O companheiro perdido - Capítulo 23
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23: A dura realidade 23: A dura realidade Chris encarou Damien com incredulidade, a testa franzida enquanto tentava processar o que acabara de ouvir. “Você encontrou Annie?” ele repetiu, as palavras soando surreais até para seus próprios ouvidos. “Como? Onde? Depois de todo esse tempo, como você a encontrou?”
Damien recostou-se na cadeira, seus olhos distantes enquanto relatava os eventos do dia. “Ela estava vivendo entre humanos nesta cidade, se mesclando ao mundo humano. Eu fui vê-la no café em que ela tem trabalhado. Eu precisava de respostas, Chris—eu precisava saber por que ela foi embora, por que nunca voltou.”
Chris balançou a cabeça, ainda lutando para compreender. “Então você simplesmente entrou e a encontrou? Após cinco anos?”
Damien assentiu, um sorriso amargo puxando o canto de seus lábios. “Não foi tão simples. Ela não exatamente me recebeu de braços abertos. Ela está brava, magoada… e eu não posso culpá-la por isso. Eu a forcei a falar comigo para explicar por que ela se foi. E ela explicou.”
Chris inclinou-se para frente; sua curiosidade despertada apesar de si mesmo. “E? O que ela disse?”
Damien respirou fundo, a memória das palavras de Annie ainda frescas, ainda dolorosas. “Após aquela noite que passamos juntos, o Alfa Jack e minha mãe desaprovaram nosso relacionamento. Eles não acreditavam que ela era minha companheira e a acusaram de me drogar. Eles a prenderam. Ela só escapou porque um amigo a ajudou.”
Os olhos de Chris se arregalaram em choque. “O quê? Isso é insano! Mas ela tinha te drogado e seduzido, certo?”
A mandíbula de Damien se fechou, o peso da verdade pesando sobre ele. “Alguém me drogou, mas não foi Annie. A droga me fez perder o controle, mas meu lobo sabia a verdade mesmo assim. Annie é minha companheira. Fui enganado e manipulado por anos, Chris.”
Chris soltou um assobio baixo, balançando a cabeça em descrença. “Caramba, Damien. Isso é… é muita coisa para absorver. Mas você sabe que isso torna as coisas ainda mais complicadas, certo? O Alfa Jack e sua mãe—eles não vão ficar felizes com isso.”
Damien estava pensativo.
“Eu sei, mas ela é minha companheira. Não posso deixá-la. Vou descobrir uma maneira de acertar as coisas com a alcateia e minha família,” ele disse solenemente.
“Me diga o que devo fazer por você.” Chris perguntou.
Damien olhou para Chris com gratidão em seus olhos.
“Fique de olho nela; mantenha-a segura. Nós faremos ronda ao redor da casa dela todas as noites.” Ele fez uma pausa.
“E me dê algumas dicas de como conquistá-la.”
Chris explodiu em risadas. Damien lançou-lhe um olhar reprovador, não estava no clima para a diversão de Chris.
“O que há de tão engraçado?” Damien exigiu, embora sua voz tivesse mais frustração do que raiva.
Chris olhou para cima, um sorriso malicioso em seus lábios. “Você. O poderoso príncipe Alfa, líder da matilha mais poderosa da região, e aqui está você, pedindo dicas para conquistar sua companheira?”
Damien parou de andar de um lado para o outro e olhou para Chris, sua expressão séria. “É por isso que eu preciso da sua ajuda. Você é bom com mulheres, Chris. Você teve… muita experiência.”
Chris fingiu ponderar por um momento, batendo no queixo pensativamente. “Bem, em primeiro lugar, você tem que parar de ser tão intenso. As mulheres gostam de um homem confiante, claro, mas elas também querem alguém que as faça rir, alguém que não tenha medo de ser um pouco vulnerável.”
Damien olhou cético. “Então você está dizendo que eu deveria ser… o quê? Contando piadas?”
Chris sorriu. “Não exatamente. Mas um pouco de humor não faria mal. Annie passou por muito, e se você conseguir fazê-la sorrir, fazer com que ela sinta que pode baixar a guarda ao seu redor; essa é metade da batalha.”
Damien considerou isso, assentindo lentamente. “Certo. Posso tentar isso. O que mais?”
Chris inclinou-se para frente, de repente sério. “Você precisa mostrar a ela que está disposto a lutar por ela. Não no sentido literal—embora eu saiba que você poderia derrubar qualquer cara que olhasse para ela de forma errada—mas de uma maneira que seja importante para ela. Faça algo inesperado, algo que mostre que você tem prestado atenção no que ela precisa, não apenas no que você quer.”
Damien ficou pensativo, passando a mão pelos cabelos. “Bem, eu dei uma surra em um cara, e ela não ficou nada divertida.”
“Você fez o quê?” Os olhos de Chris se arregalaram em choque. “Não é isso que eu quis dizer com lutar por ela, Damien. Você precisa mostrar a ela apoio emocional, não agressão física.”
Damien deu de ombros. “Isso seria muito mais fácil se eu não tivesse estragado tudo tão completamente desde o início.”
Chris riu, batendo no ombro de Damien. “Bem-vindo ao clube, parceiro. Todos erramos. Para você, vai ser preciso muito mais do que apenas aparecer e dizer a ela que ela é sua companheira.”
Damien deu a Chris um sorriso relutante. “Você está gostando disso demais.”
Chris sorriu, recostando-se na cadeira. “Talvez um pouco. Mas falando sério, Damien, você consegue. Só lembre-se—ela precisa ver que você está disposto a ser o cara que ela merece, não apenas o cara que acha que tem direito a ela.”
Damien assentiu, sentindo uma onda de determinação. “Obrigado, Chris. Eu aprecio o conselho. Eu vou… tentar ser menos intenso.”
Chris deu uma risada. “Boa sorte com isso, parceiro. Apenas vá devagar e seja autêntico. Você consegue.”
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Annie voltou correndo para o café, seu coração batendo como se tentasse escapar do peito. O encontro com Damien a deixou abalada, suas emoções uma bagunça emaranhada de medo e raiva. Ela precisava de um momento para se recompor, para repelir a tormenta que ameaçava sobrepô-la.
Assim que ela passou pela porta, Heather já estava se aproximando dela, limpando as mãos em um pano de prato, um olhar curioso no rosto. “Annie, você já voltou? O que aconteceu? Vocês conversaram?”
Annie forçou um sorriso, tentando manter a voz estável. “Sim, nós conversamos. Eu só… precisei voltar. Tenho algo que preciso contar para você e para a Emily.”
As sobrancelhas de Heather se arquearam, mas ela assentiu, percebendo a seriedade no tom de Annie. “Certo. Vamos passar pelo horário de pico da noite, e depois nós sentamos para conversar.”
Annie agradeceu com um aceno de cabeça, seu coração ainda acelerado, mas conseguiu reprimir isso e passar pelo resto da noite. Finalmente, depois que o último cliente saiu e as portas foram trancadas, Annie se viu sentada à pequena mesa da cozinha com Emily e Heather. Ryan já tinha sido colocado na cama. Heather a olhava esperançosa.
Annie respirou fundo, suas mãos tremendo levemente enquanto as unia sobre a mesa. “Tem algo que eu não contei para vocês. Algo… importante. É sobre Damien.”
Emily trocou um olhar com Heather.
Annie assentiu, engolindo em seco. Era isso—a hora que ela tanto temia e, no entanto, sabia que tinha que chegar. “Sim, ele. Damien Montefort, ele não é apenas algum cara do meu passado. Ele é… ele é o príncipe Alfa.”
Houve um momento de silêncio atônito enquanto Heather e Emily a encaravam, as palavras pairando no ar como uma nuvem pesada.
Emily foi a primeira a encontrar sua voz. “O príncipe Alfa? Como assim, o rei dos lobisomens?”
Annie assentiu novamente, sentindo o peso da verdade sobre ela.
“Damien… Damien é o pai do Ryan.”