O companheiro perdido - Capítulo 85
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85: Planejamento futuro 85: Planejamento futuro “Me marcar?” ela repetiu, sua voz mal acima de um sussurro.
Damien assentiu, aproximando-se dela. “Sim. Aqui, neste pedra, em frente aos ancestrais que construíram tudo o que você vê. É aqui que eu vou te marcar como minha. Oficialmente. Faz parte da tradição, parte da cerimônia que minha mãe está tão determinada a realizar. Mas é mais do que isso para mim.”
Ela não pôde deixar de sentir um misto de nervosismo e excitação. “Eu não percebi que era tão… sagrado,” ela admitiu.
“Mãe quer ter uma grande cerimônia de acasalamento.”
“Oh?” Ela ergueu uma sobrancelha, curiosa. “Ela está planejando algo extravagante?”
Damien riu. “Você sabe como ela é. Grandes gestos, tradições formais. Ela quer que seja um evento de grande porte, com todos os líderes da matilha convidados. Ela até mencionou trazer uma orquestra.”
“Uma grande cerimônia? Para nós?” Ela balançou a cabeça, com um leve sorriso nos lábios. “Damien, nós já temos um filho. Será que realmente precisamos disso?”
Damien deu de ombros, seus lábios se curvando em um meio sorriso. “Eu sei. Mas não é realmente para nós — é para ela. Ela sonha com isso desde que eu era adolescente. Eu acho que só quero satisfazê-la.”
Anne não pôde evitar — uma risada repentina brotou de seu peito. Ela se lembrou de uma conversa com Emily. A memória das palavras provocadoras de Emily ecoou em sua mente, e ela se viu rindo ainda mais.
As sobrancelhas de Damien se franziram ligeiramente enquanto ele a observava. “O que é tão engraçado?”
Recuperando o fôlego, Anne enxugou uma lágrima que escorria pelo seu rosto e olhou para ele, ainda sorrindo. “É só… algo que a Emily disse outro dia. Ela falou que a nossa história de amor é como a do Benjamin Button — sabe, é como se estivesse indo ao contrário.”
A confusão de Damien se aprofundou por um momento, e então um sorriso malicioso surgiu no canto de seus lábios. “Benjamin Button? Como se estivéssemos envelhecendo ao contrário.”
“Exatamente,” Anne respondeu, ainda rindo. “Quer dizer, pense nisso. Já tivemos o Ryan; passamos por altos e baixos, e agora estamos falando de uma grande cerimônia de acasalamento como se fosse o começo de tudo. É como se estivéssemos fazendo tudo de trás para frente.”
Damien riu. “Suponho que ela não está errada. Realmente fizemos tudo fora de ordem, não é?”
Anne concordou, ainda sorrindo. “Primeiro o bebê e agora vamos ter essa enorme cerimônia, como se estivéssemos apenas começando. É engraçado quando você pensa nisso.”
Damien se aproximou, envolvendo seus braços em torno da cintura dela, seu rosto a poucos centímetros do dela. “Pode não ser tradicional, mas eu não mudaria nada disso. Você mudaria?”
Anne se inclinou para ele, suas mãos descansando em seu peito. “Não,” ela sussurrou, sua voz se suavizando. “Eu não mudaria nada. Nossa história é… única. É nossa.”
O olhar de Damien se fixou no dela, sua expressão se tornando séria por um momento. “Bom. Porque eu quero essa cerimônia, Anne. Não apenas por minha mãe, mas para nós também. Eu quero que todos saibam que você é minha. Oficialmente.”
Seu coração palpitou em resposta, embora ela não resistisse em provocá-lo um pouco. “Você realmente acha que uma grande cerimônia vai tornar isso mais claro do que o fato de que já temos um filho?”
Damien riu, o som retumbando em seu peito. “É para a mãe. Ela nunca nos deixaria esquecer se pulássemos isso.”
Anne suspirou brincalhona, repousando a cabeça em seu peito. “Acho que podemos deixá-la ter essa.”
Embora Anne tivesse certeza de que Liana não a aceitaria tão bem.
“Falando na Emily,” Damien começou.
Anne olhou para cima, do peito dele, encontrando seu olhar enquanto ele continuava. “Como está a Heather?”
A expressão de Anne se suavizou, embora houvesse uma sombra de preocupação em seus olhos. “Ela está… lidando,” ela disse baixinho, colocando os papéis de lado. “Ela começou a terapia com células-tronco algumas semanas atrás. Tem sido difícil para ela, mas a Heather é forte. Ela está lutando.”
“Você gostaria de visitar?”
“Eu adoraria,” Anne respondeu com um sorriso, grata pela oferta.
“Então vamos fazer isso acontecer,” ele disse, sua mão gentilmente repousando em seu ombro.
Anne inclinou a cabeça para trás para olhar para ele, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. “Você está mesmo se esforçando, não é?”
Damien riu, sua mão deslizando para se encontrar com a dela. “Eu quero ajudar. Por você, por eles.”
“Obrigada,” ela sussurrou, inclinando-se para ele.
Damien se inclinou, pressionando um beijo suave no templo dela. “Qualquer coisa por você, Anne. Você sabe disso.”
Damien se afastou um pouco, um brilho travesso em seu olhar. “Além disso,” ele disse, sorrindo, “vai me dar uma chance de ficar de olho no relacionamento da Emily com o Chris.”
Anne ergueu uma sobrancelha, diversão cintilando em seu olhar. “Ah, então essa é a sua verdadeira motivação, huh?”
Damien riu. “Talvez. Mas vamos lá, você não está nem um pouco curiosa sobre como isso vai acabar? Eu praticamente perdi meu beta. O Chris nunca está por perto.”
Anne riu; o som era leve e fácil.
“Ele nem se declarou para ela ainda.”
“Esse idiota costumava me dar conselhos, e agora ele nem consegue seguir os próprios.” Damien balançou a cabeça em falso desapontamento.
Quando Anne e Damien chegaram à casa modesta de Heather e Emily na periferia da cidade, Anne percebeu imediatamente uma mudança no clima. Havia uma leveza no lugar, uma energia que não estava lá na última vez que ela visitou. O jardim estava bem cuidado, as flores em plena floração, e as cortinas da pequena e aconchegante casa estavam abertas, deixando a luz do sol fluir pelas janelas.
Antes que Anne pudesse bater, a porta se abriu e Emily estava lá, radiante, seus olhos brilhando de alívio e alegria. “Você chegou!” ela exclamou, puxando Anne para um abraço apertado. “Eu estava me perguntando quando você apareceria.”
Anne retribuiu o abraço, rindo baixinho. “Não faz tanto tempo assim, Emily.”
Emily a soltou, seu sorriso se alargando ao olhar para Damien, oferecendo um aceno educado. “Você chegou bem na hora. A mãe tem estado de muito bom humor ultimamente.”
A notícia encheu Anne de alívio. Ela se preocupava com Heather desde o diagnóstico de câncer e as sessões exaustivas de terapia. Saber que Heather estava se sentindo melhor aliviou o peso em seu peito. “Ela está em casa?” Anne perguntou, espiando para dentro da casa.
“Sim, ela está lá atrás,” Emily disse, dando espaço para eles entrarem. “Ela voltou a cuidar do jardim. Diz que isso está ajudando-a a se sentir mais como ela mesma.”
Anne não pôde deixar de sorrir. Cuidar do jardim sempre foi o refúgio de Heather.
Damien e Anne seguiram Emily pela casa familiar. Quando eles saíram para o quintal, foram recebidos pela visão de Heather ajoelhada ao lado de um canteiro de lavanda, suas mãos enterradas na terra, cuidando das plantas.
Heather olhou para cima quando os ouviu, seu rosto iluminado por um sorriso caloroso. “Anne, Damien,” ela cumprimentou, levantando-se e limpando as mãos. Seu cabelo estava preso, e embora seu rosto parecesse um pouco cansado, havia um brilho em seus olhos que Anne não via há muito tempo.
Anne avançou para abraçá-la. “Heather, você está maravilhosa,” ela disse sinceramente. “É tão bom ver você assim.”
“Estou me sentindo melhor,” Heather admitiu, afastando-se do abraço para olhar para ambos. “Os tratamentos… estão funcionando. Eu não queria estragar tudo dizendo algo cedo demais, mas os médicos estão otimistas. E eu tenho me sentido como eu mesma de novo.”
“Isso é uma notícia incrível,” Damien disse, sua voz genuinamente calorosa. Ele sempre respeitou Heather, não apenas por sua força, mas pela maneira que ela tinha protegido Anne e Ryan ao longo dos anos.
“Obrigada,” Heather disse.
Eles caminharam para dentro, e foi então que Anne notou uma pilha de fotos antigas e álbuns na mesa de centro. Anne pegou um álbum de fotos e começou a folhear as páginas.
“É você, Heather?” Ela perguntou, apontando para a foto de uma jovem que parecia ter uns 15 anos.
Heather se aproximou dela e sorriu.
“Sim, era eu no ensino médio.”
Os olhos de Anne se arregalaram de admiração enquanto ela continuava a folhear o álbum; ela apontou para outra foto. Parecia a foto da família de Heather. Ela estava com seus pais e uma menina mais velha. Quem parecia ser alguns anos mais velha que Heather?
“Quem é ela?”
O sorriso de Heather desvaneceu um pouco enquanto ela olhava para a foto. “Essa é minha irmã mais velha, Emily,” ela respondeu suavemente. Anne notou a mudança na expressão de Heather.
“Você tem uma irmã? Você nunca mencionou ela.”
Os olhos de Heather brilharam de emoção enquanto ela falava: “Não falamos muito sobre ela. Ela faleceu quando tinha 18 anos.”