O companheiro perdido - Capítulo 69

69: Encontrando velhos amigos 69: Encontrando velhos amigos Anne chegou ao pátio da madeireira e, assim que avistou Aaron, partiu para a corrida, precipitando-se em sua direção com o coração preso na garganta.

“Aaron!” ela chamou, a voz embargada ao alcançá-lo.

Aaron virou-se, seu rosto uma mistura de choque e incredulidade quando ela o abraçou. “Anne?” Sua voz estava rouca, como se não a usasse há tempos.

Ela recuou, segurando os braços dele enquanto olhava para cima. “Eu estou aqui. Eu voltei. Tudo vai ficar bem.”

Aaron piscou, ainda tentando processar. “Como… Como você está aqui? O que está acontecendo?”

Anne balançou a cabeça, ainda não querendo explicar tudo. “Eu te conto depois. Mas agora, eu preciso ver a Nicky. Onde ela está?”

Aaron parecia hesitante, mas assentiu, levando-a até onde Nicky estava trabalhando. Assim que Anne viu sua amiga, vestida em uma simples farda de empregada e esfregando o chão, ela sentiu o coração se partir novamente. Ela correu em sua direção, ajoelhando-se ao seu lado.

“Nicky,” Anne sussurrou, lágrimas brotando em seus olhos. “Sou eu.”

Nicky olhou para cima, seu rosto pálido e cansado, mas quando viu Anne, seus olhos se encheram de lágrimas. “Anne? Eu pensei que nunca mais te veria.”

Anne a puxou para um abraço apertado. “Me desculpa. Por tudo. Mas eu estou de volta agora, e eu não vou deixar isso acontecer com você de novo.”

A voz de Nicky estava trêmula. “Eu… Eu não achei que você voltaria. Pensei que ficaríamos presas assim para sempre.”

Quando Anne segurou Nicky perto de si, ela sentiu o peso dos soluços da amiga ecoando em seu próprio coração. Aaron estava ao lado delas, seus braços envolvendo as duas mulheres. Eles se agarravam umas às outras, o muro emocional entre elas desmoronando após anos de separação.

“Eu senti tanto a sua falta,” Nicky soluçava, agarrando Anne mais forte. “Todos os dias, eu rezava para que você ainda estivesse por aí em algum lugar.”

Aaron, com a voz carregada de emoção, acrescentou, “Nós nunca pensamos que te veríamos novamente. Foi como perder uma parte de nós mesmos quando você partiu, Anne.”

Anne piscou para conter as lágrimas, apertando-os ambos.

“Eu também senti a sua falta. Vocês não têm ideia de quanto senti falta de vocês dois.”

Nicky finalmente se afastou, seu rosto marcado pelas lágrimas e cheio de preocupação. “Mas onde você estava, Anne? Todo esse tempo, onde você foi?”

“Eu… Eu estava no Alasca,” Anne começou, sua voz calma, mas firme. “Me escondendo. Entre humanos. Não tive escolha. Precisava proteger alguém — meu filho.”

Nicky ofegou, seus olhos se arregalando. “Seu filho? Você tem um filho?”

Anne assentiu, engolindo o nó em sua garganta. “Sim. Ele se chama Ryan. Ele é filho de Damien.”

Os olhos de Aaron se estreitaram em descrença. “Do Damien? Mas… como?”

Anne suspirou, passando a mão pelos cabelos. “Damien é meu companheiro. Depois que ele me reivindicou. Eu não podia ficar aqui, não com tudo o que estava acontecendo. Eu tinha que protegê-lo. Então eu fugi.”

Os olhos de Nicky se suavizaram com a compreensão. “Foi por isso que você desapareceu de repente. Todo mundo foi informado de que você tinha morrido. Jackson espalhou a notícia e, pouco depois, era como se você nunca tivesse existido.”

Aaron assentiu sombriamente. “Você vai estragar muitos planos, Anne. As pessoas pensam que você se foi para sempre. A Luna Liana… Ela não vai receber bem isso.”

O estômago de Anne se revirou com a menção de Liana. “Eu sei que ela me odeia.”

Nicky mordeu o lábio, nervosa. “Ela foi quem instruiu Jackson a te prender. Pelo que eu ouvi, ela não queria que você voltasse. Ela tem mantido um olhar atento sobre tudo o que acontece na alcateia e agora que você voltou… bom, vamos apenas dizer que você é uma ameaça para os planos dela.”

Anne não estava totalmente surpresa. Ela sempre sentiu que Liana estava mais envolvida na política da matilha do que aparentava.

“Eu tinha uma suspeita,” Anne admitiu, seu olhar escurecendo. “Mas eu não posso dizer ao Damien sobre isso sem provas. Não posso acusar sua mãe..”

Aaron trocou um olhar com Nicky antes de falar novamente. “Tem mais, Anne. Jackson, ele tem alguma coisa sobre a Luna Liana. Um segredo. E ele tem usado isso para chantageá-la.”

O coração de Anne deu um salto, sua mente acelerada. “Um segredo? Que tipo de segredo?”

Nicky balançou a cabeça, um ar perturbado em seu rosto. “Nós não sabemos os detalhes. Mas é algo grande, algo que arruinaria ela se viesse a público. É por isso que ela tem sido forçada a concordar com os planos dele. Incluindo forçar o noivado da Jessica com Damien.”

“O que ele pode ter sobre ela?” Anne murmurou, mais para si mesma do que para Aaron ou Nicky.

Aaron cruzou os braços, o rosto marcado por uma expressão sombria. “Nós temos tentado descobrir, mas Jackson guarda a sete chaves. Tudo que sabemos é que ele tem usado isso para manipulá-la, e é por isso que o noivado entre Damien e Jessica aconteceu.”

“Eu tenho que descobrir o que é,” Anne disse, sua voz cheia de determinação. “Se eu puder expor esse segredo, talvez eu consiga pará-lo. Mas preciso da ajuda de vocês. De ambos.”

Nicky assentiu imediatamente. “Claro, Anne. Vamos ajudar no que pudermos.”

Anne sentiu uma onda de gratidão ao olhar para seus dois amigos mais antigos, aqueles que a apoiaram mesmo depois de todo esse tempo. Ela havia ficado fora por tanto tempo, mas eles nunca desistiram dela.

“Alfa Jackson vai restaurar suas posições. Você e Aaron — as coisas vão melhorar.”

“Ah, Anne! Obrigada,” Nicky disse com lágrimas nos olhos. Anne sorriu, sentindo-se esperançosa pela primeira vez em anos.

Dessa vez, ela não iria fugir. Ela iria lutar.

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Anne estava voltando com Damien. Ela continuava lançando olhares furtivos para Damien, cujo rosto estava com uma expressão severa e inexpressiva. Finalmente, incapaz de suportar mais o silêncio, ela falou.

“Você acredita nele?” ela perguntou, dedilhando nervosamente a bainha de sua jaqueta. “Você realmente acha que eu te droguei?”

Damien não olhou para ela imediatamente, suas mãos seguravam o volante um pouco forte demais. Seus olhos permaneciam focados na estrada à frente. Sua mandíbula se tensionou antes de ele finalmente responder.

“Não importa,” ele disse baixinho. “Você é minha companheira.”

Anne piscou, confusa com a simplicidade de sua resposta. “Como assim não importa? Claro que importa. Jackson acabou de me acusar de algo terrível—”
O olhar de Damien desviou para ela então, seus olhos escuros e intensos. “Eu disse que não importa.”

“Mas Damien—”
“Eu não me importo com o que Jackson diz,” ele a interrompeu, sua voz firme e final. “Você é minha companheira, Anne. É só isso que importa para mim.”

As palavras dele deveriam tê-la confortado, mas em vez disso, elas deixavam um peso incerto e pesado em seu estômago. Não era uma resposta. Ele não havia dito que acreditava nela, nem que não acreditava. Ele simplesmente havia descartado toda a acusação como irrelevante, mas não era irrelevante. Não para ela.

Ela mordeu o lábio, sua mente agitada. “Então você não acredita em mim?” ela sussurrou, a voz mal audível.

Damien deixou escapar um suspiro frustrado, afrouxando os dedos no volante por um momento. “Anne, não é sobre acreditar. É sobre o fato de que você é minha companheira. O passado — o que aconteceu ou não — isso está atrás de nós. Eu não vou deixar ninguém se colocar entre nós. Nem Jackson, nem ninguém.”

Anne virou-se para olhar pela janela, seu coração pesado. Ela não tinha certeza se deveria se sentir aliviada ou preocupada.