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- Capítulo 809 - 809 Um Pequeno Monstro 809 Um Pequeno Monstro O ar dentro de
809: Um Pequeno Monstro 809: Um Pequeno Monstro O ar dentro de uma das câmaras reais estava carregado de tensão e admiração silenciosa, a luz fraca das velas lançando sombras suaves contra as paredes ornamentadas.
O cheiro de ervas medicinais pairava no ar, misturando-se com os traços persistentes de sangue e exaustão.
Isola, Merina, Silvia e Sabina entraram, seus passos cautelosos enquanto seus olhos pousavam sobre a figura imóvel na cama grandiosa.
Elas haviam corrido até aqui depois que um dos servos as pediu urgentemente para virem.
Rowena estava lá, seu cabelo corvo fluindo ordenadamente pelo travesseiro, seus traços normalmente frios e penetrantes agora suaves no sono.
Mas o que realmente chamou a atenção delas não era apenas sua expressão serena, mas o brilho inconfundível que aderia à sua pele.
Sabina foi a primeira a quebrar o silêncio, “O que aconteceu que vocês nos chamaram aqui urgentemente? Ela está bem?” perguntou, franzindo a testa ao ver Seron, Lakhur e os médicos rodeando o leito de Rowena como se algo estivesse muito errado — apesar do fato de Rowena parecer muito mais saudável do que antes.
Lakhur se virou para elas, sua expressão carregando o peso da incredulidade, “Sua rainha está bem. Nós a colocamos em um sono profundo para garantir que seu corpo tenha o descanso completo de que precisa. Mas o crescimento de seu filho ainda não nascido é… sem precedentes.”
“Sem precedentes?” ecoou Isola, avançando, confusão cintilando em seus olhos. Mas no momento em que seu olhar desviou para baixo, seus lábios se separaram em espanto silencioso.
Lá, visível mesmo sob os lençóis, havia uma protuberância distinta na barriga de Rowena — uma protuberância que não estava lá antes.
Silvia, Sabina e Merina endureceram, seus olhares chocados ziguezagueando um para o outro.
“Chocante, não é?”
A voz de um homem idoso ecoou atrás delas. Virando-se, viram Igrid, o médico real de Rowena, entrando na câmara, sua barba branca espessa eriçada enquanto ele se apoiava em sua bengala.
“Senhor Igrid, graças aos diabros você se recuperou,” Isola o cumprimentou, oferecendo-lhe um sorriso quente e aliviado.
Igrid soltou uma risada suave, concordando com a cabeça, “Eu não ousaria descansar enquanto nossa rainha precisa de mim.” Mas então, seu olhar se tornou sério enquanto ele gesticulava em direção a Rowena, “O que nos surpreendeu a todos foi isto — o filho de Sua Majestade, que tem crescido há apenas uma semana, já atingiu um tamanho comparável ao de um feto de dez meses.”
Silvia engasgou. “D-Dez meses?”
Sabina virou a cabeça em direção a Igrid, os olhos estreitados em descrença, “Como isso poderia ser possível? Nem duas semanas se passaram, e, no entanto, a criança já é grande o suficiente para corresponder a dez meses de crescimento?”
Isola e Merina trocaram um olhar, claramente espelhando a mesma confusão.
“Para uma vampira como ela, não deveria levar pelo menos três anos para dar à luz a criança?” Merina perguntou, sua voz baixa, com crescente espanto e preocupação, incapaz de conter sua curiosidade.
Igrid concordou com um sorriso breve, “Você está certa. Mas um milagre aconteceu.”
“Um milagre?” Sabina levantou uma sobrancelha cética.
Seron suspirou enquanto passava a mão pela barba brevemente, “Isola nos contou o que Sua Majestade fez para salvá-la. Absorver uma forma tão poderosa e potente de Deviar em seu próprio corpo… canalizar tal quantidade deveria tê-la matado em minutos, senão segundos.”
Isola concordou, sua expressão preocupada, “Eu sei. Fiquei aterrorizada quando acordei e a vi desabar. Mas de alguma forma, seu corpo permaneceu ileso. E ela conseguiu fazer meu corpo absorvê-lo sem nenhuma reação adversa.”
Sabina cruzou os braços, os olhos sombreados com pensamentos profundos, “Isso não faz sentido. Nem mesmo o Guardião da Lua poderia fazer tal façanha, especialmente enquanto compartilhava o fardo de absorver o poder de um Deviar em outro corpo.”
“Você está certa, Sua Alteza,” concordou Igrid, “Mas o milagre aqui é que a menininha na barriga de nossa rainha manteve ambas, ela e Isola, seguras.”
Um silêncio abafado seguiu suas palavras.
“Menininha?” Silvia sussurrou, seus olhos rubi se arregalando.
Merina virou-se para Silvia e Isola, suas expressões tanto surpresas quanto tocadas.
Era uma menina.
Igrid continuou com um sorriso gentil, “Não apenas esta criança as protegeu, mas também absorveu o excesso de poder do Deviar. Se não o tivesse feito, a energia teria sobrecarregado seus corpos e brutalmente os destruído por dentro. De alguma forma, esse poder… acelerou seu crescimento. Ou talvez, ela finalmente recebeu o ‘nutriente’ que precisava, não que seja o único nutriente que ela poderia usar.”
Os lábios de Isola se entreabriram levemente, seu coração se enchendo de calor e admiração enquanto ela olhava para Rowena.
Pela primeira vez em muito tempo, esperança cintilou nos olhos de todos.
Sabina, no entanto, ainda estava incrédula, “Um bebê ainda não nascido absorveu o poder de um Deviar? Que diabos… Um Devorador de Almas no ápice teria morrido tentando, e ainda assim essa pequena monstrinha não só sobreviveu, mas cresceu mais forte, usando o poder do Deviar como ‘nutriente’?”
“Realmente poderia ser um bebê imortal?” Silvia suspirou em admiração, embora fosse um pensamento que passava pela mente de todos.
Igrid concordou com um sorriso caloroso, “Parece que sim. Pelo que senti, a força sanguínea da criança é anormalmente forte e excede em muito os limites do que já vi na minha vida.”
Lakhur assentiu solenemente, ainda com um vislumbre de admiração em seus olhos, “Ficamos igualmente chocados quando descobrimos isso. É por isso que eu disse que é sem precedentes. Essa criança não é uma criança comum. Ela é a filha da Rainha Sangueardente… e do Rei Imortal. Eu ouvi falar do teste de união de linhagem que foi realizado entre eles. Só de saber disso já era o suficiente para me fazer acreditar que a filha deles seria especial e forte além da nossa compreensão.”
Igrid riu suavemente, “De fato. A primogênita da vampira mais forte e de um alienígena imortal… um homem não deste mundo. Talvez seja por isso que ela foi capaz de suportar algo que nenhum outro ser poderia.”
Seron, parado ao lado da cama, soltou um suspiro aliviado, “Então essa criança… poderia ser a esperança de reconstruir nosso reino.”
Sabina estalou a língua e zombou, “Ela ainda nem nasceu, e vocês já estão sobrecarregando ela com responsabilidades? Nosso rei é nossa esperança e ele ainda está por aí.”
A expressão de Seron escureceu levemente, “Não quero fazer isso, mas todos nós sabemos que o destino imporá tais fardos a ela e nosso rei não está conosco agora. Você sabe o que quero dizer também, Consorte Sabina.”
Sabina pressionou os lábios juntos, mas não pôde refutar suas palavras.
A tensão na sala foi quebrada pela voz melodiosa de Isola.
“Vocês dois têm um ponto,” ela disse gentilmente, “Não é justo colocar fardos em uma criança que ainda não nasceu, mas… o nascimento dessa criança nos dará a todos esperança. Especialmente ao nosso povo. Essa criança é a prova de que nem tudo está perdido. Mesmo que tenhamos caído… ainda podemos nos erguer novamente.”
Merina e Silvia assentiram, suas expressões suaves e felizes, enquanto Lakhur e Igrid deram pequenos acenos de aprovação.
Mesmo Seron e Sabina, apesar de seus pensamentos conflitantes, se viram incapazes de discutir e concordaram com Isola.
Porque, no fundo, eles sabiam —
A criança de Rowena e Asher era mais do que apenas uma princesa ainda não nascida.
Ela era um símbolo de seu futuro.
E em tempos tão sombrios quanto estes, a esperança era a única coisa que eles não podiam se permitir perder.
A voz ansiosa de Silvia de repente rompeu a atmosfera, seus olhos brilhando com excitação, “Então… quando ela dará à luz a nossa pequena princesa?”
Igrid soltou uma risada suave e divertida, acariciando sua grossa barba branca enquanto balançava a cabeça.
“Isso é difícil de dizer, até para mim”, ele admitiu, seus olhos brilhando com curiosidade, “Isso é diferente de tudo o que eu já vi em minha vida. Terei que observar o crescimento da criança por pelo menos mais uma semana antes de fazer uma suposição educada. Mas se minhas suposições estiverem corretas, Sua Majestade pode dar à luz dentro de alguns meses ou menos.”
Os lábios de Silvia se separaram em choque agradável enquanto ela trocava olhares com os outros.
“Meses?” Sabina refletiu, uma curva sensual formando-se em seus lábios enquanto ela se encostava na parede, “Fufu, agora isso vai ser divertido e interessante. Mal posso esperar para brincar com ela.”
Silvia, Merina e Isola não conseguiam conter seu espanto alegre. Saber que Rowena em breve daria à luz… era inesperado, mas profundamente reconfortante.
“Isso é bom”, Seron finalmente falou, soltando um suspiro de alívio, “Quanto mais cedo a criança nascer, mais cedo nosso povo pode ter esperança novamente. E talvez… Sua Majestade possa finalmente começar a se recuperar da dor que todos compartilhamos.”
Mas então, a voz de Lakhur carregava um peso pontiagudo, cortando o ar.
“Mas… seu rei não deveria estar aqui para cuidar de sua rainha?” ele perguntou, seu tom constante, mas questionador. “Sei que você disse que ele não pode voltar por bons motivos que ainda não revelou. Mas ele sabe que ela está grávida?”
Um breve silêncio seguiu.
Sabina, Silvia, Isola e Merina trocaram olhares difíceis, suas expressões se apertando. A verdade era complicada.
Após uma pausa, Isola suspirou e respondeu. “Eu sei… mas a rainha tem todos nós para cuidar dela e da criança. Não podemos perturbar nosso marido em um momento como este. Ele está lá fora, arriscando sua vida para nos salvar. Não podemos distraí-lo até que ele retorne para nós.”
“O que poderia ser mais importante do que isso?” a voz de Seron carregava uma frustração contida, seu maxilar se cerrando, “Se apenas ele voltasse, as coisas poderiam ser muito melhores. Ele é nosso rei, e seu povo precisa dele — ela precisa dele.”
A expressão de Isola permaneceu calma, porém firme, embora seu coração estivesse pesado.
“Sinto muito, Conselheiro Seron. Não posso explicar mais do que isso. Tudo o que posso pedir é que você tenha fé nele. Sem ele, não estaríamos aqui agora.”
As outras mulheres concordaram com a cabeça, sua confiança inabalável em Asher evidente em seus olhos.
Seron exalou um longo e pesado suspiro, baixando o olhar, “Só espero que vocês estejam certos.” Ele sabia que estavam escondendo algo, embora não fosse seu lugar perguntar sobre isso.
Lakhur, de braços cruzados, finalmente falou com confiança silenciosa, “A Consorte Isola está certa. Eu sei que tipo de homem é o Rei Asher. Se ele partiu por um bom motivo, então ele retornará quando for a hora certa. Até então, vamos cuidar uns dos outros.”
Um entendimento silencioso passou pelo grupo, e com isso, a conversa chegou ao fim.
Um a um, eles se dispersaram para permitir que Rowena tivesse seu merecido descanso.
Mas antes que Isola pudesse sair, Sabina agarrou seu pulso e a puxou para o lado.
Isola ergueu uma sobrancelha, “O que foi?”
Sabina olhou para Isola profundamente antes de suspirar e dizer, “Ok, vou apenas dizer. Eu só queria pedir desculpas por ter sido uma vadia com você mais cedo… por guardar segredos. Nunca imaginei que vocês estivessem carregando um segredo tão pesado.”
Os lábios de Isola se abriram em um sorriso caloroso enquanto ela dizia, “Eu nunca te culpei. Sei que você estava com raiva e frustrada porque estava preocupada com ele. Eu teria sentido o mesmo na sua situação.”
“Fuuuu, como você pode ser tão perfeita e compreensiva? Eu não gosto disso. Você me faz parecer ainda mais uma vadia ruim,” Sabina suspirou em frustração, embora internamente ela se sentisse aquecida ao ouvir as palavras de Isola.
Isola deu uma risada suave enquanto Sabina olhava para a rainha adormecida diante dela, seus olhos fantasmagoricamente vermelhos se estreitando ligeiramente.
“Eu também queria perguntar… Você contou a verdade sobre o passado de Asher para Rowena ainda?” ela perguntou, sua voz carregando uma seriedade atípica, “Afinal, ele matou o pai dela e mentiu para ela durante todos esses anos. Estou sinceramente surpresa que ela só o exilou. Mas ela deveria saber tudo o que aconteceu, para que possa entender por que Asher fez isso.”
Isola suspirou, sua expressão pesada, “Eu sei, mas Luna me disse que Asher não quer que eu conte a Rowena ainda. Ele quer ser o único a contar tudo para ela.” Ela balançou a cabeça levemente, “Então vou esperar e deixar que eles resolvam isso por conta própria. Não devemos intervir.”
Sabina revirou os olhos e clicou a língua, claramente pouco impressionada, “Fffff, tudo bem. Vamos esperar que vocês dois saibam o que estão fazendo.”
Ela então cruzou os braços e inclinou a cabeça, um brilho travesso retornando ao seu olhar.
“Mas, além de tudo isso… você não está sentindo ciúmes de ainda não estarmos grávidas?” ela de repente provocou, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. “Me arrependo de ter tomado aquelas pílulas anticoncepcionais depois de todas as vezes que ele me fodeu por horas, ugh. Se não fosse pela regra irritante de que a rainha tem que ser a primeira a gerar o filho do rei… tch…”
O rosto de Isola corou instantaneamente, e ela se enrijeceu.
“E-eu tenho que cuidar de Callisa por um tempo. Voltarei logo,” ela balbuciou apressadamente, virando-se abruptamente sobre o calcanhar e andando rapidamente para longe.
No entanto, a pergunta de Sabina e ver Rowena grávida fez o desejo secreto de Isola de ter um filho de Asher tornar-se ainda mais avassalador, o pensamento afundando em sua mente como um sussurro que ela não conseguia silenciar.
Sabina soltou uma risada sensual, observando a forma recuando de Isola com diversão, “Que fofo,” ela refletiu, traçando um dedo preguiçoso pelos lábios antes de olhar para o balcão do castelo.
Ela pisou no balcão e encarou o céu escuro, seus olhos escuros brilhando.
Então, com um murmúrio baixo e tentador, ela sussurrou para si mesma:
“É melhor você voltar logo para nós, Asher… temos alguns assuntos inacabados.”
Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso e conhecedor, seus caninos aparecendo por entre eles.