gloriosa custódia de Daemon. Essa foi uma missão que Fiona desfrutou muito em seu nome e no de Zina. E ver o rosto assustado dos seus ex-membros da matilha foi uma coisa de grande alegria.

Acompanhando a caixa de dedos cortados estava uma carta selada de Daemon para Modrich WolfKnight, Alfa Sangue da Matilha e o homem que Fiona mais odiava logo após Igar.

Claro que não ficaram para as bebidas que ofereceram. Sem perder tempo, eles visitaram a Matilha Matriarcal e entregaram uma caixa selada de Daemon para eles—acompanhando-a também estava uma carta selada e a Alfa da matilha os aceitou com uma expressão sombria no rosto.

Fiona não sabia o que dizia o conteúdo dessas cartas, mas podia imaginar que falavam de promessas de derramamento de sangue, vingança e guerra dentre pequenos detalhes que ela desconhecia.

Finalmente, eles começaram a seguir em direção ao Território das Irmãs Vermelhas e apenas então Fiona se relaxou um pouco na carruagem que os levava. Ela abominava estar de volta lá, mas honestamente não havia nada que pudesse fazer e estava na hora de conquistar seus medos.

E ela não sabia o que, mas algo nas palavras que Zina lhe disse após vencer o combate a capturou como um bálsamo curativo e reconfortante.

Nascida para perder, renascida para vencer.

Ela não deveria mais estar presa no seu passado, não importando o quão devastador fosse. E talvez para remover o lado de sua inquietação, ela se viu engajando Marcus, que estava sombrio e silencioso durante toda a jornada.

“Onde está o meu colar de Ônix?” Ela perguntou, mexendo com o cordão de couro preto que estava usando.

Marcus franziu a testa como esperado, olhando para ela como se ela fosse louca por perguntar tal coisa em um momento tão inoportuno. E talvez ela realmente estivesse louca.

“Definitivamente não está aqui comigo, Delta Fiona. Podemos ambos nos concentrarmos em nossos deveres?”

Ahh… então ele era do tipo que levava tão a sério realizar seu dever sem deixar espaço para diversão. Não era interessante?

Fiona suspirou, olhando pela janela. Havia uma técnica popular de domesticação masculina entre as irmãs vermelhas—O Ato de Fingir.

Finja que você é fraca e desolada e então os destrua.

Finja que você não pode viver sem eles, então os destrua.

Finja que seu mundo está à beira do desespero e que só eles podem salvar você, e então prossiga para destruí-los.

De qualquer maneira, você deve destruí-los.

“O amor da minha vida me deu essa pedra, sabia,” ela disse em voz desesperada. Ela poderia viver a vida de uma mulher dura na maioria das vezes, mas foi treinada como uma cortesã e o jogo de sedução era uma arma que possuía.

Talvez ela não gostasse de utilizar essa arma o tempo todo, mas isso não significava que ela não pudesse usá-la quando necessário.

“Isso tem alguma coisa a ver comigo?” Marcus respondeu abruptamente… e isso foi qualquer emoção que ele conseguiu ao ouvir que Fiona o considerava o amor de sua vida.

Não era isso decepcionante?

Fiona fez um bico, “Não quero mostrar nenhum tipo de fraqueza, mas você não entenderia o que significa ser arrastada sem uma família. Zina pode ser considerada minha família, e agora que ela se foi, eu preciso daquele colar mais do que nunca.”

Marcus zombou, fechando o pergaminho que estava lendo. “Eu queimei aquela pedra.” Ele disse rudemente.

“Meu deus, você não é mesmo um mentiroso. Ônix não pode ser queimado… pelo menos não um daquele tipo.”

Diversão filtrou pelos seus olhos enquanto Fiona se animava com o jogo que estava jogando com ele. “Por que você não pega o próprio homem? Segurar uma pedra é diferente da poderosa e dominadora imagem que você mostrou até agora. Estou quase decepcionado.”

Fiona tsk, “O que um homem duro como você saberia sobre amor ou família? Neste mundo onde as mulheres sofrem mais, o que você saberia sobre tal afeição.”

Isso finalmente fez e apertou os botões dele. “Você nem sabe quem é esse homem!” Ele respondeu abruptamente.