O companheiro perdido - Capítulo 87
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- Capítulo 87 - 87 A Festa 87 A Festa Anne olhava pela janela do carro
87: A Festa 87: A Festa Anne olhava pela janela do carro, enquanto a paisagem se esvaía rapidamente, sua mente repleta de pensamentos que ela desejava poder banir. Era apenas uma coincidência, ela se dizia pela centésima vez. Não existe nenhuma conexão entre Damien e Jennifer.
Mas, não importava quantas vezes ela repetia, a sensação a roía como uma dor surda, se recusando a partir. Ela nunca foi de superstições ou teorias da conspiração, no entanto, havia algo inquietante em tudo aquilo.
Anne lançou um olhar a Damien pelo canto do olho. Ele estava atrás do volante, com um rosto calmo e composto. Seu maxilar forte, o cavanhaque que ele nunca conseguia se livrar completamente, o modo como seus olhos escuros se desviavam rapidamente em sua direção antes de voltar à estrada
“Anne?” A voz profunda de Damien interrompeu seus pensamentos. “Você está tão quieta há um tempo. Está tudo bem?” Ele virou a cabeça levemente, suas sobrancelhas se juntavam em preocupação. “Você parece preocupada.”
O coração de Anne deu um salto. Droga, ele percebeu. Ela rapidamente forçou um sorriso, um que esperava não parecer tão falso quanto se sentia. “Oh, não é nada,” ela disse, acenando com a mão de maneira despreocupada. “Acho que… estou cansada de tanto correria hoje. Só isso.”
Damien não parecia totalmente convencido. Seus olhos demoraram nela por mais um momento antes de ele acenar com a cabeça, sua atenção voltando para a estrada.
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Anne parada em frente ao espelho, suas mãos tremendo levemente enquanto ajustava as alças do vestido. O vestido era nada menos do que deslumbrante—uma obra-prima dourada cintilante que caía pelo seu corpo como metal líquido. O tecido capturava a luz com cada movimento, fazendo ela parecer quase etérea, como se tivesse saído diretamente de um sonho. Ela nunca tinha vestido algo tão extravagante antes, e era… estranho. Emocionante, mas estranho.
Seu cabelo estava preso em um coque elegante, com alguns cachos soltos emoldurando seu rosto. A maquiagem era simples mas perfeita, realçando sua beleza natural sem a sobrecarregar. Conforme ela se virava de um lado para o outro, absorvendo o efeito completo, quase não se reconhecia.
Um toque na porta a sobressaltou, afastando-a de seus pensamentos. “Anne? Está pronta?” A voz de Damien atravessava o quarto, calma e firme.
Respirando fundo, ela abriu a porta. Damien estava lá, vestido com um terno preto impecável, cada centímetro o poderoso Alfa que era. Seus cabelos escuros estavam penteados para trás, e seu maxilar ciselado estava barbeado. Mas não era a aparência dele que a surpreendia—era o modo como seus olhos se arregalavam ao vê-la. Seu olhar percorria desde o topo de seu cabelo perfeitamente estilizado até as pontas dos seus saltos dourados, e por um momento, ele pareceu sem palavras.
“Você…” Damien limpou a garganta, aproximando-se, seus olhos ainda fixos nela. “Você está incrível.”
Um rubor subiu às bochechas de Anne. “Obrigada,” ela disse baixinho, sentindo um calor se espalhar por ela com seu elogio.
Ele estendeu a mão e pegou a dela, seus dedos roçando os dela levemente antes de apertar gentilmente. “Eu falo sério, Anne. Você está… etérea.”
A palavra fez seu coração palpitar. Ela sorriu para ele, sentindo-se mais segura e confiante com sua mão firme na dela. “Você também não está nada mal,” ela brincou, embora sua voz fosse suave, quase tímida.
Ele riu, um som baixo e caloroso que se acomodou em seu peito. “Vamos?” Damien fez um gesto em direção à porta, e Anne assentiu.
A caminho do local da festa, os pensamentos de Anne voltaram a Ryan. Era a primeira vez que ela acompanhava Damien em um evento formal, e a ideia de deixar Ryan para trás a deixara ansiosa. Mas a antiga enfermeira de Damien, Carla, tinha vindo para cuidar dele. Foi um alívio saber que Ryan estava em boas mãos.
Eles chegaram ao local pouco depois, a grande propriedade brilhando sob o luar, suas colunas de mármore e janelas em arco dando-lhe um ar de elegância atemporal. O som de risos e conversas escapava para a entrada, e à medida que subiam os degraus, Anne sentiu seu estômago se apertar com nervosismo.
Damien parecia perceber seu desconforto. Ao alcançarem a entrada, ele se inclinou e sussurrou, “Não se preocupe. Você vai ser perfeita.”
As palavras dele deram a ela o impulso que precisava, e quando as portas grandiosas se abriram, revelando o salão cheio de Alfas e membros da matilha, ela endireitou as costas e levantou levemente o queixo. Ela poderia fazer isso. Ela tinha que fazer.
O salão de baile era deslumbrante, com altos tetos abobadados adornados por lustres de cristal que brilhavam como estrelas. O ambiente estava vivo com energia — convidados se misturando, rindo e degustando champanhe enquanto garçons circulavam pela multidão. Os homens estavam vestidos em ternos formais e smokings, enquanto as mulheres usavam vestidos em todos os tons do arco-íris, joias brilhando em suas gargantas e pulsos.
Mas nenhuma delas, Anne percebeu, estava vestindo algo como seu vestido. O dourado cintilante sob a luz do lustre, atraindo olhares à medida que entravam. Ela podia sentir as pessoas olhando para ela—algumas curiosas, outras surpresas. Ela nunca tinha sido o centro das atenções antes, e era um pouco opressor.
A mão de Damien permanecia firme em sua parte inferior das costas, guiando-a pela multidão enquanto as pessoas se aproximavam para cumprimentá-lo. Como esperado, ele era um ímã para atenções — muitos dos Alfas e líderes da matilha acorreram até ele, ansiosos para trocar gentilezas. Mas Damien não a soltou. Seu braço permaneceu protetoramente ao redor dela, seus dedos roçando o tecido de seu vestido de uma maneira que fazia seu coração acelerar.
“Damien,” um homem mais velho disse, avançando para apertar sua mão. “Bom te ver novamente. E quem é esta encantadora mulher com você?”
Anne se preparou, mas Damien não perdeu o passo. Ele sorriu, introduzindo-a com uma confiança que a fez sentir, pela primeira vez, como se pertencesse ali. “Esta é Anne. Minha companheira.”
Conforme a noite avançava, Anne se encontrava mais à vontade. Damien ficou por perto, e embora as conversas girassem em torno de assuntos da matilha, negócios e alianças, ele se certificou de que ela não fosse deixada de lado. Em um momento, ele até se inclinou e sussurrou uma piada em seu ouvido, fazendo-a rir baixinho em seu copo de champanhe.
Mais tarde, Anne ficou sozinha, degustando seu champanhe, escaneando a sala. Damien se desculpara momentos antes e fora puxado para uma conversa com outros Alfas sobre disputas territoriais. Ela não se importava. Ele tinha estado ao seu lado a noite toda, e agora ela tinha um momento para respirar, para absorver a atmosfera.
Ao colocar sua taça em uma bandeja que passava, ela percebeu um homem se aproximando dela pelo salão. Ele era alto, com ombros largos que esticavam o tecido do terno o suficiente para indicar o poder por baixo. Seus cabelos escuros, com fios prateados nas têmporas, emolduravam um rosto bonito e ciselado.
“Boa noite,” ele disse, sua voz profunda e suave, como veludo deslizando sobre aço. “Eu pensei que ele nunca iria sair.”
Anne pareceu confusa, então se deu conta de que ele falava sobre Damien.
Seus lábios se curvaram em um sorriso diante de seu rosto intrigado.
“Eu sou o Alfa Blaze, tio de Damien.”