O Destino Cego da Alfa - Capítulo 363
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363: Um Encontro Há Muito Esperado 363: Um Encontro Há Muito Esperado ZINA
Havia um ditado entre o povo comum na época em que Zina ainda estava com a Matilha dos Cavaleiros Lobos. O ditado dizia: ‘Aquele que tem tanto a perder deve estar preparado para perder tudo a qualquer momento.’
Esse ditado ficou surpreendentemente com Zina, apesar do fato de que, antes de se juntar ao Norte Ártico como Teta, ela não tinha nada a perder.
Mas, com o tempo, ela entendeu por que um ditado que era basicamente inútil para ela ficou em sua mente. Isso aconteceu precisamente porque ela antecipava o dia em que ele seria útil. E esse dia chegou quando ela começou a ter pessoas a perder, coisas a perder….
Seraph—a garota que confiou nela antes mesmo de Zina confiar em si própria.
Daemon—o homem que a amou antes mesmo que ela se amasse.
Sua mãe—a mulher que a salvou antes mesmo que ela pudesse salvar a si mesma.
Seu filho ainda não nascido—cujo calor a alcançou antes mesmo que ela pudesse se aquecer.
Zina oficialmente tinha muito a perder, e a única solução que se apresentava diante dela era estar preparada para perder tudo.
Mas havia uma alternativa. Ela poderia se perder primeiro antes de perder tudo. E foi essa alternativa que ela estava buscando.
O Lobo Vermelho, Rowan, a levou para um lugar distante. A cavalo, passaram por um oceano, uma floresta de montanhas antes de chegarem lá.
Era um conclave de cavernas. Sem grandes características e sem marcas que as diferenciassem umas das outras. Mas Rowan parecia saber para qual caverna estava indo, enquanto navegavam facilmente pelo caminho traiçoeiro até que chegaram a um beco sem saída.
Zina, que vinha memorizando os caminhos que haviam percorrido até ali caso precisasse deles, encarou confusa enquanto ele batia na parede que supostamente era um beco sem saída.
“Quem está aí?” Uma voz crocitou como algo moribundo. As tochas que iluminavam fracamente a caverna escura tremularam ao som da voz, como se fizessem tudo ao seu alcance para evitar ouvi-la.
Zina observou… esperou… escutou.
“O que está morto pode nunca morrer,” disse Rowan.
“E o que está morto?” A voz rouca voltou, e desta vez parecia haver um sorriso macabro no fim de suas palavras.
“O lobo que coroa todos os lobos.”
O coração de Zina trovejou em seu peito no mesmo instante em que o som do ferrolho sendo destravado ecoou na caverna.
Por que parecia que a senha estava se referindo a ela?
O que está morto pode nunca morrer? Mas por que pode em vez de irá? Eram duas palavras diferentes e ela sentiu que havia um mundo inteiro de segredos costurados nessas palavras.
A parede se abriu como uma porta, e Rowan deu um passo para o lado, gesticulando com o braço para que Zina entrasse primeiro como se fosse um cavalheiro. Utterly enojada pelo gesto, Zina entrou apenas para contemplar um mundo bem diferente do que ela estava acostumada em um dia comum.
Era como voltar no tempo. Um cômodo polido, mas tudo parecia esculpido em pedra. As cadeiras, os castiçais, o lustre, a lareira, praticamente tudo.
A mulher que respondeu ao chamado encarou Zina sem interesse enquanto esta ofegava de volta para ela. Ela parecia antiga. O rosto contraído como se tivesse sido beliscado para o lado, a pele flácida como se existisse há pelo menos vinte décadas.
O cabelo grisalho era tão ralo que Zina poderia contar fio a fio, se quisesse.
“O Solar de Pedra lhe dá as boas-vindas, Lady Zina WolfKnight.”
Zina bufou sob sua respiração descrente. Era essa a próxima tática deles? Chamá-la do que ela não era só para começar a próxima rodada de manipulação sobre como, de fato, ela era alguém abandonada?
“Para você, é Zina NorthSteed.”
A expressão contraída da mulher antiga não mudou. “Este solar não conhece tal nome, Lady Zina WolfKnight. Agora, se você puder entrar.”
Zina não se deu ao trabalho de discutir, apenas se virou para Rowan a tempo de vê-lo sorrindo.
Ela seguiu a liderança da mulher enquanto Rowan vinha logo atrás dela. Eles desceram um lance de escadas que levava ao porão do solar, e tudo era idêntico ao salão de entrada.
Tudo era feito de pedra de alguma forma. Em algum momento, Zina concluiu que aquilo não era exatamente antigo, mas que o Mestre do Solar tinha um gosto bastante peculiar por design.
E Zina presumiu que o Mestre do Solar era aquele a quem todos chamavam de Mestre. Mesmo sem vê-lo, Zina já podia sentir uma energia sombria que pairava descaradamente no solar.
Eles chegaram a um corredor longo e sinuoso com várias portas de cada lado. As portas também eram feitas de pedra, e a única coisa que as diferenciava das paredes era a maçaneta presa a elas.
Passaram por muitas dessas portas até chegarem a uma onde a mulher parou.
Zina sentiu… sentiu antes mesmo de ver. A porta foi aberta, e a visão lá dentro roubou seu fôlego. Roubou seu ser. E roubou sua vida.
Isso não aconteceu sucessivamente. Não, aconteceu tudo ao mesmo tempo.
A sala parecia vazia à primeira vista. A altura do chão ao teto era tão impressionante quanto as correntes prateadas que pendiam no meio, amarrando algo a elas.
Alguém, na verdade.
Não havia nada mais visível que mostrasse que aquele cômodo era um lugar para os vivos e não para os mortos. Apenas os respingos de sangue nas paredes e a sujeira espalhada por elas.
Mas mesmo assim, aquilo parecia mais sinal de que o cômodo pertencia a cadáveres do que a uma pessoa viva.
Mas Zina prendeu a respiração, mesmo enquanto a mulher anunciava para ela e para quem quer que fosse a pessoa acorrentada, o rosto encoberto por uma máscara ensanguentada de cabelos brancos:
“Lady Zina WolfKnight para ver Lady Ameneris Gritadores.”