O companheiro perdido - Capítulo 17
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17: Perseguindo Sombras 17: Perseguindo Sombras Chris olhou para Damien, seus olhos arregalados com incredulidade. “Você quer comprar a cidade inteira?” ele perguntou, sua voz mal ultrapassando um sussurro.
Damien apenas assentiu, sua expressão calma e determinada. “Sim. Este lugar tem potencial, mais do que você pode imaginar.”
Eles entraram no pequeno e mal iluminado saguão do hotel, onde um homem com olhos sonolentos no balcão mal reconheceu a presença deles. Ele entregou duas chaves com um bocejo, gesticulando vagamente em direção à escadaria. O mensageiro, um adolescente desengonçado com um olhar desinteressado, se arrastou para pegar as bagagens deles.
Enquanto começavam a caminhar em direção às escadas, Chris não conseguiu mais conter sua curiosidade. “Mas por quê, Alfa? Por que comprar uma cidade inteira no meio do nada?”
Damien olhou para ele, um leve sorriso brincando nos cantos dos seus lábios. “Você conhece a história deste lugar?”
Chris balançou a cabeça. “Não muito. Apenas que é isolada, e não acontece muita coisa aqui.”
A voz de Damien se tornou mais séria enquanto ele explicava, “Oitenta anos atrás, a última matilha de lobos do Alasca foi destruída. Alfa Rex, que estava no comando deles, enlouqueceu e colocou em risco não apenas sua matilha, mas também toda a comunidade sobrenatural desta área. O conselho não teve escolha senão intervir e erradicar a matilha. Eles eram primitivos, vivendo em completo isolamento. Ninguém estabeleceu uma nova matilha aqui desde então.”
Chris ouvia atentamente, sua confusão lentamente cedendo espaço para o entendimento. “Então, você está pensando em estabelecer uma nova matilha aqui? Mas por que agora?”
“Com as matilhas prosperando no continente,” Damien continuou, “precisamos de um lugar para enviar os renegados recuperáveis. Um lugar distante, onde eles possam começar do zero em vez de enfrentar a execução. Esta cidade é perfeita para isso—remota, esquecida e sem interferência de outras matilhas. Podemos construir algo novo aqui, algo que possa beneficiar nossa espécie a longo prazo.”
Chris assentiu lentamente enquanto as peças começavam a se encaixar em sua mente. “Então, a viagem não é só sobre adquirir minas. É sobre preparar o terreno para um novo começo.”
“Exatamente,” Damien confirmou. “Mas precisamos ter certeza de que é seguro para lobos. Podem haver outros seres por aí—vampiros, werecats ou sei lá mais o quê. Vamos investigar a floresta esta noite durante nossa corrida. Se tiver algo lá fora, nós vamos encontrar.”
“E você tem certeza de que nada perigoso apareceu em sua investigação inicial?”
Damien balançou a cabeça. “Nada até agora, mas isso não significa que não devemos ser cautelosos. Vamos explorar cada centímetro daquela floresta esta noite. Mas primeiro, precisamos descansar e comer alguma coisa.”
“Entendido. Vamos nos acomodar, então.”
***************
As poderosas pernas de Damien o impulsionavam para frente através da densa vegetação rasteira, como um lobo ele se movia sem esforço entre as árvores imponentes. A noite de verão estava viva com os sons da floresta—grilos cantando, folhas farfalhando na brisa quente, o distante pio de uma coruja. O solo da floresta era macio sob suas patas, os cheiros da terra e do pinho enchendo seu nariz enquanto ele se forçava cada vez mais rápido, com mais vigor.
De repente, o ritmo de Damien acelerou, sua cabeça erguendo enquanto ele captava um cheiro inesperado no ar. Era leve no início, apenas um sussurro na brisa, mas foi o suficiente para enviar um choque de reconhecimento através dele. Seu coração batia enquanto ele inalava profundamente, o perfume ficando mais forte—doce, tentador, absolutamente irresistível.
Sem pensar duas vezes, Damien avançou, seu foco reduzido a um único ponto. Chris chamou atrás dele, sua voz tingida de confusão e preocupação, mas Damien mal registrou isso. Ele conhecia aquele cheiro, sabia com uma certeza que o abalou até o núcleo.
Ele rasgava pela floresta, o mundo ao seu redor um borrão enquanto seguia o rastro, seus instintos de lobo em total controle. O cheiro o levou para mais fundo no bosque, para uma parte da floresta que ainda não haviam explorado. Era selvagem e indomada, as árvores crescendo mais espessas, as sombras mais escuras.
Finalmente, Damien chegou a um denso matagal, uma massa emaranhada de vegetação rasteira que bloqueava seu caminho. Ele freou bruscamente, suas garras cavando a terra macia enquanto ele buscava freneticamente pelo cheiro. Ainda estava lá, persistindo no ar, mas estava se dissipando, escapando tão rapidamente quanto havia chegado.
“Não,” Damien rosnou.
Ele vasculhou a área, seus olhos brilhando na escuridão, sua respiração pesada. Mas não havia nada—nenhum sinal de alguém, nenhum movimento, nenhum vestígio da fonte daquele perfume intoxicante.
Chris finalmente alcançou, transformando-se de volta em forma humana também, seu peito pesado enquanto ele tentava recuperar o fôlego. “Damien, que diabos—”
Damien o interrompeu, sua voz tensa de frustração. “Era ela, Chris. Meu par. Eu podia sentir o cheiro dela.”
Os olhos de Chris se arregalaram em choque. “Tem certeza? Aqui, nesta floresta?”
“Tenho certeza,” Damien respondeu, seu olhar ainda fixo no matagal à sua frente. Mas o cheiro havia desaparecido, como se nunca tivesse existido. Ela havia escapado por entre seus dedos.
“Mas para onde ela foi?” Chris perguntou, olhando ao redor como se esperasse alguém aparecer das sombras.
Damien balançou a cabeça, um profundo rosnado ecoando em seu peito. “Eu não sei. Mas eu vou encontrá-la. Eu tenho que.”
“Mas você disse que não havia outros lobos nessa área?”
Os olhos de Damien se estreitaram enquanto ele escaneava os arredores, seus sentidos em alerta máximo. “Não deveria haver,” ele murmurou.
“Isso significa que a informação que eu consegui estava errada.”
Chris assentiu, embora seu coração estivesse pesado com incerteza. “O que você disser, Alfa.”
Ao voltarem em direção à cidade, os pensamentos de Damien estavam consumidos pelo cheiro que ele havia captado, pela certeza avassaladora de que seu par estava perto. E desta vez, ele não deixaria ela escapar.
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Anne pousou levemente no assoalho de madeira do seu quarto, com o fôlego rápido e superficial. Ela rapidamente se transformou de volta em sua forma humana, mas seu coração ainda estava acelerado no peito. Um arrepio de ansiedade a percorreu. Damien estava aqui.