146: O caos 146: O caos Alguns minutos atrás
Malcolm recostou-se no banco de sua cela. Ele tentava se manter calmo, mas nenhum lobo gostava de estar numa gaiola. Ele não merecia isso. Visões dessa manhã continuavam surgindo; ninguém tinha o direito de interromper seu acasalamento.

“Como você está se sentindo?” Damien perguntou quando chegou para encontrá-lo na cela.

“Por que eu estou aqui? Eu não fiz nada de errado. Ela é minha.”

“Ela está bem; caso você esteja se perguntando.”

Malcolm baixou os olhos para o chão. Seus sentimentos mudaram para vergonha.

“Ela me pertence.” Malcolm olhou para cima. “Não peço desculpas.”

” Tem certeza? Ela estava no cio. Qualquer um poderia se enganar.” Damien perguntou.

“Nossos olhos se encontraram, e eu soube que ela era minha,” disse Malcolm. “Eu tinha que tê-la completamente. Queria acasalar com ela e marcá-la ali mesmo. Não conseguia pensar em mais nada.”

“Bem… ela aparentemente não concorda,” disse Damien.

“Por quê?” perguntou Malcolm.

“O Alfa Jackson está aqui para levá-la embora.”

Malcolm praguejou.

“Você não deveria ter interrompido. Eu estava prestes a marcá-la.”

Damien cruzou os braços, sua expressão séria enquanto observava Malcolm através das barras de ferro da cela. “Eu tinha que interromper,” ele disse calmamente, embora um lampejo de simpatia reluzisse em seus olhos. “Há alguns que pensam que você ultrapassou os limites, que você se aproveitou dela enquanto ela estava vulnerável.”

Os punhos de Malcolm se fecharam, a frustração fervendo sob sua calma exterior. “Ela não estava vulnerável. Ela era meu par. E no momento em que nossos olhos se encontraram, era isso.” Sua voz baixou, um tom de súplica. “Você sabe como é isso, Damien. Nada mais importava.”

Damien suspirou, massageando as têmporas. “Conheço o vínculo, Malcolm. Você deve saber algo sobre ela. Ela tentou me seduzir uma vez, anos atrás. E ontem à noite, ela veio aqui atrás de mim novamente, para me prender. Só que você chegou nela primeiro.”

O maxilar de Malcolm se apertou. Ele sabia que Jessica tinha seus defeitos—ele havia ouvido rumores, e ele não era cego para a reputação dela.

As palavras de Damien endureceram, um leve sorriso irônico em seus lábios. “Engraçado, não é? Foi assim que acabei com a Anne todos aqueles anos atrás. Uma noite cheia de erro.” Seu olhar se tornou sério, fixando-se em Malcolm. “Tem certeza de que quer um par com ela?”

O rosto de Malcolm escureceu, seu lobo avançando com um rosnado feroz. “Ela é meu par, Damien. Isso não vai mudar. O vínculo foi feito, e eu vou seguir em frente com isso.” Seus olhos se voltaram para a porta por onde Jessica acabara de sair. “Mas isso não significa que ela não enfrentará consequências. Vou me certificar de que ela entenda todos os seus erros passados. Ela é minha para reivindicar e minha para disciplinar.”

Damien levantou as mãos em rendição irônica, assentindo lentamente. “Se é isso que você quer, não vou interferir. Você é livre para fazer suas próprias escolhas.” Ele se virou, sua expressão pensativa enquanto adicionava, “Pare o Jackson antes que ele cause mais caos, e reivindique ela de vez.”

Damien libertou Malcolm, e Malcolm correu para fora.

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Jackson separou Malcolm de Jessica.

O rosto de Jackson se contorceu de raiva ao se virar para encarar Malcolm. “Não terminei com você, Malcolm,” ele rosnou, seus punhos cerrados com força. “Jessica pode ser seu par, mas ela ainda é minha filha. Você não manda aqui.”

Os olhos de Malcolm brilharam de raiva, seu lobo arranhando por baixo da superfície. “Saia do meu caminho, Jackson,” ele rosnou, segurando-se por muito pouco. “Deixei você pressionar demais. Ela é minha, e você não vai continuar mantendo-a sob seu polegar.”

Jackson riu sombriamente. “Você realmente acha que é mais forte que eu? Está delirando.” Sem mais palavras, ele se transformou na sua forma híbrida—um lobo imponente e monstruoso com músculos ondulando sob seu espesso pelo prateado, seus olhos ardendo de fúria.

Malcolm mal respirou antes de também se transformar, seu corpo se metamorfoseando numa poderosa e ameaçadora forma híbrida, seu próprio pelo escuro eriçando conforme ele enfrentava Jackson, dentes à mostra num rosnado cruel. Eles circularam um ao outro; ambos preparados para o brutal confronto que viria. A tensão eletrificou o ar conforme seus lobos assumiram os controles, instintos prontos para uma feroz batalha pela dominância.

Então, como um raio, Jackson avançou, suas garras rasgando o ar enquanto mirava a garganta de Malcolm. Malcolm desviou, seus reflexos rápidos e aguçados, e contra-atacou com um golpe brutal que deixou um rastro carmesim no ombro de Jackson.

Os dois lobos lutaram com poder selvagem e bruto, dentes estalando, garras cortando e rosnados ecoando pelo claro. Cada vez que Jackson acertava um golpe, Malcolm respondia com força igual, nenhum disposto a recuar. Eles eram uma tempestade de presas e garras, um borrão de sombras e sangue enquanto lutavam pela dominância, sua fúria alimentando cada ataque.

Jessica assistia em horror, paralisada no lugar enquanto os dois lobos se chocavam numa fúria violenta. Seu coração batia forte ao ver seu pai tropeçar, sangue emaranhando seu pelo, mas ele continuava a atacar, impulsionado por seu orgulho e raiva.

Mas Malcolm era incansável, seus movimentos ficando mais rápidos e mais precisos, sua força alimentada pela feroz determinação de proteger Jessica e reivindicar seu par sem mais interferências. Num movimento rápido e brutal, ele fincou suas garras no lado de Jackson, forçando-o ao chão. Jackson tentou se levantar, mas Malcolm o imobilizou, seu olhar escuro e resoluto enquanto pressionava, suas garras entrando mais profundamente.

Jackson soltou um rosnado estrangulado, seu corpo convulsando enquanto lutava contra o domínio de Malcolm. Mas a luta tinha cobrado seu preço, e ele estava muito fraco para se libertar. Com um suspiro final e desesperado, ele desabou no chão, seu corpo imóvel enquanto seus olhos vidravam, sem vida.

“Pai!” O grito de Jessica rasgou o claro enquanto ela corria em frente, ajoelhando-se ao lado da forma caída de Jackson. Suas mãos tremiam enquanto ela o tocava, como se o quisesse acordar para respirar novamente. “Não… não, isso não pode estar acontecendo.”

Todos observaram em horror o caos que se desenrolava.