O companheiro perdido - Capítulo 37

37: Descoberta 37: Descoberta Chris estava ali parado, sentindo um turbilhão de pensamentos girando em sua mente enquanto as palavras de Damien mal registravam. “Isso explica por que ela tem te evitado. Ela provavelmente descobriu sobre sua conexão comigo e não confia em você.”

Mas Chris não estava realmente ouvindo. Sua mente estava presa em outra coisa, algo que o incomodava desde o parque de diversões. Ryan. O menino de olhos azuis brilhantes. Chris tinha ignorado a sensação familiar no início, pensando que era nada mais do que uma breve sensação de déjà vu. Mas agora, com tudo que Damien acabara de revelar, as peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar, e a imagem que formavam era perturbadora.

Quem era o pai? Essa pergunta o roía como uma coceira persistente que ele não conseguia arranhar. Se Ryan fosse um lobisomem, Chris teria sentido imediatamente. Lobisomens têm um cheiro distintivo, um que é impossível de não perceber. Mas ele não havia sentido nada de incomum no menino. O que significava… o quê? Annie estava envolvida com um humano?

“Você está me ouvindo?” a voz de Damien cortou os pensamentos de Chris, trazendo-o de volta ao presente.

Chris piscou, focando no rosto de Damien, que agora estava gravado com preocupação. “Sim, sim, estou ouvindo,” Chris disse rapidamente, afastando seus pensamentos por um momento.

“Eu vou cuidar de Annie enquanto você estiver fora. Você pode contar comigo.”

“Bom. Mantenha uma vigilância próxima.”

Chris assentiu em resposta, tentando enterrar a inquietação que o roía. “Pode deixar, Damien. Eu vou garantir que ela fique segura.”

Chris decidiu verificar por si mesmo se Ryan era de fato filho de Annie antes de informar Damien.

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Emily estava na porta, o rosto pálido e as mãos torcendo nervosamente na frente dela. Annie olhou para cima do livro que fingia ler, sentindo imediatamente que algo estava errado. Emily tinha aquele olhar — como se tivesse visto um fantasma e estivesse tentando decidir se gritava ou desmaiava.

“Annie,” Emily começou, sua voz tremendo. “Eu cometi um erro enorme.”

O coração de Annie deu um salto. Ela colocou o livro de lado e se levantou, atravessando o quarto rapidamente para alcançá-la. “O que aconteceu? O que há de errado?”

Emily engoliu em seco, parecendo que poderia chorar. “Chris… Chris trabalha para o Damien.”

Por um momento, as palavras não se registraram completamente. Annie piscou, tentando processar o que Emily acabara de dizer. Chris? O mesmo Chris por quem Emily tinha se encantado, aquele que parecia tão doce e inofensivo, trabalhava para o Damien? O Damien dela?

O choque a percorreu, seguido rapidamente por uma onda de pânico. “Ele trabalha para o Damien?” Annie repetiu, sua voz tensa. “Você tem certeza?”

Emily assentiu miseravelmente. “Sim, ele mesmo me disse. Eu não percebi de imediato sobre quem ele estava falando, mas quando ele mencionou Damien Montefort, eu sabia… Eu sabia que era o seu Damien.”

A mente de Annie acelerou. Chris tinha visto Ryan no parque de diversões. Ele tinha falado com ele e passado tempo com ele. Ele teria suspeitado de alguma coisa? Ele poderia ter descoberto que Ryan era o filho dela — o filho de Damien? O pensamento fez o estômago dela se revolver de ansiedade. Se ele estava aqui a mando de Damien, significava que ele era o beta dele. Ela nunca tinha conhecido o beta dele, então não tinha certeza.

“Ele não… Ele não sabe que Ryan é meu filho, sabe?” Annie perguntou, sua voz mal acima de um sussurro.

Emily balançou a cabeça rapidamente. “Não, não, eu não contei a ele. Eu não disse nada sobre Ryan ser seu filho. Mas Annie, eu estou tão assustada. E se ele descobrir? E se o Damien descobrir?”

O pensamento de Annie girava, o pulso batendo em seus ouvidos. Ela havia sido tão cuidadosa e diligente ao usar as poções para mascarar o cheiro de Ryan e manter sua identidade oculta. Mas ela sabia que era apenas uma questão de tempo antes da verdade vir à tona. As poções só podiam fazer tanto, e Damien não era tolo. Ele eventualmente descobriria que Ryan era o filho dele.

“Emily,” Annie disse, forçando-se a manter a calma, embora o medo estivesse lhe rasgando por dentro, “está tudo bem. Você não fez nada de errado. Eu vou resolver isso.”

“Mas o que você vai fazer?” Emily perguntou, sua voz trêmula de culpa e preocupação.

“Damien está indo embora hoje,” Annie disse, sua mente já elaborando um plano. “Eu vou embora hoje à noite. Assim que Heather fizer os arranjos, eu vou voar para a Espanha. Eu e o Ryan teremos ido embora antes que o Damien perceba o que aconteceu.”

Emily a olhou com olhos grandes e cheios de medo. “Você tem certeza? E se ele te seguir?”

O queixo de Annie se apertou. “Eu tenho que correr esse risco. Eu não posso deixar que ele descubra sobre o Ryan. Se ele descobrir… se ele souber que Ryan é o filho dele… tudo vai mudar. E eu não posso deixar que isso aconteça.”

Emily mordeu o lábio, lágrimas brotando em seus olhos. “Eu sinto muito, Annie. Eu nunca quis te colocar nessa situação.”

Annie alcançou e puxou Emily para um abraço, tentando oferecer algum conforto apesar da tempestade de emoções rugindo dentro dela. “Está tudo bem, Em. Você não sabia. Nós vamos superar isso.”

Mas enquanto ela abraçava Emily, os pensamentos de Annie já estavam nas horas à frente. Ela teria que se mover rapidamente, silenciosamente. Não havia tempo a perder. Se ela ia manter Ryan seguro, ela tinha que sair da cidade hoje à noite. E uma vez que ela tivesse partido, só poderia esperar que Damien a deixasse ir. Porque se ele não fizesse isso, se escolhesse segui-la…

Annie afastou o pensamento, concentrando-se no lugar no que precisava ser feito.

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O ar da noite estava fresco, uma leve brisa agitava as folhas enquanto Chris caminhava em direção à casa de Emily. Ele havia patrulhado essa área com Damien todas as noites, mas sempre mantinham uma distância respeitosa, nunca cruzando o limite invisível que os separava da vida de Annie. Mas esta noite era diferente. Esta noite, ele precisava de respostas.

Ao se aproximar da casa, Chris diminuiu o ritmo, seus sentidos em alerta máximo. O cheiro familiar de Annie chegou até ele, misturado com o suave e tranquilizador cheiro de lavanda. Mas havia algo mais — um tom sutil que fez seu lobo inquietar-se. Ele novamente aspirou o ar, e desta vez ele captou claramente. Ela tinha a criança com ela.

Ele se agachou, movendo-se silenciosamente pelas sombras até ter uma visão clara da casa. A porta da frente estava aberta, e Chris pôde ver Annie saindo para o ar fresco da noite, carregando em seus braços uma pequena figura adormecida. Ryan.

Ela se movia rapidamente; seus passos cuidadosos mas decididos enquanto fazia seu caminho até o carro estacionado na entrada. Chris observou enquanto ela abria a porta traseira e gentilmente acomodava Ryan no banco de trás, cobrindo-o com um cobertor com a ternura de uma mãe. Annie se aprumou, seus olhos varrendo a área como se certificando de que não estava sendo observada. Ela fechou a porta do carro silenciosamente e contornou para o lado do motorista.

A mente de Chris acelerou enquanto ele a observava ligar o motor. O que ela estava fazendo? Para onde estava levando Ryan a essa hora?

Os faróis do carro piscaram, lançando longas sombras pela entrada conforme Annie saía para a rua. Chris pegou seu telefone e ligou para Damien.