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  3. Capítulo 827 - 827 A Dúvida Inabalável 827 A Dúvida Inabalável A sala estava
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827: A Dúvida Inabalável 827: A Dúvida Inabalável A sala estava iluminada pela suave luz das velas encantadas, sua luz trêmula projetando sombras móveis pelas paredes.

Papéis estavam espalhados pela mesa de Rowena, mapas marcados com anotações estratégicas, documentos detalhando suprimentos e planos para a sobrevivência de seu povo.

Mesmo que seu povo estivesse quebrado e enfraquecido para participar de missões, ela queria encontrar algumas alternativas para que eles sobrevivessem enquanto se recuperam.

Ela passou os últimos dias se afogando em trabalho, recusando-se a ficar ociosa, apesar de seu reino estar em ruínas.

Todos—Igrid, Isola, até mesmo os consortes—insistiram para que ela descansasse, que ela se concentrasse na criança crescendo dentro dela em vez de se sobrecarregar com assuntos de estado. Mas ela não conseguia ficar parada, não quando havia tantas vidas dependendo dela e inimigos possivelmente esperando para acabar com eles.

Os planos dela de treinar-se para melhorar suas habilidades e aprimorar seus poderes já tinham sido suspensos por causa de sua filha não nascida. Isso, ela concordou. Mas não fazer nada? Isso nunca foi uma opção.

Ela não pode deixar seu povo desmoronar.

Ela era a rainha deles. Ela era a esperança deles. E ela recusava-se a deixar essa esperança morrer.

Ela também não poderia depender para sempre da generosidade de Lakhur e sobrecarregá-lo com o cuidado dela e de seu povo. O reino dele enfraqueceria se isso acontecesse, e ele já estava sob grande risco ao fazer isso.

Sua mente estava focada—até que uma súbita rajada de vento varreu a sala.

As cortinas escuras de sua varanda ondularam violentamente, o ar mudando como se alguém—ou algo—tivesse acabado de entrar.

Rowena se recostou levemente, apertando o punho em torno da pena. Seus frios, olhos carmesim ergueram-se em direção às cortinas esvoaçantes, seus sentidos aguçados. Ela não estava sozinha.

Mas ela permaneceu imóvel, calma.

A presença na sala não era desconhecida.

“…Valeria?”

O nome saiu de seus lábios antes mesmo de ela dar um passo além das cortinas.

E lá estava ela.

Uma figura alta e imponente estava parada logo além da grade da varanda, vestida com uma armadura pesada e escura. O luar brilhava contra as bordas irregulares de sua armadura, sua capa carmesim esvoaçando atrás dela. Uma espada maciça e ominosa repousava embainhada em suas costas, o próprio peso exalando um aviso silencioso.

Mas o que chamou a atenção de Rowena primeiro—foi o pequeno gato preto com caudas duplas sentado no topo de seu capacete.

“Miauuu…” Crepúsculo ronronou, suas pequenas presas aparecendo enquanto emitia um som contente. Seus olhos vermelho-escuros brilhavam na noite, olhando para Rowena como se ela tivesse acabado de avistar um velho amigo.

Os lábios de Rowena se abriram levemente antes que ela soltasse um suspiro suave.

Mesmo depois de todo esse tempo, ela ainda carregava consigo esse animal de estimação. Ela deve gostar muito dela.

Valeria deu um único passo à frente, permanecendo como uma protetora silenciosa antes de falar naquele mesmo tom calmo e sem emoção.

“Asher queria que eu lhe entregasse isso, Sua Majestade.”

Uma carta.

O coração de Rowena parou ao ver o envelope vermelho escuro na mão enluvada de Valeria.

Seus dedos se moveram involuntariamente.

Já fazia uma semana.

Uma semana desde que ela recebeu sua última carta. Uma semana desde que ela lutou para decidir se deveria ler a próxima carta dele. Uma semana desde que se perguntou inquieta se ele ainda estava vivo.

Agora, de pé ali, olhando para o envelope diante dela, seu coração apertou dolorosamente.

Isso era a prova.

Prova de que ele ainda estava lá. Que ele ainda existia.

Antes mesmo que ela percebesse, sua mão já havia se estendido.

O aço frio da luva de Valeria roçou brevemente seus dedos enquanto ela pegava a carta.

Rowena apertou o punho em torno dela, sua respiração irregular.

Ela olhou para o envelope como se ele contivesse algo perigoso, algo que arruinaria o delicado equilíbrio de seus pensamentos.

“Asher nomeou você,” Rowena disse de repente, sua voz baixa, mas firme.

Valeria inclinou o capacete levemente em reconhecimento.

“Isola me contou,” Rowena continuou, levantando o olhar. “Embora fosse contra nossas tradições, acredito que você merecia.”

Valeria ouviu silenciosamente.

“Você não está mais ligada por dever a mim ou a este reino, como eu disse a você no passado,” declarou Rowena. “Você é livre. Você não precisa mais me chamar de sua rainha. Você pode me chamar pelo nome, Valeria.”

Um momento de silêncio passou entre elas antes que Valeria inclinasse ligeiramente a cabeça.

“Se é isso que você deseja, Rowena.”

Foi a primeira vez que ela ouviu Valeria dizer seu nome dessa maneira. Parecia estranho, mas ao mesmo tempo não.

Rowena não tinha certeza do porquê de se sentir assim.

Valeria se virou para partir, mas assim que o fez, Rowena falou novamente.

“…Espere.”

Valeria parou, sua capa se movendo ao vento enquanto ela se virava levemente para olhar para trás.

Rowena abriu a boca.

Então fechou.

Ela não sabia o que queria perguntar. Ela não sabia por que tinha parado Valeria em primeiro lugar.

Após um longo momento, ela apenas balançou a cabeça.

“…Não é nada. Você pode ir.”

Valeria fez um aceno único com a cabeça antes de saltar no ar, desaparecendo no céu noturno tão rapidamente quanto veio.

Agora, Rowena estava sozinha novamente.

Sozinha, com a carta.

Ela entrou, apertando os dedos em torno do envelope enquanto se sentava lentamente na beira de sua cama.

Sua respiração estava irregular.

Seus pensamentos giravam.

Havia uma parte dela que queria deixá-la de lado.

Uma parte dela que dizia que ela não precisava ler suas palavras.

Que ela não deveria ouvir um homem que tinha mentido para ela durante quase todo o tempo que passaram juntos.

E ainda assim—
Antes que percebesse o que estava fazendo…

Ela já havia aberto.

Seus olhos passavam sobre as palavras escritas, seu coração batendo forte apesar de si mesma.

O que ele tinha a dizer desta vez?

E mais importante—
Por que ela precisava desesperadamente saber?

As palavras ficaram desfocadas por um momento antes que ela se concentrasse—e lesse.

As mãos de Rowena estavam fracas enquanto segurava a carta, seus olhos escaneando as palavras escritas com tinta por um homem em quem uma vez confiou, que uma vez amou.

A última carta que leu a puxou para um redemoinho de emoções, mais do que ela queria reconhecer.

Mas desta vez—foi diferente.

As palavras eram mais pesadas.

“Há coisas que eu nunca quis lhe contar, Rona. Coisas que eu esperava que você nunca tivesse de aprender. Não porque não fossem verdadeiras—mas porque eu nunca quis destruir o homem que você admirava.”

“Você sempre falou tão bem de seu pai. E eu—eu nunca quis ser aquele a tirar isso de você.”

Rowena engoliu em seco, apertando o papel enquanto um arrepio desconhecido se espalhava por suas veias.

Seu pai.

Ela sempre o reverenciou.

Respeitou-o.

Amou-o.

Por meio de seu governo, ela aprendeu força. Por meio de suas palavras, ela encontrou sabedoria. Por meio de seus olhos, ela viu o que significava liderar.

Ela nunca duvidou dele. Nunca questionou seu julgamento.

Então por que…

Por que ela já sentia um medo profundo e sufocante invadindo seu coração?

Será que tudo que Seron lhe contou realmente era verdade?

Ela respirou fundo e forçou-se a continuar lendo.

“Eu não vou pedir para você acreditar em mim. Mas eu preciso que você entenda por que tive que mentir. Por que tive que esconder tanto de você.”

“Porque a verdade, Rona…”

“A verdade é que seu pai me deixou sofrer.”

A respiração de Rowena falhou.

Seu peito apertou.

Seus olhos, arregalados e congelados, fixaram-se nas palavras diante dela.

Seu pai?

Deixou ele… sofrer?

Seus dedos apertaram a carta com tanta força que ela se amarrotou em suas mãos.

“Ele sabia, Rona. Ele sabia de tudo. Ele sabia que eu fui torturado, espancado, humilhado desde que fui trazido ao nosso reino. Ele sabia que os nobres e os criados se deleitaram em tentar quebrar minha alma.”

“E ele não fez nada.”

Uma dor aguda atravessou seu coração.

Ele foi torturado por tanto tempo??

E seu pai sabia?

Ele sabia?

“Eu era um aleijado. Uma coisa sem poder, sem alma. E por causa disso, eu era nada além de entretenimento para eles, enquanto para outros, eles tinham inveja e delírios sobre o que eu havia tirado deles simplesmente existindo.”

“Oberon, Edmund, e outros como eles—se divertiram. Quebraram meus ossos, tiraram minha dignidade, certificaram-se de que eu soubesse o quão inútil eu era.”

“E seu pai assistiu silenciosamente e deixou acontecer.”

Rowena pressionou os lábios juntos, balançando a cabeça.

Não… Não, isso não pode ser verdade.

“Eu não sei se ele gostou. Eu não sei se ele fez isso por ódio ou diversão. Talvez ele simplesmente não se importasse.”

“Mas ele deixou acontecer.”

“Toda. Solitária. Vez.”

“Mas não termina aqui. Ele propositalmente enviou sua mãe para um lugar perigoso, sabendo que ela talvez não voltaria. Ele provavelmente trabalhou junto com Naida para nos trair a todos.”

Sua respiração tremeu.

Todo o seu mundo tremeu. Ela ainda não havia se recuperado da traição que Naida cometeu ao abandonar o reino e entregar a chave. Naida era como uma madrinha para ela, e ela confiava nela.

Mas agora… lendo isso, ela se sentiu ainda mais esmagada.

Por que tantas de suas próprias pessoas cometeram tais traições para destruir seu próprio reino? Como poderiam ser tão ingratos e desonrados?

A raiva fria que ela havia suprimido por causa das traições estava ameaçando derramar de seus olhos. Ainda assim, ela suprimiu à medida que as palavras que havia lido até agora e que estava lendo estavam causando ainda mais agonia.

“Rowena, eu preciso que você entenda. Eu nunca menti para machucar você. Eu nunca quis tirar o pai que você amava.”

“Mas eu tive que mentir. Eu tive que esconder de você, porque eu sabia—eu sabia o quanto você o reverenciava. Eu sabia que, se você descobrisse a verdade, isso a destruiria e que você poderia não acreditar em mim.”

“Eu não queria que você sentisse o que eu senti.”

“A dor de saber que a única pessoa que você mais confiava foi aquela que mais traiu você. Eu sei que você pode não querer acreditar em mim, mas Isola viu tudo. Ela poderia ajudar você a ver a verdade.”

A carta escapou de suas mãos.

Flutuou até o chão como uma folha murcha, esquecida em meio à tempestade que rugia em seu peito.

Rowena sentou-se ali, suas mãos frouxas, seu corpo rígido, olhando para o nada.

Uma dor profunda e vazia se expandiu dentro dela, estendendo-se até parecer que ela iria se despedaçar.

Seu pai—
O pai que ensinou-a, que a criou, que moldou-a em quem ela era—
Era esse realmente quem ele era?

Esse era o homem que ela admirou toda a vida?

A imagem do rosto orgulhoso e nobre de seu pai borrou-se em sua mente. As lições que ele deu a ela, a sabedoria que ele falou, a força que ele mostrou—
Foram todas uma mentira?

Sua visão tremeu.

Suas respirações saíram em arfadas descompassadas.

A sensação de aperto em seu peito se tornou insuportável à medida que ela fechava as mãos em punhos trêmulos.

Ela queria negar isso.

Ela queria acreditar que era apenas uma desculpa.

Que tudo isso era uma cruel decepção.

Mas—
Seu pai havia sentenciado a mãe de Silvan à morte apenas por ter um filho de um nobre.

Seu pai havia destruído o Reino Eclipsion, gerando o ódio de Kira.

Seu pai havia enviado sua própria esposa… sua mãe para a morte. Ela já suspeitava que algo estava errado porque ele nunca conduziu uma investigação adequada ou sequer contou a ela em que tipo de missão sua mãe havia ido.

Mas não era apenas isso.

Ela já não havia visto vislumbres de sua crueldade ecoando mesmo após seu falecimento?

Ela já não havia percebido o peso de seu julgamento frio e implacável no passado?

Ela já não se perguntava por que Asher guardava um ódio tão profundo e incessante por Oberon e Edmund?

Ou ela estava se recusando a ver tudo isso?

Seus dedos cavaram seus braços.

Uma violenta tempestade de emoções cresceu dentro dela.

Traição.

Dor.

Luto.

E algo mais—
Algo que ela nunca pensou que sentiria em relação a seu próprio pai.

Dúvida.

Ela pressionou as palmas das mãos contra o rosto, seus ombros tremendo.

Ela sempre acreditou nas ações de seu pai.

Ela sempre acreditou em sua sabedoria.

Ela sempre acreditou que ele era um homem de honra.

Mas agora…
Agora, ela não tinha certeza se poderia acreditar em qualquer coisa.

Mas, acima de tudo, ela sentiu seu coração ficar mais pesado do que nunca ao perceber as verdades que Asher havia mantido para si mesmo por ela.

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