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  3. Capítulo 818 - 818 Uma Vida Construída Sobre Mentiras 818 Uma Vida
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818: Uma Vida Construída Sobre Mentiras 818: Uma Vida Construída Sobre Mentiras Na Mansão Evangelion, Arthur entrou na sala de estudos mal iluminada, suas botas produzindo um som medido, porém firme, contra o assoalho de madeira polida.

Seu rosto estava marcado por uma determinação sombria enquanto ele fechava a porta atrás de si, o peso das verdades não ditas pressionando contra seu peito.

Seu pai, Edward—estava junto à imponente estante de livros, com as mãos entrelaçadas atrás das costas, sua presença normalmente imponente agora sobrecarregada por algo pesado e melancólico.

Alice, sua esposa, estava ao lado dele, seu olhar frio e ilegível traído pela tensão ao redor de seus lábios.

Arthur exalou bruscamente, franzindo a testa enquanto rompia o silêncio.

“Finalmente estamos em um lugar seguro para conversar. Então por favor me diga, Pai.” Sua voz era firme, mas havia um tom cortante nela, uma urgência latente por baixo da superfície. “Que tipo de homem é Derek verdadeiramente? O que mais você tem escondido de mim?”

As mãos se fecharam em punhos ao seu lado. “Eu sei que você não faria isso se não achasse necessário. Mas… Já é tarde demais. Preciso saber antes que as coisas piorem.”

Edward deixou escapar um suspiro profundo, o som de um homem que carregou segredos demais por tempo demais. Ele finalmente virou-se para encarar Arthur, seus olhos escuros com pesar.

“Suas suspeitas não estão erradas, filho.” Ele fez uma pausa antes de acrescentar, “Derek é mais maligno que a maioria dos demônios com os quais você lutou. Ele traiu e virou o mundo contra o Príncipe Dourado, roubou demônios do outro lado quando eles eram bebês para criá-los como armas como Anna. Ele tem feito muito mais em Marte. E ele tem feito isso por décadas.”

Arthur recuou ligeiramente, prendendo a respiração.

“O-Q-Que…” Sua voz mal saía dos lábios enquanto seu mundo inteiro balançava.

O homem que ele tinha respeitado. O homem que ele tinha seguido como um filho segue um pai.

Um herói.

Não.

Um monstro.

Seu estômago revirava, o pulso batendo em seus ouvidos. Ele de repente se sentiu nauseado.

Ele balançou a cabeça, sua voz quebrando ligeiramente. “Por que… Por que esconder tudo isso de mim? Eu o respeitei e segui cegamente como um tolo. Mesmo se isso pudesse me colocar em perigo, eu indiretamente o ajudei. Quem sabe quantas pessoas morreram porque eu não derrubei aqueles que deveria?”

Seu maxilar se apertou tanto que doía.

“Minha vida não vale mais do que as pessoas que confiam nos Caçadores como nós para protegê-las de todo tipo de mal e não apenas dos demônios. Você não deveria ter sucumbido às ameaças dele, Pai.”

A expressão de Edward endureceu com suas palavras. A culpa piscou em seu rosto, mas havia algo mais. Algo muito pior.

“Arthur, você realmente acha que alguém como ele sucumbiria a simples ameaças?” Alice de repente falou, seus olhos cheios de emoções pesadas, algo que Arthur raramente via em uma mulher tão fria.

A respiração de Arthur diminuiu. Seu coração batia em seu peito.

Algo estava errado.

Mas então ele viu seu pai baixando a cabeça com uma expressão pesada enquanto perguntava, “Me desculpe. Ela está certa. Pai, você é o homem mais forte que conheço. Você não se dobraria a um homem como Derek sem um bom motivo. Com o que ele ameaçou você?”

Edward cerrava os punhos enquanto hesitava em dizê-lo.

A máscara fria de Alice finalmente se quebrou, seus olhos cor de avelã sombreados com emoções enquanto ela finalmente dizia o que Edmund não conseguia.

“Porque… ele ameaçou a vida de sua mãe.”

Silêncio.

Arthur congelou.

A vida de sua mãe?

Seu cérebro girava. “Minha mãe?” Ele sentiu as palavras deixarem seus lábios, mas elas soavam distantes, estranhas. “Ela… ela ainda está por aí? Mas mantida refém por Derek? Mas você disse que ela—”
Edward abaixou seu olhar. “Eu menti.”

Arthur cambaleou para trás novamente, a respiração se tornando superficial. “Não…”
“Eu menti sobre muitas coisas.” A voz de Edward estava repleta de tristeza, com anos de arrependimento.

Arthur balançou a cabeça violentamente. “Não. Não, isso não faz sentido. Por que você mentiria sobre ela? Sobre que outras coisas você mentiu?”

Ele olhava entre Edward e Alice, seu pulso batendo contra suas têmporas.

Edward hesitou. Ele trocou um olhar com Alice, e pela primeira vez na vida, Arthur viu emoção verdadeira no olhar de Alice—uma tristeza profunda e inabalável.

O queixo de Alice tremia enquanto ela falava, sua voz frágil, mas firme.

“É hora de ele saber, Edward…” ela sussurrou. “Eu também quero que ele saiba…”
O coração de Arthur trovejava em seus ouvidos.

Seus dedos tremiam ligeiramente, mas ele cerrava os punhos, forçando-se a manter-se firme. “Saber o quê?”

Edward finamente encontrou o seu olhar, e as próximas palavras dele destruíram tudo o que Arthur pensava que sabia.

“Você não é meu filho.”

O mundo parou.

Arthur esqueceu de respirar.

Sua visão embaçou.

Sua mente congelou.

“O quê?” ele sussurrou.

O rosto de Edward estava pesado com a dor. “Você não é meu filho, Arthur.” Ele exalou trêmulo. “Mas você é meu neto.”

Arthur sentiu suas pernas enfraquecerem.

Sua garganta apertou.

“Eu…Eu não…”

“Sua mãe é Aira Evangelion,” Edward continuou. “Ela nunca foi sua irmã. Ela é sua mãe, Arthur. A única filha minha e de Alice.”

O quarto inclinou.

Os ouvidos de Arthur zuniam.

Seu corpo inteiro estava gelado.

Alice olhava para ele com olhos úmidos, pesados, cheios de emoções que ele nunca tinha visto antes nessa mulher que sempre fora fria com ele.

“Eu sinto muito, meu filho,” ela sussurrou, sua voz tremendo. “Eu não consegui dizer o quanto eu amava você porque eu tinha medo de não conseguir me segurar para contar tudo. Doía em mim cada vez que eu te afastava… te mantinha à distância. Mas saiba que seu avô e eu nos importamos mais com você do que com qualquer coisa.”

Arthur balançou a cabeça violentamente. “Não… Não, isso não pode ser verdade… Minhas lembranças… Eu lembro de brincar com minha irmã e meu pai nos levando a parques quando crianças… Eu lembro—”
Edward suspirou profundamente, sua voz cheia de arrependimento, “Aquelas eram memórias falsas, meu rapaz. Implantadas por Derek para manter você sob o controle dele.”

A respiração de Arthur vinha em arquejos irregulares.

Sua visão embaçada de raiva, confusão e desespero.

Mas ainda havia uma última pergunta que queimava em sua mente.

Sua voz falhava quando ele sussurrava, “Então por quê… Por que eu pareço quase tão velho quanto ela? Como posso ser o filho dela quando temos quase a mesma idade?”

Os lábios de Edward se apertaram em uma linha fina.

Alice desviou o olhar, como se a resposta fosse dolorosa demais para dizer.

Edward segurou o ombro de Arthur e disse, “Derek a forçou a usar um método proibido para envelhecer você rapidamente. Ele também tomou a ajuda de vários especialistas poderosos em força mental para acelerar seu crescimento mental também, através de memórias falsas e experiências, para que você se tornasse adulto fisicamente e mentalmente. Claro, essas memórias falsas foram elaboradas de uma maneira que o fizesse sentir vontade de obedecer a ele e apoiar as mentiras dele.”

“Por quê? Por que ele queria que eu crescesse tão rápido? Do que ele precisa de mim?” Arthur perguntou com as sobrancelhas franzidas.

“Isso eu não sei. Mas sabemos que ele quer tirar vantagem de você de alguma forma. Por alguma razão, ele não o forçou a fazer nada ou controlou você como ele controla seus escravos demônios. Deve ser por isso que ele até deixou você viver comigo todos esses anos, mas nunca me deixou treinar você ou ensinar-lhe os poderes e o conhecimento de nossos antepassados,” Edward disse com uma expressão endurecida.

Arthur engoliu em seco, o peito doendo.

“Então… o que aconteceu com minha mãe?”

Os olhos de Alice brilhavam, “Sua mãe era a Oráculo.”

A Oráculo.

Sua mãe.

Sua verdadeira mãe.

Seus joelhos se sentiram fracos. Ele se sentia como se estivesse se afogando.

“Era? Ela era a Oráculo?” Arthur murmurou fracamente enquanto se lembrava de ter visto vislumbres de uma mulher em seus sonhos. O calor e a tristeza que sentia… Ele nunca soube que era ela todo esse tempo.

“Ela perdeu seus poderes agora. Derek garantiu isso. A Oráculo é um título secreto dado a alguém nascido em nossa família a cada poucos séculos e tem o poder de ver o futuro. No entanto, Aira foi a mais poderosa de todos e de toda a história. Ela lutou. Lutou mais do que alguém poderia imaginar para manter você e nós seguros. Mas Derek foi implacável. Ele sabia que se não pudesse controlá-la, ela acabaria com ele. Então, usando Cédric, ele de alguma forma a capturou e a escondeu.”

O coração de Arthur se apertou enquanto ele murmurava com os olhos úmidos, “Eu deveria ter sabido… Ela tem sofrido por tanto tempo enquanto eu…” Arthur não conseguiu completar sua frase enquanto suas emoções intensas o sufocavam.

Edward fechou os olhos, seu rosto contorcido de dor. “Você não deveria saber. Derek sabia que se você descobrisse, você se voltaria contra ele. E ele nunca deixaria isso acontecer. Não poderíamos arriscar perdê-los, mesmo que tal decisão fosse igualmente dolorosa para nós.”

Arthur cerrava os punhos, sua respiração tremendo.

Todo esse tempo…

Ele tinha lutado pelo lado errado.

Ele havia ajudado sem saber o homem que destruiu sua verdadeira família.

Seus dentes apertados. Seu corpo tremia.

“Derek… Ele tem que pagar pelo que fez.”

Edward suspirou. “Você não está pronto para enfrentá-lo ainda, filho. Ele ainda é o homem mais poderoso de nosso mundo. Se você agir impulsivamente, só conseguirá se matar.”

O maxilar de Arthur se apertou. “Não me importo. Ele tem que ser punido pelo que fez. Eu vou garantir que ele enfrente a justiça e responda por todos os seus crimes, mesmo que isso termine com ele perdendo a cabeça.”

Edward e Alice só puderam trocar olhares preocupados.

De repente, um pensamento atingiu Arthur como um raio, uma suspeita perturbadora e profunda arranhando as bordas de sua mente.

Seus lábios se abriram, seu fôlego preso, sua voz frágil e desesperada—
“Meu pai…” Seu coração batia dolorosamente contra suas costelas. Sua voz estava quase acima de um sussurro. “Ele era…”

Os lábios de Alice se apertaram juntos, seus olhos azuis transbordando uma emoção tão crua, tão avassaladora, que Arthur já sabia a resposta antes dela falar.

Ela assentiu lentamente, sua voz tremendo, mas firme, “Sim… Seu pai era Cédric… o Príncipe Dourado.”

E assim como isso—
Tudo dentro de Arthur se quebrou.

Ele prendeu a respiração na garganta. Sua visão embaçou. Seu pulso rugia em seus ouvidos como as marés batendo contra rochas afiadas.

Não.

Não, não podia ser.

Mas era.

Seu pai—Cédric.

Alguém que ele sempre odiou no fundo de seu coração por causar o desaparecimento de sua irmã-não, sua mãe.

O homem que tinha sido crucificado pelo mundo apesar de tudo que fez. O homem que tinha sido traído. O homem que diziam amar sua mãe com tudo o que tinha… e morreu.

Seu pai era o mesmo homem que o mundo rotulava de traidor.

O mesmo homem cujo nome tinha sido arrastado pela lama por Derek.

O mesmo homem cuja morte tinha sido orquestrada e celebrada pelas mesmas pessoas a quem ele jurara lealdade.

Seu pai.

Ele nunca nem chegou a vê-lo.

Um som engasgado saiu dos lábios de Arthur, mas não era uma palavra. Não era nem mesmo um sopro.

Era a dor e a culpa em si, cruas e implacáveis.

Seus joelhos cederam sob ele, e antes mesmo que soubesse, ele desabou no chão.

O mundo embaçou, o peso da realidade batendo em seu peito com uma força que roubava o ar de seus pulmões. Suas mãos agarraram o peito, como se tentando se manter inteiro, como se tentando impedir que sua própria alma desmoronasse.

Seu pai.

Sua mãe.

Ele sentia tanto por eles… por seguir com sua vida enquanto eles acabaram com um destino pior que a morte.

Toda a sua vida tinha sido uma mentira.

E a verdade era muito pior do que a mentira jamais poderia ser.

Lágrimas ardiam nas bordas de seus olhos, quentes e implacáveis, escorrendo por suas bochechas enquanto a dor se tornava insuportável.

Edward e Alice imediatamente avançaram, sua própria dor e tristeza evidentes na maneira como se ajoelharam diante dele.

“Arthur…” A voz de Edward se quebrou, e pela primeira vez na vida, Arthur ouviu seu avô quebrar.

A máscara fria e distante de Alice havia completamente desmoronado, seus lábios tremendo enquanto ela se aproximava, suas mãos trêmulas enquanto seguravam o rosto marcado de lágrimas de Arthur.

“Sentimos tanto.”

E então—
Eles o puxaram para um abraço.

Um abraço apertado, desesperado, mas caloroso.

Arthur se agarrou a eles, seus dedos cavando em suas roupas como se tivesse medo de que eles desaparecessem também.

Como se tivesse medo de perdê-los como ele perdeu tudo o mais.

E pela primeira vez na vida—
Arthur soluçou.

Silenciosamente. Dolorosamente.

Todo o seu corpo tremia, sua respiração desigual e áspera enquanto ele enterrava o rosto no ombro de Alice, seu aperto se apertando em torno de ambos como se eles fossem seu último elo com o mundo.

Alice acariciou suas costas suave e silenciosamente, embora seu rosto estivesse trançado de dor. Edward descansou seu queixo no topo da cabeça de Arthur, segurando seu neto como se desejasse levar o peso insuportável que o esmagava.

Eles ficaram assim por um tempo que parecia eterno—três almas quebradas se agarrando uma à outra nos silenciosos escombros da verdade.

Porque naquele momento—
Não havia mais mentiras.

Não havia mais ilusões.

Apenas a dor.

E a família que ficou para suportá-la.

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