O companheiro perdido - Capítulo 49
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49: De Coração para Coração 49: De Coração para Coração “Devolva-o!” A voz de Annie ecoava, crua e desesperada, enquanto ela estendia a mão em direção a Damien. Seu coração batia forte no peito, suas mãos tremiam ao vê-lo segurando Ryan, aconchegando-o.
O rosto de Damien era frio, um sorriso cruel puxando o canto de seus lábios. “Você realmente pensou que uma mestiça como você poderia ser minha companheira?” Sua voz estava cheia de desprezo, cada palavra como uma adaga no coração dela. “Você não pertence aqui, Annie.”
“Não!” ela gritou, seu corpo avançando para frente, mas uma força invisível a jogou para trás. O ar ao seu redor parecia engrossar, sufocando-a enquanto o mundo desfocava. Os lobos ao redor dela, membros da alcateia que ela uma vez pensou que poderia chamar de família, ficavam observando—julgando. Seus olhos estavam frios, sem empatia.
A risada de Damien ecoava pelo ar, aguda e amarga. “Uma mestiça nunca poderia ser companheira de um príncipe Alfa. Você não é nada.” Suas palavras se retorciam dentro dela, rasgando todos os medos que ela havia enterrado profundamente em si mesma.
No momento seguinte, ela estava caindo. A alcateia desapareceu, e o chão frio abaixo dela enviou uma onda de choque através de seu corpo enquanto ela batia com força nele. Ela se levantou às pressas, apenas para perceber que estava nos limites do território da alcateia. A fronteira se erguia à frente, e enquanto olhava para trás, os portões se fechavam atrás dela.
Excluída.
“Não…” Annie sussurrava, sua garganta apertada, lágrimas embaçando sua visão enquanto ela socava o barreira com os punhos, gritando, “Não! Por favor! Devolva-o!”
Mas seus gritos eram engolidos pelo vazio. Ela estava sozinha.
De repente, tudo ficou escuro.
Annie ofegou ao abrir os olhos, sua respiração superficial e irregular. O pesadelo ainda se agarrava a ela, as imagens vívidas em sua mente. Ela tremia, suor frio lubrificando sua pele enquanto ela agarrava os lençóis embaixo dela.
“Ryan,” sussurrou ela, seu coração pulando no peito.
Sem pensar, Annie jogou as cobertas para longe e tropeçou para fora da cama, suas pernas instáveis enquanto ela corria para o quarto de Ryan. Sua mente acelerada, o medo do pesadelo se misturando com a realidade por um instante, e ela precisava vê-lo—precisava ter certeza de que ele estava bem.
She reached his door, her hand trembling as she pushed it open softly. O quarto era banhado pela suave e dourada luz da luminária noturna, projetando sombras nas paredes, mas era pacífico. Ryan jazia em sua cama, seu pequeno peito subindo e descendo num ritmo constante, seu rosto sereno enquanto ele dormia profundamente, enrolado em seu brinquedo de lobo de pelúcia.
Annie exalou com força, pressionando a mão contra seu peito enquanto seu corpo afrouxava aliviado. Era apenas um sonho. Um sonho horrível e terrível.
Ela se aproximou da cama dele, passando uma mão gentil nos cabelos macios de Ryan. Ele se mexeu levemente mas não acordou, seus lábios se curvando em um sorriso satisfeito enquanto ele se aconchegava ainda mais em seus cobertores.
Annie ajoelhou ao lado dele, seu batimento cardíaco finalmente desacelerando, embora o peso do pesadelo ainda pressionasse sua mente. Ela se inclinou para a frente e deu um beijo suave na testa de Ryan.
Ela ficou lá por alguns momentos a mais. O pesadelo tinha parecido tão real—a dor, a rejeição, a crueldade nos olhos de Damien—era tudo a verdade de seus piores medos.
Damien não tinha levado Ryan. Ele jamais faria isso, certo?
Annie balançou a cabeça, repreendendo-se. *Se controle, Annie.*
O motivo do seu medo era que ela mal conhecia Damien. Ryan era o resultado de uma noite. Ela nada sabia sobre Damien ou o lugar para onde estava indo. Exceto pelo fato de que a mãe dele a odiava.
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A acolhedora pequena confeitaria estava cheia com o delicioso cheiro de açúcar, baunilha e cobertura. Em uma das mesas de canto, Damien, Annie e Ryan sentavam-se numa mistura estranha de calor e tensão. Ou melhor, Ryan estava num estado de pura alegria, devorando fatia após fatia de bolo. Seus brilhantes olhos azuis reluziam cada vez que Damien lhe trazia um novo sabor. Damien havia pedido cada variedade disponível, para o deleite de Ryan e o desalento de Annie.
Ryan, com farelos de bolo ao redor da boca, apontava animado para o próximo. “Este agora!” ele exclamou, seu dedinho mirando uma fatia imponente de bolo de morango.
Damien atendeu com um sorriso, cortando um pedaço pequeno e oferecendo ao filho. “Aqui está, parceiro. Morango, seu favorito,” ele disse, como se estivesse fazendo isso há anos.
As sobrancelhas de Annie se franziram. “Damien, não dê tanto açúcar para ele. Ele vai ficar pulando pelas paredes por dias.”
Damien riu, descartando a preocupação dela como se fosse uma migalha na mesa. “Relaxa, Annie. Deixa ele curtir. Um pouco de açúcar não faz mal a ninguém.”
Annie cruzou os braços. Observar Damien cuidar de Ryan com tanto carinho era emocionante, mesmo que ela não estivesse entusiasmada com o excesso de açúcar. Seu coração amoleceu um pouco enquanto via o vínculo entre pai e filho se formando.
Ryan, alheio à troca deles, já contemplava a próxima fatia de bolo. “Papai, posso ter mais?”
“Claro que pode, campeão,” Damien disse piscando. “E adivinha? Quando estivermos juntos, vou te dar bolos todos os dias.”
Os olhos de Ryan se arregalaram, sua empolgação atingindo um ápice febril. “Sério? Todo dia?!”
“Todo santo dia,” Damien prometeu, sorrindo para ele com uma ternura que torcia o coração de Annie. Ele olhava para Ryan como se ele fosse o centro do seu universo, e Ryan, em troca, olhava para ele com pura admiração.
“Como vamos?” Ryan perguntou, pulando levemente na cadeira, o açúcar já fazendo efeito.
Damien se inclinou para mais perto, sua voz baixando para um sussurro brincalhão. “Vamos voar. De avião.”
Ryan arfou, sua empolgação transbordando. “De avião? Uau!” Ele se remexia na cadeira, incapaz de conter sua alegria.
Ryan, alheio à conversa dos adultos, pulou na cadeira mais uma vez. “Papai! Podemos ir no avião agora?”
Damien riu, bagunçando o cabelo de Ryan. “Logo, parceiro. Logo.”
“E vou ganhar um conjunto de trenzinho?” Ryan perguntou.
“Claro, você pode comprar qualquer brinquedo que quiser.” Damien sorriu.
“Você vai mimá-lo.” Annie resmungou.
“Ele só é criança uma vez,” Damien respondeu, seus olhos brilhando divertidos.
Ryan, que havia terminado seu banquete açucarado e agora estava se remexendo na cadeira, sua energia transbordando. Uma pequena área de brinquedos ficava no canto da loja, cheia de brinquedos macios e quebra-cabeças coloridos.
“Ei, campeão,” Damien disse suavemente, bagunçando novamente seu cabelo. “Que tal ir brincar um pouco, hein? Tem umas coisas legais ali.”
Os olhos de Ryan se iluminaram, olhando para a área de brinquedos, mas hesitou. “Posso, Mamãe?”
Annie lhe deu um sorriso gentil. “Claro. Só não vá muito longe, tá bom?”
Com um aceno animado, Ryan saltou da cadeira e correu em direção à área de brinquedos, deixando Damien e Annie sozinhos na mesa. O ar entre eles mudou imediatamente, a tensão que estava fervendo por baixo vindo à tona agora que estavam a sós.
“Então,” ele começou, inclinando-se para trás na cadeira, “o que está passando pela sua cabeça?”
Annie se endireitou, suas mãos descansando tensamente em seu colo. Ela vinha refletindo sobre esta conversa há dias, sabendo que era inevitável. Ela olhou para Ryan, agora concentrado em empilhar blocos, antes de voltar sua atenção completa para Damien.
“Preciso falar com você sobre algo importante,” disse ela baixinho. “Sobre nós. Sobre o que essa… mudança significa.”
A expressão de Damien se tornou séria, mas ele assentiu, encorajando-a a continuar. “Vá em frente. Estou ouvindo.”
Annie respirou fundo, sua voz estável mas carregada de emoção. “Eu vou com você, Damien. Eu quero que Ryan tenha o pai dele na vida dele. Ele merece isso. Mas ele vai ser uma criança ilegítima? Ele vai ser escondido em algum canto distante?”