O companheiro perdido - Capítulo 84
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- Capítulo 84 - 84 Explorando o passado 84 Explorando o passado Anne
84: Explorando o passado 84: Explorando o passado Anne aproximou-se da jovem Ômega, que estava cuidando de algumas tarefas diárias no corredor. Ela já tinha visto a garota antes, mas nunca haviam conversado. A Ômega, provavelmente nervosa por estar na presença de sua Luna em treinamento, mantinha a cabeça baixa, evitando contato visual.
“Com licença,” Anne disse suavemente, tentando aliviar a tensão. “Você poderia me dizer onde fica a biblioteca da alcateia?”
A cabeça da garota ergueu-se brevemente, seus olhos arregalados refletindo uma mistura de surpresa e respeito. “A biblioteca?”
“Sim, estou querendo explorá-la. Ouvi dizer que é impressionante.”
A Ômega apontou para um corredor que levava à ala leste da propriedade. “É logo ali neste corredor, a última porta à direita. Você não vai perder.”
“Obrigada,” Anne respondeu, oferecendo-lhe um pequeno sorriso. A garota retribuiu o gesto timidamente antes de se apressar para completar suas tarefas.
Anne seguiu pelo longo corredor, seus passos ecoando no silêncio.
A biblioteca da alcateia era enorme, maior do que ela esperava. Prateleiras e mais prateleiras de livros alinhavam as paredes, estendendo-se até os altos tetos. Uma luz suave filtrava-se pelas grandes janelas em arco, lançando um brilho quente sobre o piso de madeira. No centro da sala, alguns jovens estavam sentados às mesas, com as cabeças mergulhadas nos livros. Eles olharam para cima quando Anne entrou, seus olhos cheios de curiosidade, mas rapidamente voltaram para seus estudos sem incomodá-la.
Anne avançou mais para dentro, respirando o aroma familiar de livros antigos e madeira polida.
Ela caminhou pelas fileiras de prateleiras, seus dedos levemente deslizando sobre as lombadas de vários volumes até encontrar o que procurava — um grande livro desgastado encadernado em couro, sua capa ostentando o emblema da família Montefort. O título dizia, A Linhagem dos Alfas Montefort.
Com um suspiro profundo, ela cuidadosamente retirou o livro da prateleira e o levou para uma mesa próxima. Acomodando-se em uma cadeira, ela o abriu gentilmente, as páginas frágeis pela idade.
As primeiras entradas eram o que ela esperava: os nomes dos ancestrais de Damien, estendendo-se por séculos. Cada Alfa estava listado junto com suas realizações, alianças e as matilhas que governaram. A linhagem familiar era longa, poderosa e pura.
Enquanto ela virava as páginas, seus olhos percorriam cada nome até chegar ao de Damien. Seu nome estava inscrito ao lado de seu pai, Alfa Richard, e sua mãe, Liana. A entrada era breve, mas estava claro que Damien estava destinado à grandeza, seu sangue carregando o peso da história.
Mas foi o que veio antes da geração de Damien que realmente chamou a atenção de Anne.
Alfa Richard tinha um irmão.
Ela piscou, relendo a entrada para garantir que não havia entendido mal. Abaixo do nome de Richard estava outro: Benjamin Montefort, embora entre parênteses, outro nome estava escrito — *Blaze*.
O pulso de Anne acelerou à medida que lia mais. Benjamin havia sido um guerreiro poderoso em sua juventude, conhecido por seu temperamento ardente e força incomparável. Mas então ele deixou a alcateia e abandonou seu título. Não havia uma explicação clara no texto. Ele também estava no conselho dos lobisomens.
“Encontrou algo interessante?” A voz profunda e suave de Damien ecoou através da silenciosa biblioteca.
Assustada, Anne fechou imediatamente o pesado livro, seu coração saltando enquanto olhava para cima e encontrava Damien parado na entrada, seus braços casualmente cruzados sobre o peito. Sua expressão era de diversão; seus lábios curvados em um leve sorriso.
“Ah, não é nada,” Anne respondeu rapidamente, tentando estabilizar sua respiração. Ela colocou o livro de volta na prateleira com cuidado deliberado, esperando que ele não a pressionasse mais. “Eu estava apenas… curiosa sobre sua família.”
O sorriso de Damien se alargou, sua sobrancelha arqueando em uma suspeita brincalhona. “Curiosa, hein? Bem, os Montefort realmente fazem uma leitura interessante.”
Anne sentiu suas bochechas aquecerem sob o olhar brincalhão dele. “Eu só queria entender mais sobre sua linhagem… e a de Ryan.”
Ele avançou em sua direção, sua grande figura projetando uma sombra sobre a mesa onde ela estava sentada.
“Você não precisa se enterrar em livros empoeirados para entender minha família,” ele disse gentilmente. “Há algumas coisas que você não pode aprender com um livro.”
Anne abriu a boca para responder, mas Damien estendeu a mão, pegando a dela, seu toque quente e familiar. “Venha comigo,” ele disse, sua voz um pouco mais baixa, mais séria agora.
“Para onde estamos indo?” Anne perguntou, incerta, mas curiosa.
“Confie em mim,” Damien disse, dando um leve puxão em sua mão. “Há algo que quero te mostrar.”
Com um pequeno aceno, ela permitiu-se ser conduzida para fora da biblioteca. Damien segurava sua mão firmemente enquanto caminhavam pela propriedade, serpenteando por corredores que ela ainda não havia explorado.
“Você está sendo misteriosamente misterioso,” Anne comentou.
Ela olhou para ele.
“Eu gosto de te manter alerta,” Damien respondeu, dando-lhe um sorriso de lado. “Além disso, você tem lido demais. É hora de você ver as coisas por si mesma.”
Continuaram caminhando em um silêncio confortável, a propriedade ao redor deles ficando mais silenciosa à medida que se aventuravam nas partes menos percorridas dos terrenos da alcateia. Eventualmente, eles saíram para o ar fresco da tarde, e Anne foi atingida por quão pacífico era em comparação com a agitação animada dos principais edifícios da alcateia. As árvores ao redor deles sussurravam suavemente e o céu estava pintado em tons suaves de azul e ouro.
Damien a conduziu por um caminho estreito ladeado por carvalhos altos, a floresta ao redor deles tornando-se mais densa a cada passo. A curiosidade de Anne crescia a cada momento que passava.
Após o que pareceu vários minutos de caminhada, eles finalmente chegaram a uma clareira isolada. No centro havia um grande monumento de pedra desgastada, sua superfície gravada com intrincados marcadores e símbolos que Anne não reconhecia.
Damien soltou sua mão, avançando para ficar ao lado do monumento.
“Isto,” Damien começou calmamente, sua voz impregnada de gravidade, “é o coração do legado Montefort. É onde cada Alfa da minha linhagem veio para fazer seus votos. Para se comprometer com a alcateia.”
Anne aproximou-se, seus olhos percorrendo as gravuras antigas na pedra. Ela podia sentir o peso da história ao redor deles, o poder que parecia pulsar da terra sob seus pés. “É lindo,” ela murmurou, embora a palavra mal parecesse capturar a significância do monumento.
“Esta pedra testemunhou cada decisão, cada batalha e cada sacrifício feito pela minha família,” Damien continuou. “E é onde eu marcarei você.”