O companheiro perdido - Capítulo 64
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- Capítulo 64 - 64 Encontro com velhos amigos 64 Encontro com velhos amigos
64: Encontro com velhos amigos 64: Encontro com velhos amigos Annie estava parada logo fora do escritório, escondida da vista, quando ouviu as palavras de Liana. No início, seu coração afundou—ao ouvir Liana falar sobre ela como se fosse algum tipo de fardo, algo que estava enfraquecendo Damien. Mas então a raiva subiu.
Ela voltou para a cozinha e guardou os pratos e começou a limpar. Damien saiu com a mãe. Liana acariciou o cabelo de Ryan e beijou suas bochechas. Ela acenou friamente para Annie e então partiu.
“Vem, Ryan, vou te dar um banho.” Annie disse e pegou o menino.
Ela ignorou Damien, que ficou sozinho na cozinha.
Annie estava ajoelhada no chão, cuidadosamente abotoando a camisa de Ryan enquanto ele se remexia e ria. “Fica quieto, Ryan,” ela riu, tentando estabilizá-lo.
Assim que terminou de ajustar a minúscula gola de Ryan, Damien entrou, sua alta estatura preenchendo a porta. Annie olhou para ele, mas não disse nada. Ela havia passado a maior parte do tempo remoendo as palavras de Liana e ainda estava fervendo por dentro.
Damien caminhou casualmente até o armário de Ryan, abrindo as pequenas portas de madeira. Seus olhos aguçados examinaram as poucas fileiras de camisas penduradas e calças dobradas. Após um momento de silêncio, ele falou.
“São… todas as roupas de Ryan?”
Annie endureceu, suas mãos pausando enquanto ela pegava os sapatos de Ryan. “Sim, é tudo.”
Damien fez um som baixo, quase um murmúrio de desaprovação. “Isso não é suficiente,” ele disse, virando-se para ela. “Vou levar vocês dois para fazer compras hoje. Você pode comprar o que precisar. E você também pode escolher algumas roupas para você.”
A mandíbula de Annie se apertou, seus dedos segurando o pequeno sapato de Ryan com um pouco mais de força. Seja o que você precisar. As palavras irritaram seus nervos como unhas num quadro negro. Ela não queria o dinheiro dele nem a sua pena. Ela havia se virado bem sem ele todo esse tempo.
“Não é necessário,” ela disse através de dentes cerrados, sua voz fria. “Ryan cresce rápido, e ele precisa de roupas novas a cada três meses. Seria um desperdício comprar um guarda-roupa inteiro novo.”
Damien cruzou os braços, sua testa franzindo levemente. “Ele é meu filho, Annie. Ele deveria estar bem vestido.”
A cabeça de Annie ergueu-se nisso, seus olhos faiscando. Sua raiva transbordou antes que ela pudesse impedi-la. “Você está insinuando que eu não tenho criado meu filho adequadamente?”
Damien piscou, surpreso com a aspereza no tom dela. “Não foi isso que eu quis dizer—”
“Então o que você quis dizer, Damien?” Ela o interrompeu, levantando-se agora, com os braços cruzados defensivamente. “Porque pelo que eu estou vendo, parece que você acha que eu não fiz um bom trabalho criando Ryan. É isso? Você voltou há alguns dias e agora quer chegar chegando e agir como se eu tivesse negligenciado ele?”
Os olhos de Damien se arregalaram, sua boca abrindo para dizer algo, mas Annie não parou.
“Você acha que jogar dinheiro nisso vai consertar tudo?” Ela continuou, sua voz tremendo com emoção reprimida. “Que comprar roupas caras vai compensar o fato de que você não esteve aqui por quatro anos? Eu fiz tudo por ele, tudo. E agora você acha que pode simplesmente entrar e começar a me dizer como criar nosso filho?”
“E a escolha de me manter fora da vida dele foi de quem?”
Annie ficou sem palavras por alguns segundos.
Ryan, sentindo a tensão no ar, puxou a camisa de Annie, olhando para ela com olhos largos e confusos. “Mamãe?”
Annie imediatamente se suavizou ao som da voz do filho, ajoelhando-se ao nível dele e dando-lhe um sorriso tranquilizador. “Está tudo bem, querido. A mamãe está só conversando.”
Mas mesmo enquanto tentava se acalmar, a frustração ainda fervia por baixo da superfície.
Damien respirou fundo, sua voz baixa e medida quando ele falou novamente. “Annie, não estou tentando te diminuir. Eu sei que você fez tudo por Ryan, e eu respeito isso. Mas eu quero fazer parte da vida dele agora. E isso significa que vou fazer minha parte também. Não apenas como pai dele—mas como seu Alfa.”
Ela se levantou, ainda segurando a pequena mão de Ryan. Ela tinha muito a dizer, mas não queria discutir na frente de Ryan e assustá-lo.
“Vamos falar mais tarde,” ela disse após uma longa pausa. “Vamos fazer compras.”
Damien assentiu, alívio aparecendo em seu rosto.
“Eu liberei minha agenda hoje; vamos encontrar Emily e Hether. Depois, eu levo vocês para a alcateia da lua crescente.”
Enquanto saíam da casa depois de algum tempo, Ryan pulava feliz entre eles, alheio à tensão.
Damien parou na frente da nova casa de Emily e Heather. Ryan estava praticamente vibrando com emoção no banco de trás, seu rostinho pressionado contra a janela.
“Mamãe, a Tia Emily vai morar com a gente agora?” Ryan perguntou pela terceira vez desde que entraram no carro.
Annie suspirou, dando-lhe um sorriso suave. “Não, querido. A Tia Emily e a Vovó Heather vão morar na própria casa delas, lembra?”
Ryan franziu a testa, claramente não impressionado com aquele arranjo. “Mas por que elas não podem morar na casa do Papai? O Papai tem uma casa grande.”
Annie lançou um olhar de soslaio para Damien, percebendo seu sorriso discreto. “Bem, amiguinho,” Damien começou enquanto desligava o carro. “A Tia Emily e a Vovó precisam do próprio espaço delas.”
Ryan fez beicinho. “Mas eu quero que a Tia Emily fique com a gente.”
Annie e Damien trocaram um olhar rápido, tentando descobrir como explicar isso para uma criança de quatro anos.
Antes que qualquer um pudesse dizer mais, Ryan já estava se desafivelando e correndo para fora do carro. “Tia Emily!”
Emily abriu a porta da frente bem a tempo, sorrindo enquanto Ryan se jogava em suas pernas, abraçando-a apertadamente. “Ei, garotão!” ela riu, bagunçando seu cabelo. “Já estava com saudades, hein?”
Ryan olhou para ela com olhos arregalados. “Por que você não está morando com a gente na casa do Papai? É grande!”
Emily riu nervosamente, olhando por cima da cabeça de Ryan para Annie e Damien enquanto eles se aproximavam pelo caminho. “Bem, amiguinho, eu tenho que trabalhar. E além disso, agora você mora com a Mamãe e o Papai. Isso é bem legal, né?”
Ryan franziu o nariz, claramente não convencido, mas não discutiu. Em vez disso, ele entrou correndo, imediatamente atraído pela presença de Heather na cozinha.
Enquanto entravam, Damien olhou em volta com um aceno de aprovação. “Belo lugar,” ele comentou. “Chris fez um bom trabalho ajudando vocês a se acomodarem.”
Com a menção de Chris, que estava perto da entrada da cozinha, os olhos de Damien se estreitaram brincalhão. “Chris, você ainda é meu beta, ou agora está trabalhando como o faz-tudo pessoal de Emily? Mal te vejo pela alcateia.”
Chris, que estava bebendo de um copo de água, quase se engasgou. Ele tossiu, ficando um pouco vermelho enquanto olhava entre Emily e Damien. “Eu ainda sou seu beta, Alfa,” ele conseguiu dizer, se contorcendo sob o olhar de Damien. “Eu estava apenas… ajudando eles, sabe, a se acomodarem. Eles precisavam… uh… de prateleiras.”
Annie não pôde deixar de soltar um riso abafado. “Prateleiras, é?”
Chris assentiu vigorosamente, agradecido por qualquer desculpa. “Sim. Muitas prateleiras. E caixas. Foi muito.”
Damien sorriu, claramente desfrutando do desconforto de Chris. “Certo. Bem, não esqueça seu trabalho real.”
As bochechas de Emily ficaram levemente rosadas, e Annie levantou uma sobrancelha. Mas ela deixou passar por enquanto.
“Você chegou na hora certa; acabei de colocar uma deliciosa caçarola no forno.” Heather disse, radiante.
Uma vez que todos se envolveram em conversa, Emily puxou Annie para o lado.
“Então,” ela começou, olhando para Damien, que estava conversando com Heather e de olho em Ryan. “Como estão as coisas entre vocês dois?”