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- Capítulo 154 - 154 Movimento da Liana 154 Movimento da Liana Emily sentiu
154: Movimento da Liana 154: Movimento da Liana Emily sentiu seu peito apertar-se com uma mistura de incredulidade e raiva. O café ao seu redor se turvou enquanto ela absorvia a magnitude do que Elara dizia.
“Ela tentou matar minha família.” A voz de Emily era quase inaudível, tremida.
Elara assentiu, sua expressão sombria mas resoluta. “Sim, ela odiava Jennifer. Ela sempre temeu que Richard a deixasse e tomasse Jennifer como seu par. Uma vez que Jennifer se foi, ela…” Elara fez uma pausa, seus lábios pressionando-se em uma linha fina. “Ela decidiu eliminar a família dela também, mas Richard não permitiu que isso acontecesse.”
“Eu ainda não entendo,” Emily conseguiu dizer, sua voz se endurecendo. “Se Liana está tão empenhada em manter seus segredos, por que você ainda está viva? E por que você se importa em me avisar?”
“Porque você merece a verdade, Emily. E porque eu devo isso a Maddox e a Jennifer. Ambos foram roubados das vidas que deveriam ter tido. O coração de Maddox ainda dói pela mulher que amou, o par que ele deveria ter.”
“Então você se uniu a Jackson e tentou manipular Damien para dormir com Jessica ?”
Emily cruzou as mãos e olhou para ela com severidade.
O rosto de Elara se contorceu, uma mistura de desafio e arrependimento relampejando em seus olhos. “O que eu deveria fazer, Emily? Depois de tudo o que Liana fez, depois de ver meu irmão, Maddox, quebrado e abandonado? Eu não tinha nada além de vingança.”
O olhar de Emily se endureceu, sua voz baixa e fria. “Então você pensou que manipular Damien, tentando fazê-lo se voltar contra seu próprio par, de alguma forma estava justificado?”
Elara balançou a cabeça, suas mãos apertando na mesa. “Você não entende. Jackson me ofereceu uma oportunidade — uma chance de enfraquecer o domínio de Liana. Eu não me importava com o que seria necessário — eu pensei que se Damien pudesse ser atraído para longe, eu poderia romper a lealdade que o liga a Liana. Eu pensei que talvez, apenas talvez, isso forçaria a verdade a sair dela.”
O estômago de Emily revirou. “Você se ouve? Você usou pessoas, manipulou vidas, e você está justificando isso como uma forma distorcida de justiça. Você não é melhor que Liana se é assim que você escolhe agir.”
Elara recuou.
“Talvez você esteja certa,” ela admitiu, sua voz adoçando. “Talvez eu tenha me tornado tão implacável quanto ela. E eu não me importo com isso. Você vai me ajudar a expô-la.”
“E se eu me recusar ?”
“Então você enfrentará as consequências. Liana não vai deixar você viver em paz. Aceite minhas palavras.”
Elara se recostou, cruzando os braços com um sorriso lento e deliberado que gelou Emily por completo.
“Considere isso um choque de realidade, Emily. Quer você escolha agir ou não, você já está no meio disso.”
O sorriso de Elara desapareceu, um lampejo de irritação em seus olhos, mas ela manteve sua compostura. “Como quiser, Emily. Mas lembre-se desta conversa quando Liana vier atrás de você. E quando ela vier, não serei eu quem estará lá para juntar os cacos.”
Emily levantou-se da mesa, lançando um último olhar firme para Elara. “Eu não preciso que você junte nada, Elara. Eu sou mais do que capaz de cuidar de mim mesma.”
Ao se afastar, a mente de Emily estava agitada com uma mistura de raiva e inquietação. Ela podia sentir o olhar de Elara cravado em suas costas, mas ela não se virou. Do lado de fora do café, o frio da noite atingiu seu rosto, clareando sua cabeça e a trazendo de volta à terra. Ela ficou ali por um momento, respirando fundo, então pegou seu telefone, seu polegar pairando sobre os contatos.
Ela poderia ligar para Anne, contar tudo. Ela poderia ir até Damien, avisá-lo. Mas algum instinto a impediu.
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Chris olhou para o seu telefone, franzindo a testa levemente. Ele havia tentado falar com Emily duas vezes naquela manhã, mas ela não atendeu nenhuma das vezes. Ela normalmente respondia rápido, mesmo que fosse com uma mensagem curta. Ele deixou pra lá, decidindo que iria passar para ver como ela estava mais tarde naquela noite, mas a sensação de inquietação permaneceu na sua mente.
Seu telefone vibrou, tirando-o de seus pensamentos e o focando na tarefa em questão.
“Chris,” a voz de Damien era rápida, totalmente profissional. “Acabei de desligar com o Alfa da Alcateia Trovão. Eu organizei uma sessão de treinamento conjunto. Eles trarão seu beta e alguns guerreiros. Estão programados para chegar daqui uma semana.”
A sobrancelha de Chris se ergueu. “Alcateia Trovão?” Ele fez uma pausa, absorvendo o peso da decisão. “Você consultou seus pais sobre isso primeiro? Eles podem não levar isso bem, sabe.”
Houve um breve silêncio do outro lado antes de Damien responder; seu tom carregado de desafio. “Não, não consultei. Mas essa é a minha decisão a tomar, Chris. Eu sou o próximo na linha para ser Alfa, e preciso começar a tomar decisões que fortaleçam a nossa matilha. Trabalhar com a Alcateia Trovão pode nos dar uma vantagem.”
“Tem certeza de que isso é a coisa certa a se fazer?”
“Sim,” Damien respondeu com firmeza. “As coisas estão mudando, Chris. Nossos aliados vão parecer diferentes do que eram antes. Não podemos nos dar ao luxo de limitar nossas opções por causa de ressentimentos antigos. A Alcateia Trovão tem lutadores habilidosos, e eles estão motivados para manter a paz conosco. É um movimento inteligente.”
Chris suspirou. Por mais que quisesse aconselhar cautela, ele não podia negar que o raciocínio de Damien tinha mérito. “Tudo bem,” ele cedeu, “se você tem certeza disso, então eu te apoio. Mas esteja preparado para algumas consequências. Madama Luna… ela não vai levar isso na esportiva.”
Damien debochou. “Estou preparado. Além disso, ela tem que entender que nossas prioridades precisam mudar. Estou tomando essa decisão pelo futuro da matilha, não para agradar ressentimentos pessoais.”
Chris assentiu.
“Entendido. Te vejo no complexo mais tarde. E… vou verificar como está Emily também.”
“Bom. Me avise se algo estiver errado,” disse Damien.
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Pedro esperou silenciosamente enquanto Liana folheava as fotografias que ele havia apresentado. Ele passou os dois dias anteriores seguindo Emily, observando cada movimento dela, e agora seus esforços estavam expostos na mesa de Liana.
Liana segurou uma fotografia em particular, estudando-a intensamente. Nela, Emily estava sentada diante de Elara em uma pequena mesa em um café movimentado. O ângulo da foto capturava ambas as mulheres. Os lábios de Liana se curvaram em um sorriso apertado e satisfeito.
“Ótimo trabalho, Pedro,” ela murmurou, sua voz suave mas tingida com uma borda perigosa. “Eu sabia que havia algo… perturbador no comportamento recente de Emily, mas vê-la em conversa com Elara…” Ela fez uma pausa, deixando suas palavras pairarem no ar.
Pedro inclinou levemente a cabeça, escondendo o lampejo de orgulho que brilhou em seus olhos. “Obrigado, madama Luna.”
Ela olhou para cima, seus olhos brilhando com uma calma arrepiante enquanto colocava as fotografias de volta na mesa. “Elara pensa que é esperta, mas ela não percebe que cada movimento que faz só aperta o laço em torno de seu pescoço.”
Pedro assentiu, escolhendo suas palavras cuidadosamente. “Emily parecia… inquieta. Eu observei as duas por um tempo, e parecia que Elara estava falando a maior parte do tempo.”
O olhar de Liana se aguçou. “Ah, estou certa de que estava. Elara nunca pôde resistir a agitar as coisas, especialmente se isso significasse colocar ideias na cabeça das pessoas. Ela é uma manipuladora mestre, Pedro, e está claro que ela está tentando envolver Emily em seus esquemas.”
Pedro observou a reação de Liana cuidadosamente, notando a satisfação em sua expressão. “O que você gostaria que eu fizesse a seguir?”
Liana tamborilou os dedos na borda das fotografias, pensativa. “Continue monitorando Emily. Eu quero saber se ela entra em contato com Elara novamente ou se mostra algum sinal de… deslealdade.” Ela fez uma pausa, um lampejo de algo sombrio em seu olhar.
“E sobre Elara ? Por que você não a capturou ?”
“Eu tentei, madama Luna, mas ela é muito astuta. Ela escapou de nossa vigilância, mas eu vou garantir que isso não aconteça novamente.”
Liana assentiu, seus olhos se estreitando com determinação.