O companheiro perdido - Capítulo 82
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- Capítulo 82 - 82 Uma luta pela vida 82 Uma luta pela vida Emily estava na
82: Uma luta pela vida 82: Uma luta pela vida Emily estava na sala de hospital estéril, segurando o braço da cadeira enquanto observava o Dr. Ray folhear os relatórios médicos de Heather. Seu coração batia forte no peito, o ar na sala parecia muito denso para respirar. Ela olhou para sua mãe, que estava sentada em silêncio, com o rosto pálido mas calmo, como se já tivesse se resignado a qualquer notícia que viria.
Dr. Ray finalmente olhou para cima, sua expressão sombria mas profissional. “Heather, você deveria ter vindo mais cedo.”
Emily sentiu a garganta apertar, a pontada de arrependimento crescendo dentro dela.
“A quimioterapia não ajudaria?” Emily perguntou, com a voz trêmula de desespero. Ela precisava de algo—qualquer coisa—em que se agarrar.
Dr. Ray deu-lhe um pequeno sorriso simpático, mas o olhar em seus olhos disse a Emily mais do que ela queria ouvir. “Eu receio que ela esteja muito além da quimioterapia neste momento.”
O estômago de Emily despencou. Ela sentiu Heather alcançar e pegar sua mão, apertando suavemente. O toque de Heather estava frio, mas o gesto era destinado a confortar sua filha.
“O que isso significa?” A voz de Emily trincou ao perguntar. “O que podemos fazer?”
O médico suspirou suavemente e folheou mais algumas páginas do relatório. “O câncer de sangue de Heather progrediu significativamente. No momento, a melhor chance dela é um tratamento de células-tronco, mas mesmo assim… não é garantido. É um processo longo, e ela precisará estar em boa saúde para resistir.”
A visão de Emily embaçou enquanto lágrimas preenchiam seus olhos.
“Mas podemos começar o tratamento imediatamente,” Dr. Ray adicionou gentilmente. “Não se preocupe. Faremos tudo o que pudermos.”
Heather sorriu suavemente, apertando a mão de Emily novamente como se dissesse, Eu ficarei bem. Mas Emily não conseguia encontrar conforto nisso.
O médico se desculpou para realizar mais exames, deixando as duas mulheres sozinhas na pequena sala silenciosa. Heather deu à sua filha um sorriso triste. “Não chore, querida. Eu tive uma boa vida.”
Emily balançou a cabeça, limpando as lágrimas que escorriam por suas bochechas. “Não, mãe. Não é justo. Você não deveria ter que passar por isso. Você deveria ter me contado antes. Poderíamos ter feito algo—”
Heather a interrompeu, sua voz firme. “Isso não teria mudado nada, Emily. Você sempre esteve lá para mim, e isso é o que importa.”
Emily não conseguiu responder, seus soluços sufocando quaisquer palavras que ela pudesse dizer. Ela observou enquanto sua mãe era levada para mais exames, deixando-a sozinha no saguão do hospital.
Ela viu Chris chegar. Emily não se sentiu irritada ou chateada. Ela estava simplesmente grata. Quando ele se sentou ao lado dela, ela não se afastou. Em vez disso, ela se permitiu se apoiar na força dele.
Chris não disse nada por um longo tempo. Ele apenas sentou lá com ela. Depois do que pareceu uma eternidade, Emily finalmente falou.
“Você é um sobrenatural,” ela sussurrou, com a voz rouca de chorar. “Você não pode fazer algo por ela? Transformá-la em… em um lobisomem ou algo assim?”
Chris virou-se para olhá-la, seus olhos preenchidos com uma compreensão que ia além das palavras. Ele balançou a cabeça suavemente. “Não funciona assim, Emily.”
Os ombros de Emily caíram, e ela se virou, olhando para o chão frio e estéril da sala. “Por quê não? Você tem essas habilidades, essa força… por que não podem ajudá-la?”
Chris suspirou, seu tom suave mas firme. “Transformar alguém em um lobisomem não é uma cura, Emily. A mudança é violenta. A maioria dos humanos não sobreviveria a menos que fossem transformados por seus companheiros. E mesmo que ela sobrevivesse, isso não apagaria o câncer.”
Emily fechou os olhos, soltando um suspiro trêmulo. Ela queria tanto que houvesse uma resposta fácil, uma solução rápida para salvar sua mãe. Mas a realidade era muito mais cruel que isso.
“Eu sinto muito,” Chris adicionou suavemente, sua mão descansando levemente em seu ombro. “Eu gostaria de poder fazer algo.”
Emily assentiu, o coração pesado com o conhecimento de que nada poderia mudar o caminho em que estavam. “Obrigada por estar aqui,” ela sussurrou, sua voz mal audível. Ela não esperava se sentir confortada pela presença dele, mas naquele momento, ela estava.
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Anne estava treinando com Kara.
Kara avançou, mirando um soco rápido no lado de Anne. Anne desviou suavemente, contra-atacando com um chute rápido na perna de Kara. As duas se moviam em um ritmo sincronizado, seus movimentos afiados e calculados, quando uma voz repentina cortou o ar.
“Por que não pratica comigo, Anne?” A voz de Jessica era doce, mas carregada de desafio. As palavras pairavam no ar como um insulto velado.
Anne pausou, segurando a respiração enquanto virava para ver Jessica parada na borda do ringue, seus olhos brilhando com travessura. Não era preciso ser um gênio para entender o que Jessica estava fazendo. Ela estava desafiando Anne na frente de toda a matilha, na frente dos lobos mais confiáveis de Damien, e pretendia humilhá-la. Jessica queria mostrar a todos que era mais forte.
Um murmúrio percorreu a multidão enquanto os membros da matilha se moviam, curiosos para ver como Anne responderia.
O lobo de Anne agitou-se inquieto dentro dela. Ela não podia recuar agora, não depois de tudo pelo que passou. Ela endireitou a coluna e encarou Jessica com determinação fria. “Tudo bem,” Anne respondeu, sua voz firme. “Vamos fazer isso.”
Jessica sorriu, mas não era um sorriso amigável. Era o tipo de sorriso que dizia a Anne que ela estava prestes a enfrentar uma luta. Os membros da matilha formaram um círculo frouxo ao redor delas, ansiosos pelo espetáculo. Anne podia sentir a tensão aumentando à medida que se posicionavam, cada uma avaliando a outra.
Elas começaram com movimentos rápidos, socos e chutes. Jessica era rápida—mais rápida que Kara. Mas Anne se manteve firme, bloqueando e desviando, desferindo golpes sempre que encontrava uma abertura.
“Você não é feita para essa vida, sabe,” Jessica disse entre golpes, sua voz baixa para que apenas Anne pudesse ouvir. “Fraca, indigna… Damien perceberá isso em breve.”
O maxilar de Anne se apertou. Jessica queria irritá-la, provocá-la.
“Ele vai te deixar, Anne,” Jessica continuou, seus olhos brilhando com maldade. “Assim como todos os outros fizeram.”