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- Capítulo 144 - 144 Raiva e confusão 144 Raiva e confusão Emily entrou na
144: Raiva e confusão 144: Raiva e confusão Emily entrou na sala comum da casa da matilha, uma tensão silenciosa pairando no ar. Sussurros e murmúrios preenchiam o ambiente enquanto os membros da matilha se aglomeravam em grupos, olhos percorrendo com suspeita e julgamento. O incidente da Jessica tinha se tornado o assunto do dia.
“Chris,” ela começou baixinho, “o que exatamente é ‘cio’?”
Chris olhou para baixo, para ela, sua expressão uma mistura de surpresa e divertimento. Ele fez sinal para que ela sentasse ao lado dele em um dos sofás de couro desgastados perto da janela, a luz solar da manhã lançando um brilho suave ao redor deles.
“Bem,” Chris disse, escolhendo suas palavras cuidadosamente, “então, ‘cio’ é… complicado. É algo pelo que as lobas passam, normalmente desencadeado pelos seus instintos de acasalamento. É intenso, como uma onda de atração avassaladora. O cheiro delas muda, e isso… bem, isso deixa os lobos machos por perto quase loucos.”
Os olhos de Emily se arregalaram ao absorver essa nova informação. “Então, a Jessica estava no cio?”
“Sim, estava,” Chris respondeu, sua voz baixa. “E é por isso que as coisas saíram tanto do controle. Lobas no cio não conseguem se controlar, e, sinceramente, nem os lobos ao redor delas.”
Emily franziu a testa, um toque de empatia despertando nela. “Isso parece horrível. Ela deve ter ficado aterrorizada, sem saber em quem podia confiar.”
Foi então que Nicky adentrou a sala, sua expressão afiada e quase arrogante. Ela se jogou no braço do sofá ao lado deles, cruzando os braços. “Então, vocês estão falando sobre o escândalo da Jessica, hein?” ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Emily assentiu levemente, olhando para Chris.
“Bom,” Nicky continuou, sua voz cortando a atmosfera silenciosa, “eu digo que ela está recebendo o que merece. A Jessica já fez sua parte de intrigas no passado, manipulando quem quer que fosse. Isso é apenas o karma voltando para mordê-la.”
Emily hesitou, lançando olhares entre Nicky e Chris. “Mas todos não merecem um pouco de compaixão?”
O sorriso irônico de Nicky se formou. “Compaixão?” ela repetiu. “Ela fez suas escolhas, e agora elas a alcançaram. Sempre achou que era melhor do que nós, agindo toda arrogante e superior. Mas olha para ela agora. Ela trouxe toda essa confusão para si mesma. Ela conseguiu o seu karma.”
Nicky se afastou para se juntar ao resto do grupo.
As bochechas de Emily coraram levemente enquanto ela olhava para Chris.
“Então,” ela arriscou, tentando manter a voz casual. “Quando nós estivermos, sabe, totalmente acasalados, eu passarei por isso? Vou sentir o cio também?”
Os olhos de Chris se iluminaram, sua expressão mudando de calma para uma de antecipação ansiosa. Ele segurou a mão dela, seu polegar acariciando suas juntas. “Sim,” ele respondeu suavemente, sua voz se aprofundando com afeto e empolgação. “Você vai. E honestamente, não vejo a hora de ver como será. ”
Emily sentiu seu coração acelerar pelo modo como ele a olhava, seu olhar firme e cheio de promessas não ditas. O calor em seus olhos enviou um arrepio por ela, mas sob sua empolgação havia um senso de curiosidade misturado com um pouco de nervosismo. Depois de tudo que ela tinha ouvido, parte dela queria entender mais, mas outra parte— a mais forte—sentia que talvez ela não precisasse esperar para sentir esse tipo de conexão com o Chris.
“Bom,” ela disse, um sorriso brincalhão se espalhando por seus lábios enquanto se movia um pouco mais para perto. “Quem disse que temos que esperar?”
As sobrancelhas de Chris se arquearam, surpresas com a audácia repentina dela, mas um sorriso rapidamente tomou conta de seu rosto. “Tem certeza?” ele perguntou, sua voz baixa, mas o calor em seu olhar refletindo a faísca recém-descoberta dela. Ele apertou a mão dela, seu polegar desenhando círculos lentos e calmantes em sua pele.
Emily assentiu, seus olhos encontrando os dele com uma certeza que silenciou qualquer dúvida. Ela se inclinou para frente, pressionando sua testa contra a dele, sua respiração suave enquanto sussurrava, “Eu tenho certeza.”
Sem dizer mais nada, Chris a envolveu com seus braços, trazendo-a para perto.
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Com os primeiros raios da alvorada, o Alfa Jackson chegou. Os guardas trocaram olhares preocupados enquanto ele subia os degraus até o Escritório do Alfa. Mal parou para bater antes de entrar, os olhos ardendo em fúria e traição.
Dentro do escritório, o Alfa Richard e Liana já estavam esperando. Eles anteciparam essa tempestade e tomaram precauções; o escritório estava esvaziado e guardas postados na porta para assegurar privacidade. Ninguém mais tinha permissão para ser parte dessa conversa—especialmente dado o que isso poderia acarretar.
Sem preâmbulos, a voz de Jackson cortou o silêncio como uma faca. “Você prometeu que minha filha seria protegida,” ele rosnou, olhando de Richard para Liana. “Então como isso pôde acontecer, Richard?”
Liana se endireitou na cadeira, seu rosto inexpressivo, mas seu olhar tão afiado quanto sempre. Ela tinha antecipado as acusações de Jackson, mas a raiva em sua voz era mais profunda do que ela esperava.
“Tomamos todas as medidas possíveis para garantir a segurança dela,” ela respondeu, sua voz calma. “Mas Elara a manipulou.”
Richard se inclinou para frente, seus olhos fixos em Jackson. “Você diz que falhamos, Jackson, mas não posso deixar de sentir que você pode estar ignorando alguns detalhes cruciais. Diga-me, isso não foi parte do plano de Elara? Ela não estava seguindo suas instruções?”
Jackson arrepiou, seus punhos cerrados ao seu lado. “Não vire isso contra mim, Richard. O bem-estar da minha filha é a minha única preocupação.”
Richard se manteve firme, sua voz inabalável. “E é a segurança do meu filho que me preocupa. Então, diga-me: Você tem certeza de que Elara não estava agindo sob suas instruções?”
Os olhos de Jackson escureceram, e ele deu um passo adiante, sua voz baixa mas carregada de raiva. “Como você se atreve a insinuar que eu usaria minha própria filha como alavanca? Foi você quem me traiu.”
Liana interrompeu suavemente, sua voz firme, cortando a tensão como uma lâmina. “Chega de culpados, Jackson. É hora de pararmos com as especulações.” Ela manteve o olhar dele, e suas palavras carregavam um peso que atraiu a atenção dos dois homens. “Vamos ouvir da própria Jessica. Se ela foi coagida a qualquer coisa, ela nos dirá a verdade.”
O rosto de Jackson mudou, sua raiva se transformando em algo mais—talvez um indício de insegurança. “Ótimo. Chame ela. Quero respostas, e quero agora.”
Liana assentiu, fazendo um gesto para um guarda próximo buscar Jessica. O guarda partiu prontamente.