O companheiro perdido - Capítulo 40
- Home
- O companheiro perdido
- Capítulo 40 - 40 Reivindicação da Alfa 40 Reivindicação da Alfa O ar ao
40: Reivindicação da Alfa 40: Reivindicação da Alfa O ar ao redor deles estava carregado de tensão, os resquícios de sua fúria ainda crepitando na atmosfera. Seus olhos dourados permaneciam fixos em Ryan, largos e inocentes nos braços de Annie, mas não havia equívoco. Ele era o filho dele.
Seu filho.
Uma mistura de emoções irrompeu dentro de Damien, atingindo-o como um tsunami. A raiva percorria suas veias. A traição o feria profundamente. Porém, sob a raiva, sob a dor, havia algo ainda mais forte — uma avassaladora sensação de amor. Seu lobo uivava dentro dele, reconhecendo a conexão instantaneamente, seus instintos despertando para a vida.
A respiração de Damien vinha em arquejos irregulares enquanto ele lutava para conter a raiva que girava dentro dele. Seu olhar se deslocava de Ryan para Annie, que segurava a criança apertado, seu corpo tenso, seus olhos arregalados com medo e incerteza. Ela havia escondido isso dele. Ela havia ocultado seu filho. O pensamento de ela partir, desaparecer sem contar a ele — levando sua própria carne e sangue consigo — acendia uma fúria que ele não sentia há anos.
Lentamente, Damien esticou a mão em direção a Annie.
“Saia.”
Ela hesitou, seus olhos percorrendo entre ele e Ryan. Ele podia ver o medo no olhar dela.
“Annie,” ele repetiu, seu tom suavizando, embora a urgência permanecesse. “Não é seguro aqui. Precisamos nos mover.”
Por um momento, parecia que ela poderia recusar. Ela puxou Ryan mais para perto de seu peito, seus punhos brancos pela tensão. Mas então, relutantemente, ela se mexeu. Lentamente, ela saiu do SUV, seus movimentos rígidos e incertos. Ryan se agarrava a ela, seus pequenos braços envolvendo seu pescoço, o rosto pressionado em seu ombro.
No momento em que ela pisou no chão, Damien deu um passo em direção a ela, sua mão ainda estendida, como se tentasse encurtar a distância entre eles.
“Ele é meu,” Damien disse, sua voz áspera com o peso de suas emoções. As palavras eram mais do que uma declaração. Eram uma reivindicação, uma verdade que ecoava profundamente em sua alma. Seu lobo mexia-se inquieto dentro dele, rosnando em concordância, reconhecendo o vínculo, o sangue que os unia.
Annie estremeceu com as palavras dele, seus olhos se estreitando enquanto ela dava um pequeno passo para trás, aumentando a distância entre eles. “Damien, por favor…”
“Não,” Damien a interrompeu, sua voz mais cortante do que pretendia. Ele respirou fundo, tentando controlar suas emoções. “Você tem escondido isso de mim. Ele de mim.” Ele gesticulou para Ryan, seu coração batendo forte no peito enquanto falava. “Até quando você ia manter ele como segredo, Annie? Por quanto tempo você planejava fugir?”
O rosto de Annie empalideceu, e por um momento, parecia que ela poderia sucumbir sob o peso de suas palavras. Seus lábios se abriram, mas nenhum som saiu. A culpa em seus olhos era inegável, mas havia algo mais lá também — algo mais profundo, algo que ele ainda não conseguia entender.
“Eu não,” ela começou, sua voz tremendo. “Eu não estava tentando —” Ela parou, seu olhar caindo para Ryan, que a olhava com olhos largos e confusos.
O coração de Damien apertou enquanto ele observava a luta dela, mas seu lobo não seria negado. O menino era dele — seu filho, seu sangue — e o instinto protetor rugia dentro dele. Ele deu outro passo para frente, suas mãos se fechando em punhos ao seu lado enquanto ele se esforçava para se manter calmo.
“Por que você não me contou?” Damien perguntou, sua voz mais baixa agora, embora a intensidade permanecesse. “Você sabia o que isso significaria. Para mim. Para ele.”
Lágrimas brotaram nos olhos de Annie, mas ela as enxugou, sua expressão se endurecendo enquanto ela endireitava as costas. “Porque eu não tinha certeza do que você faria,” ela disse, sua voz trêmula, mas cheia de determinação. “Eu não sabia se você o queria, Damien. Ou se você simplesmente… o levaria.”
O peito de Damien se apertou, a acusação em suas palavras o cortando como uma lâmina. “Você acha que eu o tiraria de você?”
“Eu não sei!” Annie chorou, sua voz se quebrando enquanto ela olhava para ele, emoção crua piscando em seus olhos. “Eu não sabia como você reagiria. Eu não sabia se você o veria como um fardo por causa de sua posição. Por causa de suas responsabilidades como Príncipe Alfa. Você é importante demais, Damien. E Ryan… ele não fazia parte dos seus planos.”
Damien sentiu o peso das palavras dela se assentar sobre ele como uma névoa pesada, mas ele não vacilou. Sim, ele era o Alfa. Sim, sua posição vinha com responsabilidades e expectativas. Mas Ryan… Ryan era seu filho. E nada jamais poderia mudar isso.
“Ele é meu,” Damien repetiu, sua voz firme, mas preenchida com uma feroz proteção. “Ele é meu filho, Annie. E eu nunca o verei como um fardo.”
O lábio inferior de Annie tremeu, e Damien viu o vislumbre de dúvida nos olhos dela começar a desmoronar. Ela olhou para Ryan, seus dedos delicadamente passando por seu cabelo macio, e o coração de Damien apertou com a visão.
“Eu sinto muito,” Annie sussurrou, sua voz tão suave que mal era audível. “Eu pensei… Eu pensei que seria mais fácil se partíssemos. Se eu o mantivesse longe de você.”
Damien cobriu a distância entre eles em um instante, suas mãos repousando suavemente nos ombros dela enquanto ele olhava em seus olhos cheios de lágrimas. “Você não precisa mais fugir,” ele disse, sua voz suavizando. “Você não precisa fazer isso sozinha.”
Ryan olhou para cima dos braços de Annie, seus pequenos olhos azuis largos e curiosos enquanto mexiam entre sua mãe e Damien. Lentamente, Damien se agachou, seus olhos se fixando nos de Ryan, a conexão inegável.
“Ei, garotinho,” Damien disse suavemente, sua voz preenchida de maravilha. “Eu sou seu pai.”
Ryan o encarou por um longo momento, suas pequenas mãos apertando a jaqueta de Annie. Então, com a simplicidade inocente de uma criança, ele sussurrou, “Papai?”
O coração de Damien torceu violentamente no peito. Papai. A palavra ecoou em sua mente, uma mistura de alegria e tristeza o inundando. Ele havia perdido tanto.
Ryan, sentindo a tensão no ar mas sem entender totalmente, olhou em volta, seus olhos azuis brilhantes buscando os rostos dos adultos ao seu redor. Seu olhar pousou em Chris, que ainda estava parado em um torpor, boca ligeiramente aberta enquanto tentava assimilar o que estava presenciando.
“Chris!” Ryan chamou, sua voz leve e cheia da confiança natural de uma criança que não tinha ideia do que estava acontecendo.
O som de seu nome fez Chris sair do estupor. Ele piscou, seus olhos se concentrando no pequeno menino que o chamava com familiaridade. Um pequeno sorriso, quase hesitante, puxou os cantos de sua boca enquanto ele se aproximava, seu olhar se alternando entre Damien e Ryan.
“Ei, amigão,” Chris disse suavemente, sua voz gentil ao se dirigir ao menino. “Como você está?”
Ryan sorriu de volta, a tensão aliviando um pouco do ambiente com a visão de sua alegria inocente.
“Entre,” Damien instruiu, sua voz baixa e comandante enquanto ele abria a porta de trás do SUV.
Annie hesitou por um momento, seus olhos trocando olhares com os de Damien com uma expressão de incerteza, mas ela não resistiu. Delicadamente, ela levantou Ryan para o banco de trás, acomodando-o no lugar antes de deslizar para o lado dele.
“Você está segura agora,” ele disse suavemente, sua mão repousando brevemente em seu braço antes de ele recuar. “Eu não vou deixar nada acontecer com nenhum de vocês dois.”
O olhar de Annie suavizou, e ela lhe deu um pequeno aceno, seus dedos roçando contra sua mão antes de ela se afastar, acomodando-se no assento ao lado de Ryan.
Damien fechou a porta com um golpe sólido, selando-os dentro do veículo blindado. Ele se virou, sua expressão se endurecendo enquanto procurava Chris. Os corpos dos renegados abatidos jaziam no chão.
“Chris!” Damien chamou, sua voz carregando a autoridade de sua posição.
Ele caminhou até Damien, seu olhar desviando brevemente para o SUV onde Annie e Ryan estavam seguros antes de retornar para seu Alfa.
Damien ordenou. “Quero que você interrogue quaisquer renegados sobreviventes. Precisamos saber quem os enviou e por quê.”
Chris assentiu, sua expressão sombria. “Considere feito,” ele respondeu.
Damien respirou fundo, seus olhos se estreitando enquanto ele avaliava a cena mais uma vez. O ataque dos renegados não poderia ter sido aleatório. Significava que alguém estava de olho nele.