O companheiro perdido - Capítulo 76
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76: Uma Celebração do Controle 76: Uma Celebração do Controle O salão de jantar da grandiosa mansão brilhava calorosamente com as luzes da noite. Anne sentava-se silenciosamente à mesa, os dedos enrolados ao redor da haste de sua taça de vinho. À sua frente, Liana falava animadamente, gesticulando com suas mãos perfeitamente manicuradas enquanto discutia assuntos da matilha. Ryan devorava um enorme pedaço de bife; ele era verdadeiramente um lobo!
Damien sentava-se ao lado de Anne, conversando com sua mãe. E então havia o Alfa Richard—sentado na cabeceira da mesa, mal contribuindo para a conversa.
Anne frequentemente se perguntava: Alfas eram supostos ser os governantes de suas matilhas—fortes, dominantes, temidos e respeitados. Richard não era nada disso. Era Liana quem comandava o espetáculo. Ela se perguntava por que ele parecia tão submisso.
Rumores haviam circulado por anos. Richard tinha sido gravemente ferido em um ataque de lobos desertores, mas ninguém conhecia os detalhes. Desde então, parecia que Liana havia assumido suas responsabilidades. Ainda assim, Anne esperava mais força do Rei Alpha.
“Não é mesmo, Anne?” a voz de Liana interrompeu seus pensamentos, trazendo-a de volta ao presente. Os olhos escuros de Liana estavam fixados nela, um sorriso se formando em seus lábios—agradável, mas transbordando condescendência.
Anne piscou, engolindo a amargura que subia em sua garganta. “Desculpe-me, o que você estava dizendo?”
O sorriso de Liana não vacilou. “Eu estava apenas dizendo como é adorável termos uma pequena celebração em família pelo primeiro dia de Ryan. É importante que ele se sinta bem-vindo, não é? Então, eu pensei que seria bom manter as coisas íntimas.”
Íntimas? Os olhos de Anne desviaram para Jessica, sentada mais adiante na mesa. A mulher estava vestida com perfeição, seus cabelos loiros presos em um coque chique, seu sorriso brilhante e consciente. Jessica não tinha negócios ali, especialmente não esta noite. Era um jantar de família. O maxilar de Anne se apertou, mas ela não disse nada.
Liana percebeu o olhar e se recostou na cadeira, seus olhos brilhando com algo que parecia satisfação. “Jessica tem sido uma ajuda maravilhosa para mim ao longo dos anos. Ela é praticamente da família agora.” Sua voz era açucarada, mas Anne ouviu a subliminar agressividade. “E, Anne, agora que você terá um tempo livre, espero que comece a assumir um papel mais ativo na gestão da matilha. Você precisará de orientação, é claro, e eu não consigo pensar em ninguém melhor para ajudá-la do que Jessica.”
Anne forçou um sorriso contido. “Orientação?”
Liana assentiu, como se aquela fosse uma conversa perfeitamente natural. “Sim. Gerenciar uma matilha não é fácil. Você precisará aprender a lidar com os membros, a política e o lado empresarial das coisas. Jessica tem sido inestimável para mim ao longo dos anos. Seria sábio seguir o exemplo dela.”
Anne apertou sua taça de vinho. A última coisa de que precisava era Jessica, de todas as pessoas, guiando-a sobre como gerenciar qualquer coisa. A mulher havia se infiltrado na política da matilha, conquistado o favor de Liana.
Olhou para Damien, mas sua expressão permaneceu inescrutável, os olhos fixos em seu prato como se a conversa não tivesse significado para ele. Ela não conseguia dizer se ele concordava com Liana ou apenas tentava manter a paz. De qualquer forma, Anne sentiu uma onda de irritação—primeiro em Jessica por estar ali e depois em Damien por não se manifestar.
“Eu me virarei bem, obrigada,” disse Anne, mantendo sua voz controlada, embora pudesse sentir o calor subindo dentro dela. “Tenho certeza de que me sairei bem.”
O sorriso de Liana nunca vacilou. “Claro que sim, querida. Mas Jessica estará lá, caso seja necessário.”
O lobo de Anne agitou-se perante o desafio nas palavras de Liana, mas ela o reprimiu.
Do outro lado da mesa, Richard se mexeu mas não disse nada. Os rumores sobre sua lesão a intrigavam. Quão grave tinha sido? Grave o suficiente para ele desistir do controle?
Anne perguntava-se se a fraqueza de Richard tinha permitido que Liana se tornasse tão poderosa.
“Farei o que for necessário,” disse Anne.
Os olhos de Liana brilharam, mas ela não insistiu mais no assunto. Em vez disso, voltou sua atenção para Jessica, envolvendo-a em uma conversa casual, deixando Anne mergulhada em sua frustração.
Justo quando Anne estendia a mão para pegar sua taça de vinho, seu telefone vibrou na mesa. Franzindo a testa, ela baixou o olhar para a tela. Emily.
Emily raramente a chamava durante as noites, a menos que fosse algo sério. Sem hesitar, Anne atendeu o telefone.
“Com licença por um momento,” ela disse, com voz firme, mas educada. “Preciso atender. Alguns dos meus amigos precisam de mim.”
Os olhos de Damien imediatamente se voltaram em sua direção. Anne atendeu a ligação, e seu rosto se tornou sério.
“O que houve?” Damien perguntou.
“Ela não disse muito, mas pareceu que há algum tipo de emergência. Eu preciso verificar.”
O interesse de Liana aumentou, sua taça de vinho parada no ar. “Quem é Emily?
Damien lançou um olhar rápido para Anne antes de voltar-se para Liana. “Eles são os humanos com quem Anne tem vivido. Heather e sua filha, Emily.”
O ambiente pareceu mudar. Liana colocou sua taça lentamente, seu olhar aguçando como se estivesse avaliando uma ameaça. “Humanos? Você trouxe humanos para cá sem me informar?”
“Não achei que fosse necessário,” respondeu Damien cuidadosamente, embora Anne pudesse sentir a tensão em sua voz. “Eles estão sob nossa proteção.”
A expressão de Liana escureceu. “Proteção é uma coisa, mas trazê-los para cá, para o coração do nosso mundo, sem o meu conhecimento? Isso não é apenas uma falha de atenção, Damien. É uma quebra de confiança.”
Anne se remexeu impacientemente; ela não tinha tempo para a batalha política que estava prestes a se formar entre Damien e Liana. “Eu preciso ir,” disse ela.
Damien imediatamente virou em sua direção, a preocupação gravada em cada linha de seu rosto. “Eu vou com você.”
“Você percebe os riscos de envolver humanos em nosso mundo, não percebe, Anne? Se algo der errado, não é apenas o seu segredo que está em jogo — é de toda a matilha.”
A temperatura de Anne subiu. Ela não precisava da Liana lhe dando lições sobre riscos, especialmente quando seus amigos estavam em perigo. “Eu sei o que está em jogo. Ambos estão seguros. Eu vivi com eles por anos.”
Os lábios de Liana se apertaram em uma linha fina, mas ela não falou mais nada. Estava claro que ela não estava satisfeita com a situação, mas não havia muito o que ela pudesse fazer agora.
“Bem, se é tão importante assim, você deve ver seus amigos. Eu me ocuparei de Ryan; não se preocupe.” Liana ofereceu.
Anne hesitou por um momento antes de acenar com a cabeça, agradecida pela compreensão de Liana. Ela sabia que podia confiar nela para manter Ryan seguro enquanto ela checava seus amigos.